04
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:11link do post | comentar | ver comentários (1)

Os republicanos passam a partir deste mês a partilhar o poder em Washington. John Boehner já traçou o primeiro voto do ano: a revogação da lei da saúde está agendada para dia 12 de Janeiro. Não duvidando do sucesso imediato da iniciativa legislativa republicana, esta tende sobretudo a marcar a agenda política para o novo ciclo. Sabendo que esta revogação nunca passará no Senado dominado por democratas, os republicanos dão assim inicio à campanha presidencial de 2012. O debate irá estender-se ao longo dos próximos dois anos, pois a única hipótese viável de tal revogação suceder será os republicanos conquistarem a Casa Branca, bem como a maioria no Senado.

 

O outro sinal que tem vindo do lado republicano é que este Congresso irá activamente investigar a Casa Branca. O novo líder do Comité responsável, Darrel Issa, tem vindo a dar entrevistas sobre os seus potenciais alvos das audições: corrupção no Afeganistão, Wikileaks e papel das agências do governo, são algumas da áreas que a nova Câmara dos Representantes poderá investigar. E será aqui que os republicanos poderão causar maiores dificuldades à Administração Obama.

 

Serão dois anos muito interessantes para seguir em Washington, e por ora, as conversações bipartidárias estão em segundo plano. Mas ainda neste primeiro trimestre deverá começar a negociação do plano financeiro protagonizado por Paul Ryan, o congressista republicano do Wisconsin, para sanear as contas públicas americanas. Com cortes previstos em quase todos os sectores da Administração Pública, o Roadmap de Ryan será um teste à verdadeira motivação dos políticos de ambos os partidos para controlarem o défice estrutural dos Estados Unidos.



14
Dez 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:45link do post | comentar | ver comentários (3)

Um Juiz federal da Virginia declarou ontem que a lei da saúde é inconstitucional, por obrigar os individuos a adquirir seguros de saúde. Vários Procuradores-gerais estaduais colocaram este ano um processo contra a reforma da saúde aprovada pelos Democratas no Congresso. O Juiz que tomou  esta decisão foi nomeado por George W. Bush, e inicia assim um longo processo que deverá ser decidido no Supremo Tribunal.

 

Esta batalha legal entre conservadores e "liberais" já era esperada. Esta contenda não deverá ser resolvida antes de 2012, e como tal, deverá aquecer ainda mais o debate nas próximas presidenciais sobre a revolução na saúde operada por Barack Obama. Sendo uma questão muito controversa, a decisão do Supremo será, sobretudo, ideológica.



27
Set 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:25link do post | comentar

A reforma da saúde entrou em vigor este mês, mas apenas em 2014 estará plenamente implementada na sociedade americana. Apesar de não se poder falar  dos seus resultados, ela mantém-se extremamente impopular. Não por acaso, quase nenhum democrata tem-na utilizado durante a campanha eleitoral, com vários a dizer que se opõem a ela e que querem a sua revogação. Hoje foi a vez do governador da West Virginia, que antes tinha-a apoiado, mas que agora está a concorrer ao Senado, afirmar que defende uma revogação parcial da lei. Joe Manchin apareceu na última sondagem com um atraso de três pontos, e percebe-se o seu nervosismo. Mas este tipo de flip-flop não o ajudará, pois os republicanos têm-no massacrado com o seu anterior apoio.

 

Este é dos erros que os democratas têm cometido neste ciclo eleitoral. Nos últimos dias tenho lido algumas críticas de sectores democratas perante a timidez demonstrada na defesa da lei. A sua aprovação foi uma das grandes vitórias do mandato de Obama até ao momento, mas devido à sua impopularidade, quase não se vê ninguém a defender os seus méritos. A falta de convicção e firmeza tem vindo a contribuir para aumentar o desânimo nas hostes democratas.


29
Mar 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:36link do post | comentar | ver comentários (6)

Ao contrário do que previam alguns analistas, Barack Obama não obteve uma melhoria substancial na sua popularidade depois de aprovada a reforma da saúde. Segundo a Gallup, Obama mantém os mesmos níveis anteriores, com uma taxa de 46 por cento de aprovação. Apesar da lei impopular, alguns analistas previam que tivesse um "salto" significativo depois de cumprir uma das suas principais promessas de campanha. Se nas próximas semanas o cenário se mantiver, o cenário negro para Novembro previsto até aqui não se alterará. A única salvação para os democratas será mesmo uma melhoria substancial na economia. Algo que está distante de suceder.


22
Mar 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:49link do post | comentar | ver comentários (10)

Barack Obama e a esmagadora maioria democrata no Congresso aprovaram a reforma da saúde. Apesar da maioria dos americanos estarem contra este aumento brutal do papel do Estado Federal, os democratas apenas cumpriram o que prometeram nas campanhas eleitorais recentes. Mas com a reforma a entrar apenas em vigor em 2014, a batalha apenas terá começado agora.

 

Em Novembro próximo haverá eleições intercalares, e serão, talvez mais do que nunca, um verdadeiro ensaio para as próximas presidenciais. O influente colunista conservador Bill Kristol já deu o mote para os republicanos, defendendo que a revogação desta lei deverá ser o cavalo de batalha do Partido Republicano para os próximos ciclos eleitorais. John McCain disse que os republicanos vão conseguir revogar esta lei. Na história da política americana não é comum que uma reforma desta envergadura seja revertida. E mesmo que os republicanos alcancem a maioria nas duas câmaras em Novembro, contarão sempre com o veto de Barack Obama. Por isso, as presidenciais de 2012 serão fundamentais nesta batalha. Apenas com uma maioria no Congresso e uma Casa Branca republicana poderão impedir que esta lei entre em vigor em 2014. Para terem sucesso, precisarão de um candidato vencedor para 2012, algo que neste momento parece muito difícil de alcançar, apesar das fragilidades de Barack Obama.

 

Os democratas começam também agora a batalha pela conquista da opinião pública, até ao momento adversa. Se conseguirem convencer os americanos que esta lei é positiva, e transformarem esse apoio em votos em Novembro de 2010 e 2012, poderão mesmo fazer história. A grande batalha será, mais uma vez na história americana, no campo da economia. Precisam rapidamente de minorar os efeitos da crise e iniciar um período de crescimento económico que minimize a reforma da saúde. Se os americanos tiverem os bolsos cheios, coisa que actualmente não sucede, esta reforma da saúde poderá ser considerada até pelos críticos como um mal menor, e com isso, darem o aval a mais este avanço do Estado Federal. Mas neste momento, e apesar do enorme sucesso obtido pelos Democratas ontem à noite, o cenário continua negro.


publicado por José Gomes André, às 02:52link do post | comentar | ver comentários (1)

Dia histórico nos Estados Unidos: depois de semanas de discussão - e de um fim-de-semana particularmente activo - a Câmara dos Representantes votou favoravelmente o plano de reforma de saúde proposto pela Administração Obama e reformulado pelo Congresso. Todos os Republicanos votaram contra, mas a liderança Democrata (e neste aspecto há que tirar o chapéu a Nancy Pelosi) conseguiu evitar uma excessiva cisão no seu partido, garantindo assim os votos necessários: apesar de 34 Democratas terem votado desfavoravelmente, o projecto-lei passou com 219 votos a favor e 212 contra. Para que esta reforma ansiada pelo Partido Democrata venha a ser posta em prática, resta agora apenas que o Presidente Obama promulgue o referido projecto-lei - o que deve suceder nos próximos dias.

 


10
Mar 10
publicado por Nuno Gouveia, às 11:44link do post | comentar | ver comentários (2)

Robert Gibbs tinha apontado o dia 18 de Março como data limite para aprovar a lei da saúde, mas ontem o líder da maioria democrata da Câmara dos Representantes (CR), Steny Hoyer, veio a público dizer que essa não é uma data para levar a sério. Na verdade, nas últimas semanas assistimos a avanços e recuos, o que denota uma evidência: os democratas neste momento não têm os votos necessários para aprovar a lei na CR, pois vários dos democratas que votaram favoravelmente a primeira lei recuaram.

 

E a discussão promete continuar nas próximas semanas, com os democratas desesperadamente à procura dos votos necessários para passar a lei através do processo de reconciliação nas duas câmaras. Um longo processo, que pode marcar decisivamente os primeiros dois anos do mandato de Barack Obama. E de forma muito negativa. A acompanhar. 


23
Fev 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:26link do post | comentar | ver comentários (3)

A Administração Obama e o Partido Democrata vão fazer um último esforço para implementar a prometida reforma da saúde. Nas próximas semanas saberemos se terá sucesso ou não. Depois de um ano de avanços e recuos, de vitórias e derrotas, os democratas tentam agora um último esforço para aprovar aquela que terá sido a mais emblemática promessa de campanha de Barack Obama. Não sei se terão os votos necessários.

 

Depois de no último ano terem aprovado diferentes versões na Casa dos Representantes e no Senado, e de terem perdido a maioria anti-fillibuster com a vitória de Scott Brown, os democratas vão mesmo avançar com a tentativa de reconciliação no Senado, precisando apenas de 50 votos (o VP Joe Biden poderá desempatar). Não será fácil, dado que o novo plano apresentado esta semana por Barack Obama poderá enfrentar a oposição de muitos senadores democratas e a total oposição dos republicanos. Na próxima quinta-feira, Barack Obama irá reunir-se com os republicanos, numa iniciativa transmitida em directo pela televisão, para tentar um acordo bipartidário. Mas na verdade esta reunião não tem possibilidade de sucesso, pois por um lado Obama já apresentou o seu plano e não existe grande possibilidade de recuo, e por outro, os republicanos já fizeram saber que não irão dar o seu aval. Será um bom espectáculo televisivo, com ambas as partes a tentar convencer a opinião pública da sua justiça, mas pouco mais.

 

O ambiente politico é hostil aos democratas, e muitos senadores e congressistas dão mostras de nervosismo por este plano da Casa Branca. Um voto favorável poderá significar a perda do seu lugar em Novembro, e nem todos estão dispostos a arriscar a sua carreira política. A impopularidade da reforma é imensa, mas também há quem defenda que se os democratas não a aprovarem, será ainda pior, pois isso irá demonstrar inabilidade para liderar, apontando o exemplo das consequências do fracasso em 1993. De qualquer forma, parece-me que os democratas irão sempre ter grandes dificuldades em Novembro, pelo que o ambiente poderá não ser muito afectado em caso de sucesso na reforma da saúde. Com a vantagem de motivar a base para as difíceis eleições que se aproximam. 


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