Criou-se no imaginário dos media, americanos e europeus, que Sarah Palin é uma força imparável do Partido Republicano. Mas será que é mesmo assim? Será que Palin caminha a passos largos para ser a candidata republicana em 2012? Ou será apenas mais um dos muitos líderes que o Partido Republicano teve no passado, com um apelo muito forte a certas camadas da sociedade, mas sem conseguir penetrar na maior parte do eleitorado? Eu inclino-me fortemente para a segunda hipótese. Repare-se na prestação dos candidatos que ela apoio nestas eleições.
Segundo o Politico, para a Câmara dos Representantes, Palin apoiou 60 candidatos, mas apenas 15 desses venceram. No Senado o resultado é ainda pior, pelo mediatismo de algumas destas eleições. A começar pelo seu estado, onde o candidato que ela “criou”, Joe Miller, terá sido derrotado por Lisa Murkoswki, a actual senadora republicana. Se confirmar-se este resultado, terá sido uma derrota humilhante para Palin. As outras derrotas mais severas vieram de Sharron Angle e Christine O`Donnell, duas desconhecidas que venceram as nomeações depois de terem sido apoiadas por Palin. Estas estão na sua conta pessoal de derrotas.
Não tenho dúvidas que se Sarah Palin se candidatar, o circo mediático vai instalar-se em redor da sua candidatura. Atrai multidões, dá audiências às televisões e vende muitos jornais e revistas. Mas este espectáculo não lhe garantirá a nomeação. Uma straw poll realizada num evento do tea party na Virgínia, ou seja, dentro de um grupo de 2 mil activistas que supostamente a apoiariam facilmente, ela quedou-se no quarto lugar, atrás de republicanos como Chris Cristie e Mike Pence. O entusiasmo que ela gera não se transformará automaticamente em apoio eleitoral numas primárias republicanas.