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Jul 16
publicado por Nuno Gouveia, às 21:13link do post | comentar

 

Ted Cruz está nos antípodas do que defendo. Aliás, a sua carreira política desde 2012 está intimamente ligada ao descalabro em que caiu o Partido Republicano. Assumiu posições polémicas e muito longe do centro-direita que defendo. Mas ontem conquistou algum do meu respeito, ao deslocar-se à Convenção do Partido Republicano e ter proferido um discurso anti-Trump (sim, defendeu algumas coisas que discordo) em que muitas passagens estão de acordo com o conservadorismo tradicional americano, como o respeito pela liberdade religiosa e pelos diferentes credos (ou ateísmo, como ele referiu) ou na defesa da liberdade individual e das minorias contra o poder dos aprendizes de tiranos. Até teve algumas passagens contra o divisionismo da sociedade americana para que ele tanto tem contribuído. Não sei se terá sido um mea culpa. Mas o grande momento (diría único) da sua carreira foi ontem, quando perante assobios de uma assistência de "Trumpians" recusou-se a apoiar Trump e defendeu que as pessoas deviam votar segundo a sua consciência. Saiu sob um ruidoso coro de criticas, mas um dia poderá dizer que não pactuou com Trump. Muitos outros republicanos não poderão dizer o mesmo. E apesar de esperar que Cruz nunca venha a ser o líder do Partido Republicano, ontem esteve bem e merece o meu aplauso. Dizer não a um proto-tirano na sua cara nunca é fácil, mas Cruz fê-lo. Não deixa de ser sintomático que até a sua esposa teve de ser escoltada para sair da Convenção, pois estava a ser alvo da fúria dos "Trumpidians". Eu, que estive nas duas últimas convenções republicanas, lamento profundamente o circo de horrores que está a ser esta convenção. Que em Novembro Trump tenha uma derrota avassaladora é o meu único desejo.

 

 
 

«A sua (de Ted Cruz) carreira política desde 2012 está intimamente ligada ao descalabro em que caiu o Partido Republicano.»

A que «descalabro», concretamente, está a referir-se, Nuno?
Octávio dos Santos a 22 de Julho de 2016 às 18:02

Nuno, estou sentindo falta dos seus posts!
Fernando Marcio Aguirrez a 5 de Outubro de 2016 às 02:57

Caro Nuno Gouveia,

Tal como o senhor não gosto de Ted Cruz, mas reconheço coragem pelo que fez na convenção.

Tenho uma pergunta para lhe colocar, pelo que Cruz fez nesta convenção acha que parte em vantagem para 2020 em relação a Pau Ryan, Marco Rubio, Bush?
André a 22 de Julho de 2016 às 19:29

A recente sondagem da CNN já dá vantagem a Trump (48%) sobre Clinton (45%).

Talvez os críticos «pré-reflexivos» de Trump ainda tenham de engolir um sapo do tamanho dos Everglades...

Quanto a mim, votante democrata, surge-me delicioso e pedagógico o actual e surreal psicodrama republicano.
Lolita a 27 de Julho de 2016 às 16:03

Antes da primeira eleição, para PR dos EUA, B. Hussein Obama foi alvo de incontáveis previsões quanto à qualidade do seu futuro exercício como PR.
Muitas, como sempre, em tom definitivo.

Constatou-se, portanto, que mesmo ANTES de o ver actuar como tal, havia muito boa gente a afirmar, a pés juntos, que ele SERIA um mau ou um bom, ou mesmo um muito mau ou um muito bom PR para os EUA.

Não sabemos baseados em que profecia ou arte divinatória, uma vez que nunca se tinha visto um mulato (ou uma mulher !?) em semelhante cargo, atributo qualificador do candidato, muito em voga na altura.
Hoje em dia sabemos quem acertou e quem falhou. A pés juntos.
...
Mas a dúvida maior ainda é como classificar os mandatos de Obama, ou qualquer outro PR, mesmo por cá, mesmo depois do exercício !.
...
A história é escrita (paga) pelo vencedor e historiadores independentes em geral morrem à fome, sem quem os publique....
Enfim, lá para Novembro saberemos quem foi o vencedor da eleição.
Mas só isso. Quem foi o vencedor.

Quem vai ser um bom ou mau PR é, agora, por maioria de razão, especulação, própria dos engajados. Percebem?.
Anónimo a 31 de Julho de 2016 às 18:56

Ajuizo que Obama deixou a sua «Pegada na Areia da História» de um modo positivo. E tal como Adriano Moreira penso também que o desempenho de Obama não foi ainda mais positivo e melhor porque teve uma resistência bloqueadora e várias vezes impeditiva por parte do Congresso dominado pelos Republicanos.

O «Yes, We Can!» foi mais um sublinhado e menos eufórico «Yes, We Should Can!» pela eterna atitude conservadora dos Republicanos no que de pior ela expressa: a desesperada tentativa de atrasar o futuro...
Lolita a 2 de Agosto de 2016 às 14:47

Entretanto mudou de ideias, parece

http://www.nytimes.com/2016/09/24/us/politics/ted-cruz-donald-trump.html?smid=pl-share
Miguel Madeira a 25 de Setembro de 2016 às 05:05

Pois...

Pragmatismo-utilitarismo do Poder a quanto obrigas...

Lolita a 26 de Setembro de 2016 às 17:46

LOL!!!...

Quantos republicanos meteram o rabinho entre as pernas e engoliram a opção Trump...

That's life!...
Lolita a 9 de Novembro de 2016 às 15:56

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