06
Set 12
publicado por José Gomes André, às 18:14link do post | comentar | ver comentários (3)


Enquanto aguardamos pelo discurso mais esperado na Convenção Democrata (o de Obama, esta noite), deixo-vos um resumo da entusiástica intervenção de Bill Clinton em Charlotte.

publicado por Alexandre Burmester, às 16:59link do post | comentar

Estou de acordo com Dick Morris, comentador conservador, mas antigo conselheiro de Bill Clinton, e ao qual o antigo presidente provavelmente deve o facto de ter sido reeleito quando Morris inventou a "triangulação" (aproveitar os pontos mais populares da agenda do adversário e fundi-los com a própria agenda). Pois bem, Morris diz que Bill Clinton, no seu discurso de ontem à noite, pareceu um bom advogado a defender um cliente culpado.

 

De facto, Clinton chegou ao ponto de defender o aumento brutal do deficit federal sob Obama, argumentando que a recuperação económica é longa e dura. Até o antigo presidente falar, todo os oradores da Convenção tinham evitado terreno tão movediço como o do deficit, antes procurando focar-se noutros aspectos da política e objectivos de Obama.

 

O discurso de Clinton foi também demasiado longo, o que é natural em tão narcisística personagem.

 

Para finalizar: mais uma vez, Morris, que conhece Clinton muito bem, disse que acha que Clinton votará secretamente em Mitt Romney. Não é que eu ache o antigo presidente incapaz de tal coisa, mas Morris também tem uma mente tortuosa!;-)


publicado por Alexandre Burmester, às 13:23link do post | comentar | ver comentários (1)

Como o Nuno Gouveia referiu no apontamento anterior, Deus regressou ontem à Convenção Nacional Democrática. Será que hoje vamos ter Maria Madalena?


05
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:28link do post | comentar | ver comentários (13)

 

Num regresso à década de 90, discursa hoje Bill Clinton, aquele que é o político vivo mais popular dos Estados Unidos. Apesar de não morrer de amores por Barack Obama, espera-se hoje uma forte intervenção de apoio ao Presidente. Esta é uma boa jogada dos democratas para tentar capitalizar a popularidade de Clinton. Antes irá discursar Elisabeth Warren, a candidata ao senado pelo Massachusetts, que tenta derrubar Scott Brown. 

 

PS: entretanto, nas cada vez mais irrelevantes plataformas políticas, hoje passou-se uma situação curiosa na Convenção Democrata. Ontem foi anunciado que a palavra Deus e Jerusalém como sendo capital de Israel tinha sido retirada da Plataforma. Cedendo às pressões, hoje Deus e Jerusalém voltaram a ser incluidas. 


04
Jun 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:16link do post | comentar | ver comentários (2)

O facto de Bill Clinton manter-se no activo da política, como o Alexandre Burmester referiu no post anterior, não o impede de envolver-se em polémicas. Especialmente com o seu partido. Barack Obama lançou há duas semanas um forte ataque ao passado de Mitt Romney como líder da Bain Capital, o que atraiu severas críticas por parte de alguns democratas mais ligados às empresas de capitais de risco. Esses ataques já não estavam a correr muito bem, mas parece-me que Bill Clinton terminou com essa ofensiva, ao elogiar o passado de empresário de Mitt Romney. Segundo o anterior presidente, e citando, the man who has been governor and had a sterling business career crosses the qualification threshold, elogiando ainda a Bain Capital pelo seu sucesso. Se não houver nada de novo nesta matéria, diria que Romney ultrapassou com distinção esta ofensiva, devendo agradecer por isso aos vários democratas, incluindo Clinton, que surgiram em sua defesa. 


publicado por Alexandre Burmester, às 17:23link do post | comentar | ver comentários (2)

 

 

Desolado e frustrado com os resultados das eleições "mid-term" de 1966, nas quais os republicanos tinham conseguido ganhos de monta em ambas as câmaras do Congresso, o Presidente Lyndon Johnson apodou a principal estrela republicana dessa campanha, o antigo Vice-Presidente Richard Nixon, de "chronic campaigner". E tinha uma certa razão: de facto, com uma carreira política que, na altura, já levava 20 anos, Richard Nixon parecia incapaz de se abster de uma campanha, mesmo que lhe não dissesse directamente respeito.

 

Que dizer então de Bill Clinton, um homem que parece incapaz de parar e realizar que o seu tempo de "político de campanha" já deveria ter terminado? Em 1966, Richard Nixon ainda tinha uma carreira política pela frente, mas, em 2012, Bill Clinton já teria normalmente assumido o papel de "elder satesman" que os antigos presidentes normalmente assumem (ver o contraste com os seus "colegas" ainda vivos, os dois Bush e Jimmy Carter). E, de facto, ainda há poucos dias se viu este ex-presidente a fazer campanha no Wisconsin pelo candidato democrático a Governador daquele estado Tom Barrett. Esta postura de Clinton pode granjear-lhe grandes simpatias nos meios democráticos, coisa de que, de facto, já não precisa, mas retira-lhe a tal aura de "elder statesman".  

 

 

 

Admito que o outro "chronic campaigner", Richard Nixon, se não tivesse tido de enfrentar a  travessia do deserto pós-Watergate, também se teria dedicado a mais umas campanhas após sair da Casa Branca. Mas, em vez disso, dedicou-se à escrita e ao cultivo da sua imagem de especialista em relações externas (ao todo, escreveu 11 livros, contando com "Six Crises", escrito ainda antes de ser presidente).

 

Penso que Bill Clinton teria um muito maior contributo a dar à politica americana se se decidisse a assumir o papel de "elder statesman", em vez de continuar a aparecer aos olhos do público essencialmente como uma figura partidária.

 

 

 

Fotos: Ao alto, retrato oficial do Presidente Clinton; a meio, Richard Nixon, "chronic campaigner"... em campanha. 


11
Mar 11
publicado por Nuno Gouveia, às 11:06link do post | comentar

Não é normal assistirmos a estas discordâncias em público. Depois de na Quarta-feira Hillary Clinton ter afirmado que uma zona de exclusão aérea não seria liderada pelos Estados Unidos, Bill Clinton defendeu ontem uma posição contrária. O 42º Presidente afirmou que se os líderes rebeldes pedirem ajuda, os Estados Unidos devem intervir. Clinton sabe do que fala. Durante o seu mandato ocorreram massacres no Ruanda e na antiga Jugoslávia, sem que a comunidade internacional tenha feito nada para os impedir. Finalmente, quando se preparava para suceder nova tragédia no Kosovo, uma coligação da NATO, liderada por Clinton e Blair, actuou contra o ditador Milosevic. Depois de vários republicanos terem exigido o mesmo, esta posição de Bill Clinton coloca ainda mais pressão sobre a Administração Obama.



12
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 13:00link do post | comentar | ver comentários (4)

 

Numa época em que tanto se tem falado da agressividade nas relações entre políticos, uma história de civilidade. São famosas as cartas que os Presidentes deixam para os seus sucessores na Sala Oval. Mas o seu conteúdo nunca é revelado ao grande público. George Stephanopoulos Tapper revela aqui a carta que George H. Bush deixou para Bill Clinton quando abandonou a Casa Branca. Mesmo depois de uma campanha bastante agressiva entre ambos, o Presidente Bush deixou esta mensagem:

 

January 20, 1993
Dear Bill,
When I walked into this office just now I felt the same sense of wonder and respect that I felt four years ago. I know you will feel that too.
I wish you great happiness here. I never felt the loneliness some Presidents have described.
There will be very tough times, made even more difficult by criticism you may not think is fair. I’m not a very good one to give advice; but just don’t let the critics discourage you or push you off course.
You will be our President when you read this note. I wish you well. I wish your family well.
Your success now is our country’s success. I am rooting hard for you.
Good luck –
George



09
Dez 10
publicado por Nuno Gouveia, às 14:07link do post | comentar

Barack Obama tem sido comparado a Bill Clinton em 1994, por ter-se movido para o centro, neste recente acordo dos "Bush Tax Cuts". Eu também aqui acenei com esse cenário. Mas há quem discorde dessa ideia, e talvez não estejam desprovidos de razão.

 

Dick Morriso, o arquitecto da triangulação de Bill Clinton, não é um analista imparcial nesta questão. Nos últimos anos, assumiu-se como uma voz conservadora no panorama mediático americano, e não é parte desinteressada na luta política. Como já disse anteriormente, não ficaria totalmente surpreendido se regressasse ao activo nesta próxima campanha presidencial, trabalhando ao lado de um candidato republicano. Mas o seu argumento tem alguma lógica. Segundo Morris, Bill Clinton moveu-se para o centro, chegando a acordo em áreas que faziam parte da sua agenda, como o combate ao crime ou o equilíbrio do orçamento. Morris defende que a estratégia de Obama não é a mesma, pois adoptou medidas que sempre discordou, faltando a uma promessa emblemática da sua campanha.

 

Jon Meacham, em artigo assinado no NY Times, também concorda com Morris. Meacham, biógrafo de George H. Bush, defende que, tal como o Presidente republicano, Obama quebrou uma promessa, ao aceitar a manutenção da baixa de impostos para os mais ricos. A famosa frase de H. Bush, "read my lips: no new taxes", faz eco na ideia de Meacham, e para ele, a comparação de Obama deve ser feita com o 41º Presidente e não com o 42º.



29
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:25link do post | comentar | ver comentários (2)

Esteve para acontecer um golpe de teatro nas eleições para o Senado na Florida. Os rumores já vinham de trás, mas o Politico ontem esclareceu tudo. Bill Clinton tentou que Kendrick Meek desistisse da sua candidatura em favor de Charlie Crist. Tendo o candidato democrata poucas ou nenhumas hipóteses de vitória, Bill Clinton, com o beneplácito da Casa Branca, quase convenceu Meek a desistir e apoiar Crist. Um comício conjunto esteve mesmo em cima da mesa, com o Democrata a desistir depois de ter acedido às iniciativas de Clinton. Charlie Crist, que seria o grande beneficiado, ontem desdobrou-se em contactos na imprensa para tentar capitalizar este “negócio” abortado em seu favor. Mas parece-me que foram cometidos vários erros neste processo.

 

Em primeiro lugar, a desistência seria anunciada apenas esta semana, numa altura em que mais de um milhão de cidadãos da Florida já votou. Seria considerado um esquema “sujo” apenas para derrotar Marco Rubio. Se tivesse acontecido em Setembro, por exemplo, acredito que teria havido tempo para juntar forças entre os democratas e Crist, podendo causar sérios problemas à eleição de Rubio. Agora seria demasiado tarde.

 

Depois há a sempre importante questão racial. Kendrick Meek é afro-americano, e a sua desistência seria encarada como extremamente negativa na comunidade negra da Florida, com a possível abstenção de grande maioria. Um negro desistir em favor de um branco para derrotar um “hispânico” seria considerado inaceitável pelas diversas minorias do estado.

 

Por fim, o carácter de Charlie Crist. Este foi republicano toda a sua vida, e apenas candidatou-se como independente porque não tinha hipóteses de vencer as primárias do seu partido. É alguém visto com desconfiança por muitos democratas da Florida, e com esta acção, perderia o apoio que ainda detém em muitos eleitores republicanos. E isso não garantiria que todos os democratas votassem em seu favor. Muitos acabariam por ficar em casa.


E uma questão extra: as eleições para o governo da Florida estão ao rubro, com o republicano praticamente empatado com a candidata democrata. A ter sucesso, esta manobra poderia empurrar definitivamente a eleição para o campo republicano.

 

Depois destas notícias, a vitória de Marco Rubio está praticamente assegurada, e não ficarei surpreendido se vencer acima dos 50 por cento, algo que até ao momento não parecia possível.


20
Set 10
publicado por Nuno Gouveia, às 21:32link do post | comentar

Não é por acaso que Bill Clinton venceu duas eleições presidenciais, e apesar dos problemas que passou durante os seus mandatos, continua a ter elevados níveis de popularidade nos Estados Unidos. Após dois anos de confrontação com o eleitorado, que culminaram com a derrota nas intercalares de 1994, Clinton assumiu uma postura mais dialogante e consensual com a sociedade americana, sendo facilmente reeleito em 1996 e aguentou-se bem, apesar do processo de impeachment que passou. Ontem Bill Clinton falou sobre o tea party e as preocupações que estão subjacentes ao movimento. E ao invés de "massacrar" o tea party, Clinton apostou numa abordagem mais "suave", dizendo que compreende as preocupações que as pessoas estão a demonstrar na opinião pública, apesar de discordar das suas reinvindicações contra o papel do governo. Isto num dia em que o NY Times publicou uma peça sobre a estratégia que estava a ser delineada pela Casa Branca para estas eleições, entretanto desmentida. O que se nota é que ninguém parece saber o que fazer com o tea party: nem o establishment republicano nem os democratas.


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