Até às eleições de 6 de Novembro, o Diário de Notícias vai publicar uma coluna diária do Bernardo Pires de Lima, que está a passar uma temporada em Washington. Aqui está um bom inicio desse trabalho diário, e que resume a essência da "corrida" neste momento:
Romney não é McCain: não se ficou pelo financiamento público, surpreendeu nos debates e tem narrativa económica. E Obama não é Obama: foi-se a surpresa, é "normal" em debate e fugiu-lhe o álibi Bush. É este duelo que está na arena nestes dez dias finais de campanha: um pragmático conservador contra um progressista pragmático. O que pode, então, fazer a diferença? Para Obama, a mobilização do voto antecipado e uma corrida súbita às urnas da sua palete de cores preferida: jovens, mulheres, latinos e afro-americanos. O voto antecipado não tem corrido mal, sobretudo no decisivo Ohio, mas a mobilização é uma incógnita. Mil milhões de dólares angariados podem dar o toque de caixa, mas esbarram num número igualmente astronómico e pornográfico: outros mil milhões no bolso de Romney. Aqui, o voto do americano branco e das classes trabalhadoras vai definir a aproximação ou, até, a vitória. Há quatro anos, dinheiro em falta foi voto fora da caixa. Mas Romney não é McCain e Obama já não é Obama.