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Nov 10
publicado por Nuno Gouveia, às 14:42link do post | comentar

Criou-se no imaginário dos media, americanos e europeus, que Sarah Palin é uma força imparável do Partido Republicano. Mas será que é mesmo assim? Será que Palin caminha a passos largos para ser a candidata republicana em 2012? Ou será apenas mais um dos muitos líderes que o Partido Republicano teve no passado, com um apelo muito forte a certas camadas da sociedade, mas sem conseguir penetrar na maior parte do eleitorado? Eu inclino-me fortemente para a segunda hipótese. Repare-se na prestação dos candidatos que ela apoio nestas eleições.

 

Segundo o Politico, para a Câmara dos Representantes, Palin apoiou 60 candidatos, mas apenas 15 desses venceram. No Senado o resultado é ainda pior, pelo mediatismo de algumas destas eleições. A começar pelo seu estado, onde o candidato que ela “criou”, Joe Miller, terá sido derrotado por Lisa Murkoswki, a actual senadora republicana. Se confirmar-se este resultado, terá sido uma derrota humilhante para Palin. As outras derrotas mais severas vieram de Sharron Angle e Christine O`Donnell, duas desconhecidas que venceram as nomeações depois de terem sido apoiadas por Palin. Estas estão na sua conta pessoal de derrotas.

 

Não tenho dúvidas que se Sarah Palin se candidatar, o circo mediático vai instalar-se em redor da sua candidatura. Atrai multidões, dá audiências às televisões e vende muitos jornais e revistas. Mas este espectáculo não lhe garantirá a nomeação. Uma straw poll realizada num evento do tea party na Virgínia, ou seja, dentro de um grupo de 2 mil activistas que supostamente a apoiariam facilmente, ela quedou-se no quarto lugar, atrás de republicanos como Chris Cristie e Mike Pence. O entusiasmo que ela gera não se transformará automaticamente em apoio eleitoral numas primárias republicanas.


Octávio,

Sim, costumo ler o seu blogue ;)

Experiência executiva. John McCain teria sido eleito sem nunca ter tido experiência executiva. Isso quer dizer que Palin era mais qualificada do que ele? Não me parece. E espero que esteja apenas a falar dos dois anos antes de 2008 em que ela tinha sido governadora do Alaska, e não do tempo em que foi Mayor de uma cidade com 10 mil habitantes. Ser POTUS é um bocado diferente. Obama tinha de facto pouca experiência, alguns anos na legislatura estadual do Illinois, e 4 anos como Senador. Mas isso não o impediu de vencer, tal como, imagino, outros potenciais candidatos republicanos. Estejamos atentos.

Essa foi a desculpa que Palin deu para desistir do cargo de governadora. Se fosse assim, então Bill Clinton deveria ter-se demitido, bem como muitos outros políticos que já sofreram processos de perseguição. Um líder não desiste por causa da oposição que lhe é movida.

Por fim considero que Obama teve uma primeira parte do mandato sofrível. Mas ainda faltam dois anos para terminar o mandato, e aí poderemos fazer uma avaliação mais concreta. Falando em gaffes, Obama também as cometeu. Como qualquer político americano. Faz parte do jogo. Mas não vamos começar a falar de Sarah Palin e do seu amplo conhecimento do mundo e das relações internacionais, além das suas gaffes.

Acha que Palin não tem conselheiros? É verdade que ela não tem uma vasta equipa a trabalhar com ela, mas tem algumas pessoas.

Lá vamos nós outra vez, Nuno... Quais «gaffes»? A de que «consigo ver a Rússia da minha casa»? Sabe que isso foi dito pela Tina Fey, não sabe?

E quanto à «perseguição» movida a Bill Clinton... refere-se às - mais que comprovadas - acusações de infidelidade conjugal, antes e depois de ele se tornar presidente? Concordará que não é bem a mesma coisa...

E John McCain... é pessoa de «outro campeonato». Quase 30 mais velho do que Palin e Obama, muitos anos no congresso, muitos anos como militar - em que comandou, em que teve (outro tipo de) experiência executiva... Acredito que teria sido um presidente notável. Muito melhor do que aquele que lá está.

E diz você, Nuno, que o povo americano concorda consigo... mas os resultados de terça-feira parecem indicar que a maioria não pensa que Obama teve uma primeira parte de mandato «sofrível» (isto é, suficiente). Talvez a «classificação» mais apropriada seja «medíocre».


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