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Nov 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:06link do post | comentar

A vida politica norte-americana será dominada nos próximos dois anos pelas primárias republicanas. Num sistema político cada vez mais mergulhado em campanhas eleitorais constantes, após das intercalares a atenção mediática vira-se imediatamente para as primárias. Como no próximo ciclo eleitoral os democratas deverão (digo eu) estar unidos em redor do Presidente, serão os republicanos a dominar as atenções. Neste pequeno artigo divido os potenciais candidatos republicanos em quatro categorias: os frontrunners, os aspirantes e os underdogs. Por fim, apresento também uma classe distinta: os potenciais undergogs. Provavelmente nunca uma corrida esteve tão em aberto como agora, e não arriscaria dizer quem será o provável nomeado.

 

Frontrunners: Mitt Romney e Sarah Palin. Se ainda não sabemos se Palin vai mesmo avançar, Romney será candidato. A antiga governadora do Alaska será sempre uma candidata fortíssima, e terá muito apoio nos sectores mais conservadores do partido e do tea party. Apesar das suas hipóteses serem bastante menores numas eleições gerais, será sempre o alvo a abater pelo establishment. Romney, pelo seu percurso em 2008 e pelo número de apoios que tem vindo a recolher nos círculos republicanos tradicionais, poderá ser o candidato da máquina, pois é considerado aquele que terá mais possibilidades frente a Obama. No seu currículo tem uma reforma da saúde aprovada no Massachusetts que não deixará de aparecer durante a campanha eleitoral para o assombrar. Será o principal alvo do tea party.

 

Aspirantes: Mike Huckabee e Newt Gingrich. Dois candidatos que partirão de trás, mas com algumas hipóteses de vencer as primárias. Huckabee venceu os caucuses do Iowa em 2008, e terá o apoio da direita religiosa. Mas terá sempre dificuldades de convencer o tea party devido ao seu currículo económico, pois aumentou impostos quando foi governador do Arkansas. Além disso, e apesar de ser uma personalidade simpática, poderá ter dificuldades em obter o apoio dos independentes numa eleição geral. Newt Gingrich é um politico complexo e com muitos esqueletos no armário. Não sei bem se tentaria ser o candidato do establishment ou dos grassroots. Destes quatro que já referi, é o que terá mais dificuldades em vencer as primárias.

 

Underdogs: Nesta categoria há muitas hipóteses em cima da mesa. Tim Pawlenty será candidato quase de certeza. Com um currículo que tanto pode agradar o tea party como a máquina republicana, é ainda um desconhecido fora do Minnesota e falta-lhe aquela chama que necessitaria um candidato deste género. John Thune, senador do Dakota do Sul, tem potencial de crescimento: jovem, bom orador e com carisma. No entanto, o seu voto favorável ao baill out de George W. Bush poderá colocá-lo em dificuldades perante o tea party. Mitch Daniels, governador do Indiana, é um nome que tem circulado nos corredores. Fiscal Conservative, no entanto poderá enfrentar bastante oposição nos sectores conservadores depois de ter dito recentemente que poderia ser necessário aumentar os impostos para equilibrar as contas públicas. Além disso, defendeu que os assuntos sociais deviam ser “esquecidos durante esta crise económica. Haley Barbour, governador do Mississippi, é um político com muita experiência. O seu nome também aparece nestas contas, apesar de não se saber das suas intenções. Seria certamente o candidato do establishment.

 

Potenciais underdogs: Bobby Jindal, governador da Lousiana, é alguém que se entrasse na corrida poderia fazer a síntese entre o tea party e establishment. No próximo ano haverá eleições para o governo do estado e se não se candidatar, será sinal que pretende concorrer à nomeação presidencial. Chris Cristie, de New Jersey. Ele tem dito que não será candidato em 2012, mas não seria a primeira vez que alguém voltaria com a palavra atrás. Outro com potencial para fazer a ponte entre establishment e tea party. Será que Marco Rubio poderá avançar? Não sei, mas o seu nome começa a circular nos blogue e sites sobre o assunto. Com um currículo político curto, e com apenas 39 anos, seria uma espécie de Obama republicano. É o mais improvável candidato.


E o Gary Johnson?
Miguel Noronha a 12 de Novembro de 2010 às 16:59

Sim, Gary Johnson deverá ser o candidato da ala libertária em 2012. Mas as suas hipóteses de nomeação são pouco mais que zero. Além de ser conhecido nos EUA principalmente devido à sua posição em favor da legalização da marijuana, defende "portas abertas" na imigração, defende o aborto, opôs-se às guerras no Iraque e Afeganistão e defende ainda a retirada imediata das tropas. Alguém com este perfil nunca ganhará uma nomeação republicana. Pelo menos em 2012 :)

Não tenho grandes ilusões quanto às hipõteses de vitória. Mas não incluiste apenas poteênicas ganhadores na tua lista e sim potênciais candidatos

Tens razão. Apesar disso acredito que qualquer dos nomes que referi podem ser nomeados nas actuais circunstâncias, apesar da improbabilidade em alguns destes nomes. Tudo dependerá da forma como as campanhas decorrerem. Pelo contrário, não acredito que um candidato como Gary Johnson ou Ron Paul, por exemplo, possa alguma vez e em qualquer circunstância, vencer uma nomeação republicana.
Nuno Gouveia a 13 de Novembro de 2010 às 16:21

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