30
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:36link do post | comentar | ver comentários (7)

Foto de Minneapolis

 

Romney e os seus aliados estão a fazer novos investimentos publicitários em estados que têm votado fielmente democrata nas últimas décadas. Nem falo do Wisconsin, porque depois da escolha de Paul Ryan, tem sido consistentemente considerado um swing-state. Nos últimos dias compraram espaços publicitários no Michigan, estado natal de Romney, na Pensilvânia (só Karl Rove depositou aqui dois milhões de dólares) e no Minnesota, um estado que deu a última vitória presidencial a um republicano em 1972, a Richard Nixon. Há duas interpretações e ambas parecem-me válidas. Romney considera que não tem seguro um caminho para a vitória, e procura desesperadamente alcançar uma vitória surpresa num destes estados, o que lhe poderia garantir a eleição. Por outro lado, e a exemplo do que sucedeu em 2008 quando Obama nos últimos dias despejou milhões de dólares no Indiana e Missouri, acabando por vencer no Indiana, algo que não sucedia com um democrata deste 1964, Romney tenta apanhar Obama desprevenido, pois tem aparecido nestes estados abaixo dos 50% nas sondagens. A equipa de Obama vai acenando para o primeiro cenário, mas ao mesmo tempo vai investindo milhões de dólares em anúncios nestes estados como reposta, e ainda hoje enviou Bill Clinton para Minneapolis (Minnesota) fazer campanha. Diria que os "verdadeiros" swing-states destas eleições permanecem os mesmos: Wisconsin, Ohio, Florida, Iowa, Colorado, New Hampshire, Nevada, Carolina do Norte, Virgínia e Florida. Mas no dia 6 de Novembro estarei também atento a estes três. 


25
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:30link do post | comentar | ver comentários (6)

Segundo uma sondagem da Gallup, 46% dos americanos considera que Mitt Romney venceu os debates, enquanto 44% atribui a vitória a Barack Obama. Para a Rasmussen, Romney, com 49% saiu vencedor, contra 41% de Obama. A diferença está na amostra: enquanto a Gallup sondou todos os americanos, a Rasmussen apenas questionou os prováveis eleitores, um número mais friendly para Romney. Os estudos de opinião nacionais continuam a dar vantagem para Romney: Gallup +3, Rasmussen +3,  ABC/ Washington Post +3 e Associated Press +2 - enquanto Obama lidera na IBD/TIPP +2. Nos swing-states, Obama mantem-se ligeiramente à frente. 

 

Colin Powel, antigo Secretário de Estado de George W. Bush, repetiu hoje o apoio que dera a Barack Obama em 2008. Por outro lado, no campo dos endorsements dos jornais, uma velha tradicão da imprensa americana, o Washinton Post repetiu o apoio dado a Obama em 2008, enquanto o influente Detroit News do Michigan apoiou Mitt Romney. Também este não é surpresa, pois já em 2008 tinha apoiado John McCain. O mesmo aconteceu com o New York Post, que se manteve na coluna republicana. De notar que até ao momento não houve grandes alterações em relação a 2008. Entre os grandes jornais que já declararam o seu endorsement, apenas destaque da passagem do Houston Cronicle e do Orlando Sentinel do campo de Obama para Mitt Romney. 

 

A equipa de Mitt Romney anunciou hoje que angariou na primeira metade do mês de Outubro 111 milhões de dólares e lançou um apelo aos seus apoiantes para contribuírem com mais dinheiro. Será que vão expandir o investimento publicitário a outros estados, como defendeu Karl Rove na semana passada? 


21
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:24link do post | comentar

2012 campaign cash: $1 billion vs. $1 billion

 

As duas campanhas já angariaram mais de dois mil milhões de dólares. E isto tudo sem colocarmos na mesa o dinheiro das Super Pacs, dos sindicatos ou dos grupos de interesse. Uma verdadeira revolução. 

 

Conclusão 1: ninguém vai perder por falta de dinheiro. A maior máquina de angariação de fundos da história da política norte-americana (Barack Obama) não conseguiu ultrapassar substancialmente a equipa de Mitt Romney. Os republicanos aprenderam bem a lição de 2008, quando John McCain, que manteve-se no sistema de financiamento público, foi pulverizado nos gastos de campanha. 

 

Conclusão 2: a decisão de Barack Obama em 2008 de abandonar o financiamento público na fase de eleições gerais mudou radicalmente o panorama na angariação de fundos. Há um antes e um depois de 2008. Aliado a esse facto, a decisão do Supremo Tribunal em 2009 Citizens United, permitindo o financiamento privado ilimitado através de Super Pacs, injectou ainda mais dinheiro nas campanhas presidenciais. 

 

Conclusão 3: será que é possível manter suster este avanço financeiro na política norte-americana? Pelo que tenho acompanhado na discussão pública, ninguém parece muito preocupado com estas enormes somas de dinheiro na vida política. A minha aposta é que nada vai mudar neste campo nos próximos tempos. Ou os políticos arranjam máquinas de angariação de fundos formidáveis ou nem precisam de pensar em se candidatarem a Presidente. Não haverá novos John McCains nos próximos tempos. 


10
Jul 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:14link do post | comentar | ver comentários (8)

Confesso que ainda há poucos meses pensava que isto não seria possível. Barack Obama, o angariador de dinheiro mais formidável da história da política americana está ser destronado. Nos dois últimos meses o Presidente foi ultrapassado por Mitt Romney, e em Junho a diferença foi bastante assinalável: 106 contra 71 milhões. Até ao momento a equipa de Obama já angariou bastante mais dinheiro, mas a sua estrutura de campanha é bem mais pesada. Se juntarmos as Super Pacs, que têm dado vantagem ao republicano, podemos estar perante uma campanha totalmente diferente de 2008, quando Obama teve bastante mais fundos do que John McCain. Não será por falta de competitividade financeira que algum candidato irá perder as eleições. 


16
Mai 12
publicado por Nuno Gouveia, às 16:43link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Na semana passada referi que Obama ia investir este mês 25 milhões de dólares em importantes swing states. Mitt Romney, com as contas da sua campanha depauperadas depois da época de primárias, e com muito menos dinheiro angariado do que Obama, tem estado fora das televisões. Mas, e como tenho repetidamente escrito por aqui, as Super Pacs vieram mudar tudo. Hoje a American Crossroads de Karl Rove anunciou que este mês irá igualar o investimento de 25 milhões de dólares de Obama em anúncios televisivos. Este já está a ser transmitido em 10 estados: Colorado, Flórida, Iowa, Michigan, Carolina do Norte, New Hampshire, Nevada, Ohio, Pensilvânia e Virgínia. Definitivamente este ano não vai acontecer o mesmo do que em 2008, quando Obama foi o verdadeiro "rei" das televisões. 


04
Mai 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:48link do post | comentar

 

Dia 10 de Maio George Clooney e Jeffrey Katzenberg, CEO da DreamWorks, vão organizar aquea que será provavelmente a maior sessão de angariação de fundos da história da política americana. Por cerca de 40 mil dólares, os convidados vão jantar com Barack Obama, contribuindo dessa forma para a campanha de reeleição do Presidente. Ao mesmo tempo, Obama tem vindo a recolher fundos de apoiantes, que ao doar habilitam-se a ganhar um de dois lugares que serão disponibilizados no meio de tantas celebridades de Hollywood. Os lugares disponíveis já estão todos vendidos. Esta operação irá render cerca de 12 milhões de dólares. É possível que Obama não consiga atingir a verba inicialmente almejada de mil milhões de dólares, mas dinheiro não lhe vai faltar para tentar manter-se na Casa Branca. 


21
Abr 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:27link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Karl Rove saiu da Casa Branca em 2007, e os democratas respiraram de alívio. O abandono do republicano mais temido da cena política foi uma vitória para os democratas. Mas essa conquista durou pouco tempo. No ciclo eleitoral de 2008, Rove esteve afastado da ribalta (a sua relação com McCain sempre foi péssima desde as primárias da Carolina do Sul em 2000), mas lentamente Rove foi recuperando a sua influência. Através das colunas no Wall Street Journal e comentários na Fox News, o "Arquitecto", voltou ao activo.

 

A decisão do Supremo Tribunal "Citizens United V. Federal Election Commission" de permitir doações ilimitadas às Super Pacs criou a oportunidade para Rove voltar à ribalta do Partido Republicano. Ainda nessa ano fundou, com a ajuda de Ed Gillespie, hoje conselheiro de Mitt Romney, a American Crossroads e a Crossroads GPS, duas organizações que investiram milhões de dólares em diversas corridas nas eleições intercalares de 2010. E se os eleitores das primárias republicanas tivessem ouvido Rove (casos de Delaware e Nevada), provavelmente teriam ganho mais lugares no Senado. Até ao momento a Crossroads já angariou mais de 100 milhões de dólares para este ciclo eleitoral e esperam chegar aos 300 milhões até Novembro. Quando a equipa de Barack Obama anunciou que esperava angariar mil milhões de dólares para a sua campanha de reeleição, muitos republicanos ficaram apreensivos pela possibilidade de se repetir o cenário de grande desvantagem financeira que McCain teve em 2008. Mas com as Super Pacs a entrarem em jogo, é expectável que os números venham a ser equilibrados. 

 

O renascimento de Rove como uma força dentro do Partido Republicano, se é que algum dia o deixou de ser, evidencia a sua grande capacidade para operar a este nível. Apesar de nunca se ter imiscuído directamente nestas primárias, Rove foi lançando umas farpas na Fox News aos adversários de Romney. Quando Rick Perry surgiu na frente das primárias, foi Rove quem avisou primeiro para a inconsistência política do governador do Texas. Newt Gingrich liderava as sondagens nacionais e Rove lançou sinas de alerta para os esqueletos do antigo Speaker. Pelos seus comentários, Rove nunca acreditou em Santorum e desde o inicio se percebia que o seu homem nestas eleições era Romney. Agora, o seu velho companheiro Ed Gillespie está a aconselhar o nomeado republicano e estou certo que servirá de ponte entre Rove e Romney. E com um livro de cheques quase ilimitado, é de esperar que a sua máquina de anúncios ataque forte nos swing-states.

 

Rove não é popular em lado algum. A sua popularidade na base republicana anda pelas ruas da amargura e os democratas desprezam-no. A grande diferença de Romney para outros "génios" da comunicação política americana, como James Carville, Dick Morris ou Joe Trippi, é que atingiu o estatuto de um dos líderes do Partido Republicano, e a sua capacidade de influência é inquestionável. Por muito que isso cause ódio à esquerda e inveja à direita.

 


07
Fev 12
publicado por Nuno Gouveia, às 19:16link do post | comentar

Os políticos são hipócritas. Faz parte da actividade. Quando surge uma situação indesejável, rapidamente assumem o que antes negavam. Barack Obama em 2008 acabou com o sistema de financiamento público das campanhas americanas quando optou por recorrer ao financiamento privado (nas eleições gerais), ao invés do que anteriormente tinha prometido. A razão foi simples: optando pelo sistema de financiamento público, tal como John McCain fez, Obama estaria limitado a gastos na ordem dos 85 milhões. Optando pelas contribuições privadas na campanha para as eleições gerais, Obama esmagou McCain nos gastos.

 

Passado quatro anos e temos uma nova realidade na política americana. Com a decisão do Supremo Tribunal em 2010 em acabar com o limite de contribuições individuais para as super pacs (organizações políticas independentes dos partidos e candidatos), estas ganharam uma relevância enorme na luta política. E se no ciclo de 2010 os republicanos aproveitaram estas organizações para equilibrarem (e em muitos estados superarem) os investimentos em relação aos democratas, nestas primárias estão a ter um papel ainda mais relevante e decisivo. A campanha de Mitt Romney tem aproveitado imenso a capacidade financeira destas Super Pacs, que têm recebido milhões de dólares de alguns apoiantes seus milionários. A sua função tem sido principalmente uma: atacar os adversários, especialmente Newt Gingrich. E para isso investiram milhões em campanhas negativas nos meios de comunicação social. Numa campanha onde se prevê que Barack Obama vá ter mil milhões de dólares à sua disposição, os republicanos contam com estas super pacs para poderem equiparar-se aos gastos milionários do Presidente. Mas Barack Obama, que até ao momento sempre criticou as super pacs e o seu papel nefasto na política (tal como o tinha feito anteriormente com o financiamento privado), deu ordens no ano passado para que um antigo colaborador, Bill Burton, organizasse uma super pac, a Priorities USA Action. Hoje veio a confirmação por parte da campanha de Obama que estão a pedir aos apoiantes para contribuírem para esta super pac. 


03
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 20:00link do post | comentar

Este gráfico do Buzzfeed mostra-nos que nem sempre o dinheiro conta em política. Rick Perry, que gastou 10 vezes mais do que Rick Santorum, está na cauda das sondagens. Mitt Romney, que há quatro anos, investiu 10 milhões de dólares no Iowa, desta vez fica-se por pouco mais de 4 milhões, e ainda assim, contando com o que ao sua Super Pac gastou (quase tudo com o objectivo de destruir Newt Gingrich).


19
Dez 11
publicado por Nuno Gouveia, às 17:01link do post | comentar

Na era da Internet, a televisão continua a ser o principal custo de uma campanha política americana. Recordo que em 2008 Obama angariou muito dinheiro na Internet, mas os principais beneficiados desses investimentos foram os meios de comunicação social tradicionais. Este ano o cenário não mudou muito. Chuck Todd, jornalista da NBC, dá conta do valor dos investimentos para esta semana só no Iowa, o principal local de combate nas próximas duas semanas. Mitt Romney lidera, sem surpresas, com perto de 1 milhão de dólares combinados entre a sua campanha e a Super Pac que o apoia, enquanto Rick Perry investiu mais de 600 mil dólares. Mais atrás surgem Rick Santorum com 100 mil dólares, Ron Paul com 63 mil e Newt Gingrich com apenas 21 mil dólares. 

 

Uma dúvida que tenho é se estes valores avultados que se investem em anúncios televisivos continuam a ter a mesma eficácia na era da Internet do que tinham na era televisiva. Em 2008, Barack Obama teve muito mais dinheiro ao seu dispôr do que os seus adversários (Clinton e McCain), e de facto, segundo as leituras que fiz, isso deu-lhe alguma vantagem em certos swing states. Mas olhando para estes valores, será que Romney e Perry, ao investirem tanto dinheiro, irão transformar a vantagem financeira em votos nos caucuses? Recordo que há quatro anos, um Mike Huckabee, que praticamente não investiu financeiramente no Iowa, derrotou Mitt Romney, que nesse ciclo eleitoral apostou tudo no Iowa, inclusive 10 milhões de dólares. 

 

PS: Entretanto, mais um republicano junta-se à campanha de Mitt Romney. O senador Mark Kirk, do Illinois, irá declarar hoje o seu apoio ao antigo governador do Massachusetts, e cada vez mais favorito a vencer a nomeação republicana. 

 


03
Dez 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:03link do post | comentar

 

Com a ascensão de Newt Gingrich nas sondagens em estados como o Iowa, Carolina do Sul ou Florida, o Washington Post notícia hoje que Mitt Romney está a preparar-se para uma longa batalha pela nomeação. Este ano, ao contrário de ciclos eleitorais anteriores, o sistema de "winner takes all" não irá vigorar nas primárias republicanas até ao dia 1 de Abril, o que significa que dificilmente alguém terá os delegados necessários até essa data. E aqui também reside a vantagem de Romney para uma longa campanha. Com os cofres cheios de dinheiro (ao contrário de Gingrich), Romney poderá montar uma campanha nacional para uma longa época de primárias. A resistência poderá ser a grande vantagem de Romney em relação a Gingrich.


20
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:14link do post | comentar

 

Barack Obama continua a apostar em força na Internet na campanha de reeleição. Apesar de se encontrar muito frágil depois de três anos de governação, a poderosa máquina de campanha continua a dar sinais que pretende repetir o êxito digital de 2008. Hoje lançou um novo site dedicado à angariação de fundos, One Million Strong, isto dias depois de ter anunciado que neste ciclo eleitoral já recebeceu doações de mais de um milhão de americanos.

 

Este site serve para os utilizadores explorar os dados sobre os doadores. Neste site podemos encontrar informações diversas, como o número de doadores por estado, comparar estatísticas com o ciclo eleitoral de 2008 nesta altura e até saber em que dias da semana e a que horas a campanha recebeu das doações. Outra informação disponibilizada é a profissão dos doadores ou o primeiro nome das pessoas que doaram. Por exemplo, nenhum "Nuno" doou para a campanha de Obama, enquanto 11774 "Michael" já deram dinheiro à campanha. Por fim, também dá para verificar quais os valores que as pessoas deram, mostrando que mais de 98% das contribuições foram de menos de 250 dólares.

 

Este site serve dois objectivos específicos: em primeiro lugar, aumentar as contribuições dos apoiantes. Por outro, mostrar que apesar da queda de popularidade, a campanha de reeleição Obama-Biden continua a ser um movimento popular. O objectivo de angariar mil milhões de euros não virá essencialmente das doações online. Não por acaso, Obama não tem parado em sessões de angariaçao de fundos um pouco por toda a América com milionários. Mas uma boa parte desse dinheiro virá daqui. E até ao momento, as coisas até não estão a correr mal. 

 


13
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:45link do post | comentar

 

Nos últimos tempos Barack Obama não tem tido razões para sorrir perante os números que lhe vão sendo colocados à sua frente. Mas hoje a situação é diferente. Neste último trimestre, a equipa de candidatura de Obama angariou cerca de 70 milhões de dólares, sendo que 27,3 milhões desse valor refere-se ao angariado pelo Democratic National Commitee. Em termos de sondagens, a NBC/WJS oferece vantagem a Obama em relação a Cain, Perry e Romney, sendo que este é o que está mais próximo, apenas dois pontos percentuais atrás. Na sondagem da Time, Obama também surge à frente dos adversários, com Romney a ficar apenas a três pontos. Convém no entanto dizer que a popularidade do Presidente permanece no vermelho. 


13
Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 19:55link do post | comentar

Photo illustration: Everett Bogue; Photos: Getty Images, iStockphoto

 

A equipa de Barack Obama já anunciou que pretende angariar mil milhões de dólares para a sua reeleição. Os resultados deste primeiro trimestre foram bastante positivos, com valores a ultrapassar os oponentes republicanos juntos. A sua campanha anunciou que angariou 47 milhões de dólares nestes últimos três meses, que podem ser adicionados aos 38 milhões de dólares que o DNC angariou para a campanha presidencial. Esta é a maior soma que alguma vez um Presidente angariou no primeiro trimestre, colocando em evidência a vantagem que os incumbentes têm na angariação de fundos. Dos valores já conhecidos dos republicanos, Mitt Romney angariou cerca de 18 milhões de dólares, e Jon Huntsman, Ron Paul e Tim Pawlenty, cerca de 4 milhões cada. 

 


26
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 01:07link do post | comentar

 

Se a campanha de Obama pretende angariar mil milhões de dólares, não será por falta de dinheiro que os republicanos não vão conseguir competir. Este é o vídeo que o grupo de Karl Rove vai lançar nos próximos dias nos canais nacionais por cabo e nas televisões locais dos swing states do Colorado, Florida, Iowa, Missouri, Montana, Nebraska, North Carolina, New Mexico, Nevada e Virginia. Esta campanha vai alongar-se pelos próximos dois meses e custar cerca de 20 milhões de dólares. 


17
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:45link do post | comentar | ver comentários (2)

Mitt Romney fez ontem uma demonstração de força, ao angariar 10.3 milhões de dólares. Montando uma operação em Las Vegas com 800 voluntários a ligarem para potenciais apoiantes, Romney obteve mais dinheiro num dia do que, provavelmente, os seus adversários neste segundo trimestre. A candidatura vai avançando e, apesar dos problemas que subsistem devido à sua reforma da saúde no Massachusetts, ninguém duvide da sua capacidade para obter dinheiro e ser competitivo nestas primárias. E sabe-se que quem quiser ter uma real hipótese de derrotar Obama, vai ter de trabalhar muito neste campo. O presidente tem como alvo a angariação de mil milhões de dólares para o esforço de reeleição, o que será um recorde absoluto em eleições presidenciais. 


27
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 22:16link do post | comentar

Um valor recorde. São mais de 4 mil milhões de dólares que vão ser gastos neste ciclo eleitoral. Esta é a conclusão do Center For Responsible Politics, uma organização independente que investiga a utilização do dinheiro na vida política americana. Este valor ultrapassa em 1200 milhões o número investido em 2006. Uma das justificações que o grupo encontra é o número elevado de eleições competitivas, trazendo mais financiamento para o processo político. São valores impensáveis para a nossa realidade política, mas eu sou daqueles que defende que a democracia custa muito dinheiro. E apesar de poder apontar várias críticas ao processo de angariação, considero que na actual realidade política americana é impensável concorrer sem um bom suporte financeiro: seja da riqueza pessoal, da capacidade de angariação ou dos fundos do partido. Barack Obama que o diga, ele que é o mais fantástico angariador de fundos da história da política americana.



publicado por Nuno Gouveia, às 15:20link do post | comentar | ver comentários (2)

A ideia generalizada é que neste ciclo eleitoral, ao contrário de 2008, os republicanos estavam a gastar mais dinheiro. O Partido Democrata, através de Barack Obama e Joe Biden, espalharam a notícia que os grupos exteriores, como o Crossroads de Karl Rove, estavam a “massacrar” financeiramente os candidatos democratas. Mas na verdade, como reporta hoje o Politico, não é bem assim. Se os grupos de apoio ao Partido Republicano estão mais fortes, os órgãos oficiais do Partido Democrata ultrapassaram em muito as somas investidas pelos seus adversários. Mas é enganador confiar nestes números para contabilização eleitoral. Também em 2006 os republicanos, então com a maioria nas duas câmaras legislativas e detentores da Casa Branca, tiveram mais dinheiro na campanha eleitoral. Com os resultados que se conhecem.


14
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 10:45link do post | comentar

Karl Rove é uma figura incontornável da política americana da última década. E quem gosta de comunicação política não pode ficar indiferente àquele que é conhecido como o The Architect. O seu trabalho nas campanhas de Bush no Texas na década de 90, mas especialmente nas vitórias presidenciais de 2000 e 2004, colocaram-no hall of fame dos consultores políticos. Os Estados Unidos, sempre à frente neste campo, têm oferecido ao mundo alguns dos mais brilhantes estrategas políticos: Joe Napolitan, Mark Penn, Dick Morris, James Carville ou David Axelrod são alguns dos nomes.  Conhecidos como spin doctors, que não beneficiam de grande fama no público em geral, mas nenhum político os dispensa.

 

Karl Rove é um caso especial. Ao contrário da maior parte destes consultores, Rove acompanhou George W. Bush na Casa Branca, onde durante quase sete anos desempenhou o cargo de Conselheiro Especial. E não foram poucas as polémicas em que se envolveu, sendo que uma das maiores críticas que recebeu foi ter-se envolvido directamente em decisões de politica externa. Ainda recentemente David Axelrod esteve nos holofotes da imprensa pelo mesmo motivo. Mas Rove teve um problema bem maior durante os anos Bush: foi acusado pela justiça de estar envolvido na fuga de informação no caso Valerie Plame. Apesar de ter sido absolvido pela justiça, que acabou por condenar o assessor de Dick Cheney, Lewis "Scooter" Libby, a sua reputação sofreu bastantes danos. Na sua autobiografia, “Courage and Consequence”, nota-se a sua amargura por esse caso e as consequências que teve na sua vida durante alguns anos. Aliados a esses problemas, a sua fama lendária de spin doctor da Administração Bush ensombrou o seu futuro na política americana. Mas Rove saiu da Casa Branca em 2007, e desde então, tem vindo a cimentar a sua posição no lado republicano. Na campanha presidencial de 2008 esteve longe dos radares, mas com uma participação activa na imprensa, nomeadamente na Fox News e no Wall Street Journal, Rove recuperou novamente a aura de personalidade influente do Partido Republicano.

 

No actual ciclo eleitoral, haverá poucos indivíduos com mais peso do que Rove. Juntamente com Ed Gillespie, outro antigo colaborador de George W. Bush e antigo chairman do RNC, formou o grupo Crossroads. Uma organização que serve para combater outras semelhantes da esquerda, como a MoveOn ou a America Come Together. Estas organizações não são obrigadas a revelar os seus doadores e podem receber contribuições ilimitadas, ao contrário dos partidos e  dos políticos. Na última década os grandes beneficiados destes grupos foram os democratas, mas Rove sentiu que neste ciclo eleitoral era preciso dar a volta à situação. E aí está ele de volta aos holofotes, a ser um dos principais alvos dos democratas, nomeadamente do Presidente e dos seus assessores. E qual a razão? Esta noticia explica bem o porquê: o grupo de Karl Rove já arrecadou 56 milhões de dólares este ano, ultrapassando o objectivo inicial de 50M. Isto poderá fazer a diferença em muitas corridas, ainda por cima com a capacidade de Rove em analisar e seleccionar os candidatos com possibilidades de sucesso.


Além de actuar como importante apoio financeiro, Rove fez também escolhas políticas. As mais mediáticas e relevantes foram: apoiou logo no inicio Marco Rubio na Florida contra o favorito da altura, Charlie Crist; escolheu o derrotado Trey Grayson contra o vencedor Rand Paul, o preferido do tea party no Kentucky; e “massacrou” a escolha de Christine O´Donnell em detrimento de Mike Castle no Delaware. No entanto, tem injectado muito dinheiro em candidatos do tea party, como no Colorado, Nevada ou Kentucky. Não sei como Rove irá actuar nas primárias de 2012. Não voltará de certeza aos gabinetes das campanhas eleitorais, mas terá certamente uma palavra a dizer no processo. Rove está de regresso.


13
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 17:05link do post | comentar

Meg Whitman já gastou 140 milhões de dólares da sua fortuna pessoal na campanha para o governo da Califórnia, ultrapassando assim o anterior recorde milionário de 109 milhões que Michael Bloomberg investiu para ganhar as eleições para Mayor de Nova Iorque em 2009. A política nos Estados Unidos é indissociável do dinheiro. Os espaços televisivos, que constituem a maior fatia no investimento financeiro de uma campanha, são muito caros, e os candidatos precisam de estar no ar para convencer os eleitores. O que levará estes milionários a gastarem parte da sua fortuna na tentativa de serem eleitos para cargos de governo público?

 

Ninguém acredita que estes milionários vão para a política para ganhar dinheiro. Isso seria ridículo. E, diga-se, nenhum destes milionários precisam de conquistar notoriedade pública com estes cargos. Pelo menos estes exemplos que dei. O que motiva esta gente é um conjunto de ideais e sentimentos, nos quais se incluem a ambição de usufruir de poder, a vontade de servir a causa pública e o sentimento de, conquistada a fortuna, ganhar um lugar na história americana. A ambição domina o pensamento dos homens, e quem tem dinheiro pode sempre almejar chegar mais longe. Mas por outro lado percebo as críticas que são atiradas contra estes políticos. É indesmentível que ao gastarem estes milhões todos estão, em parte, a "comprar" a eleição com o seu dinheiro. Nenhum dos seus adversários, por muito dinheiro que angariem, conseguem competir financeiramente com eles. Jerry Brown na Califórnia, por exemplo, gastou apenas 1/10 do que Whitman já investiu. Mas isso não quer dizer que vá perder: neste momento está praticamente empatados nas sondagens, e temos vários exemplos do passado em que milionários foram derrotados.

 

No entanto esta não é uma questão que suscite muita polémica nos Estados Unidos. Os eleitores consideram, e a meu ver bem, que as pessoas são livres de gastar o seu próprio dinheiro onde desejam. E se o fazem na política, pelo menos estarão mais "livres" dos grupos de interesse que normalmente apoiam os políticos. Sejam empresas ou sindicatos. E depois, na hora de escolher, tanto podem votar neles ou não. Ainda nestas primárias um milionário foi derrotado nas primárias democratas na Florida, apesar de ter investido milhões de dólares na campanha.


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