12
Nov 12
publicado por Nuno Gouveia, às 21:43link do post | comentar | ver comentários (7)

O general que George W. Bush foi buscar para ganhar a guerra do Iraque, e que depois foi aproveitado por Obama para comandar a intervenção no Afeganistão, e que actualmente dirigia a CIA, demitiu-se na semana passada. A sua demissão caiu como uma bomba em Washington, principalmente devido ao motivo invocado: um caso com uma das suas biógrafas. Será isto o suficiente para derrubar um homem poderoso como Petraeus? Mesmo sabendo que o seu nome, juntamente com a da sua amante, estava envolvido numa investigação do FBI? Possivelmente será. Como ficarão as ambições políticas do general após este caso? É verdade que esta demissão, ainda com poucas explicações, ainda será tema para algumas semanas, mas sabemos que Petraeus poderá sobreviver a um caso deste género. A menos que haja algo mais do que uma traição à sua esposa.


21
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 12:40link do post | comentar | ver comentários (19)

Todd Akin era até Domingo passado um desconhecido candidato republicano ao senado pelo estado do Missouri, e com boas hipóteses de vitória contra a actual senadora Claire McCaskill. Tudo mudou depois de uma entrevista desastrada a um canal local, onde afirmou que as mulheres que sofrem violações legítimas (?) raramente engravidam. Uma frase impossível de explicar que gerou, como seria de esperar, reacções de ambos os partidos. A questão é simples: se Todd Akin não se afastar da corrida, McCaskill será reeleita, colocando a maioria no Senado bem mais difícil para os republicanos, e poderá colocar ainda o Missouri ao alcance de Barack Obama, que o perdeu em 2008 contra John McCain, e que, apesar de algumas sondagens indicarem uma vantagem curta de Mitt Romney, ninguém acredita que não cairia para a coluna republicana este ano. Os riscos são grandes, e, talvez por isso, as reacções mais veementes não foram de democratas. Houve críticas é certo, mas sem dúvida que é do seu interesse que Akin não se retire. 

 

A Super Pac de Karl Rove, Crossroads, anunciou que deixaria de investir no Missouri, o senador John Cornyn, responsável pelas campanhas senatoriais do GOP, disse que não iria apoiar financeiramente Akin na sua campanha, vários senadores, como Ron Johnson ou Scott Brown apelaram ao afastamento de Akin. O Tea Party Express, Sean Hannity da Fox News e a National Review em editorial fizeram o mesmo. Por fim, Mitt Romney condenou as palavras de Akin e sugeriu que este deverá afastar-se da corrida. Nos bastidores a pressão sobre Akin deverá ser ainda maior. Ao contrário do que sucedeu em 2010, quando perderam lugares no senado que deveriam ter ganho, como no Nevada com Sharon Angle e no Delaware com Christine O'Donnell, os republicanos desta vez tomaram uma posição. Um silêncio que pagaram caro em 2010 e que não querer repetir. Se Todd Akin não se retirar, será considerado um pária no partido, mas irá prejudicar a “marca” GOP no Missouri. Um caso a seguir com atenção nas próximas horas. 

 

Adenda (22.08.2012): Apesar do actual senador do Missouri, Roy Blunt, e de quatro antigos senadores, de um telefonema de Paul Ryan e de um apelo formal de Mitt Romney, Akin não desistiu ainda da candidatura. Será ainda possível ser substituído até ao dia 25 de Setembro. Este assunto deverá submergir nos próximos dias, mas é de esperar que a pressão para que ele desista continue. Hoje numa entrevista, o agora candidato pária do Partido Republicano deixou uma porta aberta à desistência. 


19
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 00:13link do post | comentar | ver comentários (2)

 

O debate desta semana (que não vi) correu de feição a Newt Gingrich, pelo que li na imprensa americana. Essa prestação, aliada a uma menos conseguida de Mitt Romney, que está a ser atacado por diversas frentes para divulgar publicamente as suas declarações fiscais, parece ter injectado um novo folego na campanha de Gingrich. Neste momento as sondagens indicam uma ligeira recuperação do antigo Speaker na Carolina do Sul, eleições essas que se realizam já no próximo sábado. Não sei se irá a tempo de vencer, mas pode fazer com que Gingrich fique num segundo lugar próximo de Romney que lhe possibilite continuar nas primárias para a Florida. 

 

PS: O Drudge Report está a anunciar que Marianne Gingrich, antiga esposa do republicano, deu esta semana uma entrevista à ABC News que poderá ser bombástica. Anteriormente, Marianne tinha dito que poderia acabar com a carreira de Gingrich num só entrevista. Ela foi a segunda esposa do candidato, que viu o seu casamento terminado quando o speaker a traiu com a actua mulher. Matt Drudge explica que há neste momento uma grande divisão na ABC se devem colocar no ar a entrevista antes das primárias da Carolina do Sul. A acompanhar este desenvolvimento. 


23
Dez 11
publicado por Nuno Gouveia, às 17:37link do post | comentar

 

Era inevitável. Depois da subida de Ron Paul nas sondagens no Iowa, a atenção mediática virou-se para ele. E por enquanto, ainda são poucos os adversários que o têm atacado. Mitt Romney simplesmente ignora-o (dá-lhe muito jeito esta subida de Paul), Rick Perry e Newt Gingrich têm dedicado mais tempo a Romney e apenas Bachmann e Santorum têm falado mais de Ron Paul. Mas os media começaram agora um escrutínio ao passado de Ron Paul, nomeadamente sobre umas infames newsletters racistas enviadas na década de 90 em nome do candidato libertário. O assunto não é novo, mas agora que Paul tem hipótese de vencer os caucuses do Iowa, é esperado que temas destes, bem como posições mais afastadas do mainstream sejam exploradas pelos media. E na verdade, como diz Charles Krauthammer neste comentário, Ron Paul não tem reagido bem a este escrutínio público. Durante uma entrevista na CNN com Gloria Borger, Paul cometeu o "pecado" de deixar a comentadora a falar sozinha. Mas esta questão será suficiente para o abater no Iowa? Com a máquina que tem no terreno, e com a divisão do eleitorado tradicional do Partido Republicano por vários candidatos, Paul pode mesmo conseguir vencer com pouco mais de 20 por cento. E aí sim, os ataques à sua campanha começariam a sério, vindos de todos os lados. Até lá, acredito que Paul irá conseguir sobreviver. 

 

Algumas notícias negativas para a campanha de Ron Paul:


In ad for newsletter, Ron Paul forecast "race war", Reuters;

TNR Exclusive: A Collection of Ron Paul’s Most Incendiary Newsletters, The New Republic;

The Company Ron Paul Keeps, Weekly Standard;

Mark Steyn on Ron Paul’s worldview: ‘Sheer stupid, half-witted parochialism, Daily Caller.


03
Dez 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:57link do post | comentar

 

Foi sem grande surpresa que esta tarde Herman Cain anunciou a sua retirada oficial da corrida à nomeação republicana. Depois de vários escândalos e gaffes que afectaram a sua credibilidade pessoal e política, este era apontado como o caminho mais provável. No entanto, na hora de despedida desta campanha, Cain afirmou que em breve irá declarar apoio a um candidato. Apesar da queda nas sondagens, Cain ainda detêm um considerável leque de apoio na base republicana, e o seu endorsement poderá ter algum significado. Em 2008, ainda um desconhecido da política, declarou o apoio a Mitt Romney, mas depois desta campanha, o favorito a ser contemplado é Newt Gingrich, que poderá assim obter mais um importante trunfo para a sua campanha.


Nume breve nota histórica, Herman Cain junta o seu nome à longa lista de políticos como Gary Hart, Bill Clinton, John Edwards ou Eliot Spitzer que estiveram envolvidos em escândalos sexuais. Curiosamente, ou talvez não, poucos sobreviveram a estes escândalos de uma forma tão positiva como Bill Clinton, que saiu da Casa Branca com uma taxa de aprovação elevada, apesar do caso de Monica Lewinski.


29
Nov 11
publicado por Nuno Gouveia, às 20:53link do post | comentar

 

Herman Cain começou esta campanha na Primavera como uma estrela de alguns agrupamentos do Tea Party, mas pouca gente na América e até no Partido Republicano o conheceria. Lentamente começou a dar nas vistas nos debates, em algumas entrevistas e aparições públicas, e de repente passou a liderar as sondagens nacionais. Ainda há pouco mais de um mês Herman Cain era o frontrunner republicano. Mas com a ascensão à liderança veio o escrutínio público. E as perguntas incómodas. E as gaffes. E os escândalos. E por fim, a queda abrupta e o término da sua candidadura. Esta semana, veio a público mais uma senhora que alega ter mantido um caso com o Cain durante 13 anos. E agora leio numa notícia que Cain estará a pensar em desistir formalmente da candidadura à nomeação. Não que vá fazer grande diferença. Nesta altura, Cain já deixou de ser um player nesta corrida eleitoral, e a sua manutênção apenas irá servir para o tornar ainda mais irrelevante. Talvez uma desistência seja mesmo o melhor caminho para ele. Mas muito mais haverá a dizer da ascensão e queda de Herman Cain nestas primárias. Numa próxima oportunidade. 


14
Nov 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:12link do post | comentar | ver comentários (1)

Depois de prestações menos felizes nos últimos debates, e sobretudo depois das acusações de assédio sexual, a sua campanha já estava ligada às máquinas. Hoje surge este vídeo, de uma entrevista dada ao Milwaukee Journal-Sentinel, onde Cain demonstrou mais uma vez a sua ignorância sobre temas fundamentais da política externa americana. Este vídeo, se ganhar tracção nos media, irá acabar com o que resta da campanha de Cain. A seguir perspectiva-se uma luta Romney/Gingrich. Com Huntsman à espreita no New Hampshire. 


08
Nov 11
publicado por Nuno Gouveia, às 14:35link do post | comentar | ver comentários (3)

Sharon Bialek, a mulher que ontem acusou Herman Cain de em 1997 lhe ter proposto um emprego em troca de sexo. 

 

Nunca acreditei muito na possibilidade de Herman Cain ser o nomeado republicano. Pelo que já ouvi dele e pela sua falta de experiência política, poderia ser um verdadeiro desastre numas eleições gerais. Mas sempre acreditei que poderia ter uma hipótese de representar o papel de Mike Huckabee há quatro anos, quando venceu o caucus do Iowa e representou a alternativa conservadora a John Mccain. Mas depois destas duas semanas desastrosas, que culminaram ontem com um testemunho de uma quarta alegada vítima de assédio sexual, parece-me que a aventura presidencial de Cain está terminada. Sendo o seu núcleo duro de apoiantes constituido pela direita religiosa e pelo tea party, duvido que estes deixem escapar Cain incólume. Como se diz no Des Moines Register

 

O próximo passo é adivinhar qual será o próximo candidato a encarnar o papel de anti-Romney, que segundo algumas sondagens indicam, poderá ser Newt Gingrich. Mas como ontem li de um republicano, em jeito de piada, então os republicanos vão deixar de apoiar Cain pelo assédio sexual para apoiar o infiel Gingrich? Nunca se sabe, nunca se sabe. 


31
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:37link do post | comentar

Hoje foi o dia de Herman Cain. Talvez não pelas razões que gostaria, mas o candidato republicano hoje esteve em todo o lado na imprensa americana. Só para dar um exemplo, hoje o The Page, do analista da Time Mark Halperin, dedicou 11 peças ao caso. Na Fox News, no Special Report de Brett Baier o caso mereceu tratamento de primeira linha, com uma análise muito dura de Britt Humme. Se na Fox o caso foi analisado desta forma, imagino nas outras. No entanto, não se pense que Cain está condenado. Ou algo parecido. Nestas primeiras horas vários conservadores têm saído em defesa dele, e este caso, se não tiver grandes desenvolvimentos, até pode servir para Cain consolidar a sua base de apoio. 


publicado por Nuno Gouveia, às 13:28link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Uma boa campanha presidencial americana tem de ter um escândalo sexual. Ou pelo menos uma ameaça de escândalo. Ontem Herman Cain saltou para o topo da agenda mediática com uma notícia do Politico. O caso resume-se rapidamente. Durante a década de 90, quando Cain foi presidente da associação nacional de restauração, duas mulheres teriam-no acusado de assédio sexual. O incidente viria a não ter implicações legais, mas a acusação parece que terá existido. 

 

Ainda é cedo para dizer as implicações que esta notícia pode ter na candidatura de Herman Cain. Analisando a história, já tivemos exemplos de tudo. Desde campanhas a desabar (Gary Hart em 1988),  escândalos que não afectaram a credibilidade do candidato (Bill Clinton em 1992) ou até casos que foram considerados irrelevantes e menores (em 2008 John McCain). Este tipo de casos, se não surgirem mais revelações, como outro tipo de acusações ou até com as supostas vítimas a falarem em público, normalmente acabam por morrer sem causarem impacto na campanha. Mas se nos próximos tempos aparecerem mais notícias incriminatórias para Cain, e não esquecer que a sua base de apoio neste momento é sobretudo a direita religiosa, a sua candidatura poderá ser seriamente afectada. 

 

O interessante deste tipo de noticias é saber qual a sua origem. Sabendo que todos os candidatos têm equipas de investigação a vasculhar todos os pormenores da vida dos adversários, é perfeitamente possível que a verdadeira fonte desta notícia tenha sido um dos candidatos republicanos. Entrando no campo da especulação, não será difícil verificar quem teria interesse em lançar cá para fora este tipo de notícia. Talvez algum candidato que procura desesperadamente recuperar o apoio dos sectores mais conservadores. No próximo debate vou estar atento para ver quem será o candidato que irá receber pior tratamento de Herman Cain. 


15
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 13:00link do post | comentar

 

Nos primeiros dois anos da Administração Obama, os "empregos verdes" foram uma constante da retórica da Casa Branca. Infelizmente para a economia americana, não houve um "boom" no emprego na area da energia, e muitos desses projectos foram abandonados. Obama percebeu a mensagem e deixou de falar nisso nos seus discursos sobre o combate ao desemprego. Mas esta semana surgiram notícias de um potencial escândalo que pode assombrar a Casa Branca. 

 

Através do plano de estimulo à economia aprovado em 2009, a Administração Obama cedeu à Solyndra, uma empresa de energia solar californiana, uma garantia de empréstimo no valor de 500 milhões de dólares para a construção de uma fábrica de painéis solares. Mas a empresa entrou em falência este mês, despedindo mais de mil trabalhadores no inicio deste mês. Mas os problemas para Obama não se resumem a terem financiado uma empresa falida, pois alguns dizem que já em 2009 a empresa apresentava debilidades financeiras. Nos últimos dias surgiram notícias que o Vice-Presidente Joe Biden teria-se envolvido directamente nas negociações, e teria apressado o empréstimo para a empresa. Já está em acção uma investigação no Congresso, e será de prever mais problemas para Obama. 


06
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:12link do post | comentar

 

James Hoffa, filho do lendário sindicalista com o mesmo nome  e conhecido pelas suas ligações ao mundo do crime, emergiu esta semana como um dos autores de uma das frases mais polémicas do ano. Num evento em que o Presidente Obama discursaria mais tarde, Hoffa, que lidera actualmente os Teamsters, o poderoso sindicado dos camionistas, atacou de forma frontal os republicanos e o tea party. Mas este tipo de ataques apenas fragiliza o Presidente, que no inicio do ano, depois do ataque à congressista do Arizona Gabrielle Giffords, apelou à civilidade no discurso político. Esta linguagem de Hoffa, que ainda não foi criticada por Obama, segue-se aos epítetos de terroristas e bárbaros de Joe Biden dirigidos ao tea party. Assim Obama perde toda a legitimidade moral para criticar a linguagem dos adversários.


16
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 17:04link do post | comentar

Anthony Weiner deverá anunciar hoje a sua demissão do Congresso. Para finalizar esta temática, deixo aqui algumas piadas recolhidas pelo Político sobre o caso. 


14
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 00:01link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Anthony Weiner, até há bem pouco tempo uma das vozes mais populares da esquerda do Partido Democrata e favorito as eleições para Mayor de Nova Iorque em 2013, caiu em desgraça. Depois do escândalo que relatei aqui, as coisas pioraram muito para o congressista. Acusações de sociopata, mentiroso compulsivo e pedidos de demissão por parte de toda a liderança democrata. Depois de Nancy Pelosi, da chairwoman do DNC, Debbie Wasserman Schultz, hoje foi a vez do próprio Barack Obama pedir o seu afastamento. Num movimento muito particular em escândalos nos Estados Unidos, Weiner disse que ia pedir uma licença sem vencimento e "tratar" do seu problema com a ajuda de profissionais.

 

No entanto, a sua carreira política terminou. Pelo menos nos próximos anos. Mesmo que aguente até ao final do mandato e não se demita (improvável depois dos pedidos de demissão), o seu distrito irá desaparecer do mapa eleitoral. Nova Iorque perdeu dois congressistas e a legislatura estadual estava a estudar quais os dois que iria "apagar", sendo que havia o consenso que seria um democrata e um republicano. Sobre o distrito democrata a desaparecer, já não existem dúvidas. 

 

Este escândalo prejudicou o momento político para os Democratas. O partido nas últimas semanas tinha vindo a dominar o debate, com as acusações aos republicanos sobre plano de Paul Ryan. Mas tudo mudou com Weiner, agravado pelas más notícias da economia na semana passada. Além de ser uma distracção, permite que os republicanos mantenham-se na ofensiva na economia e os democratas, presos ao "caso Weiner", sem possibilidades de defesa. 


07
Jun 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:37link do post | comentar

A política americana está suspensa por estes dias devido ao "escândalo político que rebentou nesta última semana. O congressista democrata Anthony Weiner (ainda por cima com este nome), apontado como futuro candidato à Mayor de Nova Iorque, foi apanhado a enviar fotos comprometedoras no... Twitter. Depois de inicialmente ter negado que era o autor da foto enviada publicamente a uma estudante universitária e que a sua conta tinha sofrito um ataque "pirata", hoje assumiu a sua "culpa". Ainda por cima, passou a última semana a dar entrevistas patéticas, dizendo até que não sabia se a fotografia era sua ou não. O congressista é casado, e como um mal nunca vem só, foram revelados mais casos de mensagens e fotos intimas que enviou a outras mulheres nos últimos tempos. Como podem imaginar, quem anda deliciado com isto são os humoristas. Aqui fica o contributo de Stephen Colbert. 

 

Publicado originalmente no Cachimbo de Magrit

02
Ago 10
publicado por Nuno Gouveia, às 22:50link do post | comentar

A menos de três meses das eleições intercalares, e numa altura em que as sondagens mostram uma clara tendência favorável ao Partido Republicano, dois congressistas democratas enfrentam problemas legais na Comissão de Ética da Câmara dos Representantes.

 

O caso mais mediático atinge o congressista de Nova Iorque, Charlie Rangel, que está em Washington desde 1971. Na semana passada foi acusado pela Comissão de Ética de 13 ofensas, num caso que poderá ter uma espécie de julgamento público a partir de Setembro na Câmara dos Representantes. As pressões têm sido enormes para que abdique, e o próprio Presidente Obama já defendeu que deveriam ser consideradas condições para Rangel terminar a sua carreira de forma digna. Além disso, vários foram os democratas que já apelaram à sua demissão. A congressista Maxine Waters, da Califórnia, também foi acusada formalmente de violar as regras ao interferir num caso em que o seu marido estava envolvido.

 

Estes dois casos surgem na pior altura para o Partido Democrata. Em 2006,  e apesar da impopularidade da guerra  do Iraque, e também da resposta ao furacão Katrina, foram precisamente vários escândalos que afectaram vários congressistas republicanos que mais contribuíram para a derrota do GOP.  Daí a preocupação aumentar nas hostes democratas. Com a economia em má forma e a popularidade de Barack Obama nos níveis mais baixos desde o inicio do mandato, estes casos mediáticos ensombram ainda mais as perspectivas para Novembro.


30
Mai 10
publicado por Nuno Gouveia, às 18:46link do post | comentar | ver comentários (4)

Novos desenvolvimentos surgiram depois deste post. A Casa Branca divulgou no final desta semana que foi Bill Clinton quem conversou com Joe Sestak e o tentou convencer a desistir da nomeação democrata. E que esse lugar oferecido na Administração não seria "pago". Sendo verdade esta informação, poderá "esvaziar" um pouco a polémica. Por um lado, ao envolver o nome do antigo Presidente Clinton, retira pressão à Casa Branca. Por outro, a oferta de um lugar que não seria remunerado torna mais díficil a constituição de um caso que configure um crime. Mas o Partido Republicano continua a exigir uma investigação federal sobre este caso. A minha convicção é que este caso não irá desaparecer da arena mediática tão cedo.


Este tipo de situações não é particularmente nova na política americana, e já vários políticos foram apanhados em situações do género. No entanto, e como recorda o Chicago Tribune neste editorial, a promessa de "new politics in Washington" de Barack Obama sofre mais um sério revés.


27
Mai 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:44link do post | comentar | ver comentários (8)

O caso até nem é novo, mas ameaça tornar-se num verdadeiro embaraço para a Administração Obama. Admito a minha surpresa por nenhum órgão de comunicação social português ter feito referência a este assunto, que pode tornar-se num "Plame affair" de Barack Obama.


A notícia surgiu durante a campanha para as primárias democratas da Pennsylvania para o Senado, onde Joe Sestak enfrentou e derrotou o senador Arlen Specter, o preferido de Barack Obama e do establishment democrata. Sestak acusou a Administração de lhe ter proposto um cargo no governo em troca da sua desistência em favor de Specter. Isto pode configurar crime de corrupção e suborno, e talvez por isso, este caso já está sob ameaça de investigação no congresso. Vários republicanos têm apelado a um total esclarecimento desta situação, que pode tornar-se muito incómoda para Obama. Até ao momento tanto a Casa Branca como Joe Sestak têm mantido um silêncio que está a tornar-se ensurdecedor. O candidato ao senado tem-se limitado a manter a declaração, sem no entanto dizer quem lhe fez a proposta ou que cargo lhe ofereceram. Robert Gibbs, secretário da imprensa, apenas referiu que os advogados da Casa Branca observaram as conversações com Sestak e concluíram que nada de inapropriado aconteceu. Muito pouco, quando parece óbvio que oferecer um cargo em troca da desistência de uma candidatura é crime.


Quando pela primeira vez este caso surgiu na imprensa, revelado pelo próprio Sestak, fiquei surpreendido pelos republicanos não terem pegado logo nisto: mas agora percebo melhor a estratégia encetada. Primeiro deixaram que as primárias democratas tivessem lugar, para agora atacarem a Administração pelo seu envolvimento neste assunto, e o próprio Sestak, que está numa luta renhida com o republicano Pat Toomey.


20
Mai 10
publicado por Nuno Gouveia, às 19:51link do post | comentar | ver comentários (19)

Depois de uma terça-feira animada na política norte-americana, os dias seguintes não lhe ficaram atrás. E os protagonistas continuam a ser os mesmos. Presumo que não vamos ter muitos períodos mortos até 2012. Se até Novembro teremos as intercalares, logo depois começará a febre dos candidatos republicanos e a longa campanha para as presidenciais. Mas até Novembro temos dezenas de campanhas interessantes para seguir.


As sondagens da Pennsylvania e Kentucky não podiam ser mais favoráveis para os grandes vencedores de terça-feira. Joe Sestak, depois de meses a aparecer atrás de Pat Toomey, surge com uma vantagem de 4 por cento. É a esperada subida depois da vitória contra Arlen Specter. Mais surpreendente é a vantagem de 25 pontos que Rand Paul tem sobre Jack Conway, quando no último estudo apenas tinha mais um por cento que Conway.


Mas Rand Paul tem poucos motivos para sorrir. Quem acompanha a vida política norte-americana sabe que os libertários têm posições consideradas muito afastadas do mainstream político em algumas matérias. Paul não igual ao seu pai e até terá posições mais moderadas em determinados assuntos. Sem isso não teria obtido o apoio de algumas figuras de peso do GOP como Sarah Palin ou até Jim DeMint. Mas os últimos dois dias têm sido dominados pela sua posição ambígua sobre a lei dos direitos civis na década de 60. Paul manifestou algumas dúvidas sobre um aspecto da lei, que obrigava os estabelecimentos privados a não segregarem pessoas em função da sua cor. A lógica da sua defesa é que o Estado Federal não deve legislar sobre espaços privados (quem tiver interesse em observar a posição de Paul pode ver esta entrevista que deu a Rachel Maddow ontem à noite). Apesar das suas declarações que estaria ao lado de Martin Luther King nessa luta pelos direitos civis e contra o racismo institucional, Rand Paul não foi claro se votaria favoravelmente a lei se estivesse no Congresso na década de 60. Hoje Paul já clarificou que votaria a favor da lei, mas não sei se irá conseguir apagar a polémica. O próprio Jim DeMint já reprovou estas ideias de Rand Paul, e este assunto promete dar que falar nesta campanha do Kentucky.


Entretanto, Richard Blumenthal, candidato democrata ao senado pelo Conecticut, continua sob fogo devido às mentiras sobre o seu passado de veterano. A primeira sondagem publicada depois do escândalo indica muitos sinais de preocupação. Depois de vantagens de 30 pontos sobre os seus adversários, agora surge apenas com três pontos a mais do que Linda McMahon, a favorita republicana neste momento. E os media já descobriram pelo menos cinco vezes diferentes onde Blumenthal afirmou que tinha combatido no Vietname, quando na verdade nunca lá esteve devido aos seus pedidos de adiamento de incorporação. Não sei se irá conseguir sobreviver a este escândalo, mas este assunto não irá desaparecer da campanha tão cedo.


18
Mai 10
publicado por Nuno Gouveia, às 18:36link do post | comentar | ver comentários (7)

O congressista do Indiana Mark Souder (R) era conhecido pelas suas posições conservadoras. Esta semana soube-se que tinha mantido um caso extramatrimonial com uma assessora. O líder da minoria republicana, John Boehner apontou-lhe a porta da rua e ele demitiu-se. E o mais interessante desta história? Ano passado Souder tinha gravado um vídeo com a sua assessora sobre a abstinência sexual na adolescência. A vida política americana não está fácil para hipócritas.

 

Entretanto o candidato ao lugar de Chris Dodd no senado, o democrata Richard Blumenthal foi apanhado a mentir descaradamente aos eleitores. Segundo o New York Times, Blumenthal foi várias vezes afirmou que tinha estado no Vietname, quando na verdade não participou na guerra. Era considerado pelos analistas como o favorito a ganhar as eleições de Novembro no Connecticut. Nas últimas sondagens estava com uma vantagem confortável sobre os possíveis opositores republicanos. Mas não sei se irá conseguir sobreviver a esta mentira, principalmente por envolver um aspecto tão sensível com a vida militar.


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