O Presidente Obama chumbou ontem a construção do Oleoduto Keystone, um extenso "pipeline" que traria petróleo do Canadá até às refinarias americanas do Golfo do México, proporcionando 20.000 empregos aquando da sua construção.
Obama tentara protelar uma decisão na matéria até depois das eleições presidenciais mas, numa daquelas peculiaridades do processo legislativo americano, os republicanos obrigaram-no a tomar uma decisão imediata como parte do seu voto favorável à extensão do abatimento no equivalente americano à nossa taxa social única.
Esta era, claramente, uma decisão desconfortável para Obama, cuja base de apoio inclui os ambientalistas, mas também os sindicatos, sequiosos de empregos, como é natural na actual situação económica.
Perante o aplauso dos ambientalistas e a aprovação de sindicatos não directamente ligados ao tema - cujo apoio Obama activamente procurou - e perante a oposição dos sindicatos ligados à construção, o Presidente tomou a decisão de chumbar a construção do oleoduto. Alegou, em defesa desta decisão, que a iniciativa legislativa republicana limitara o necessário tempo de estudo e reflexão sobre o assunto.
Não foi inocentemente que a maioria republicana na Câmara dos Representantes introduziu esta cláusula na sua aprovação à extensão do abate nos descontos sociais. Mas a política é feita disto mesmo, e Obama sabe-o bem.
Em ano de eleições, esta é uma dádiva do céu para os republicanos, cujos candidatos já começaram a atacar o Presidente por uma decisão que consideram afectar o emprego, o crescimento económico e a independência energética, e que, segundo eles, foi tomada por Obama para agradar às suas bases ambientalistas.
Aí está um tema que decerto não sairá da ribalta na campanha do Outono.