Como antecipei ontem, Mitt Romney lidera pela primeira vez desde Outubro de 2011 a média de sondagens do Real Clear Politics. Das quatro sondagens publicadas hoje, o republicano lidera em três e está em empatado na tracking poll da Rasmussen. Ao nível das sondagens estaduais, Romney aparece agora à frente em vários swing-states, e colocou estados como a Pensilvânia e Michigan em jogo. Se as sondagens a nível nacional mantiverem esta tendência, é bem provável que ultrapasse Obama na maioria dos swing-states, como no Ohio, Virgínia ou Florida. Deve a equipa de Obama entrar em pânico, como sugeriu ontem o apoiante do Presidente, Andrew Sullivan? Não me parece.
Barack Obama está em maus lençóis e é provável que o rumo das sondagens continue a favor de Romney nos próximos dias. Mas a menos que aconteça uma grande surpresa, Barack Obama continua a ter um caminho mais acessível para a vitória, e ainda aparece muito competitivo nos swing-states. Os fundamentos da corrida mudaram ligeiramente a favor de Romney, mas apesar do seu "momentum", continua too close to call. Seria um erro estratégico para Obama cometer algum acto desesperado, o que normalmente acontece quando as campanhas entram em pânico. Neste momento deverão tentar inverter a tendência já no debate de quinta-feira entre Joe Biden e Paul Ryan (apesar que este debate nunca contará muito), mas sobretudo na próxima semana em Nova Iorque, quando Obama defrontar Romney pela segunda vez. Esta eleição vai ser disputadíssima, como sempre pensei, e tentar adivinhar um desfecho final continua a ser mais wishful thinking do que outra coisa.