Em ano de presidenciais, as eleições para o Senado e Câmara dos Representantes são sempre quase "esquecidas" pelos media, mas são quase tão importantes como saber qual o nome do ocupante da Casa Branca. A pouco mais de um mês das eleições, diria que neste momento existe ainda uma indefinição grande ao partido que vai controlar o poder legislativo. Se existe a convicção que os republicanos vão manter a maioria na câmara dos representantes (apesar de não ser nada certo), embora com perda de lugares, o mesmo não se passa no senado, onde existe ainda indefinição. Vejamos então como está a luta pelo senado.
Para os republicanos conquistarem a maioria, terão de conquistar quatro lugares aos democratas ou três, caso Mitt Romney seja eleito Presidente. Há em disputa 23 lugares actualmente ocupados por democratas e apenas 10 por republicanos. E estes números indicavam que seria bastante acessível para os republicanos roubarem a maioria. Mas uma série de erros na escolha de candidatos e escolhas muito pouco "sábias", a exemplo do que sucedeu em 2010 com alguns candidatos, as coisas ficaram bem mais complicadas. O maior exemplo foi no Missouri, onde era quase certo conquistarem o lugar, até emergir Todd Akin, que perdeu o apoio do establishment republicano e dificilmente será eleito. Outra má opção “eleitoral” foi no Indiana, onde Dick Lugar foi afastado, embora aqui haja a forte possibilidade de manterem o lugar.
Lugares seguros:
Democratas (13): Califórnia, Washington, Minnesota, Nova Iorque, Rhode Island, New Jersey, West Virgínia, Delaware, Maryland, Vermont, Havai, Pensilvânia, Maine (R)
Republicanos (7): Texas, Mississippi, Tennessee, Wyoming, Utah, Arizona, Nebraska (D).
Prováveis:
Democratas (4): Missouri, New Mexico, Ohio, Michigan
Republicanos (4): Indiana, Dakota do Norte (D), Montana (D), Nevada
Empates técnicos (4): Virgínia (D), Massachusetts (R), Wisconsin (D), Connecticut (D), Florida (D)
Neste aspecto, repare-se que os democratas roubam um lugar no Maine, com a vitória mais que certa de Angus King, um independente que se deverá juntar a eles, e no Nebraska, onde Deb Fischer deverá ser eleita senadora pelos republicanos. Depois os republicanos estão bem lançados para roubar dois lugares no Dakota do Norte e no Montana. Na coluna dos prováveis é bem possível que haja movimentações para empates técnicos, nomeadamente no Indiana, Montana, Nevada (R) e Missouri (D). Por incrível que pareça Todd Akin ainda não está completamente derrotado, apesar de ter perdido o apoio do Partido Republicano. Repare-se que uma boa parte destas eleições ainda não decididas discutem-se em swing-states e não é de descurar o papel do candidato a presidente nestas eleições, em estados como o Missouri, Ohio, Florida, Virgínia, Nevada e Wisconsin. Por outro lado, o facto de serem estados profundamente democratas (Massachusetts, Connecticut) ou republicanos (Indiana, Dacota do Norte, Montana) podem ajudar a decidir o desfecho da eleição em favor desses partidos. No entanto democratas parecem levar vantagem na manutenção da maioria, especialmente se Barack Obama for reeleito. Neste momento apontaria para um senado com 51-49 para o Partido Democrata. Mas, tal como há dois anos, chegamos perto das eleições e está tudo em aberto no Senado. Com a aparente vantagem que os republicanos levavam no número de lugares em disputa, isso não deixa de ser mau sinal para eles.