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Abr 10
publicado por Nuno Gouveia, às 16:51link do post | comentar

Charles Krauthammer escreve esta sexta-feira um artigo demolidor sobre a politica externa da Administração Obama. Esta Administração tem tratado os aliados tradicionais de forma bastante diferente do que era normal na política externa americana de anteriores presidentes.

O Henrique Raposo tem escrito vários artigos que explicam esta deslocalização dos interesses estratégicos dos Estados Unidos, e nessa nova ordem mundial que se tem vindo a impor pode estar uma explicação para esta alteração de comportamentos. Mas não se compreende que, ao mesmo tempo que se vão aprofundando novas alianças, as velhas e mais antigas sejam relegadas para um segundo plano. E aqui destaco a relação com a Inglaterra. Ao longo dos últimos 60 anos, e não prevejo que isso vá alterar-se significativamente nas próximas décadas, sempre que os Estados Unidos se envolveram em algum conflito, os ingleses foram os primeiros a estar a seu lado. E por vezes, como se viu no Iraque, foram mesmos os únicos. O tratamento que tem sido oferecido aos britânicos, nomeadamente no caso das Falklands e das recepções muito pouco calorosas a Gordon Brown que Krauthammer descreve, indiciam que na Casa Branca há uma mudança de visão relativamente ao seu aliado. Não será mais o aliado indispensável, mas sim apenas mais um aliado. Não tenho lido muita imprensa britânica, nem sei como este esfriar de relações está a ser encarado nas ilhas, mas sei que isto não joga em favor dos Estado Unidos em potenciais novas crises que os envolvam. David Cameron, que provavelmente será o novo inquilino de Downing Street, estará muito atento a estas movimentações.

Por outro lado, existe também um distanciamento em relação a Israel, que Krauthammer não refere. A humilhação que a Casa Branca ofereceu ao primeiro-ministro israelita na sua recente visita pretendeu demonstrar que Israel já não tem carta branca de Washington. Com o processo de paz congelado, haverá certamente a tendência para castigar o governo de direita israelita pela falta de avanços. Mas não sei se afastar-se do aliado tradicional também contribuirá para a melhoria da situação no terreno. Ao mesmo tempo que Obama vai ganhando o respeito dos países do médio oriente, vai perdendo apoio em Israel e na comunidade judia americana. Nota-se que Obama está a praticar um jogo arriscado no Médio Oriente. A longo prazo isso poderá ser prejudicial para Obama, pois se não conseguir alcançar resultados positivos no processo de paz, isso não deixará de o assombrar.


Distanciar-se da ditadura apartheidesca e nazi-sionista é o mínimo que Obama poderá fazer para restaurar um mínimo de credibilidade dos EUA no Mundo.

E para evitar uma guerra mundial com o Islão (1,5 bilião de pessoas, masi os aliados) que se aproxima a passos largos, de o rumo não for invertido.

Admira-me que você tome as dores de um bandalho neo-coneiro como o Charles Krauthammer. É um has been... à espera da forca num novo Nuremberga. E com ele toda a pandilha neo-coneira.
Euroliberal a 6 de Abril de 2010 às 14:38

Eu acompanho a imprensa britânica, caro Nuno Gouveia, e nomeadamente na de direita independente ( The Times ") e na alinhada ( The Daily Telegraph ") estas atitudes da administração Obama têm despertado vivas reacções antagónicas. Inclusivamente, o correspondente do Telegraph em Washington compilou recentemente uma lista de 10 desfeitas que Obama terá feito ao Reino Unido.

No fundo isto está a tornar-se a imagem de marca da Administração Obama em política externa: tratar reverencialmente os inimigos e friamente os aliados. Isto só pode levar os aliados a pensarem que não compensa ser amigo dos EUA. Nada disto é novo, mas é preciso recuar-se 30 anos, a Jimmy Carter , para se encontrar um paralelo. Mas neste caso da relação com o Reino Unido esta atitude é particularmente obnóxia, já que no conflito do Afeganistão aquele país é de longe o que mais tropas - e em locais de combate, e não dentro dos quartéis, como certos meninos - lá tem, a seguir aos próprios EUA.
Alexandre Burmester a 6 de Abril de 2010 às 23:54

Independentemente dos concretos crimes abjectos dos mercenários cruzados (há muitos), há que relembrar os neoconeiros caseiros que a simples invasão do Iraque pelos terroristas bushistas e respectivos caniches constitui já um CRIME DE GUERRA passível dé forca. Todas as guerras unilaterais e “preventivas” são crime de guerra.

É assim desde 1946 (tribunal de Nuremberga). A única guerra legítima é a de legítima defesa, contra o ocupante ou invasor. Como a da resistência iraquiana, que se limita a defender a Pátria.

Bush e Blair deveriam pois ser julgados e enforcados como criminosos de guerra.

Euroliberal a 7 de Abril de 2010 às 11:55

Nuno,

Essa do David Cameron ser o provável inquilino do do nº 10 de Downing Street ... Olhe que não! Olhe que não!
Rui Pedro Nascimento a 8 de Abril de 2010 às 17:05

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