A dinâmica da corrida encontra-se claramente a favor de Obama. Na verdade, com mais ou menos distorções nas sondagens, o Presidente tem liderado a "corrida" desde há muito tempo. Apesar de ser uma vantagem quase sempre dentro da margem de erro das sondagens, Romney nunca nestes últimos meses conseguiu apresentar-se na frente. E isso não pode ser descurado numa análise realista a esta campanha. Mais, neste último mês, Obama parece ter "fugido" de Romney, com constantes sondagens a indicar-lhe uma vantagem mais confortável, principalmente em alguns swing-states. Se as eleições fossem hoje, provavelmente Mitt Romney venceria todos os estados de John McCain mais o Indiana e a Carolina do Norte, o que significaria uma vitória confortável de Obama. Isso coloca enorme pressão na sua prestação de quarta-feira, pois os media têm apresentado esta oportunidade como uma real possibilidade de reviravolta nesta corrida. Honestamente não espero que tal suceda. Com a excepção remota de um desastre de Obama no debate, o mais provável é que pouco ou nada mude após esta quarta-feira. O que pode contribuir para ajudar Romney? Três prestações aceitáveis nos debates (mostrando que está à altura da presidência), e que os eleitores indecisos e os que declaram que ainda podem mudar de sentido de voto, o escolham. Isso pode acontecer, se os debates lhe correrem relativamente bem, como disse, que Paul Ryan cilindre Joe Biden no seu debate, e que a sua campanha consiga acertar com a mensagem neste último mês, sobretudo focando-se nos problemas económicos do país. Não é uma tarefa impossível nem verdadeiramente herculeana. Mas há um mês a sua situação era mais fácil.