12
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 20:09link do post | comentar | ver comentários (4)

Ontem assinalou-se o décimo aniversário dos ataques do 11 de Setembro. Com a Al-Qaeda muito fragilizada e à beira do abismo, Barack Obama tem neste capítulo uma vitória para apresentar ao povo americano. E Obama bem precisa de vitórias. Todas as sondagens apontam para uma taxa de aprovação inferior a 50 por cento, com valores muito baixos nas diferentes áreas. Por exemplo, se olharmos para a Gallup de Agosto, Obama tinha uma aprovação de 24 por cento no combate ao défice, 26 por cento na economia e 42 por cento na política externa. A única área em que recebe a aprovação da maioria do povo americano é precisamente no combate ao terrorismo, com 53 por cento a aprovar e 40 a reprovar. E o que Obama tem feito nesta área? Pois é, ao contrário do que vamos lendo por aí numa certa corrente de opinião, é precisamente nesta área que a Administração Obama pouco mudou em relação à anterior. Senão vejamos o que tem sido feito nestes últimos três anos. 

 

Muito se verberou contra a prisão de Guantánamo. Obama, no meio da retórica da sua campanha presidencial, prometeu fechá-la imediatamente. Mas o choque com a realidade foi demasiado forte para manter essa promessa, e na verdade, Guantánamo continua aberta e em pleno funcionamento. Houve coisas que correram mal na prisão cubana? Sem dúvida, mas na verdade, esses erros já tinham sido corrigidos antes de Obama entrar na Casa Branca. Hoje continua um dos baluartes do esforço americano contra o terrorismo. E já ninguém fala disso.

 

O Patriot Act foi um pacote legislativo que teve um apoio bipartidário aquando da sua aprovação, ainda na ressaca do ataque do 11 de Setembro. As forças de autoridade viram simplificado o seu papel na demanda por actividades terroristas, o que, segundo alguns, constituiu um ataque às liberdades dos cidadãos. No meio da fúria anti-George W. Bush que varreu o planeta, o Patriot Act era um dos alvos preferidos dos seus detratores. E o que fez Obama? Pediu ao Congresso a sua prolongação.

 

Os ataques de Drones Predators, iniciados em 2004 por ordem de George W. Bush para matar suspeitos de terrorismo, ganharam um novo fôlego com a Administração Obama. Desde 2009, os ataques com Drones aumentaram de forma substancial no Paquistão, tendo o seu âmbito sido alargado a outras regiões, como no Iémen ou na Somália. Estes ataques têm sido eficazes na eliminação de vários dirigentes da Al-Qaeda. Ainda recentemente o número dois, Atiyah abd al- Rahman, foi eliminado no Paquistão. 

 

Por fim, a morte de Osama Bin Laden foi o culminar de uma longa operação iniciada ainda durante a Administração Bush. Obama teve o mérito de dar total liberdade à CIA, bem como optar pela operação terrestre, em vez de mandar bombardear o local onde Bin Laden estava refugiado. Este é talvez um dos maiores méritos reconhecidos da sua presidência. 

 

A gigantesca máquina contra o terrorismo criada pela Administração Bush, nomeadamente o Department of Homeland Security, novas agências federais ou aumento da coordenação entre os serviços de espionagem, em nenhum momento foi colocada em causa pela Administração Obama. Se foram cometidos erros no combate ao terrorismo nestes últimos 10 anos? Muitos. Mas a verdade é que essa política global tem resultado e os Estados Unidos nunca mais foram atacados desde 2001. E ninguém pense que foi por falta de tentativas. Obama percebeu isso e continuou basicamente com as mesmas políticas anti-terror de George W. Bush. Que pouca gente tenha percebido isso por estes lados é um verdadeiro mistério. Ou talvez não.

 

Publicado no 31 da Armada


11
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:12link do post | comentar | ver comentários (1)


09
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 11:04link do post | comentar

   

 

O 11 de Setembro provocou uma profunda alteração na política externa da Administração Bush. Até então, e desde a campanha que o elegeu como o 43º Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush tinha protagonizado uma visão externa "humilde" e até um pouco isolacionista, contrariando as guerras "humanitárias" de Bill Clinton. Mas tudo mudou com o 11 de Setembro, levando os Estados Unidos à invasão do Afeganistão e do Iraque. Estes quatro livros de Bob Woodward contam uma versão da história do que passou nestes dois cenários desde o fatídico dia que a Al-Qaeda assassinou milhares de pessoas em solo americano. 

 

Estes livros, à excepção do terceiro e também o mais crítico, contaram com a participação do próprio Presidente e de altos cargos da Administração Bush, oferecendo-nos uma visão muito próxima do que realmente aconteceu. As divisões nos diferentes departamentos do governo, a burocracia que impedia uma fácil resolução dos problemas, a obstinação de alguns responsáveis mas também um líder comprometido com uma visão para o Médio Oriente, é o que podemos concluir destes quatro livros. Os dois últimos, que li recentemente, contam a história da guerra falhada no Iraque nos primeiros três anos (State of Denial), mas também como foi delineado o plano para dar a volta à situação (The War Within), numa posição de coragem de George W. Bush contra grande parte dos militares, do Partido Democrata e do próprio partido. Não apaga os erros que foram cometidos nos primeiros anos da guerra, mas mostra uma outra face do Presidente americano. Bush At War relata a reacção da Administração Bush ao 11 de Setembro e os momentos que se seguiram na invasão do Afeganistão e Plan of Attack é sobre os meses que antecederam a invasão do Iraque. 

 

São retratos extraordinariamente íntimos da Administração Bush, do complexo militar que suportou a decisão e de todos os intervenientes que fizeram parte das decisões históricas desta presidência. Não será a verdade definitiva destes momentos, mas estou certo que os historiadores no futuro não deixarão de consultar estes livros. Apenas tenho os dois primeiros nas versões portuguesas, mas penso que existem dos quatro. 


07
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:44link do post | comentar

Imagens marcantes na Time. Aqui, aqui e aqui


06
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:54link do post | comentar

George Friedman, CEO da Stratfor, analiza os últimos 10 anos e o esforço de guerra americano

 

9/11 and the Successful War

Yet there have been no further attacks. This is not, I think, because they did not intend to carry out such attacks. It is because the United States forced the al Qaeda leadership to flee Afghanistan during the early days of the U.S. war, disrupting command and control. It is also because U.S. covert operations on a global scale attacked and disrupted al Qaeda's strength on the ground and penetrated its communications. A significant number of attacks on the United States were planned and prosecuted. They were all disrupted before they could be launched, save for the attempted and failed bombing in Times Square, the famed shoe bomber and, my favorite, the crotch bomber. Al Qaeda has not been capable of mounting effective attacks against the United States (though it has conducted successful attacks in Spain and Britain) because the United States surged its substantial covert capabilities against it.

O historiador Niall Fergusson oferece uma visão da história alternativa, se o 11 de Setembro não tivesse sucedido. 

 

What If 9/11 Had Never Happened?

Let’s start in January 2001 and thwart the 9/11 attacks by having Condi Rice and Paul Wolfowitz heed Richard Clarke’s warnings about Al Qaeda. The game starts off well. Al -Qaeda is preemptively decapitated, its leaders rounded up in a series of covert operations and left to the tender mercies of their home governments. President Bush gets to focus on tax cuts, his first love.

But then, three years later, the murky details of this operation surface on the front page of The New York Times. John Kerry, the Democratic candidate for the presidency, denounces the “criminal conduct” of the Bush administration. Liberal pundits foam at the mouth. Ordinary Americans, unseared by 9/11, are shocked. Osama bin Laden issues a fierce denunciation of the U.S. from his Saudi prison cell. It triggers a wave of popular anger in the Middle East that topples any regime seen as too close to Washington.


05
Set 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:26link do post | comentar

Esta semana assinala-se o décimo aniversário dos atentados terroristas do 11 de Setembro. A imprensa americana vai dedicar imenso espaço ao assunto. Vou dando conta por aqui do melhor que encontrar. Este trailer refere-se a uma entrevista que George W. Bush deu ao National Geographic sobre os momentos que viveu naquele dia. 


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