Aquilo que parecia ser uma recuperação lenta mas segura da economia dos E.U.A. tem sofrido sérios revezes nos últimos meses. O desemprego parece ter "encalhado" acima dos 8% (e isto usando apenas medidas restritivas da sua medição) e a actividade económica parece estagnada, ou mesmo, segundo alguns, a caminho da recessão.
Com efeito, os índices de produção industrial e serviços do Richmond Fed cairam a pique este mês. Brevemente teremos números acerca do PIB no segundo trimestre e do emprego no mês de Julho. Os segundos serão especialmente importantes.
Perante isto, é normal que a Campanha Obama tente reforçar os seus ataques ao seu opositor. Da questão Bain/Impostos passámos agora para a questão da inexperiência de Mitt Romney em matéria de política externa (o mesmo se poderia dizer do Obama de 2008, claro, e não se tem saído mal de todo).
Mas os constantes ataques de Obama a Romney têm tido um efeito negativo para o Presidente: se bem que o seu índice de "Job Approval" há muito seja basicamente negativo, o seu índice de popularidade pessoal permanecia em franco terreno positivo. Mas este último número já apresenta valores negativos em algumas sondagens, o que poderá ser consequência precisamente da campanha negativa que o Presidente se vê obrigado a conduzir - uma fatalidade, dado o fraco desempenho da Economia e a impopularidade relativa do seu principal feito doméstico, a reforma da saúde.
Isto dito, a verdade é que os números de Romney nas sondagens também não têm progredido. Colocado na defensiva com os ataques constantes do campo contrário, Romney não tem sido capaz de transmitir uma imagem positiva ao eleitorado. Para vencer em Novembro não bastará a Romney fiar-se na opinião negativa do eleitorado acerca do actual ocupante da Casa Branca. Também tem de dar-se a conhecer a esse eleitorado e transmitir uma imagem positiva e de optimismo - como Ronald Reagan em 1980 e Bill Clinton em 1992.