George W. Bush colocou na agenda do segundo mandato a reforma da imigração, cujo objectivo passava por abrir um caminho para a legalização de cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais a viver nos Estados Unidos. Após ter recebido mais de 40% do voto hispânico nas eleições de 2004, a concretização dessa reforma teria colocado o Partido Republicano no bom caminho para alcançar bons resultados eleitorais entre este segmento do eleitorado. A história é conhecida. A legislação introduzida por John McCain e o falecido Ted Kenney foi barrada no senado devido à oposição republicana, e desde então, até à última campanha eleitoral, o debate esteve contaminado por uma retórica agressiva contra os imigrantes ilegais. Barack Obama nem tentou passar a legislação nos primeiros dois anos do seu mandato, quando tinha maioria nas duas câmaras. Mas chegou a hora de resolver este problema. Os resultados eleitorais do Partido Republicano no eleitorado hispânico foram catastróficos, e poucos nesta altura acreditarão que haverá força das vozes oposicionistas para barrar legislação.
Barack Obama já prometeu envidar esforços no sentido de criar um caminho para a legalização dos imigrantes ilegais neste mandato, e é bem possível que seja já no primeiro ano que o consiga fazer. Marco Rubio será um dos principais advogados do lado republicano, e já ganhou aliados importantes, como Paul Ryan, John McCain ou Lindsay Graham. Certamente haverá oposição de alguns republicanos, mas desta vez, ao contrário de 2007, não é de esperar um movimento tão forte de contestação à reforma. Do lado democrata, pouca ou nenhuma oposição deverá surgir. Um comité bipartidário do Senado está já a preparar legislação, onde estão presentes, além de Rubio, McCain do lado republicano, Dick Durbin e Robert Menendez do lado democrata. Será uma boa notícia para a América.