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Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 20:48link do post | comentar

Considerando todos os dados conhecidos, nomeadamente as sondagens, mas também os movimentos de ambas as campanhas, acredito que esta é a actual situação da corrida. Este mapa explica também porque a generalidade dos analistas considera que, apesar da recuperação de Mitt Romney, Barack Obama ainda é o favorito a vencer as eleições de 6 de Novembro. Se as eleições se realizassem amanhã, muito provavelmente seria reeleito. 

 

Mas este facto não invalida as dificuldades que a campanha de Obama atravessa. Se fizéssemos uma análise semelhante há duas semanas atrás, os estados da Florida, Virgínia, Colorado e New Hampshire estariam na coluna de Obama. E os últimos números que foram publicados do Iowa (sondagem da empresa democrata PPP dá vantagem de 1% a Romney) também não lhe são muito favoráveis. Mas olhando para este mapa, podemos concluir que será o Midwest a determinar o nome do vencedor. Romney não conseguirá ser eleito sem vencer pelo menos um destes estados: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin e o problemático Ohio (recordo que nunca um republicano foi eleito sem vencer este estado). E nos dois primeiros nenhum republicano vence desde 1988, enquanto no Wisconsin desde o landslide de Reagan em 1984. No entanto, o Wisconsin parece ser a melhor hipótese extra Ohio. George W. Bush ficou muito perto de derrotar Al Gore e John Kerry aqui. A alternativa pode ser vencer o Iowa+Nevada, mas este último parece quase impossível, a acreditar nas sondagens. Apesar de aparecer sempre perto, em nenhuma sondagem dos últimos meses apareceu à frente de Obama. Estas contas explicam o ainda favoritismo de Obama. 

 

Por fim, uma nota sobre algo que me tem intrigado bastante: o sentido de voto dos independentes. Em quase todas as sondagens que tenho visto Mitt Romney aparece à frente de Obama neste segmento do eleitorado, e por vezes, com grande vantagem. Será que se estes números se confirmarem, não haverá mais estados a caírem para o lado do republicano? Este post no GOP 2012 do The Hill analisa este tema


Penso que há a possibilidade de muitos que se declaram \"independentes\" são na verdade republicanos que tem vergonha de admitir isso, dada a impopularidade do partido.
Assim como penso que muitos que se declaram \"moderados\" são na verdade de tendência liberal (um palavrão para alguns) que não o admitem, estando aí a razão da liderança de Obama entre este segmento
Joao Felipe a 19 de Outubro de 2012 às 22:32

Perfeita análise, Luiz. Concordo plenamente!
Pedro Valadares a 20 de Outubro de 2012 às 22:04

Um mapa sem "toss-ups" é sempre uma previsão arriscada, mas cumprimento-te pelo risco que assumiste!;-)

O Ohio é sempre fulcral e não só para os republicanos - o último democrata a ganhar sem esse estado foi John Kennedy em 1960.

As características especiais deste ano - efeito do "bailout" da indústria automóvel no Ohio e um candidato a vice-presidente filho do estado no Wisconsin - até poderão fazer com que os republicanos percam no Ohio e ganhem no Wisconsin, mas isto não passa de conjecturas.

Vou por outro lado: a média das duas "tracking polls" nacionais - Gallup e Rasmussen - dá actualmente uma vantagem de cerca de 3% a Romney, e com uma vantagem dessas no voto popular, será praticamente impossível ele não ganhar o Colégio Eleitoral.

Alexandre Burmester a 20 de Outubro de 2012 às 14:16

Não é uma previsão :) É como penso que a corrida está neste momento. Mas o "momentum" está do lado de Romney.

Nas últimas semanas conquistou para o seu lado a FL, NH, Co e VA. A última sondagem que saiu no Iowa deu-lhe 1 ponto e hoje saiu uma no Ohio com um empate a 47.
Nuno Gouveia a 20 de Outubro de 2012 às 15:43

Em um estado que se inclina pra eleger Tammy Baldwin senadora, acho difícil uma vitória de Romney no Wisconsin.
P.S.: Me digam, essa é a primeira vez que a Gallup trabalha com \"likely voters\"? Acho que pode estar a razão de seus números atuais. Das duas uma: ou a Gallup é a única certa ou está fora da realidade.
Joao Felipe a 20 de Outubro de 2012 às 14:29

Caro João Felipe,

Em todos os anos de eleições presidenciais a Gallup muda o seu método de eleitores registados para votantes prováveis em Outubro. Foi isso que sucedeu - já há vários dias.

Por acaso, na ponderação partidária, a Gallup até, a meu ver, exagera na proporção de democratas.

Acho que devemos focarmo-nos essencialmente nos números nacionais - as sondagens estaduais são mais infrequentes e menos fiáveis. Por exemplo, há uma recente sondagem que dá a Romney 4 pontos de vantagem na Pensilvânia. Eu acho que nem o mais optimista membro da campanha de Romney acredita nesse número.

A questão também é, João Felipe, que não sei se o Wisconsin se inclina para eleger Tammy Baldwin. Essa corrida está renhidíssima. Mas aceitemos que sim: esse mesmo estado reelegeu recentemente o governador republicano Scott Walker com uma margem superior à que obtivera na sua primeira vitória, pelo que...

Tirando o caso anormal de 2008, o Wisconsin tem andado a "ameaçar" cair para o lado do GOP. Conforme o Nuno referiu, George W. Bush perdeu aí por muito pouco, tanto em 2000, como em 2004 (creio que por menos de 1% dos votos em ambas as ocasiões).

Números de hoje da Rasmussen: Nacional: Romney 49%, Obama 48%; Swing States: Romeny 50%, Obama 46%.

Nas contas dos swing states a Rasmussen inclui Colorado, Florida, Iowa, Michigan, Nevada, New Hampshire, North Carolina, Ohio, Pennsylvania, Virginia e Wisconsin.
Alexandre Burmester a 20 de Outubro de 2012 às 16:39

Bem, em 2012 acho que a vitória de Walker não se deu tanto por questões ideológicas, mas porque os eleitores acharam que não fazia sentido derrubar um governador antes do mandato por fazer justamente aquilo que havia prometido.
Joao Felipe a 20 de Outubro de 2012 às 17:25

Bom, vamos pegar pesquisas estaduais que você confia caro Alexandre. a Rasmussen dá 237 para Obama a 235 para Romney, com 66 delegados indefinidos. Não vejo uma vantagem republicana irreversível, mas uma disputa apertada.
Joao Felipe a 20 de Outubro de 2012 às 17:33

Bem, João Felipe, eu disse que as sondagens estaduais são mais infrequentes e menos fiáveis - e isso inclui a Rasmussen, claro.

Quanto à sondagem que o Nuno refere que hoje dá um empate no Ohio, é da Gravis Marketing, mas inclui na amostra +9% de democratas que republicanos, quando a vantagem na afluência democrática no Ohio em 2008 foi de apenas 5% (em 2004 registou-se uma vantagem republicana de +4%).

Bem, em 2010 o comparecimento democrata foi melhor que o esperado em estados como Nevada e Colorado.
Parece que essa nossa divergência sobre pesquisas só sera resolvida mesmo em 6 de novembro.
P.S. Quando você pretende lançar suas apostas para o colégio eleitoral, senado, e cámara?
Joao Felipe a 20 de Outubro de 2012 às 18:14

Não se trata de apostas, mas sim de previsões (as minhas apostas privadas já as lancei;-). Temos tempo ainda.

Penso que quem ganhar o Ohio deverá ganhar as eleições. Acho é estranho que o nevada e o ohio não tenham a flutuação negativa para Obama que todos os outros têm este ano, e que é de menos 6 por cento, em média. Se o Nevada e o Ohio estivessem com as flutuações face a 2008 dos outros estados, penso que Romney teria grandes hipoteses, mas assim a eleições está muito indefinida e a noite e madrugada de dia 6 será de "sonho" e imprópria para cardiacos. O debate de segunda é crucial, se Obama não o ganha claramente...
Miguel Direito a 20 de Outubro de 2012 às 19:25

A verdade é que Barack Obama tem conseguido manter-se muito competitivo no Ohio. E parece-me quase certo que se Romney não vencer no Ohio não vence as eleicões face aos dados disponíveis a pouco menos de 2 semanas da votacão.

A isto não será alheio a realidade político-social do estado.O Ohio não foi dos estados norte-americanos que mais sofreu com a crise iniciada em 2008.Se a memória não me falha creio que a taxa de desemprego até é ligeiramente inferior face aos números de 2008.Depois se há estado em que Obama pode retirar ganhos eleitorais decorrentes do apoio financeiro à industria automóvel é o Ohio.Apoio esse que foi criticado por Mitt Romney .





Carlos Pereira a 20 de Outubro de 2012 às 21:12

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