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Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 09:51link do post | comentar

(Eric Gay/AP)


Grande noite para Rick Santorum. Porque venceu no Alabama e Mississippi, porque ultrapassou em larga medida as expectativas, porque Newt Gingrich não ganhou nenhum estado e está perto do colapso e porque Mitt Romney ficou em terceiro em ambos os estados. A noite não terá sido perfeita, porque Mitt Romney ganhou os caucuses do Hawaii e tambem na Samoa Americana e deverá acabar com mais delegados amealhados do que ele nestas quatro eleições (no Mississippi, Romney apesar de ficar em terceiro foi o que ganhou mais delegados). O que pode mudar após estas eleições? Se Gingrich retirar-se, ficará uma corrida a dois entre Santorum e Romney, o que poderá favorecer o antigo senador da Pensilvânia. No entanto, a matemática está do lado de Romney, e atenção às próximas eleições, dias 17 de Março (Missouri), Porto Rico (18) e Illinois (20). Em jogo estarão 139 delegados, e Romney já deverá ter certos os 20 delegados de Porto Rico, que têm um sistema de Winner Takes All. Romney continua o favorito mas... vai continuar a ter de lutar com Santorum, provavelmente até Junho. Para uma análise mais profunda deste dia, ficamos à espera das sempre interessantes e explicativas "notas" do José Gomes André. 

 

PS: Nota negativa para Ron Paul, que depois de muito prometer no inicio das primárias, eclipsou-se. Ontem teve 5% no Alabama e 4% no Mississippi.


Mesmo essas votações que cita. Ou porque foram irrelevantes em termos de delegados (na Virgínia só ganhou 3, apesar dos 40%), de atenção mediática das eleiçoes ou até porque no mesmo dia aconteceram outras eleições mais relevantes (Maine, Alaska, Dakota, e Vermont, por ex, onde apenas interessava o nome do vencedor) , Paul eclipsou-se. E estamos a falar de muitos estados onde as votações foram caucuses com pouca votação, mesmo na Virgínia, onde RP concentrou o voto anti-romney. E repare-se nos votos totais: MT: 3,4M, RS:2,2M, NG:2,1 RP: 950k. Está muito atrás de todos os outros.

Diferente foi no Iowa (onde disputou a vitória, apesar do terceiro lugar) e no New Hampshire (ficou em segundo), quando a candidatura de Ron Paul estava na arena principal. Repare-se que depois dessas duas eleições, sempre muito relevantes no processo de escolha do candidato, RP nunca mais teve a mesma atenção dos media e até dos seus apoiantes.

Uma outra nota que não acrescenta nada, é verdade. Os meus amigos Ron Paulites portugueses, que até ao New Hampshire dedicaram grandes posts a Ron Paul (ver Insurgente :) - deixaram de escrever sobre o processo eleitoral americano. Não terá isso a ver com a quebra de Ron Paul :)

Quer se queira, quer se não queira, Ron Paul é um epifenómeno do processo eleitoral. As suas ideias são excêntricas, tanto para republicanos como para democratas. É essencialmente "a lot of fun".

Mitt Romney só não selou ainda a nomeação porque estados populosos onde ele é claramente favorito, como Nova Iorque e Califórnia, realizam as suas primárias tarde.

O resto é folclore: também Obama só garantiu a nomeação em Junho. E antes da preponderância das primárias na nomeação dos candidatos era normal chegar-se às convenções sem candidato definido (ainda em 1968, por exemplo, Richard Nixon e Hubert Humphrey só garantiram a nomeação nas respectivas convenções - e Humphrey não disputara uma única primária!).

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