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Fev 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:25link do post | comentar

Arrisco a dizer-me que esta é a campanha presidencial americana mais instável da história. Nada menos do que cinco candidatos já lideraram as sondagens nacionais em certo período: Romney, Perry, Cain, Gingrich e Santorum. O único indicador constante é que Mitt Romney nunca se afundou e tem sido primeiro ou segundo das sondagens. Mas estes indicadores não deixam de evidenciar a fragilidade de Romney, que tem sido apontado por todos os analistas como principal, ou até talvez, o único candidato que pode vencer estas primárias. Poucos entres elites republicanas imaginam um dos outros candidatos a defrontar Barack Obama em Novembro. Ninguém deseja que se repita o cenário de 1964, quando Barry Goldwater foi cilindrado por Lyndon Johnson.

 

No próximo dia 28 Romney tem uma batalha decisiva para arrancar para a vitória. Caso não vença no Arizona e principalmente no Michigan, o seu estado natal, os alarmes vão soar em Washington entre as elites. Não por acaso, voltou a falar-se numa entrada tardia de um outro candidato. Não que seja um cenário muito credível, mas muito periogoso para Romney. Com o apoio do establishment, com muito mais dinheiro e recursos do que os seus adversários, Romney tem demonstrado uma incrível fragilidade. Está certo que se for o nomeado, esta corrida poderá ser esquecida, até porque Romney é muito mais um candidato de eleições gerais do que de primárias, onde os sectores mais conservadores têm um enorme peso. E está provado que ele não consegue atrair este eleitorado. Numas eleições contra Obama, este eleitorado irá certamente reunir-se em redor dele, até porque haverá o objectivo comum de derrotar Obama. No entanto, há alguns sinais positivos para ele. No Michigan, as recentes sondagens indicam uma ligeira recuperação, na imprensa conservadora começam a aparecer muitas histórias negativas para Santorum (o Drudge Report hoje destaca imensas) e talvez o poderio financeiro consiga arrancar uma vitória no Michigan, à semelhança do que sucedeu na Florida. Mas não tenhamos dúvidas: se Romney deseja ter hipóteses contra Obama, se chegar lá, precisa de ser um candidato muito mais eficaz. O que não tem acontecido. 

  


Mas aqui só se discutem sondagens e projecções?! É que para isso não faltam bases de dados espalhadas pela net. Ainda não consegui ler aqui nada que tenha a ver com debate político (bem sei que estas primárias do GOP parecem um circo, de tão anedóticos que são os candidatos, mas mesmo isso poderia ser aqui discutido). Parece-me muito pobre para um blogue de supostos especialistas com formação académica.
David a 21 de Fevereiro de 2012 às 02:49

Queria que discutissem o quê se são as primárias do GOP o maior acontecimento político a ocorrer por esta altura nos EUA?

Mas o que diz não é verdade, o que não falta neste blogue são histórias e pormenores da história política americana verdadeiramente entusiasmantes e sempre bem acompanhados da perspectiva do autor sobre o assunto.
FGomes a 21 de Fevereiro de 2012 às 14:42

É óbvio que eu me estava a referir a um debate político sobre as primárias do GOP. É que para além de sondagens, só vejo observações sobre coisas como o financiamento de cada candidato ou as respectivas facções de apoio, mas sem explicações adicionais sobre estes factos. Por que é que ninguém se aventurou, por exemplo, a tentar uma análise comparativa dos candidatos e dos seus programas no âmbito da lógica do partido? Ou a procurar as razões da notória uniformização e radicalização dos mesmos?
É verdade que o Alexandre Burmester por vezes nos relembra de episódios marcantes da história americana, mas mais ao jeito do “fait-divers”, pelo que a relevância dos mesmos para o debate actual se perde.
A minha observação prende-se com o facto de acreditar que os autores do blogue teriam capacidade para fazer mais do que ressoar a informação em bruto que por aí circula.
David a 21 de Fevereiro de 2012 às 18:25

O David não costuma ler o blogue. Mas não lhe levo a mal, pois só o lê quem quer. De resto, sinta-se à vontade para escrever os comentários que desejar. E se tiver um blogue seu, pode deixar aí o link.
Nuno Gouveia a 21 de Fevereiro de 2012 às 18:45

Não conheço o blogue há muito tempo e só o acompanho esporadicamente (lendo várias das entradas de cada vez). Mantenho que não encontro aqui nenhuma análise política de fundo, mas apenas um apanhado de factos e uma selecção de curiosidades históricas. Não ponho em causa o interesse (caso contrário não vinha aqui), mas limitarem-se a observações gerais sobre o posicionamento ideológico de cada um dos candidatos e focarem-se nos números e nas performances públicas parece-me um pouco inconsequente. Talvez isto se deva ao facto de se recusarem a admitir e a analisar a penúria em que se tornou o GOP, mas então a vossa estratégia só evidencia o quanto estas primárias só em aparência poderem ser consideradas um acontecimento político. Não tenho blogue, mas se a sua observação se prende com a minha identidade, não tenho problemas em revelar os meus sobrenomes.
David Rodrigues Dias a 21 de Fevereiro de 2012 às 19:40

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