No horizonte amontoam-se nuvens pesadas para a candidatura de Mitt Romney.
De facto, o fenómeno Rick Santorum, o mais recente de uma já longa série de "não-Romneys", parece estar mais bem sustentado que os seus antecessores. Na mais recente sondagem nacional da Rasmussen acerca da corrida republicana, o antigo Senador pela Pensilvânia lidera com 39% das preferências, contra 27% do antigo Governador do Massachusetts.
Mais grave que isso, do ponto de vista de Romney, são as sondagens nos estados de Michigan (Santorum 35%, Romney 32%) e Ohio (Santorum 42%, Romney 24%). A primária de Michigan, estado de onde Romney é natural, mas onde já não reside há uns 50 anos, efectua-se no próximo dia 28 deste mês, e a do Ohio está integrada nas primárias da famosa "Super-Terça Feira", dia 6 de Março. Na Geórgia (também a 6 de Março) o "filho da terra", Newt Gingrich, mantém uma confortável vantagem (sobre Romney, em segundo lugar) na média de sondagens do sítio Real Clear Politics (esta persistência de Gingrich poderá eventualmente conduzir à tal "brokered convention" de que aqui falei em artigo recente).
Para a sua candidatura não ser gravemente afectada, Romney necessita de vencer no Michigan (no mesmo dia realiza-se a primária do Arizona, onde Romney lidera na mais recente sondagem com 8 pontos sobre Santorum). Uma derrota no Michigan, já de si grave, poderá ter reflexos bastante negativos no seu desempenho na "Super Terça-Feira".
Até aqui, o ponto forte de Romney para os eleitores republicanos tem sido essencialmente o facto de ser considerado o candidato com mais hipóteses de derrotar o Presidente Obama, isto é, o seu apoio tem estado fundamentalmente baseado em questões pragmáticas. Já Santorum é apreciado pelos seus princípios políticos e ideológicos, o que lhe dará uma base de apoio mais firme.
Seja como for, ainda estamos a 11 dias da primária do Michigan e a 18 dias da "Super Terça-Feira". A bem organizada e melhor financiada campanha de Romney decerto não desperdiçará este precioso tempo.