15
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 09:00link do post | comentar | ver comentários (4)

Barack Obama não prometeu só fazer baixar o nível dos oceanos, curar o planeta ou cortar o défice para metade no final do seu primeiro mandato. Conforme se pode observar nesta entrevista, o candidato Obama prometeu então que quando assumisse a Presidência a hostilidade muçulmana iria retroceder drasticamente em relação aos Estados Unidos. Tal como Sarah Palin, que por ver a Rússia do Alaska podia discutir política externa, também Barack Obama se considerava apto para acalmar os muçulmanos por ter vivido na Indonésia dos seis aos dez anos. Conforme pudemos observar nos últimos dias, Obama também não cumpriu esta promessa. A sua gestão do caso tem deixado a desejar, e o facto de ter ido para Las Vegas para uma sessão de angariação de fundos após ter tomado conhecimento do assassinato do embaixador na Líbia não abona muito em seu favor. Ainda por cima, sabe-se hoje que não costuma revelar muito interesse sobre os briefings de segurança nacional. Se estas manifestações no mundo árabe prosseguirem nos próximos dias, a política externa poderá tornar-se uma dor de cabeça para Obama, num tema que até ao momento lhe tem sido favorável. 


14
Set 12
publicado por José Gomes André, às 23:17link do post | comentar | ver comentários (2)

Dick Morris, antigo conselheiro de Bill Clinton e agora assessor político do Tea Party, não tem dúvidas: Mitt Romney está a caminho da Casa Branca. Desvalorizando todas as sondagens publicadas nas últimas semanas (as quais acusa de metodologia duvidosa), e apostando na "diferença de entusiasmo" entre o eleitorado Democrata e Republicano, Morris aposta numa vitória de Romney

 

São más notícias para Romney, uma vez que Morris é conhecido pelas suas previsões delirantes e sistematicamente erradas: previu uma disputa Hillary Clinton vs. Condi Rice em 2008; previu que Obama e McCain estariam empatados no Tenessee, Arkansas e West Virginia (quando Obama perdeu por larga margem estes Estados); considerou Sarah Palin a melhor escolha de sempre para vice-presidente; previu que Donald Trump iria candidatar-se à Casa Branca; apostou forte em Michelle Bachmann e Herman Cain para vencedores das Primárias Republicanas deste ano; e afirmou em Julho que sabia há seis meses que Romney escolheria Marco Rubio para o acompanhar no ticket Republicano. Um verdadeiro Zandinga invertido...


publicado por Nuno Gouveia, às 21:53link do post | comentar | ver comentários (7)

Explorada pela American Crossroads de Rarl Rove. 


13
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:27link do post | comentar

Retirado daqui


11
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 09:09link do post | comentar | ver comentários (5)

Miguel Sousa Tavares é um colunista preguiçoso. Já todos percebemos que parte dos comentários que faz são desprovidos de conhecimento, e como tal, contêm mentiras que deviam envergonhar alguém que é muito bem pago para opinar. Uma coisa diferente é criticar e até deturpar o que outros dizem. Mas outra é mentir e enganar os leitores de forma deliberada. Esta semana publica um artigo inquailificável (ainda não disponível online) no Expresso. Se uma parte são opiniões, e embora enviesadas, até podem ser consideradas normais. O disparate também faz parte da opinião. Mas o seu inicio, sobre o que Mitt Romney defende está repleto de mentiras e devia envergonhar o Expresso como organização noticiosa. Vamos por partes.

 

MST diz que "eles defendem que a "violação legítima" não deve dar direito a abortar, assim como o incesto ou malformação do feto". Nada mais errado. Mitt Romney deixou bem claro, e várias vezes, que defende excepções à lei, e que são precisamente essas que o colunista aponta. Se não sabia, devia procurar informar-se antes de o escrever. 

 

A seguir, MST diz que "defendem que só os que tem mais de 68 anos, doentes, tem direito a ser tratados pelo estado, gratuitamente". Outra falsidade. Em primeiro lugar, o Medicare (o programa de saúde dos idosos) abrange todos os idosos a partir dos 65 anos (e não 68 como afirma no artigo). Mas a dupla Mitt Romney não defende o fim do Medicaid (o programa de saúde para os mais pobres), como MST afirma. Defende uma coisa bem diferente, que é a transferência federal das verbas destinadas ao Medicaid para os estados, ficando estes responsáveis pela gestão do programa. De onde é que ele retirou essa ideia? Não sabemos. 

 

Segundo MST, "defendem que a taxa máxima do IRS deve baixar de 35% para 26% e que a partir de rendimentos a partir de 200 mil dólares deve ser zero". Sinceramente não sei onde MST retirou a ideia que Romney defende que os rendimentos a partir de 200 mil dólares não devem pagar IRS. Só pode ter sonhado. Em relação à baixa de IRS, devo dizer que não encontrei a sua proposta, e é possível que a dupla Romney/Ryan tenha proposto semelhante baixa de impostos. Mas o que sei é que propõe que a Corporate Tax baixe dos actuais 38% (a mais elevada do mundo) para os 25%.

 

"Defendem o abandono da investigação e investimento das energias limpas e aposta na intensificação da exploração de petróleo no Alaska, no offshore e em qualquer zona protegida, acompanhada de incentivos fiscais às petrolíferas". No caso da exploração do Alaska é verdade, e até o Presidente Obama já iniciou este processo. Mas também é verdade que Obama, apesar de algumas resistências que demonstrou, tem efectuado esforços para aumentar a produção de petróleo nos EUA, o que aconteceu durante o seu mandato. Em relação às energias limpas, é evidente que Romney não defende o abandono da sua investigação. Basta consultar o seu programa para ficar esclarecido. Defende uma coisa bem diferente: acabar com os subsídios a grande parte dos projectos ruinosos, como foi o caso do Solyndra. 

 

Esta é a mais engraçada: a dupla Romney/Ryan defende "o direito inalienável de todos os cidadãos andarem armados e dispararem livremente". Se  Constituição de facto apregoa o "the right to keep and bear arms", esta ideia que eles defendem que possam disparar livremente é uma novidade para mim. Não sabia, mas se Romney vencer, todos os americanos poderão andar aos tiros nas ruas livremente. Já agora, para conhecimento do senhor MST, aqui não há grande diferença de posições (públicas) entre Romney e Obama. E que, enquanto governador do Massachusetts, Romney até limitou o uso armas de assalto, algo que Obama nem sequer ousou em falar neste mandato. 

 

Depois diz que Romney e Ryan defender a proclamação de Jerusalém como capital de Israel. E, então qual o problema? Ainda na semana passada Obama teve que intervir directamente na Plataforma Democrata para incluir essa afirmação. Já agora, qual deve ser a capital de Israel? Talvez na ilha de Madagáscar, senhor MST?  

Por fim, mais uma piada: estes malvados prometem, "de um modo geral, fazer a guerra aos árabes, russos, chineses e aos pretos". Mas, e é caso para perguntar, MST acredita mesmo nisto tudo ou estava sob efeito de algum produto delirante quando escreveu isto?  

 

É lamentável que estas mentiras ou distorções tenham sido publicadas nas páginas do Expresso. Isto não é opinião. 

 

Adenda: Elas são tantas que me esqueci de mais duas mentiras de MST. Ele escreveu que "defendem a perseguição aos imigrantes". Mais uma vez, não sei do que ele está a falar. Será que eles querem expulsar todos os emigrantes ou questionam o número de 12 milhões de imigrantes ilegais nos EUA? Certamente a primeira opção não é de certeza. E de referir que nunca como agora têm sido expulsos tantos imigrantes ilegais dos EUA. E MST também disse que Romney e Ryan "defendem o fim das bolsas de estudo para estudantes sem dinheiro para estudar". Mais uma vez, uma mentira descarada do cronista. Em lado algum os candidatos defendem isso.

 

* na sequência do post do José Gomes André, deixo aqui o post que publiquei ontem no 31 da Armada.

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10
Set 12
publicado por José Gomes André, às 17:06link do post | comentar | ver comentários (18)

Infelizmente, os cronistas de maior audiência em Portugal são profundamente ignorantes acerca da política americana. O que não os coíbe de se manifestarem sobre o tema, como qualquer bom "tudólogo" deve fazer. Os disparates tornam-se portanto frequentes. Que o diga Miguel Sousa Tavares, que afirma, entre várias tolices, ser desejo da dupla Romney/Ryan "fazer a guerra aos árabes, russos, chineses e aos pretos", proibir o aborto até mesmo em caso de violação, extinguir o IRS para os mais ricos e defender "o direito inalienável de todos os cidadãos andarem armados e dispararem livremente". Até dava para rir, se não fosse sério.


Ontem à noite, Marcelo Rebelo de Sousa resolveu juntar-se à festa e alinhar na lógica do comentário desinformado. Dizia o Professor que a Convenção Democrata tinha sido um insucesso e que correra francamente mal a Obama em particular ("que está uma sombra" do que foi), prevendo que a Convenção tenha um impacto nulo nas eleições. Curioso. A maioria dos comentadores elogiou a Convenção Democrata. O público americano gostou da Convenção, que teve maiores audiências do que a Republicana. Todas as sondagens mostram uma subida de Obama durante e após a Convenção. Nate Silver, um dos maiores especialistas eleitorais americanos, escreveu, ainda no Sábado, que a Convenção Democrata pode mesmo ter marcado um momento decisivo na campanha, catapultando Obama para a condição de "claro favorito" (front-runner).


Mas o que interessa tudo isto? Todas estas sondagens, comentários e dados estatísticos? Marcelo acha que não correu bem. E se Marcelo acha que não correu bem, quem se atreve a dizer o contrário? Como bem dizia o saudoso Gore Vidal, "the biggest problem of our time, is that everyone has an opinion, but nobody has a thought".


publicado por Nuno Gouveia, às 16:23link do post | comentar | ver comentários (2)

Os primeiros números das sondagens pós Convenção Democrata indicam claramente uma subida de Barack Obama, em contraste com o que sucedeu com a Convenção Republicana, que apontou apenas uma ligeira subida de Romney. Neste momento a Rasmussen dá 5 pontos de vantagem a Obama, a Gallup 5 pontos e a Reuters 4 pontos. Sendo que as três tracking polls indicam valores semelhantes, não há como duvidar: a Convenção Democrata teve um efeito mais positivo no sentimento dos eleitores. A partir daqui resta esperar para verificar se este valor irá manter-se, ou se, pelo contrário, os valores voltarão a equilibrar-se, como aconteceu nos últimos meses. Nas próximas semanas saberemos. 


08
Set 12
publicado por José Gomes André, às 16:49link do post | comentar | ver comentários (2)

07
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:32link do post | comentar | ver comentários (8)

 

A convenção democrata terminou ontem em Charlotte com um sentimento de missão cumprida por parte de Barack Obama. Contrariamente às previsões, incluindo a minha, o Presidente não fez um grande discurso, ao estilo que nos habituou. Tal como a transferência do estádio para o pavilhão, também ao nível da retórica houve uma descida na fasquia. Ontem o melhor discurso da noite veio de John Kerry, que fez um ataque eficiente a Mitt Romney. Destaque também para o desfilar de estrelas que discursaram, como Eva Langoria e Scarlett Johanasen, que apesar de não terem dito nada de relevante, deram brilho e star power à convenção. Este último dia até estava a correr melhor do que os dias anteriores até ao discurso de Barack Obama, que terá ficado atrás de Bill Clinton e da Primeira Dama. A convenção não terá sido um game changer desta campanha, tal como não tinha sido a convenção republicana.  

 

Positivo:

- Os discursos de Bill Clinton e Michele Obama, proferidos no horário de prime-time, que foram muito bem recebidos e apresentaram o caso para a reeleição de Barack Obama

- Enfoque nas questões militares e de política externa, que ajudaram o Partido Democrata a relegar para trás a imagem anti-guerra criada nos anos anteriores à eleição de Obama, e que lhe dão nestas eleições vantagem sobre os adversários republicanos

- dois excelentes momentos que comoveram todos aqueles que estavam a assistir à convenção: o discurso da veterana de guerra do Iraque, Tammy Duckworth e a intervenção ontem à noite da antiga congressista Gabrielle Giffords.  

- comunicação directa com os grupos específicos que poderão ser decisivos para a vitória: minorias étnicas, mulheres e jovens. 

 

Negativo:

- O episódio de Deus e Jerusalém, que ofereceu ao país uma imagem contraditória e confusa do Partido Democrata

- Exagerado enfoque nas questões sociais, em detrimento do emprego e economia, que estiveram muito ausentes em Charlotte. Não sei até que ponto a ideia da "war on women" tem dado vantagens a campanha de Obama. As últimas sondagens que foram publicadas indicam uma quebra de popularidade do Presidente entre este segmento da população

- Ausência de estrelas emergentes. Ao contrário do Partido Republicano, que apresentaram Susana Martinez, Marco Rubio ou Chris Christie, os democratas parecem estar com falta de "rising stars". Julian Castro não cumpriu as expectativas, e sendo apenas Mayor de San António, não se vê como poderá ascender rapidamente na política americana. O melhor que ofereceram foi o governador do Maryland, Martin O'Malley. 

- O que um segundo mandato será diferente deste? Não responderam. Os Estados Unidos estão melhores do que há quatro anos? Não souberam responder. 


publicado por José Gomes André, às 17:27link do post | comentar | ver comentários (8)

06
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:54link do post | comentar | ver comentários (10)

 

A Convenção Democrata tem corrido bem a Obama. Bons discursos de Michele Obama e Bill Clinton, que serão certamente rematados esta noite com mais uma excelente intervenção de Barack Obama. Disso parece não haver dúvidas. Continuo a pensar que o enfoque especial nos assuntos sociais tem sido exagerado e que poderá ofuscar um pouco esta convenção, tendo como exemplo disso o discurso patético do Joe the Plumber desta campanha, de seu nome Sandra Fluke. Além disso, os media americanos têm continuado a servir de perfeitos mestres de cerimónia do Presidente, elevando os aspectos positivos e escondendo os negativos. Alguém duvida que se o que se passou ontem na votação de Deus e Jerusalém, com um voto no mínimo de empate a ser transformado numa vitória de 2/3, seria um dos assuntos principais dos media, se se tivesse passado na convenção republicana? E as sucessivas descaracterizações que têm sido ditas na convenção, incluindo por Michele Obama e Bill Clinton, que tem passado quase incólumes nos meios de comunicação social americanos? Numa campanha política, há diferentes interpretações e declarações exageradas, mas parece que as democratas têm escapado ao radar dos principais media. Bem, para quem conhece o fenómeno político americano saberá que isso é perfeitamente normal e nenhuma vitória republicana foi alcançada com o apoio dos media nas últimas décadas. É evidente que com o nascimento dos media conservadores, especialmente na era da Internet, existe hoje um contraponto na sociedade americana. Mas se em 2008 os media foram os cheerleaders de Obama, ninguém esperaria que este ano fosse diferente. 

 

Se os discursos dos principais oradores têm sido eficientes, na verdade o problema para Obama nunca foi esse. Todos nos recordamos dos grandes discursos que proferiu ao longo do seu mandato, e, ao contrário da eleição de 2008, isso não tem sido suficiente para o livrar de apuros. Mitt Romney teve apenas uma ligeira subida nas sondagens após a sua convenção, estando neste momento, pela primeira vez em muito tempo, empatado a nível nacional na média do Real Clear Politics. A minha previsão é que Obama, após a convenção irá subir ligeiramente, retomando a liderança por curta margem, como tem estado nos últimos tempos. Ficaria surpreendido se acontecesse outro cenário, o da manutenção da actual situação ou de uma grande subida de Obama. A campanha tem estado bastante renhida e quase inamovível nestes últimos meses. Acredito que até aos debates, se não acontecer nada de extraordinário, a situação não se alterará. 

 

PS: Fernando, apesar de não ser meu hábito comentar matérias de fé, que só dizem respeito a cada um, abrirei uma excepção para ti amanhã :)


publicado por José Gomes André, às 18:14link do post | comentar | ver comentários (3)


Enquanto aguardamos pelo discurso mais esperado na Convenção Democrata (o de Obama, esta noite), deixo-vos um resumo da entusiástica intervenção de Bill Clinton em Charlotte.

publicado por Alexandre Burmester, às 16:59link do post | comentar

Estou de acordo com Dick Morris, comentador conservador, mas antigo conselheiro de Bill Clinton, e ao qual o antigo presidente provavelmente deve o facto de ter sido reeleito quando Morris inventou a "triangulação" (aproveitar os pontos mais populares da agenda do adversário e fundi-los com a própria agenda). Pois bem, Morris diz que Bill Clinton, no seu discurso de ontem à noite, pareceu um bom advogado a defender um cliente culpado.

 

De facto, Clinton chegou ao ponto de defender o aumento brutal do deficit federal sob Obama, argumentando que a recuperação económica é longa e dura. Até o antigo presidente falar, todo os oradores da Convenção tinham evitado terreno tão movediço como o do deficit, antes procurando focar-se noutros aspectos da política e objectivos de Obama.

 

O discurso de Clinton foi também demasiado longo, o que é natural em tão narcisística personagem.

 

Para finalizar: mais uma vez, Morris, que conhece Clinton muito bem, disse que acha que Clinton votará secretamente em Mitt Romney. Não é que eu ache o antigo presidente incapaz de tal coisa, mas Morris também tem uma mente tortuosa!;-)


publicado por Alexandre Burmester, às 13:23link do post | comentar | ver comentários (1)

Como o Nuno Gouveia referiu no apontamento anterior, Deus regressou ontem à Convenção Nacional Democrática. Será que hoje vamos ter Maria Madalena?


05
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:28link do post | comentar | ver comentários (13)

 

Num regresso à década de 90, discursa hoje Bill Clinton, aquele que é o político vivo mais popular dos Estados Unidos. Apesar de não morrer de amores por Barack Obama, espera-se hoje uma forte intervenção de apoio ao Presidente. Esta é uma boa jogada dos democratas para tentar capitalizar a popularidade de Clinton. Antes irá discursar Elisabeth Warren, a candidata ao senado pelo Massachusetts, que tenta derrubar Scott Brown. 

 

PS: entretanto, nas cada vez mais irrelevantes plataformas políticas, hoje passou-se uma situação curiosa na Convenção Democrata. Ontem foi anunciado que a palavra Deus e Jerusalém como sendo capital de Israel tinha sido retirada da Plataforma. Cedendo às pressões, hoje Deus e Jerusalém voltaram a ser incluidas. 


publicado por Alexandre Burmester, às 21:40link do post | comentar | ver comentários (5)

 

 

 

 

Já que na Convenção Nacional Democrática o pessoal do Massachusetts tem tido um inusitado relevo, deixo aqui a minha homenagem a uma incansável colaboradora dessa máquina, tragicamente falecida num acidente de viação em 1969, numa viatura conduzida por um filho da mais famosa - alguns diriam famigerada -  família política daquele Estado.

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Mary_Jo_Kopechne 


publicado por José Gomes André, às 18:30link do post | comentar | ver comentários (16)

Num excelente post, o Nuno Gouveia considera negativo o facto de os Democratas estarem a dar demasiada importância às questões sociais, nomeadamente o aborto, numa altura em que os americanos estão sobretudo preocupados com a economia. Dou-lhe toda a razão neste último ponto, mas não estou certo quanto à premissa geral de que o tema do aborto seja pouco relevante nesta eleição. Por três razões fundamentais.

 

1) Não é absolutamente rigoroso dizer que "a maioria dos americanos considera-se pro-life". Os estudos da Gallup, realizados desde 1995, mostram que houve na verdade uma maioria de eleitores "pro-choice" durante os anos 1998-2008, tendo-se a situação invertido ligeiramente apenas em anos recentes (2012: pro-life 50%, pro-choice 41). Todavia, ainda em 2011 a sondagem Gallup dava vantagem aos "pro-choice" (49-45%)...


2) Por outro lado, a questão do "aborto" não se joga apenas na dicotomia "pro-life" vs. "pro-choice". Embora ausente do "programa oficial" do Partido, a ideia de que o aborto deve ser proibido em qualquer caso (incluindo violação e incesto) vem sendo defendida publicamente por várias figuras relevantes (Michelle Bachmann, Sarah Palin, Todd Akin, etc.). Ora, esta é uma posição fortemente rejeitada pelo povo americano, sendo apenas defendida por 20% dos eleitores. É pois natural que os Democratas explorem o tema, procurando associar o Partido Republicano a tal visão radical e impopular do aborto.


3) Por fim, uma vez que os resultados no "tópico forte" das eleições (economia e emprego) não são propriamente favoráveis aos Democratas, é lógico que estes irão procurar levantar outros temas como o aborto ou a política externa, descentrando assim o debate. Curiosamente, durante muitos anos foram os Republicanos a usar esta técnica e a apelar justamente a estas questões (vide Bush vs. Gore/Kerry). Ironias da política...


publicado por Alexandre Burmester, às 16:34link do post | comentar

Ao contrário do costume, a Convenção Republicana não produziu um efeito positivo significativo nos números do candidato republicano, este ano Mitt Romney.

 

Olhando apenas para as "tracking polls" da Rasmussen e da Gallup, na primeira Romney teve um ligeiro impulso, mas na segunda está agora até com menos um ponto percentual que antes da Convenção. 

 

Se o Presidente Obama conseguir um impacto mais forte na sua convenção, isso poderá vir a ser um factor importante. 

 

Por outro lado, se os números de aprovação do desempenho do Presidente há muito são basicamente negativos, os da sua popularidade pessoal estiveram desde a sua tomada de posse em terreno positivo, mas isso já não se verifica agora em várias sondagens.

 

Tudo isto aponta, mais uma vez, para uma renhidíssima corrida, na qual os debates assumem cada vez maior importância.

 

Entretanto, nas previsões do Colégio Eleitoral do realclearpolitics.com a situação está em Obama 221/Romney 191, uma margem menor do que aquela que tinha vindo a verificar-se, devida essencialmente à passagem recente de alguns estados de "Leans Obama" para "Toss-Up" (casos de Michigan e Wisconsin). 

 

 


publicado por Nuno Gouveia, às 10:02link do post | comentar | ver comentários (11)

Ontem não tive a oportunidade de assistir ao discurso de Michele Obama. Pelo que li foi muito bem recebido, e será certamente uma ajuda valiosa à candidatura de Barack Obama. Antes dela falou Julian Castro, o Mayor de San António no Texas, outro discurso que não ouvi e que terá causado boa impressão. Principalmente pelo discurso da Primeira Dama, e o mais importante da noite, este primeiro dia da convenção terá sido muito positivo para as aspirações democratas. Mas deixo aqui um comentário ao que pude assistir:

 

Pontos positivos:

- discurso de Tammy Duckworth, candidata ao congresso no Illinois, e veterana do Iraque que ficou sem duas pernas. Uma imagem poderosa acompanhada por um bom discurso, que foi elogiado tanto à esquerda como à direita.

- aproveitamento de um vídeo de homenagem a Ted Kennedy para atacar Mitt Romney. Um momento que servirá para dar alento aos críticos do candidato republicano.

- aproveitamento da política externa, onde os democratas têm, algo raro, apresentado vantagem sobre os republicanos. A utilização de veteranos de guerra serve perfeitamente para relembrar isso. 

- Os "attack dogs" prestaram um bom serviço a Obama, especialmente Ted Strickland do Ohio e Martin O’Malley do Maryland.

 

Pontos negativos:

- demasiado enfoque dado às questões sociais, especialmente ao aborto. Neste momento os americanos estão preocupados sobretudo com a falta de emprego e a desaceleração da economia. Ao contrário dos republicanos, que deixaram os seus "guerreiros sociais" de fora da convenção, os democratas apostaram nestes temas. E nem sei até que ponto é eficaz: a maioria dos americanos considera-se pro-life e é bem mais próxima da posição de Romney.

- o mesmo para os ditos "assuntos de mulheres". Os democratas estão a tentar arranjar um meio de retirar votos aos republicanos entre as mulheres, e por isso, arranjaram esta "war on women". Tem tido vantagem nesse assunto, mas não faz sentido ocupar tanto espaço com isso e nem os eleitores estão para aí virados.

- falta de resposta para a pergunta "Are You Better off?". Os democratas caíram na ratoeira dos republicanos e ainda não conseguiram arranjar uma resposta convincente. Ontem as sondagens que foram publicadas apresentaram todas números negativos para esta questão, e os democratas necessitam de dar a volta a estes números. Talvez não chegue atacar Mitt Romney.


03
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:46link do post | comentar | ver comentários (6)

A resposta a esta pergunta estará subjacente à Convenção Nacional Democrata, que se inicia amanhã em Charlotte, na Carolina do Norte. E por enquanto, os democratas parecem não ter afinada uma resposta coerente. Ontem, David Axelrod não conseguiu responder de uma forma assertiva e o governador de Maryland, Martin O'Malley (apontado como candidato a 2016) disse que não estavam. Hoje já corrigiu a declaração, mas o mal estava feito. Quando olhamos para as sondagens, existe um claro sentimento que não estão. Mas não se espera que seja essa a principal mensagem da Convenção: a esperança e a mudança de 2008 darão lugar às críticas contra o Partido Republicano e os seus líderes, tentando-os caracterizar como inelegíveis. Depois de há quatro anos Barack Obama ter prometido reduzir a dívida pública para metade, a sua administração aumentou-a mais do que qualquer outro Presidente, e durante um mandato (metade com total controlo no Congresso) não conseguiu aprovar sequer um orçamento. Com o estado do país a definhar, o desemprego muito superior ao prometido e o divisionismo, que Obama prometeu acabar, mais elevado do que nunca, ninguém espera que a principal mensagem desta convenção seja positiva. Aliás, depois de quatro anos com tantas promessas por cumprir (Eastwood perguntou como estava a situação de Guantánamo, por exemplo), o Partido Democrata pouco pode prometer. Não, a principal mensagem que os democratas vão tentar transmitir será tentar mostrar ao eleitorado independente que com o GOP a situação ficará pior. Como sempre tenho dito, a única oportunidade que a equipa de Obama tem para ser reeleita é desqualificar o adversário, o que tem sido feito com algum sucesso, pois só isso tem mantido a corrida empatada, com ligeiro ascendente para o Presidente. 


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