Barack Obama discursa hoje em directo da Sala Oval às 20h00 (locais) sobre a retirada das forças militares do Iraque. Um momento marcante da sua presidência.
Barack Obama discursa hoje em directo da Sala Oval às 20h00 (locais) sobre a retirada das forças militares do Iraque. Um momento marcante da sua presidência.
Depois das fugas de informação secretas publicadas no Wikileaks, a TIME tem esta semana na capa esta imagem polémica. A explicação está aqui. O título da reportagem também não deixa margem para dúvidas: "What Happens if We Leave Afghanistan". Numa altura em que a guerra tem vindo a perder popularidade, esta capa é importante para o governo americano.
Uma coisa boa já sucedeu com esta capa: a jovem que foi desfigurada pelos Talibãs está protegida em local incerto e irá deslocar-se aos Estados Unidos para realizar uma cirurgia plástica.
Hoje vários jornais publicaram informações retiradas de documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão, que têm origem no site Wikileaks (que está offline). Este site é mantido por voluntários e destina-se a publicar provas que são fornecidas por fontes anónimas de actividades do governo. Tornou-se mundialmente famoso depois de colocar online um vídeo onde era mostrado um ataque de forças americanas no Iraque, no qual morreram dois jornalistas da Reuters. Tenho algumas dúvidas da legitimidade da publicação de algumas das informações, pois, além de poderem colocar em risco os militares no terreno, podem causar problemas à condução da(s) guerra(s). Mas elas aí estão, e o governo americano não tem legitimidade (e ainda bem) para impedir a sua publicação. São uma nova realidade que têm de enfrentar. A solução passa por "perseguir " e prender quem comete os crimes de divulgar as informações secretas.
Adenda: o comentário de Mark Halperin
O General Stanley McChrystal, Comandante das forças aliadas no Afeganistão, foi chamado de urgência a Washington para reunir com Barack Obama. O motivo? Este perfil da revista Rolling Stone, onde são lançados vários "tiros" à Administração Obama. Alguns assessores de McChrystal acusam algumas figuras da Administração de enfraquecerem a estratégia americana no terreno. O próprio Presidente não escapa, sendo considerado "impreparado" e pouco seguro a lidar com os militares. Não é recorrente os militares criticarem os políticos, e este perfil, pelo qual o General já pediu desculpas, poderá ser mesmo motivo para Barack Obama retirar o comando a McChrystal.
Estive a ler a peça da Rolling Stone e de facto encontrei vários pontos de discordância com a Administração, e alguns comentários inconvenientes por parte dos homens do general. Em público, aconselha-se prudência aos militares e McChrystal já não é virgem neste tipo de actuação. Mas encontrei também outros pontos de discórdia que indiciam que talvez Obama prefira ver-se livre desta liderança. Já se percebeu que esta "surge" no Afeganistão vai precisar de mais tempo do que no Iraque para obter resultados positivos. Um membro do grupo de McChrystal admitiu mesmo que no próximo Verão podem pedir mais reforços, se virem uma possibilidade de sucesso nesse aumento de tropas. Ora, estas ideias vão contra a corrente dominante na Casa Branca, onde até já fala em estabelecer um calendário de retirada no Afeganistão. Joe Biden e Robert Gates ainda esta semana estiveram em desacordo público sobre este assunto. Não por acaso, Gates é considerado um aliado de McChrystal e Biden é "adversário". Este perfil da Rolling Stone pode oferecer a "desculpa" que Obama precisava para instalar em Cabul uma liderança mais de acordo com os sentimentos dominantes em Washington.