15
Out 12
publicado por Alexandre Burmester, às 16:54link do post | comentar | ver comentários (5)

Com uma eleição tão renhida, as contas para o Colégio Eleitoral tornam-se cada vez mais importantes. Os mais recentes números médios do site Real Clear Politics dão a Barack Obama uma vantagem de apenas 10 votos nesse colégio - 201 v 191.

 

Os republicanos nunca ganharam a Casa Branca sem ganharem o Ohio - e isto não é uma superstição, mas uma questão de aritmética - se bem que, em anos de vitórias folgadas, como as de Richard Nixon em 1972 e Ronald Regan em 1984, o Ohio tenha sido perfeitamente dispensável. Mas este não é um ano de vitória folgada para nenhum dos lados.

 

Por sua vez, os democratas também costumam necessitar do "Buckeye State" - o último vencedor democrático a não ganhar o Ohio foi John Kennedy em 1960.

 

Pois bem, como estão as contas no Ohio? Ainda segundo a média do Real Clear Politics, Obama lidera com uma vantagem de 2,2%. Esta média, contudo, inclui uma sondagem do PPP (D), a qual, como o "D" indica, está ligada ao Partido Democrático, que dá uma vantagem a Obama de 51%/46%. Seja como for, 2,2% não é uma margem confortável para ninguém.

 

Mas será que os republicanos - e neste caso Mitt Romney - conseguirão quebrar a "síndrome Ohio" e chegar à Casa Branca sem vencerem esse estado? Façamos umas contas, baseadas no Real Clear Politics:

 

- Romney teria, portanto, neste momento, 191 votos, conforme já referi. Para chegar aos 270 que dão a maioria no Colégio Eleitoral necessitaria, portanto, de mais 79 votos. Há algum modo plausível de lá chegar sem o Ohio? Teoricamente, sim: se aos 191 votos juntarmos, de entre os "toss-ups", Colorado (9 votos), Florida (29), Iowa (6), New Hampshire (4), Carolina do Norte (15), Virgínia (13) e Nevada (6), o candidato republicano atingiria 273 votos. E a verdade é que, em nenhum destes estados Romney está sequer a 3% de distância nas referidas médias do Real Clear Politics. E note-se que deixei de fora o Wisconsin (10 votos), onde Obama também lidera por menos de 3%.

 

- Perguntar-se-á: qual a plausibilidade de vitória de Romney em todos os estados que enumerei para ele atingir o "número mágico" de 270? Pois bem, Florida, Carolina do Norte e Virgínia inclinam-se neste momento para ele; Colorado, Iowa, New Hampshire e Nevada estão praticamente empatados.

 

- Pelo que, não me parece absurdo que Romney consiga vencer sem o Ohio.

 

Mas, se me perguntarem se o candidato republicano conseguirá mesmo vencer a eleição sem o Ohio, a minha resposta tenderá a ser "não". Teria tudo de correr muito bem nos outros estados que referi.

 

Assim sendo, neste momento Obama ainda será o favorito ao triunfo no Colégio Eleitoral, mas temos também de considerar que raramente os vencedores do voto popular e do Colégio Eleitoral não coincidem (apenas três vezes tal sucedeu e, em duas delas, a diferença no voto popular entre os candidatos foi inferior a 1%).

 

Muitas contas destas serão feitas daqui até 6 de Novembro - e, decerto, na própria noite de 6 de Novembro. 


21
Nov 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:02link do post | comentar


A campanha de Barack Obama lançou esta semana uma nova actualização do seu site, numa versão mais completa e com mais opções que a anterior. É o regresso em força da campanha Obama à rede, tentando recuperar o fôlego perdido nestes últimos três anos. Além de um design atractivo e todas as funcionalidades comuns da actualidade, Obama irá oferecer aos seus apoiantes a possibilidade de criação de uma conta no site, o "The Obama 2012 Dashboard". Mais informações neste post do TechPresident. 


13
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:45link do post | comentar

 

Nos últimos tempos Barack Obama não tem tido razões para sorrir perante os números que lhe vão sendo colocados à sua frente. Mas hoje a situação é diferente. Neste último trimestre, a equipa de candidatura de Obama angariou cerca de 70 milhões de dólares, sendo que 27,3 milhões desse valor refere-se ao angariado pelo Democratic National Commitee. Em termos de sondagens, a NBC/WJS oferece vantagem a Obama em relação a Cain, Perry e Romney, sendo que este é o que está mais próximo, apenas dois pontos percentuais atrás. Na sondagem da Time, Obama também surge à frente dos adversários, com Romney a ficar apenas a três pontos. Convém no entanto dizer que a popularidade do Presidente permanece no vermelho. 


10
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 20:27link do post | comentar

 

A possibilidade de Barack Obama ser derrotado em Novembro do próximo ano tem vindo a crescer. Hoje saiu mais uma sondagem da Inside Business Daily que indica que neste momento apenas 41 por cento dos americanos defende que Obama merece ser reeleito, enquanto 51 por cento acredida que o Presidente deve ser despedido nas próximas eleições. Preocupante para Obama é ainda o facto dos independentes estarem cada vez mais a afastar-se dele, com 54 por cento a desejar a sua derrota, enquanto apenas 36 por cento apoiar a sua manutenção na Casa Branca. 

 

Estes números estão em consonância com a média do RCP, que por estes dias assinalou o pior resultado para Obama desde que está na presidência, com apenas 42 por cento de opiniões favoráveis. Estes números indicam que a mais recente estratégia de Barack Obama não está a resultar. Veremos se alguma coisa muda nos próximos meses. 


04
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:09link do post | comentar

 

Como sempre disse por aqui, e apesar da especulação das últimas semanas, Chris Christie anunciou há momentos que não irá candidatar-se presidência dos Estados Unidos. Christie sempre disse que não seria candidato e que não estava pronto para assumir tal compromisso. Este anuncio não será novidade para ninguém. Consequências? 

 

Os republicanos terão mesmo que se contentar com o actual leque de candidatos. O principal beneficiado desta decisão é Mitt Romney, qie ve reforçado o seu papel de favorito para enfrentar Barack Obama em 2012. Acredito que estes republicanos descontentes que andaram a pressionar Christie para avançar (tal como antes fizeram com Paul Ryan e Mitch Daniels) acabarão, na sua maioria, por engrossar as fileiras de apoiantes de Romney. Isto significa muito dinheiro e peso mediático para o antigo governador do Massachusetts. A disputa será, provavelmente, entre Romney e Rick Perry, não desconsiderando um Herman Cain que tem vindo a subir bastante nas sondagens nas ultimas semanas. 


publicado por Nuno Gouveia, às 14:22link do post | comentar

Romney 48 — Obama 46

Obama 49 — Perry 46
Obama 45 — Christie 45

 

Sondagem do Washinton Post/ABC. Na corrida à nomeação republicana, Mitt Romney volta a aparecer à frente, com 25%, seguido de Rick Perry e Herman Cain com 17%, confirmando-se a queda abrupta do governador do Texas.


22
Ago 11
publicado por Nuno Gouveia, às 20:07link do post | comentar | ver comentários (31)

Normalmente não devemos ligar muito a este tipo de sondagens. Segundo os analistas, as sondagens mais importantes nesta fase são as da popularidade do Presidente. Que são más. Mas hoje a Gallup publica quatro sondagens que indicam que Obama tem uma taxa de rejeição no eleitorado muito elevada, pois Obama surge atrás de Romney e empatado com Rick Perry (o que até se pode ser considerado normal), mas apenas ligeiramente à frente de Ron Paul e de Michele Bachmann. Estes números é que devem preocupar a equipa de Obama, que vê muito eleitorado preferir estes dois candidatos, considerados inelegíveis pelos analistas políticos, ao Presidente. Isto quer dizer que uma percentegem elevada do eleitorado (talvez os 44 por cento que dizem votar em Bachmann) já fugiram definitivamente de Obama, e que entre os indecisos, existe uma clara propensão para votar no adversário republicano. Ainda falta muito, mas se as eleições fossem esta semana, Obama seria derrotado. Tem um ano para recuperar, mas as suas perspectivas não são boas.


19
Ago 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:24link do post | comentar | ver comentários (2)

As perspectivas para Barack Obama não são boas para 2012. Eu próprio tenho escrito bastante sobre os cenários adversos para a reeleição do Presidente. Mas não se pense que Obama não tem sérias hipóteses de vitória. Na semana em que desceu dos 40 por cento na popularidade e em que a sua aprovação na economia atinge os 26 na sondagem da Gallup, permaneço convicto que pode ganhar. 

 

Analisando a história, percebe-se que Barack Obama está em problemas. Vários presidentes estiveram em situações idênticas e conseguiram dar a volta. Ronald Reagan e Bill Clinton, nas últimas décadas, tiveram taxas de aprovação semelhantes, mas conseguiram ser reeleitos facilmente. No entanto, este cenário não é comparável com o de Obama. Pelo simples facto que a economia nos últimos anos do primeiro mandato de Reagan e Clinton estava em crescimento, enquanto o mesmo não irá suceder a Obama. A comparação mais evidente até será com o mandato de Jimmy Carter, que enfrentou a campanha de reeleição numa situação semelhante com a que Obama irá ter. Mas acredito que a comparação com Carter termina aí. Até porque a equipa de Obama teve tempo para estudar a campanha de 1980 e evitar cometer os mesmos erros. 

 

Ao contrário de Carter, Obama continua nas boas graças dos americanos, em termos pessoais. Apesar dos seus números serem maus, os americanos continuam a gostar de Obama. Por outro lado, ninguém acredita que irá ter um adversário democrata nas primárias, ao contrário dos três últimos presidentes que foram derrotados, Gerald Ford, Jimmy Carter e George H. Bush, que tiveram que fazer campanha interna nas primárias. E olhando mais para trás, ainda temos Lyndon Johnson, que desistiu da recandidatura quando surgiu a oposição de Eugene McCarthy e Bobby Kennedy nas primárias democratas de 1968. Portanto, apesar de começarem a surgirem sinais de insatisfação na base, Obama irá para as eleições com o partido unido e o eleitorado democrata fidelizado. E ninguém pense que isso não irá suceder. A explicação segue no próximo parágrafo. 

 

Esta semana tenho lido que os estrategas de Obama desejavam para 2012 uma campanha à Reagan, a "Morning in América again". Com o estado da economia e a falta de "resultados" para apresentar ao eleitorado, a campanha só pode ter um rumo. E nem a reforma da saúde poderá ser utilizada pelo Presidente, pois permanece extremamente impopular. A estratégia para vencer será "destruir" o adversário republicano, seja ele quem for. Ao contrário da Europa, nos Estados Unidos uma campanha negativa pode ser eficaz e garantir a reeleição. Claro que Obama terá mais dificuldades em obter sucesso se o nomeado for Mitt Romney ou alguém com um perfil moderado (o que acredito que irá acontecer), apesar das suas incongruências e falhas, que não são poucas. Daí a importância do nome que os republicanos escolherem. Com uma base a radicalizar-se, os republicanos correm o risco de elegerem um candidato inelegível, como sucedeu em 1972 com o Partido Democrata, com George McGovern. Tenho estado atento à campanha republicana e estou curioso para observar o percurso de Rick Perrry, neste momento o adversário mais perigoso para Mitt Romney. Com um currículo interessante e bons resultados na governação do segundo maior estado da União, o Texano terá de provar que é capaz de ganhar o centro político. E a sua estreia na arena nacional pareceu-me francamente má. Se for o escolhido e manter esse rumo, Obama ganhará uma vantagem relevante.

 

Com a estratégia de diabolizar o adversário garantirá a totalidade da sua base e poderá recuperar o eleitorado independente, assustando-os com o perigo do radicalismo de direita. E enquanto os republicanos irão passar meses (até escolherem um candidato) a debater sobretudo à direita, Obama poderá desde já fazer a campanha ao centro, não perdendo tempo com a esquerda. Acredito que a campanha resumir-se-à a isto: Obama ao ataque ao radicalismo dos republicanos e estes a criticarem o legado do Presidente. Quem for mais eficaz na mensagem sairá vencedor.


14
Ago 11
publicado por Nuno Gouveia, às 21:40link do post | comentar

Os últimos dias abalaram a corrida republicana, com mudanças que terão impacto na história destas primárias. Na quinta-feira, um debate muito aceso, onde Tim Pawlenty esteve deliberadamente ao ataque a Michele Bachmann. Foi o melhor momento desta campanha, num debate onde Mitt Romney acabou por sair vencedor, sem grande esforço diga-se. Bachmann foi igual a sí própria (ou seja, não saiu dos talking points treinados previamente), não cometendo erros e gerando boa imprensa no final do debate. A actuação de Pawlenty, que transparecia algum desespero, já deixava antever o desfecho deste fim de semana. Pawlenty apontou o óbvio a Bachmann: ela não tem currículo, nunca alcançou nada nos anos no Congresso e resume-se a representar uma voz estridente no debate político. Pelo contrário, ele, tem um currículo de oito anos como governador de sucesso no Minnesota. Mas a vida não está fácil para quem tem currículo no GOP. Que o diga Jon Huntsman, que teve uma prestação muito fraca neste seu debate de estreia.

 

Ontem entrou em cena Rick Perry, governador do Texas e adversário muito perigoso para Mitt Romney nestas primárias. Este anuncio acabou por ofuscar a vitória de Michele Bachmann na Iowa Straw Poll. Em segundo lugar ficou Ron Paul e em terceiro Tim Pawlenty, que apostou tudo em vencer este evento. Hoje ao inicio da manhã, o antigo governador do Minnesota anunciava a sua retirada da corrida à nomeação republicana, por não vislumbrar um caminho para a vitória. Perfeitamente compreensível e expectável.

 

Consequências para a corrida destes acontecimentos? Diria que duas principais:

 

1- Michele Bachmann é a favorita a vencer no Iowa. Não propriamente pela vitória de ontem em Ames, mas pela força que tem demonstrado em todas as sondagens estaduais. Os cristãos evangélicos representam cerca de 60 por cento dos eleitores nestes caucuses republicanos, e apenas Rick Perry poderá competir seriamente com Bachmann por esta camada do eleitorado. Romney poderá ter uma hipótese diminuta, caso consiga angariar grande parte dos moderados. No entanto, o Iowa poderá este ano não ter grande impacto nas primárias, tal como sucedeu em 2008, quando Mike Huckabee venceu. Isto se a vencedora for Bachmann.

 

2- Dificilmente estas primárias deixarão de ser uma corrida entre Mitt Romney e Rick Perry. Depois do debacle de Tim Pawlenty e da não existente candidatura de Jon Huntsman até ao momento, estes parecem ser os únicos candidatos credíveis no campo republicano. Michele Bachmann poderá ser um factor nestas primárias, mas talvez para prejudicar um outro candidato, como Rick Perry, funcionando como Mike Huckabee, que em 2008 retirou votos importantes a Mitt Romney, favorecendo desse modo a vitória de John McCain. De qualquer forma, se não houver grandes alterações, o adversário de Barack Obama deverá ser Romney ou Perry. 

 


25
Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:23link do post | comentar | ver comentários (3)

Barack Obama terá certamente uma eleição muito díficil no próximo ano. Todos os indicadores apontam para o nomeado republicano possa ter uma séria hipótese de derrotar o actual Presidente. Isto caso o nomeado seja alguém elegível, o que acredito que irá acontecer. Mas começa a desenhar-se uma estratégia para o Presidente: realizar uma campanha totalmente negativa, tentando destruir o adversário. Já li vários artigos que referem esta a melhor opção para Obama conseguir a reeleição, mas este "Could Karl Rove politics save Obama in '12", de Mark Greenbaum na Salon explica tudo até algumas semelhanças com o ciclo eleitoral de 2004, onde um Presidente em dificuldades conseguiu ser reeleito. A minha única divergência é que Mitt Romney será um muito melhor candidato que John Kerry, além de já ter uma campanha presidencial no seu currículo, algo que Kerry não possuia em 2004.

 

Using Republicans’ general tack from 2004 could have benefits beyond the original Bush strategy. In 2004, the Democratic base was united to drive Bush from office, and any appeals to win over modern Reagan Democrats were useless. Karl Rove knew this, and the visceral attacks on Kerry were designed to gin up their base and convince just enough wary independents that despite any qualms they may have had with Bush, Kerry was too weak to be trusted. It worked as Bush broke even with Kerry on independents, and won a narrow national majority.


23
Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 13:42link do post | comentar | ver comentários (1)

Rick Perry, governador do Texas desde que George W. Bush deixou a mansão de Austin, deverá avançar em breve para uma candidatura à nomeação republicana. Essa é pelo menos a ideia que tem vindo a dar pelas suas recentes movimentações. Rick Perry, antigo democrata que apoiou a candidatura falhada à presidência de Al Gore em 1988, é hoje uma das vozes mais relevantes do movimento Tea Party e dos sectores mais conservadores. Caso se confirme, ninguém no actual campo de candidatos pode ficar descansado.

 

Rick Perry é um governador de sucesso, responsável pelo estado com melhores resultados económicos nesta última década, e pode mesmo ser um adversário fabuloso para Barack Obama nas eleições gerais. Mas a história recente diz-nos que os candidatos que entram tarde na corrida dificilmente conseguem recuperar o atraso para os restantes. Em 2004 tivemos a entrada de Wesley Clark para as primárias democratas em Setembro, e em 2008, na mesma altura, Fred Thompson iniciou a sua campanha falhada nas primárias republicanas.

 

A sua entrada deve assustar imenso Mitt Romney. Até ao momento, com a principal oposição a surgir de Michele Bachmann, Romney tem estado descansado, e os seus estrategas acreditam que se for a congressista do Minnesota a sua principal adversária, a nomeação não fugirá. Eu também sou dessa opinião. E visto que os nomes na corrida que poderiam fazer frente a Romney não terem conseguido ainda descolar nas sondagens, os casos de Jon Huntsman e Tim Pawlenty, a entrada de Rick Perry representa um perigo para Romney. Um candidato conservador, com apoio nas franjas do Tea Party, com o currículo de Rick Perry e com a sua capacidade de entusiasmar? Se Bachmann entretém as audiências mais à direita, Perry será capaz de os convencer que pode ser mesmo Presidente. A confirmar-se esta candidatura, as primárias serão certamente mais interessantes.


21
Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:12link do post | comentar

Neste último mês a popularidade de Barack Obama tem vindo a descer. A situação económica continua a mostrar sinais de degradação e a falta de um acordo político com a oposição para o aumento do limite de endividamento está a afectar a credibilidade do Presidente. Como se pode observar no gráfico, ainda há muito espaço para recuperação até Novembro de 2012, mas acredito que se as eleições fossem hoje, Obama seria derrotado (isto se o adversário se chamasse Romney). 


14
Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:45link do post | comentar

Esta sondagem da Gallup coloca em evidência o perigo em que Barack Obama se encontra. Continuo a defender que Obama (ainda) é o favorito a vencer as eleições do próximo ano, mas a sua situação é particularmente periclitante. Mais, com a previsão que a situação económica não irá melhorar até Novembro de 2012, Obama poderá transformar-se numa cópia de Jimmy Carter, que foi copiosamente derrotado por Ronald Reagan em 1980. A grande dúvida, e até olhando para o que se passa no campo adversário, é se o Partido Republicano irá apresentar um candidato que possa ombrear com Obama no eleitorado independente, que normalmente decide as eleições. Os republicanos terão certamente uma hipótese de vencer estas eleições. Mas tudo irá depender do nome que apresentarem. 


11
Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:25link do post | comentar

A Internet continua a ganhar influência no mundo da política. E se em 2008 tivemos uma campanha presidencial onde as novas tecnologias "rebentaram" com a escala, no que diz respeito à sua interferência directa no desfecho do resultado final (não esquecer que sem os voluntários e dinheiro angariado através da Internet, Obama nunca teria conseguido derrotar Hillary Clinton nas primárias), as eleições do próximo ano deverão ser consideradas como um período de consolidação dessa influência, sem que existam grandes rupturas em relação a 2008. As eleições presidenciais americanas são sempre consideradas por académicos e especialistas como os momentos onde surgem as grandes rupturas na comunicação política. Foi assim com a televisão na década de 60, com a proliferação dos diferentes tipos de media nas décadas de 80 e 90 e com a Internet na primeira década deste século. A eleição de 2008 marca uma dessas rupturas transformacionais na comunicação política, com a eleição de Barack Obama, sendo que nessa eleição surgiu em força o poder das redes sociais, do YouTube e dos vídeos online. Tudo isto foi novidade em relação às eleições anteriores. Mas nestas próximas não teremos assim tantas novidades, pelo que se espera que esta campanha seja de consolidação da influência da Internet, com especial enfoque das redes sociais, que ganharam ainda mais destaque na sociedade nestes últimos três anos. A importância do digital vai continuar a aumentar, com cada vez mais pessoas a deslocaram-se para estes meios digitais para obter e partilhar informação, mas penso que não podemos esperar grandes novidades tecnológicas. Olhando para o campo de candidatos, a minha crença é que desta vez não teremos um vencedor nascido na rede (a menos que surja um furacão republicano que ainda não consigo visualizar), mas será uma importante aposta de todos os candidatos. 


A começar obviamente por Barack Obama, que pretenderá prosseguir com o excelente trabalho de 2008. Ainda recentemente, Barack Obama criou o cargo de Director of Progressive Media & Online Response, uma espécie de responsável pela monitorização e resposta online, aumentando a importância dos novos media no Departamento de Comunicação da Casa Branca, que já contava com um gabinete especializado pela comunicação digital. Consequência da desilusão e desgaste natural que quatro anos de poder acarretam, a equipa de Obama provavelmente não conseguirá replicar na plenitude tudo o que alcançou na anterior eleição. Mas não deixará de aproveitar ao máximo os resquícios do entusiasmo de 2008, utilizando a sua posição dominante da Casa Branca para compensar essas lacunas que eventualmente surjam durante a campanha. 

 

Do lado republicano, temos umas primárias onde se espera que os diferentes candidatos sigam a receita de Obama: espalhar a mensagem, recolher apoio online que se possa traduzir em votos nas primárias e angariar voluntários e dinheiro através da rede. Sobre a campanha nas redes sociais dos republicanos, aconselho a leitura deste artigo do Concord Monitor, A day in the social media campaign, onde podemos observar a actividade digital dos candidatos durante um dia de campanha. Pelo que tenho observado neste período inicial, nenhum candidato tem conseguido obter grande sucesso na rede. Tim Pawlenty tem feito bons vídeos, Michelle Bachmann tem um apoio crescente na Internet e Mitt Romney é o campeão de seguidores nas redes sociais, o que não está desligado do facto de ter sido candidato há quatro anos. Nenhum tem propriamente gerado nada de semelhante àquele buzz que vimos em Obama no Verão de 2007 e o resultado da angariação online de fundos tem sido decepcionante. Penso que ainda é cedo, e mais para o final do Verão teremos novidades. Ou entram mais candidatos para o terreno (Sarah Palin ou Rick Perry, por exemplo), ou então os activistas começarão a inclinar-se para algum lado, e aí também poderemos observar mais entusiasmo online. Uma coisa não duvido: muito do sucesso que os candidatos venham a ter irá reflectir-se na rede. Aliás, acredito que o sucesso que os candidatos conseguirem offline será uma consequência do sucesso online. Por isso interessa ir seguindo o que os candidatos vão fazendo, tentando perceber o feedback que recebem nas redes sociais. 

 


29
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:59link do post | comentar

Como sempre sucede na política americana, as sondagens ocupam imenso espaço na agenda mediática. Mas, como bem tenho avisado, nesta fase pouco representam para a corrida republicana, bem como para as eleições gerais. São um indicador da força dos candidatos no actual momento, juntamente com outros, como a equipa que contrataram, o currículo político ou a angariação de fundos. Diria até que nesta altura, as sondagens são dos indicadores menos relevantes. Basta atender ao facto que ainda há dois meses Donald Trump liderava as sondagens nacionais, ele que nunca ninguém considerou como candidato credível. Daqui a dois dias teremos um facto muito importante para atestar a viabilidade das candidaturas: o dinheiro que os candidatos angariaram neste segundo trimestre. Mas para explicar esta desvalorização das sondagens deixo aqui o link para o post de Jay Cost "Polling Nonsense":

National polling from June 2007 looks just as ridiculous. At that point, Clinton had a 10- to 20-point lead over Obama, which would expand to 30-points (and more) by the fall. By June 2008, when all the primaries and caucuses were finished, the two had basically split the Democratic vote. On the Republican side, Rudy Giuliani had a 10-point or greater lead over John McCain in the national polls, while Mitt Romney and Mike Huckabee were both polling less than 10 percent each. When it was all said and done, McCain won 47 percent of the vote, Romney and Huckabee both won a touch more than 20 percent, and Giuliani…won just 3 percent!

 

So the final 2008 results did not correspond at all to the numbers from the summer of 2007. More broadly, the nomination process as we know it today has produced surprising nominees time and time again since it was first implemented some 39 years ago – George McGovern in 1972, Jimmy Carter in 1976, Bill Clinton in 1992, John Kerry in 2004, and John McCain in 2008. At this point in each cycle, nobody really saw any of these guys taking the top prize.

 


27
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:59link do post | comentar

 

Michele Bachmann anunciou hoje a sua candidatura à nomeação republicana no Iowa. Congressista pelo Minnesota desde 2007, Bachmann seria a candidata de sonho para Barack Obama enfrentar em 2012. Conhecida pela sua retórica inflamada, pelo exagero das suas palavras e inconsistência nas suas posições ideológicas, Bachmann suscita muitas dúvidas no establishment republicano e poucos a consideram como uma candidata viável. Mas não se pense que não pode fazer estragos e deixar uma marca nestas primárias. Tem uma forte presença mediática, tem vindo a melhorar as suas intervenções públicas (o debate do New Hampshire foi prova disso) e tem uma legião de seguidores a nível nacional que a colocam como uma das preferidas do tea party.No ciclo eleitoral de 2010 arrecadou mais de 13 milhões de dólares em doações individuais, tendo sido a congressista que mais dinheiro angariou nos 50 estados.

 

Com a cada vez mais que provável ausência de Sarah Palin da corrida eleitoral, Bachmann tem sérias hipóteses de vencer no Iowa e transformar-se no Mike Huckabee deste ciclo eleitoral. Quem deve estar a sonhar com este cenário é Mitt Romney, que já anunciou que não vai competir seriamente no Iowa. Motivos de preocupação com ascensão de Bachmann? O também candidato do Minnesota, Tim Pawlenty, que teima em não deslocar nas sondagens, ele que necessita de obter um excelente resultado no Iowa (1º ou 2º) para ter uma hipótese.

 

Por fim, há ainda um dado histórico que vai contra Michele Bachmann. Até ao momento o últimoPresidente a ser eleito directamente da Câmara dos Representantes foi James Garfield em 1880. E desde 1912, o ano em que alguns estados começaram a ter primárias para escolher os nomeados, mais de 30 membros do congresso candidataram-se à nomeação dos seus partidos. Nenhum obteve a nomeação. 


21
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 19:22link do post | comentar

Jon Hunstman, embaixador em Singapura da Administração George H. Bush, governador do Utah entre 2005 e 2009 e Embaixador na China entre 2009 e 2011 da Administração Obama, apresentou hoje a sua candidatura presidencial. Com apenas 51 anos e detentor deste currículo, Huntsman é um dos nomes mais fortes a apresentar-se na corrida, apesar das sondagens e das suas debilidades. Mórmon, como moderado nas questões sociais, colaborador da Administração Obama e desconhecido do grande público americano, são algumas das características que diminuem as suas possibilidades de vitória. Mas num campo tão diversificado como este, onde as pessoas procuram desesperadamente pelo candidato anti-Romney, Huntsman tem uma hipótese. 

 

No entanto, muitos questionam-se porque se fala tanto de Jon Huntsman e da viabilidade da sua candidatura, quando o seu nome não ultrapassa os dois por cento em todas as sondagens publicadas. Na verdade, além do breve currículo que apresentei, Huntsman é considerado um dos mais brilhantes políticos da sua geração. Nas últimas semanas tem reunido um leque de apoiantes poderosos, com muitos colaboradores e financiadores das últimas campanhas presidenciais de John McCain e George W. Bush. Apesar da oposição de muitas vozes do movimento (tea party, talk radio, media conservadores), a sua candidatura não está condenada ao fracasso. Em 2008, John McCain também era "detestado" por estes sectores e não foi por isso que deixou de ser o nomeado. E Mitt Romney, o frontrunner da corrida, também não está muito melhor classificado nessa liga conservadora. Se acredito que Jon Huntsman vai ser o nomeado? Não. Mas se fizer uma candidatura perfeita tem essa possibilidade, e mais, se deixar uma forte marca neste ciclo, fica desde já credenciado para  uma próxima eleição. 


17
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:12link do post | comentar

A equipa de Obama lançou este vídeo para explicar a sua estratégia de angariação de voluntários para a campanha de 2012. 


13
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 20:41link do post | comentar

Não que sejam uma surpresa, mas o efeito da morte de Osama Bin Laden na popularidade de Barack Obama terminou. Como se pode observar no gráfico do Real Clear Politics, Obama tem agora números semelhantes aos do inicio de Maio, antes da morte de Osama Bin Laden. Como defendi na altura, a operação que matou o antigo líder da Al-Qaeda foi um importante marco para a Presidência Obama, mas pouco efeito terá na sua reeleição, ou não. A economia, como quase sempre, ditará o destino do Presidente, e os últimos números não foram nada positivos.

 

*Darei aqui conta mensalmente da popularidade de Obama, um dos elementos mais relevantes a observar para 2012. Faltam 17 meses para as eleições presidenciais


10
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 02:14link do post | comentar

Newt Gingrich é um tipo brilhante. Não há outra forma de o descrever. Mas todos os que acompanharam a sua carreira político sabem que dificilmente conseguiria ser um candidato presidencial credível. A sua indisciplina, a forma errática como actua e os seus erros do passado sempre pairaram sobre a sua campanha presidencial. Não sei como pode sobreviver a isto: hoje todos profissionais por ele contratados para a campanha demitiram-se em bloco. Se ele vai continuar? É provável. Mas se é verdade que aquilo que nasce torto nunca mais se endireita, então a missão Newt Gingrich 2012 terminou. 


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