A confirmação da vitória de Lisa Murkoswki na eleição para o Senado no Alaska não pode deixar de ser considerada uma derrota pessoal de Sarah Palin, ainda por cima no seu próprio estado natal. Joe Miller ganhou a nomeação republicana depois da preciosa ajuda de Palin e do tea party, mas Lisa Murkowski, uma antiga adversária dos Palin no estado, não desistiu e avançou para uma candidatura "write in". Isto significa que o seu nome não constou no boletim de voto, mas que os eleitores podiam votar nela escrevendo o seu nome. Apesar da grande improbabilidade, a actual senadora derrotou o candidato oficial republicano e está de regresso a Washington, já tendo anunciado que se manterá na bancada republicana nos próximos seis anos.
Sarah Palin tem dado todos os sinais que vai mesmo avançar para uma candidatura presidencial em 2012, mas o seu caminho não será fácil. Considerada inexperiente, com poucos conhecimentos e não qualificada para o cargo pela maioria dos americanos, Palin conta com o apoio da base conservadora para obter a nomeação. Mas esta derrota, aliada à de Christine O´Donnell no Delaware, é um sério aviso às suas pretensões. A última sondagem no Alaska também a coloca em dificuldades, com o seu nome a aparecer apenas em quarto lugar nas preferências dos eleitores republicanos para a nomeação do partido. Nos últimos dias tenho lido sinais que muitos republicanos conservadores perceberam o sinal recebido nestas eleições intercalares: a mensagem é importante, mas também a qualidade dos candidatos. As derrotas dos candidatos "excêntricos" no Delaware, Alaska, Colorado e Nevada, lançaram um sinal de alerta: para vencer é preciso candidatos excepcionais e que consigam conectar com o eleitorado independente. Se estes candidatos tivessem todos vencido em 2010, Palin poderia ter o trabalho mais facilitado nas primárias.
Todas as sondagens conhecidas evidenciam que os eleitores republicanos não estão entusiasmados com as opções presidenciais mais fortes que neste momento existem: Palin, Romney, Huckabee e Gingrich. Mais do que nunca, há espaço para um candidato insurgente. Quem poderá ser esse nome?