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Nov 10
publicado por Nuno Gouveia, às 14:11link do post | comentar

Apesar de na Câmara dos Representantes o Partido Republicano ter obtido a maior vitória de um partido desde 1938, a manutenção da maioria no Senado, muito por culpa de Sarah Palin e de alguns de candidatos exóticos do tea party, deu a Barack Obama uma oportunidade para respirar de alivio. Mas será a sua acção nos próximos dois anos que vai ditar o seu destino nas próximas presidenciais.


Não me parece que existam grandes dúvidas, fora de alguns círculos do Partido Democrata, que estas eleições foram um referendo à agenda de Obama e aos resultados  das suas políticas económicas. Depois de ter aprovado um plano de estímulos e uma reforma da saúde muito impopulares nos Estados Unidos, os resultados não agradaram aos americanos: o desemprego atingiu os 10 por cento, ao contrário do que Obama tinha prometido, a economia não cresce como a sua equipa económica tinha garantido. A reforma da saúde, que ainda não entrou em vigor, para já fez com que os preços no sector aumentassem este ano, mais uma vez, ao contrário do prometido.  A grande dúvida dos analistas é se Obama vai conseguir ultrapassar esta situação, como fez Bill Clinton, ou se será uma cópia de Jimmy Carter, que foi derrotado no final do seu primeiro mandato.


Ainda é cedo para dizer, mas os primeiros sinais indiciam que Obama não irá mudar de rumo. A sua resposta à derrota foi de alguma humildade, mas não deixou de reconhecer que o problema parece resumir-se à comunicação. Segundo o Presidente, o seu falhanço reside em não ter conseguido persuadir o povo americano da justiça das suas reformas. Se em 2012, os americanos não virem resultados positivos, se o desemprego for superior a 8 por cento, se a economia continuar a não arrancar, Obama poderá ter muitas dificuldades em ser reeleito. E Obama não pode esperar que o Partido Republicano nomeie alguém como Sarah Palin para facilitar a sua reeleição. Para merecer a reeleição, Obama terá de apresentar soluções nos próximos dois anos, e tentar recuperar o apoio perdido entre os independentes e as mulheres, estas que pela primeira vez desde os tempos de Reagan, votaram maioritariamente nos republicanos. Serão dois anos muito interessantes de acompanhar.


Uma das facetas menos simpáticas de Obama nestes primeiros dois anos de mandato foi a sua reacção a algumas críticas republicanas à sua política: "We won!", ripostou o Presidente com alguma sobranceria. A vida dá muitas voltas e agora, se começar a exigir colaboração aos republicanos, arrisca-se a ouvir esta resposta: "Well, Mr. President, we won..."
Alexandre Burmester a 9 de Novembro de 2010 às 16:45

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