10
Mar 11
publicado por Nuno Gouveia, às 14:23link do post | comentar

It took decades for the changes inaugurated by the "We Like Ike" TV ads to fully take hold. It will likewise take time for political practitioners to figure out what works and what doesn't work on the Internet. But we are seeing a version of Joseph Schumpeter's "creative destruction" fundamentally alter the landscape of American politics. It will have huge implications on how campaigns are run, who we elect, and what kind of country we become.

Karl Rove, no WSJ


05
Mar 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:41link do post | comentar | ver comentários (2)

A pré campanha das presidenciais de 2012 ainda agora está a começar, e as dirty tricks, agora no digital, já começaram. Newt Gingrich lançou o seu site (NewtExplore2012.com) exploratório (diferente de campanha exploratória) e já foi atacado em diversas frentes. Alguém na rede criou o ExploreNewt2012, que vai parar directamente ao site de Buddy Roember, antigo governador da Lousiana, que anunciou esta semana a sua candidatura. Um democrata lançou o ExploreNewt, que direcciona para um espaço a página da Media Matters for America sobre Newt, uma organização democrata. Entretanto, já foi criado um blogue que parodia o site de Newt. Por fim, o endereço newtgingrich2012.com já está comprado por alguém exterior à campanha. E ainda só estamos no inicio.

 

Na outra frente da batalha, Barack Obama prepara-se para iniciar a sua campanha de reeleição, com a inevitável angariação de fundos. Depois de em 2008 ter gasto mais de 650 milhões de dólares, os estrategas esperam angariar perto de 1000 milhões de dólares neste ciclo eleitoral. Apesar de manter a angariação online como um dos principais vectores da estratégia, desta vez, com o selo presidencial no cofre, Obama irá também arrecadar muito dinheiro de bilionários que o apoiam. Se no ciclo eleitoral de 2012 os republicanos conseguiram equilibrar financeiramente a campanha, desta vez, frente ao melhor angariador da história da política americana, as coisas não vão ser tão simples.


04
Mar 11
publicado por Nuno Gouveia, às 10:43link do post | comentar

 

Newt Gingrich já está online, newtexplore2012.com. Diga-se que o site não apresenta grandes novidades. O grande destaque? Uma foto com a sua esposa dos últimos 11 anos, Callista, o que certamente não terá nada a ver com uma ideia que Newt pretende transmitir: um homem de família e bem casado (depois de dois divórcios e alguns escândalos).

 

O "Donate Today" ocupa um espaço de destaque no site, não estivessemos a falar de uma campanha americana, e, bem no centro, um formulário para potenciais apoiantes ou voluntários preencherem. De resto, uma breve mensagem de Newt e Callista, bem como ligações para as contas de Twitter e Facebook. A foto que está atrás do casal Gingrich é que não foi lá muito original. Mas isto é só o inicio. As inovações só devem surgir mais para a frente.

 

PS: Pretendo dar bastante destaque às campanhas digitais dos diferentes candidatos neste ciclo eleitoral. Depois da euforia das eleições presidenciais de 2008, espera-se que estas eleições sejam de maturação. Estarei cá para ver e contar.



18
Fev 11
publicado por Nuno Gouveia, às 17:31link do post | comentar | ver comentários (1)

(foto retirada do TechPresident)

Barack Obama teve ontem um encontro com alguns dos homens mais poderosos do planeta. E todos eles com um aspecto em comum: lideram empresas ligadas às novas tecnologias que valem muitos milhões de dólares. Participantes? Entre outros, Carol Bartz (Yahoo), John Chambers (Cisco Systems), Dick Costolo (Twitter), Steve Jobs (Apple), Eric Schmidt (Google) e Mark Zuckerberg (Facebook). Entre os ausentes, destaco Steve Ballmer (Microsoft) e Jeff Bezos (Amazon). Será que tinham lugar à mesa?


14
Dez 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:27link do post | comentar | ver comentários (2)

A revista Atlantic anunciou (via Lugares Comuns) que, pela primeira vez em muitos anos, vai ter lucro. O valor nem é muito elevado (1,8 milhões de dólares), mas demonstra que a revolução operada através do digital alcançou um sucesso inegável. Por outro lado, o Huffington Post, site criado por Ariana Huffington e icon do "liberalismo" americano, espera obter lucro pela primeira vez este ano. Com receitas de 30 milhões de dólares, pretendem triplicar este valor para mais do triplo em 2012.

 

Ao lado destas notícias, temos o crescimento sustentado de vários projectos editoriais, como o Daily Beast, que recentemente se fundiu com a Newsweek, o Politico, site por excelência de cobertura da vida política americana, ou os sucessos conservadores na rede, como o Drudge Report ou o Daily Caller. É uma verdade la palice afirmar que o futuro da imprensa passa pela rede. Já nem faz muito sentido falar nisto. Mas enquanto nos Estados Unidos temos vindo a observar este desenvolvimento dos novos media, algumas vezes, de mãos dadas com os media tradicionais, como no caso da Atlantic, em Portugal tudo parece parado. Os órgãos de comunicação social portugueses parecem ter receio em apostar decisivamente neste meio. Não sei, porque não tenho conhecimentos para tal, se o tamanho do nosso mercado limita um maior investimento nos novos media. Sinceramente não sei se é isto que nos impede de dar um passo em frente. Mas quando tento arranjar espaços digitais de comparação entre a nossa realidade e a americana, fico de mãos a abanar. Pecado da falta de criatividade ou de meios? A primeira sei que falta. A segunda não sei. Uma questão que deixo em aberto.



19
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 22:56link do post | comentar

Barack e Michelle Obama gravaram este vídeo "semi-amador" para apelar ao voto nos democratas. Um casal que fez furor eleitoral em 2008, e que agora tenta repetir o sucesso online.


21
Set 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:14link do post | comentar

Nos últimos anos muito se tem falado na revolução digital operada nas campanhas políticas. Mas, em termos de investimento financeiro em publicidade, não há sintomas de isso estar a suceder. Nesta notícia da Mediaweek podemos observar que os valores de publicidade digital comparados com o investimento em anúncios televisivos continua a ser marginal. Apesar de prever-se a duplicação do valor do ciclo eleitoral de 2008 (para 44 milhões de dólares), estes números continuam a ser insignificantes. A maioria das campanhas continua a dirigir o seu investimento para os canais de televisão, que oferecem mais garantias de persuasão do eleitorado. Como bem diz o texto, talvez porque ainda não há estudos que provem que vale a pena investir no digital, os candidatos continuam muito conservadores na gestão dos seus orçamentos. Mas, e pergunto, eu, não é o que se passa no sector da publicidade em geral?


16
Set 10
publicado por Nuno Gouveia, às 18:39link do post | comentar

 

O DNC lançou um novo site por estes dias, com um rebranding também à sua imagem de marca. Uma imagem bastante agradável e competente, apesar que, admito, o "D" faz-me lembrar demasiado o simbolo do "Metro". Sobre o site, aconselho a leitura deste post no TechPresident, onde são explicadas algumas das suas características. Gosto particularmente do sistema de identificação da localidade do visitante e da interligação com a rede social de Obama, MyBO. E ainda um aspecto que se encontra logo em qualquer site americano: a chamada para o envolvimento dos cidadãos. A Internet, mais do que servir para informar, é utilizada pelos políticos americanos envolver e mobilizar os americanos. Neste site são várias os espaços precisamente dedicados a esse propósito. Eles sabem bem o que fazem.


20
Ago 10
publicado por Nuno Gouveia, às 18:24link do post | comentar

A corrida presidencial de Barack Obama ficou decisivamente marcada pelo uso da Internet. Além de todas as outras virtudes que a longa campanha de Obama teve,  a utilização que efectuou das novas tecnologias marcaram o inicio de uma nova era na política norte-americana. Mas os republicanos não ficaram quietos, e têm procurado inovar nesta área. A campanha de Scott Brown no Massachusetts em Janeiro já tinha dado boas indicações que os estrategas republicanos tinham aprendido a lição de 2008.

 

Ontem foi publicado um estudo do L2, um Think Tank digital com investigadores da George Washington University e da New York University, que revela que os senadores republicanos retiram, em regra, mais proveito das redes sociais que os seus colegas democratas. Não por acaso, John McCain, é o líder no ranking elaborado pelos investigadores, seguido de perto pelo líder conservador Jim DeMint e pelo próprio Scott Brown. Este indice baseou-se na utilização das redes sociais como o Twitter, Facebook e Youtube. Também em relação aos candidatos ao senado, os republicanos levam vantagem neste estudo. Quem tiver interesse, pode fazer o download do estudo aqui.


12
Abr 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:33link do post | comentar | ver comentários (5)

No último fim de semana Pedro Passos Coelho reuniu-se com blogues durante o congresso do PSD. Uma iniciativa que já tinha sido ensaiada por alguns responsáveis políticos, como José Sócrates, Paulo Rangel ou Francisco Louçã. Esta reunião suscitou reacções por parte de alguns jornalistas que não gostaram de ficar de fora. O Rodrigo Moita de Deus escreveu sobre isso e explicou em poucas palavras o que é e o que representa a blogosfera portuguesa. A Alda Telles escreveu um post sobre o assunto e referiu o exemplo dos Estados Unidos, onde 52% dos blogues se assumem como jornalistas. Não conhecendo o estudo em causa, não me causa estranheza estes números. Mas interessa-me discutir o papel blogosfera norte-americana no campo da política. É um campo carregado de significado político e ideológico.


A blogosfera nasceu nos Estados Unidos e foi lá que ela se desenvolveu de forma mais positiva e com maior capacidade para influenciar o rumo dos acontecimentos. A primeira campanha a nascer e desenvolver-se na blogosfera foi precisamente a de Howard Dean em 2003/4, quando emergiu como frontrunner da nomeação democrata. A rede de blogues que floresceu no verão de 2003, ancorado no blogue Dean For America, tornou possível a um desconhecido candidato nacional despontar como possível vencedor. A sua campanha viria a desabar no caucus do Iowa, mas ficaram as raízes para o sucesso dos blogues na politica americana. À esquerda e à direita vários blogues foram ganhando relevância mediática, transformando-se depois em verdadeiras âncoras digitais para projectos ideológicos na Internet. O mais conhecido é o “liberal” Huffington Post, que é hoje uma instituição muito relevante na politica americana. Arianna Huffington é mesmo uma das personalidades consideradas mais influentes na sociedade americana. Também à esquerda, o Daily Kos, do fundador Markos Moulitsas, que emergiu na campanha de Dean, evoluiu para o mainstream, sendo hoje um farol da esquerda americana na Internet. À direita, o Townhall também ganhou uma enorme relevância, tendo até iniciado em 2008 a publicação de uma revista. Estes espaços também fazem jornalismo, pois dão notícias. Mas são uma visão ideológica da realidade. Um pouco também como os media tradicionais americanos, pois a isenção está num estado de falência no jornalismo americano. E não é apenas a Fox News, como por cá às vezes se quer transparecer. Exemplos do outro lado temos o New York Times, a MSNBC ou mesmo a CNN (esta mais disfarçada) e os espaços noticiosos da CBS ou da NBC.


Ao lado destas “instituições” da Internet, estão os blogues de activistas republicanos e democratas, que têm um papel muito relevante na discussão pública. Tal como em Portugal, muitos destes bloggers ganharam espaço próprio nos media tradicionais. Mas ao contrário do que sucede em Portugal, os blogues mais relevantes assumem abertamente o combate político-partidário, funcionando muitas vezes como extensões das estratégias dos partidos. E por vezes,  conseguem mesmo liderar as estratégias dos políticos. Estão no meio do jogo partidário e interagem nele através dos blogues. Não são tratados como jornalistas, mas muitos deles têm briefings especiais com dirigentes políticos. A diferença que encontro é que não serão propriamente reuniões para informar e ouvir, mas sim para acertar estratégias para o combate político e eleitoral. A apregoada independência político-partidária que encontramos em muitos blogues políticos em Portugal é mais difícil de encontrar nos blogues mais lidos dos Estados Unidos. Certamente que há alguns casos, como o Political Wire, que estão desligados a luta política, e são meramente informativos. E estes transformaram-se em verdadeiras fontes de informação pública. Mas os blogues mais conhecidos, como o Hot AirThink Progress ou NewsBusters estão no meio do combate político-partidário. Por fim há alguns blogues com muita audiência que estão ligados a media tradicionais, como o Daily Dish do Andrew Sullivan ou o The Corner.


Os partidos há muito que viram neles a importância que têm no combate político. Desde 2004 que os blogues tem um espaço próprio nas Convenções dos Partidos. Eu estive na Convenção Republicana de 2008, e tive a oportunidade de verificar que os blogues são tratados como mais um media, ao lados dos restantes. O espaço para os mais de 15 mil membros credenciados estavam divididos por áreas: televisões nacionais, televisões estrangeiras, rádios, agencias noticiosas, jornais nacionais, jornais locais e blogues. Nem mais nem menos. As conferências de imprensa eram abertas a todos os media, todos recebiam informação do Press Office e havia assessores destacados para auxiliar cada corpo dos media. Em paralelo, foram organizados diversos eventos para as diversas categorias - houve duas sessões organizadas num hotel especificamente para os bloggers credenciados com personalidades do Partido Republicano e uma com o CEO da Google. Num destes eventos, tive a oportunidade de assistir a um recrutamento de um blogger. Um congressista republicano dirigiu-se aos presentes e disse que pretendia contratar um blogger para trabalhar com ele nos Young Eagles (organização que representa novos congressistas). Com o espírito prático dos americanos, logo um se ofereceu e no final presumo que tenha saído do hotel contratado.


O que tenho assistido nos últimos tempos é um crescimento da influência dos blogues na política americana. São mais um campo de batalha dos partidos e dos candidatos. A independência politico-partidária é bem menor do que em Portugal, mas isso também sucede nos colunistas e comentadores dos jornais e televisão, onde quase todos se assumem como republicanos ou democratas. Tal como nos media tradicionais, os blogues americanos assumem a sua bandeira e lutam por ela. Sem pretensões de isenção.


30
Mar 10
publicado por Nuno Gouveia, às 15:50link do post | comentar | ver comentários (12)

Há muito que a política norte-americana é fértil em inovações na área tecnológica. Esta até nem é uma grande novidade, mas Tim Pawlenty, governador do Minnesota e apontado como candidato republicano à nomeação de 2012, vai organizar amanhã um townhall na sua página do Facebook. Pawlenty tem vindo a dar sinais que poderá mesmo avançar para uma candidatura presidencial. Apesar de ser pouco conhecido a nível nacional, tem obtido simpatia em diversos sectores do Partido Republicano, e poderá ser uma nova face a apresentar ao eleitorado em 2012. Neste momento será um darkhorse (candidato com poucas hipóteses), mas apenas está a começar  a sua caminhada.

 

Depois do ciclo eleitoral de 2008, onde Barack Obama esmagou a concorrência com a vantagem online, todos os aspirantes a políticos de sucesso não descuram a utilização da Internet como forma de angariar apoio. Interessante verificar que, ao contrário do que sucede por cá, os políticos americanos não temem enfrentar ambientes que poderão ser hostis, sem controlar o que lhes é perguntado ou a forma como são interpelados. O que só lhes fica bem.


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