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Jun 12
publicado por Alexandre Burmester, às 15:41link do post | comentar

"Fast and what?", perguntarão muitos ao ler o título deste apontamento. De facto, os media não têm prestado grande atenção a este potencial escândalo que tem vindo a germinar em Washington, mas as coisas poderão estar para mudar brevemente.

 

Resumidamente, a Fast and Furious foi uma operação levada a cabo pelo FBI envolvendo a autorização de venda ilícita de armas a narco-traficantes mexicanos, com o objectivo de apanhá-los, digamos, com a boca na botija. Mas a coisa correu mal, perdeu-se o rasto às armas e até já um guarda fronteiriço americano foi morto por uma dessas armas.

 

A Câmara dos Representantes está a tentar investigar o assunto,  através da Comissão de Supervisão e Reforma Governamental, tendo esta solicitado ao Procurador-Geral Eric Holder que lhe facultasse determinados documentos relativos ao caso. Como a resposta de Holder foi negativa, a Comissão declarou que o Procurador-Geral está a incorrer em desobediência à Câmara. Entretanto, o Presidente Obama invocou o "privilégio executivo" a fim de evitar que a documentação seja fornecida à Comissão.

 

E é aqui que "a porca torce o rabo". De facto, embora o privilégio executivo tenha sido usado com regularidade no passado (George W. Bush, por exemplo, invocou-o seis vezes e Bill Clinton catorze), embora nem sempre ratificado em tribunal, a expressão adquiriu contornos negativos desde a sua invocação pelo Presidente Nixon durante as investigações do Congresso acerca do Caso Watergate.

 

Desde o Watergate, de facto, cada vez que um presidente invoca o privilégio executivo, o público e os seus opositores (e, por vezes, também alguns seus correligionários) tendem a indagar-se em que será que a matéria que a Casa Branca se recusa a revelar a poderá prejudicar mais que a recusa em si mesma.

 

Barack Obama é aqui também apanhado numa contradição, pois em 2007, enquanto Senador, criticou o Presidente Bush por este ter utilizado a sua autoridade executiva para impedir o seu conselheiro Karl Rove de depôr perante o Congresso.

 

O caso poderá crescer de importância, até porque estamos em ano de eleições.

 

A seguir. 


Tem toda a razão, meu caro. I stand corrected! Mas como o ATF está tembém dependente do Departamento de Justiça, eu confundi. Apesar de tudo, um pormenor nesta história. Mas agradeço a sua correcção.

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