Os republicanos passam a partir deste mês a partilhar o poder em Washington. John Boehner já traçou o primeiro voto do ano: a revogação da lei da saúde está agendada para dia 12 de Janeiro. Não duvidando do sucesso imediato da iniciativa legislativa republicana, esta tende sobretudo a marcar a agenda política para o novo ciclo. Sabendo que esta revogação nunca passará no Senado dominado por democratas, os republicanos dão assim inicio à campanha presidencial de 2012. O debate irá estender-se ao longo dos próximos dois anos, pois a única hipótese viável de tal revogação suceder será os republicanos conquistarem a Casa Branca, bem como a maioria no Senado.
O outro sinal que tem vindo do lado republicano é que este Congresso irá activamente investigar a Casa Branca. O novo líder do Comité responsável, Darrel Issa, tem vindo a dar entrevistas sobre os seus potenciais alvos das audições: corrupção no Afeganistão, Wikileaks e papel das agências do governo, são algumas da áreas que a nova Câmara dos Representantes poderá investigar. E será aqui que os republicanos poderão causar maiores dificuldades à Administração Obama.
Serão dois anos muito interessantes para seguir em Washington, e por ora, as conversações bipartidárias estão em segundo plano. Mas ainda neste primeiro trimestre deverá começar a negociação do plano financeiro protagonizado por Paul Ryan, o congressista republicano do Wisconsin, para sanear as contas públicas americanas. Com cortes previstos em quase todos os sectores da Administração Pública, o Roadmap de Ryan será um teste à verdadeira motivação dos políticos de ambos os partidos para controlarem o défice estrutural dos Estados Unidos.