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Mai 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:58link do post | comentar

Se alguma consequência podemos retirar das várias eleições de ontem é que os cidadãos estão furiosos com Washington. Neste momento poucos incumbentes podem considerar-se “safos” para as eleições para Novembro. Quanto mais próximo do círculo de poder, mais probabilidades existem de serem afastados nas urnas. Obviamente este sentimento é mais perigoso para os democratas, que neste momento detêm a maioria no Congresso e ocupam a Casa Branca. Daí que Novembro poderá ser um mês verdadeiramente desastroso para os políticos no poder. Vejamos o que aconteceu ontem.


No Kentucky, um candidato republicano fortemente apoiado pelo aparelho e pelas figuras mais poderosas, foi derrotado por Rand Paul, que apesar de ter apoios importantes como Sarah Palin e do actual senador Jim Bunning, era considerado um verdadeiro outsider. Esta foi a primeira grande vitória do Tea Party Movement, o que aliás foi destacado por Paul no discurso de vitória. No Arkansas, a senadora Blanche Lincoln foi obrigada a disputar uma segunda volta com um candidato mais à esquerda neste estado conservador. E na Pennsylvania, Arlen Specter nem com Obama e Biden a seu lado conseguiu vencer. Noutra eleição disputada ontem, no 12º distrito da Pennsylvania, venceu um democrata. Mas repare-se que este candidato fez campanha contra Washington e contra a reforma da saúde aprovada no Congresso pelos democratas. E apenas teve uma figura nacional a seu lado - Bill Clinton. Neste momento, para vencer em grandes parcelas do território americano, é preciso atacar o governo e Washington.


As consequências disto para Novembro? A minha previsão é que haverá mais surpresas até lá. E algumas eleições que se pensam já definidas à partida poderão ficar em aberto. Uma coisa é certa: serão as intercalares mais disputadas deste 1994. E haverá muitos motivos de interesse aqui para o blogue.


Há claramente um "anti-incumbent feeling" mas há também um "anti-Democrat feeling" e um "anti-Obama feeling". Por alguma razão se não prevêem derrotas em Novembro de "incumbents" republicanos às mãos de noviços democráticos.
Alexandre Burmester a 19 de Maio de 2010 às 20:15

Há uma ligeira possibilidade: Richard Burr na Carolina do Norte. As últimas sondagens davam-lhe vantagens muito curtas em relação aos oponentes democratas, no entanto isso pode ter sido devido à campanha para as primárias democratas. Fora este lugar, não acredito que mais algum possa ser derrotado. Isto exceptuando Bob Bennet, que foi derrotado no próprio partido...

Há uma combinação, claro, como aliás o Nuno indicou num post acima. Só discordo um pouco da ideia de um "anti-incumbent feeling" especificamente dirigido aos Democratas. Se pensarmos bem, isso não acontece tanto com os Republicanos porque os que estariam em maiores dificuldades não vão concorrer (Voinovich, Jim Bunning ou o Gregg no NH). E por outro lado, não vejo assim tantos Democratas "incumbentes" em perigo (pela mesma razão, aliás). Só a Lincoln e o Harry Reid estão aflitos.

A Câmara dos Representantes, claro, é outra e mais complicada conversa...

José,

Há outros. Nomeadamente Specter, que já perdeu. Mas eu acrescento também a Boxer, o Bennet do Colorado e estou convencido que o próprio Feingold ainda vai sofrer até Novembro. E acho que o Murray também não está safo. E se formos pelo critério da desistência, podíamos acrescentar o Dodd e o Dorgan.

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