Um comentário meu à Rádio Universitária do Minho sobre as eleições de hoje nos Estados Unidos.Â
Um comentário meu à Rádio Universitária do Minho sobre as eleições de hoje nos Estados Unidos.Â
No seguimento de um post meu de Abril, aconselho aqui uma boa peça do correspondente da Lusa em Nova Iorque, Paulo Dias Figueiredo, sobre o papel que o Twitter e Facebook estão a desempenhar nesta campanha eleitoral. Para esta notÃcia, o jornalista ouviu o Lee Rainie, director do prestigiado Pew Research Center.
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Em conversa há dias referi que se a eleição de 2008 foi sobretudo dominada pelo Facebook, esta campanha está a ser marcada pelo Twitter. Por vezes é verdadeiramente delicioso assistir aos "ataques" entre os spinners de ambas as campanhas, com destaque para David Axelrod e Eric Fernstrom. Nos Estados Unidos tudo é feito à s claras e com objectivos concretos. Não enganam ninguém e estão presentes na rede para favorecerem o seu "homem" ou o seu "lado". O objectivo no Twitter para os operacionais da polÃtica é sobretudo um: influenciar a arena mediática. E, diga-se, nesta campanha eleitoral alguns dos factos mais relevantes nasceram no Twitter ou tiveram lá a formulação da mensagem que depois foi repetida nos media. A agenda setting de uma campanha eleitoral, teoria investigada e desenvolvida pelo influente investigador Maxwell McCombs, passa hoje pelo Twitter. Não está a ser discutido no Twitter? Não existe mediaticamente e ninguém quer saber disso.
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Mais do que o número de followers que os candidatos têm, a começar por Obama, que tem cerca de 16 milhões e Mitt Romney, que tem muito menos, 570 mil, o mais importante é a capacidade de influência que as campanhas têm na rede. O Presidente tem muitos milhões de seguidores, mas, além de um bom número desses serem estrangeiros (e logo não votam), esta não é uma rede que assenta a sua importância na divulgação da mensagem pelas massas (uma função primordial do Facebook), mas sim pela capacidade de influenciar as elites polÃticas e jornalÃsticas, os principais utilizadores do Twitter. Também não são as contas dos polÃticos que são as mais relevantes (apesar de ser essencial a sua presença na rede e o desenvolvimento de conteúdos interessantes), mas fundamentalmente o poder do "exército" de cada um. É isso que determina o sucesso de uma campanha na rede.
Esta noite, depois das 23h20, estarei na Edição Internacional da Rádio Renascença a comentar as primárias republicanas e a campanha presidencial americana com o José Bastos e o Germano Almeida.Â
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Hoje, depois das 23 horas, vou estar na excelente companhia do Bernardo Pires de Lima e do José Bastos no programa "Edição Internacional", da Rádio Renascença. Os assuntos em discussão são as primárias republicanas e a actual situação no Irão. Posteriormente irei colocar aqui o podcast para o programa.Â
A convite do Henrique Raposo, hoje publico artigo na edição online do Expresso sobre as eleições presidenciais do próximo ano.
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Quando Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos, poucos anteveriam um mandato tão turbulento e difÃcil. Uma figura transformacional e carismática que parecia destinada a mudar para sempre a face da América e do Mundo, desfigurado no papel de um mero polÃtico em apuros. Mas, a um ano das eleições presidenciais, todos os sinais apontam para o sério risco de Obama ser um Presidente de um só mandato.O especialista eleitoral Nate Silver, do New York Times, afirmou recentemente que as suas hipóteses de vitória são de 50 por cento, e esta é uma das análises mais optimistas que tenho lido. Acossado por movimentos populistas à direita (Tea Party) e à esquerda (Occupy Wall Street), Obama parte para a campanha eleitoral com Ãndices negativos de popularidade e sem grandes motivos para alento, a acreditar em todas as previsões económicas.
Não costumo corrigir erros que por vezes leio na imprensa portuguesa. Mas há um em particular que me incomoda, pois é constante ver este erro em peças de jornalistas que escrevem sobre os Estados Unidos. O que demonstra algum desconhecimento sobre a realidade polÃtica americana. Nesta peça do jornal "i", a jornalista chama ao tea party o "partido ultraconservador" e diz que ainda que Michele Bachmann é a única candidata do tal "partido". Bem, o tea party não é um partido, como qualquer pessoa que acompanhe minimamente a polÃtica americana saberá, mas antes um movimento descentralizado e sem liderança efectiva, composta por diversas organizações não conectadas entre si. E depois, ainda existe o candidato Herman Cain, o negro que tem vindo a surpreender nas sondagens e que é considerado um dos favoritos do tea party. Dizer que Bachmann é a única candidata do movimento também não é verdade.Â
Ana Catarina Santos é jornalista da TSF e está nos Estados Unidos ao abrigo de uma bolsa do  German Marshall Fund of the United States. Através deste Diário Americano pretende registar esta sua estadia em solo americano. A seguir com atenção.Â
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Comportando-se cada vez mais como uma pop star e menos como uma polÃtica, Sarah Palin iniciou esta semana uma tournée pela Costa Leste dos Estados Unidos, com passagens importantes por diversos locais históricos e tendo como destino o importante estado de New Hamsphire. Não se sabe verdadeiramente o percurso de Palin (não foi anunciado) nem foi explicado qual o significado desta "bus tour", mas a especulação em redor de uma possÃvel candidatura presidencial tem vindo a ser alimentada pela própria nas últimas semanas.Â
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Uma coisa é verdade: se Palin se candidatar, o grande prejudicado será mesmo o Partido Republicano, que verá uma candidata com reduzidas hipóteses de vitória nas primárias a ocupar o palco principal do debate. A sua força mediática é incomparavelmente superior a todos os outros candidatos, e é provável que o "circo" que envolve todas as suas aparições públicas ofusque os restantes candidatos. Quando o Partido Republicano precisa de um sério debate entre os potenciais substitutos de Obama na presidência, Palin ameaça transformar esta campanha num verdadeiro espectáculo circense, onde o aparato e a forma substitui a discussão entre os candidatos. Â
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Sobre a sua aparição ontem no Memorial Day em Washington, que iniciou esta tour, deixo aqui esta reportagem da jornalista do Público, Kathleen Gomes.
O correspondente do Expresso nos Estados Unidos, Ricardo Lourenço, realizou uma entrevista em exclusivo ao antigo director da CIA entre 2006 e 2009. Um excelente relato de quem comandou o inicio da operação que culminou com a morte do lÃder da Al-Qaeda.Â
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Enquanto director da CIA, o senhor iniciou a operação que terminou no domingo com a execução de Osama Bin Laden. Pode descrever os primeiros passos dessa investigação?
Em 2007, o chefe da Unidade Bin Laden, o corpo de agentes especiais da CIA com a missão exclusiva de capturar ou executar o lÃder da Al-Qaeda, revelou-me que tinha começado a vigiar possÃveis elementos da rede de comunicações da Al-Qaeda, nomeadamente homens que Bin Laden usava como mensageiros. Definimos uma abordagem que eu poderia classificar como sendo uma abordagem indirecta ao alvo (Bin Laden). Em vez de irmos à sua procura e mais cedo ou mais tarde confrontá-lo, perseguimos a sua rede de comunicações. SabÃamos que ele continuava em contacto com as várias células da Al-Qaeda, mas que essa comunicação não era electrónica. Ela só podia estar a ser passada boca a boca. A decisão por esta pista foi muito difÃcil, quase um tiro no escuro. Tudo foi feito de uma forma muito lenta e cada etapa foi ultrapassada sempre de forma a não comprometer a etapa seguinte. Mas, pouco a pouco, reconstruÃmos a rede de comunicações de Bin Laden. TÃnhamos alguma informação que nos fora dada por vários elementos da Al-Qaeda capturados pelas forças americanas. Graças ao programa de interrogatórios da CIA, começámos a construir a investigação, partindo dessas informações. Costumo dizer que esta operação não foi construÃda peça por peça, nem sequer tijolo por tijolo; foi pedrinha por pedrinha. Foi este processo que nos permitiu detectar o homem de confiança de Osama Bin Laden, o tal kuwaitiano que servia de mensageiro ao lÃder da Al-Qaeda. A partir daà foi fácil descobrir a casa em Abottabbad e começar a preparar a operação.
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Rudy Giuliani esteve em Portugal esta semana e deu uma entrevista ao Diário Económico, onde avança que está a pensar em candidatar-se a Presidente em 2012. Penso que será a primeira vez que assume esta pretensão de forma tão clara. De resto, uma boa entrevista, dividida entre assuntos nacionais e americanos. (retirada do União de Facto)
Filho de emigrantes da freguesia de Alheira (Barcelos), Jack Martins, republicano, 43 anos, é o primeiro lusodescendente eleito para o Senado de Nova Iorque após dura disputa legal.
NotÃcia e foto Diário de NotÃcias.
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Se isto não é para ser anunciado...
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No Museu da Baleação, em New Bedford (Massachusetts), há uma lista dos marinheiros do baleeiro Acushnet, que partiu para os Mares do Sul, em 1841. Entre os nomes, os dos portugueses George Galvan e Joseph Luis, do Faial, e John Adams, de Cabo Verde, e o do americano Herman Melville. Nessa viagem, Melville aprendeu para escrever Moby Dick. Dos seus companheiros portugueses fica a grafia manhosa dos nomes, o que era comum: os dois primeiros assentos de baptismo católico em New Bedford são de John e Lucia, filhos de "Ennis Leeshandry", dislexia do sacristão perante um Inácio Alexandre. Apesar desses desencontros, New Bedford, que foi a capital mundial da baleia, foi também a mátria da emigração lusa na América. Os baleeiros com tripulação mÃnima fundeavam ao largo do Faial, da Madeira ou de São Vicente, os rapazolas metiam-se nos botes, subiam a amurada e entregavam-se a percorrer os mares na caça da baleia. O seu porto passava a ser New Bedford, dali escreviam cartas de chamada e a emigração para a América começou - por ironia, à custa de uma indústria fundada por português de outras origens, o judeu sefardita Aaron Lopez. Esse Museu da Baleação dedicado à primeira grande indústria americana só mostrava difusa memória portuguesa, como a lista do Acushnet. A partir da próxima sexta-feira vai ter, de forma permanente, uma galeria dedicada aos baleeiros portugueses.
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