Embora me pareça improvável que os Republicanos conquistem amanhã o Senado, não é irrelevante perceber a que distância exacta ficarão da marca dos 51 senadores. Isto porque há entre os Democratas figuras ideologicamente próximas do Partido Republicano que, num quadro político favorável a este último (numa eleição "tsunami", por exemplo), sentirão grande pressão mediática, popular e também dos bastidores políticos para mudarem de partido. Refiro-me em especial aos casos de Ben Nelson, o "conservador" Democrata do Nebraska (que vai a eleições precisamente em 2012) e de Joe Manchin, caso vença a disputa na Virgínia Ocidental (McCain já lhe sugeriu isso mesmo). Do mesmo modo, ninguém estranharia que o independente Joe Liebermann (Connecticut), antigo Democrata, se juntasse ao caucus Republicano para lhes conferir a maioria na câmara alta.
Se os Democratas conseguirem manter 53 lugares, esta situação de trocas partidárias não passa de uma conjectura. Mas num quadro de 52-48 e, sobretudo, de 51-49 ou de empate, tal cenário não deixará de se colocar. Terça-feira é o dia das eleições, mas poderá ser neste posterior jogo de troca de cadeiras que se decidará quem controla afinal o Senado.