Barack Obama viajou hoje em segredo ao Afeganistão para assinar um acordo com o governo local sobre a presença americana no terreno após o fim da missão da NATO em 2014. Esta viagem surge no dia em que se assinala o primeiro aniversário da morte de Osama Bin Laden, uma das vitórias mais significativas da sua Administração. Obama lançou na semana passada um anúncio para retirar dividendos políticos do assassinato de Bin Laden, mas terá cometido o erro, ou talvez não, de atacar Mitt Romney, pois sugere que se candidato republicano estivesse na Casa Branca não teria tomado a decisão de mandar matar Bin Laden. Apesar de não haver nenhuma evidência que tal teria acontecido numa administração Romney, a equipa de Obama decidiu criticar o seu adversário neste tema. Não consigo decidir se essa foi uma boa opção, mas a verdade é que esta semana, quando se deveria estar a discutir sobretudo o mérito de Obama ter mandado eliminar o inimigo número um dos Estados Unidos, os media americanos passaram os dias a analisar se o ataque a Romney é justo ou não.
Mas um sucesso Obama já parece ter garantido. Ao contrário de anteriores ciclos eleitorais, onde a política externa tem sido sempre uma área de vantagem para os republicanos, este ano poderá não acontecer o mesmo. Apesar de não ter sucessos visíveis em temas sensíveis como o Afeganistão, o Irão ou a Coreia do Norte, a morte de Bin Laden e o sucesso na perseguição movida à Al-Qaeda nestes últimos três anos, garantem a Obama alguma margem de manobra neste tema. E esta visita hoje ao Afeganistão, onde Obama elogiou o papel dos soldados na defesa da segurança dos americanos, é mais um passo nesse sentido.