O General Stanley McChrystal, Comandante das forças aliadas no Afeganistão, foi chamado de urgência a Washington para reunir com Barack Obama. O motivo? Este perfil da revista Rolling Stone, onde são lançados vários "tiros" à Administração Obama. Alguns assessores de McChrystal acusam algumas figuras da Administração de enfraquecerem a estratégia americana no terreno. O próprio Presidente não escapa, sendo considerado "impreparado" e pouco seguro a lidar com os militares. Não é recorrente os militares criticarem os políticos, e este perfil, pelo qual o General já pediu desculpas, poderá ser mesmo motivo para Barack Obama retirar o comando a McChrystal.
Estive a ler a peça da Rolling Stone e de facto encontrei vários pontos de discordância com a Administração, e alguns comentários inconvenientes por parte dos homens do general. Em público, aconselha-se prudência aos militares e McChrystal já não é virgem neste tipo de actuação. Mas encontrei também outros pontos de discórdia que indiciam que talvez Obama prefira ver-se livre desta liderança. Já se percebeu que esta "surge" no Afeganistão vai precisar de mais tempo do que no Iraque para obter resultados positivos. Um membro do grupo de McChrystal admitiu mesmo que no próximo Verão podem pedir mais reforços, se virem uma possibilidade de sucesso nesse aumento de tropas. Ora, estas ideias vão contra a corrente dominante na Casa Branca, onde até já fala em estabelecer um calendário de retirada no Afeganistão. Joe Biden e Robert Gates ainda esta semana estiveram em desacordo público sobre este assunto. Não por acaso, Gates é considerado um aliado de McChrystal e Biden é "adversário". Este perfil da Rolling Stone pode oferecer a "desculpa" que Obama precisava para instalar em Cabul uma liderança mais de acordo com os sentimentos dominantes em Washington.