Quando John Roberts, o Juiz Presidente do Supremo Tribunal, anunciar a decisão sobre a reforma da saúde de Obama, tudo vai mudar nesta campanha eleitoral. A maior obra legislativa do mandato de Obama irá conhecer o seu destino esta semana. As previsões apontam para amanhã, mas o NY Times especula que possa ser noutro dia. Apesar de não haver nenhuma fuga de informação sobre a decisão, a maior parte dos insiders de Washington esperam que, pelo menos, o mandato individual que a lei preconizava vai receber um chumbo do tribunal, o que será considerado uma grande derrota para a Administração. As outras opções em cima da mesa é a revogação total da lei ou a declaração da constitucionalidade da lei. Os republicanos esperam, no entanto, que se o mandato individual for derrubado, a lei acabe por desmoronar-se, colocando à vista o fracasso de Obama, que despendeu imenso capital político para aprovar esta lei. Mas, como já tivemos oportunidade de observar no passado, nem sempre uma derrota se consubstancia dessa forma no complexo jogo político. E Obama tentará utilizar esse resultado como forma de motivar a sua base eleitoral. Pelo contrário, se a lei sobreviver no Supremo, serão os republicanos que irão tentar utilizar essa derrota judicial para motivarem os eleitores a eleger Mitt Romney, como a última oportunidade de derrubar esta lei.
Um aspecto parece-me claro: como esta lei foi aprovada, e se não houver alterações no Supremo, esta lei terá apenas uma hipótese para ser revogada: 2013. E isso só será possível se os republicanos tiveram maiorias no Congresso e Mitt Romney na Casa Branca. Esta lei continua extremamente impopular, mas há alguns aspectos dela que não o são. Portanto, será um jogo do rato e do rato à volta da lei, com democratas e republicanos a tentarem capitalizar.