30
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 18:56link do post | comentar | ver comentários (2)

Michael Dukakis foi o único candidato presidencial nas últimas décadas contra a pena de morte. A forma fria e calculista como respondeu a esta pergunta no debate contra George. H. Bush em 1988 terá contribuido para a sua derrota.  


29
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 18:53link do post | comentar

 

Debate entre Gerald Ford e Jimmy Carter em 1976. Uma gaffe monumental de Gerald Ford sobre o posicionamento geopolítico dos países de leste. 


28
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 18:50link do post | comentar | ver comentários (5)

Grande momento no debate de candidatos a Vice Presidente em 1988, entre Lloyd Bentsen e Dan Quayle. Não terá sido muito relevante na campanha, mas hoje todos o recordam. 


publicado por José Gomes André, às 18:35link do post | comentar | ver comentários (1)

É como os americanos chamam ao acto de seleccionar, a partir de um conjunto muito variado, uma sondagem particular favorável ao nosso argumento ou interesse. Assim como, perante uma taça com muitas cerejas, escolhemos as mais apetitosas. O resultado daquele acto é, naturalmente, pouco científico, impedindo uma análise racional sobre a tendência de um determinado evento político.

A cobertura da eleição presidencial americana tem sido marcada por actos constantes de cherrypickingA imprensa continua a divulgar as sondagens que mais interessam à sua narrativa (e já nem falo dos blogues!), esquecendo todas as outras publicadas no mesmo período. Nas últimas semanas, ora surgem referências a vantagens claras de Obama (7 pontos) ora a um empate técnico. Uns preferem as sondagens estaduais para anunciar Obama como o mais-que-provável-vencedor. Outros agarram-se à Rasmussen para descrever uma luta titânica.

 

Tudo isto é verdadeiro. E tudo isto é falso. Estes intervalos são naturais, se pensarmos que há diversas sondagens diárias nos EUA. Com tantos dados, podemos de facto contar a história que quisermos. A imprensa tenderá a narrar uma história emocionante, para manter vivo o interesse da opinião pública, mas uma análise séria deve sempre procurar olhar para a média ponderada das sondagens, a única forma de decifrar afinal a objectiva tendência da corrida.

É menos emocionante, claro. Não é divertido anunciar que a disputa deste ano tem-se mantido relativamente estável, com ligeira vantagem de Obama, reforçada nas últimas semanas, por factores ainda a determinar (eu aposto em Convenção Democrata e erros tácticos de Romney). Com tantas narrativas de altos e baixos, os leitores ficarão provavelmente surpreendidos ao verificar que Obama lidera as sondagens desde Novembro de 2011 (!) (média RCP).


27
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 21:22link do post | comentar | ver comentários (3)

Este foi provavelmente o debate mais importante da história das eleições presidenciais americanas. Foi o único da campanha de 1980, sendo que antes dele, apenas uma semana antes das eleições, Reagan estava atrás de Carter e acabaria por vencer as eleições por 9%. "There you go again" ficou na história da política norte-americana. 


publicado por Nuno Gouveia, às 18:03link do post | comentar

O primeiro debate é já a 3 de Outubro (próxima quarta-feira), e ambas as campanhas já preparam caminho. E como sempre, as expectativas por vezes são muito relevantes para no final dos debates se "declarar" o vencedor. Claro que isso será sempre subjectivo, e em última análise, o facto mais relevante será a reacção dos eleitores, independentemente do que os comentadores digam. George W. Bush em 2000 entrou no debate com perspectivas de ser destroçado por Al Gore. Como acabou por ter uma prestação aceitável, acabou por sair vencedor. Em 2008 esperava-se o pior de Sarah Palin contra Joe Biden. Como tal não sucedeu, a opinião convencional foi que houve um empate entre eles. Este ano Obama parte como favorito, até pelo rumo da campanha. A expectativa mediática é que irá derrotar Romney. Além disso, não está tão pressionado como o seu adversário, e até pode bem dar-se o caso de sair "derrotado" nos debates e acabar por ser reeleito. Em 2004 foi mais ou menos convencional que John Kerry teve melhores prestações do que George W. Bush, mas isso nada lhe valeu. O "cómico" disto tudo: ambas as campanhas, de forma descarada, já andam a "elevar" os dotes de debate dos seus adversários. Hoje Jay Carney disse que "Obama tornou-se o nomeado do Partido Democrata em 2008, apesar da sua prestação nos debates" contra Hillary Clinton. Há uns dias, David Axelrod disse que Romney parte com muita vantagem, até porque já participou em imensos debates neste ciclo eleitoral e teve "excelentes prestações". Rob Portman, que está a fazer de "Obama" nos ensaios com Mitt Romney, elogiou as qualidades de Obama nos debates e disse que este era muito difícil de derrotar. Até 3 de Outubro, os elogios mútuos vão continuar, mas, se a expectativa é que Obama vença (ele que até nem é particularmente bom neste tipo de performances), é Mitt Romney quem tem mais a perder (ou a ganhar). E, diga-se, o primeiro debate deverá ser o mais relevante dos quatro. 


26
Set 12
publicado por Alexandre Burmester, às 23:17link do post | comentar | ver comentários (16)

Ora bem, lendo o artigo do Nuno Gouveia sobre a tendência das sondagens, eu diria que, sem retirar nesta fase favoritismo a Barack Obama, há alguns factores a ter em conta:

 

1. Mesmo as sondagens que tomam apenas em consideração votantes prováveis não têm todas uma ponderação democratas/republicanos, em termos de provável afluência em Novembro, completamente credível porque:

 

2. Muitas sondagens estão a usar um modelo de ponderação baseado na afluência de 2008, o que me parece verdadeiramente irreal;

 

3. Algumas sondagens (Rasmussen, Purple States, Survey USA) estão a basear os seus modelos numa ponderação algures entre a afluência partidária de 2004 e a de 2008, o que me parece mais realista. Mas mais:

 

4. Historicamente, desde 1972, a base republicana é tendencialmente mais fiel ao seu candidato que a democrática (grosso modo numa relação 82%/79%).

 

5. As convenções partidárias tiveram este ano lugar bem mais tarde que o normal, pelo que Obama (a convenção democrática foi a segunda, como compete ao incumbente) ainda estará a beneficiar do impulso das convenções; 

 

6. Ninguém - nem nas mais recônditas caves da Casa Branca ou de Chicago - aguarda uma afluência proporcionalmente tão grande de negros, hispânicos e jovens como a que teve lugar em 2008;

 

7. Obama continua basicamente empatado com Romney no fulcral segmento dos independentes, pelo que a sua "vantagem" actual nas sondagens poderá muito bem ser atribuída a questões de ponderação de afluência partidária.

 

Pelo que, a corrida continua, no meu entendimento, renhida. Nesta altura, em 2004, George W. Bush tinha uma vantagem média de 5,5% nas sondagens, mas acabou por ganhar por apenas 3 pontos percentuais (51/48). As corridas tendem a tornar-se mais renhidas para o final. Assim sendo, acho que o rufar de tambores por parte do partido do burro e seu côro nos media é essencialmente prematuro.


publicado por Nuno Gouveia, às 13:11link do post | comentar

 

A segunda conferência do ciclo “As Presidenciais Americanas na Perspectiva Europeia” tem lugar amanhã, dia 27 de Setembro, quinta-feira, às 18h30 no auditório da Fundação Luso-Americana (FLAD), com o tema “Análise da campanha eleitoral”. Vão estar presentes Christian Ferry, que trabalhou na campanha digital de John McCain em 2008 e Tom McMahon, antigo estratega do DNC, tendo também trabalhado na inovadora campanha de Howard Dean em 2004. A entrada é livre. Uma excelente oportunidade para aprender algo. É por estas alturas que gostava de viver em Lisboa.

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publicado por Nuno Gouveia, às 11:55link do post | comentar | ver comentários (2)

À medida que entramos na fase dos debates, Barack Obama tem vindo a aumentar a vantagem conquistada na sua convenção. Se nas tracking polls a sua superioridade não é muito evidente, nas sondagens dos swing-states, Obama tem-se apresentado quase sempre na liderança, ora com vantagens curtas dentro da margem de erro, mas também, em algumas delas, com mais de 10 pontos. Diria que Romney naqueles estados considerados mais renhidos apenas estará à frente na Carolina do Norte, o que é indicativo das suas dificuldades, quando terá que ganhar pelo menos 6/7 desses estados. O que representam estes novos dados para a corrida? Ainda falta mais de mês, e já tivemos exemplos no passado de candidatos que conseguiram vencer apesar de uma desvantagem grande em Setembro. Mas é evidente que Obama tem conseguido superiorizar-se a Mitt Romney no importante mês de Setembro, altura em que os americanos começam a olhar com mais atenção para a campanha presidencial. Diria que Mitt Romney para vencer estas eleições terá de colocar em marcha a superioridade financeira que conquistou nos meses de Verão. Mas com um mercado televisivo inundado de anúncios de ambos os candidatos, isso não chegará. Sem ter prestações verdadeiramente convincentes nos debates ou algo de extraordinário aconteça até às eleições, Mitt Romney terá muitas dificuldades em vencer. E com uma importante achega: já começaram a votar em alguns estados, e se nesta primeira fase quem vota são essencialmente eleitores das bases partidárias, a partir do inicio de Outubro, começarão a votar outro tipo de eleitores. E quem estiver à frente nessa altura poderá começar já aí a vencer as eleições. Se há uns meses daria 50/50 de hipóteses de vitória para cada candidato, Obama hoje já estará na casa dos 60%. E a subir...


25
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:55link do post | comentar | ver comentários (7)

Hoje de manhã os meios de comunicação em Portugal pareciam ter descoberto a pólvora: Mitt Romney queria abrir as janelas dos aviões. Alguns meios diziam mesmo que o candidato republicano estava indignado porque não o podia fazer. Estava instalada a comédia. Eu tinha lido ontem a notícia num site americano, e logo me pareceu que tinha sido apenas uma piada. Confirmei. Claro que a esquerda americana tentou pegar no assunto, sem grande sucesso. E nem a campanha de Obama o fez. Na verdade poucos meios tocaram no assunto, pois era evidente que tinha sido uma piada, como agora o Público relata na peça publicada esta noite, com declarações de jornalistas que estavam presentes na sessão de angariação de fundos. Mas qual a razão para isto ter tido tanto destaque nos media portugueses? Incompetência? Parcialidade? Irresponsabilidade? Talvez um misto dos três, mas a verdade é que não ficam bem na fotografia. Para cúmulo do jornalismo, cheguei mesmo a ver vídeos de Rachel Madow (um baluarte televisivo da esquerda americana), como uma representante do jornalismo isento americano a falar sobre o episódio. Ou não sabiam quem era ou então quiseram enganar as pessoas. Um jornalista competente teria ido procurar fontes fidedignas. Não teria publicado nada sem ter confirmado a veracidade do assunto. Se querem ser credíveis, não cometam erros infantis. Hoje podem ter tido bastante sucesso nas partilhas das redes sociais, mas quem está atento a este tipo de fenómenos não gosta de ser enganado. Eu, consumidor de imprensa, rádios e televisão, considero que este triste episódio mostra-nos, cada vez mais, que muitos não são confiáveis. Especialmente quando não gostam do tema ou da pessoa. Depois fazem estas tristes figuras. 


publicado por Nuno Gouveia, às 20:28link do post | comentar

Hoje ao final da tarde estive à conversa com o Filipe Caetano e o Filipe Ferreira numa versão Hangout do Combate de Blogs. O resultado foi este. Debatemos a (não) questão dos aviões de Romney, e da minha parte, o inusitado destaque que a imprensa portuguesa lhe deu, e as dificuldades por que passa a campanha de Romney. 


24
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 14:54link do post | comentar | ver comentários (5)

Em ano de presidenciais, as eleições para o Senado e Câmara dos Representantes são sempre quase "esquecidas" pelos media, mas são quase tão importantes como saber qual o nome do ocupante da Casa Branca. A pouco mais de um mês das eleições, diria que neste momento existe ainda uma indefinição grande ao partido que vai controlar o poder legislativo. Se existe a convicção que os republicanos vão manter a maioria na câmara dos representantes (apesar de não ser nada certo), embora com perda de lugares, o mesmo não se passa no senado, onde existe ainda indefinição. Vejamos então como está a luta pelo senado. 

 

Para os republicanos conquistarem a maioria, terão de conquistar quatro lugares aos democratas ou três, caso Mitt Romney seja eleito Presidente. Há em disputa 23 lugares actualmente ocupados por democratas e apenas 10 por republicanos. E estes números indicavam que seria bastante acessível para os republicanos roubarem a maioria. Mas uma série de erros na escolha de candidatos e escolhas muito pouco "sábias", a exemplo do que sucedeu em 2010 com alguns candidatos, as coisas ficaram bem mais complicadas. O maior exemplo foi no Missouri, onde era quase certo conquistarem o lugar, até emergir Todd Akin, que perdeu o apoio do establishment republicano e dificilmente será eleito. Outra má opção “eleitoral” foi no Indiana, onde Dick Lugar foi afastado, embora aqui haja a forte possibilidade de manterem o lugar.  

 

Lugares seguros:

Democratas (13): Califórnia, Washington, Minnesota, Nova Iorque, Rhode Island, New Jersey, West Virgínia, Delaware, Maryland, Vermont, Havai, Pensilvânia, Maine (R)

Republicanos (7): Texas, Mississippi, Tennessee, Wyoming, Utah, Arizona, Nebraska (D).

 

Prováveis:

Democratas (4): Missouri, New Mexico, Ohio, Michigan

Republicanos (4): Indiana, Dakota do Norte (D), Montana (D), Nevada

 

Empates técnicos (4): Virgínia (D), Massachusetts (R), Wisconsin (D), Connecticut (D), Florida (D)

 

Neste aspecto, repare-se que os democratas roubam um lugar no Maine, com a vitória mais que certa de Angus King, um independente que se deverá juntar a eles, e no Nebraska, onde Deb Fischer deverá ser eleita senadora pelos republicanos. Depois os republicanos estão bem lançados para roubar dois lugares no Dakota do Norte e no Montana. Na coluna dos prováveis é bem possível que haja movimentações para empates técnicos, nomeadamente no Indiana, Montana, Nevada (R) e Missouri (D). Por incrível que pareça Todd Akin ainda não está completamente derrotado, apesar de ter perdido o apoio do Partido Republicano. Repare-se que uma boa parte destas eleições ainda não decididas discutem-se em swing-states e não é de descurar o papel do candidato a presidente nestas eleições, em estados como o Missouri, Ohio, Florida, Virgínia, Nevada e Wisconsin. Por outro lado, o facto de serem estados profundamente democratas (Massachusetts, Connecticut) ou republicanos (Indiana, Dacota do Norte, Montana) podem ajudar a decidir o desfecho da eleição em favor desses partidos. No entanto democratas parecem levar vantagem na manutenção da maioria, especialmente se Barack Obama for reeleito. Neste momento apontaria para um senado com 51-49 para o Partido Democrata. Mas, tal como há dois anos, chegamos perto das eleições e está tudo em aberto no Senado. Com a aparente vantagem que os republicanos levavam no número de lugares em disputa, isso não deixa de ser mau sinal para eles. 


23
Set 12
publicado por José Gomes André, às 00:31link do post | comentar | ver comentários (13)

20
Set 12
publicado por José Gomes André, às 16:54link do post | comentar | ver comentários (1)

Hoje, às 22h05, o programa "Negócios Estrangeiros", no Económico TV, é dedicado à actualidade política e económica dos EUA. A emissão será conduzida por Maria Nobre e este vosso escriba terá o prazer de estar presente, juntamente com outros convidados.


19
Set 12
publicado por José Gomes André, às 19:39link do post | comentar | ver comentários (14)

Num já célebre vídeo, Mitt Romney foi apanhado numa angariação de fundos a proferir declarações polémicas, acusando os mais pobres de serem subsidio-dependentes, incapazes de tomar conta das próprias vidas, julgando disporem de um “direito à habitação, à alimentação”, etc., mesmo sem contribuírem com impostos para o Tesouro federal. Romney chegou mesmo a referir que este é o “eleitorado de Obama”, 47% de pessoas relativamente às quais ele “não está preocupado”, pois “nada pode fazer por eles”.

 

Estas declarações foram apelidadas de “gaffes” por alguma imprensa, mas creio que não se trata de um equívoco, antes de uma convicção bastante comum no Partido Republicano (é ver a Fox News e ler os blogues conservadores). Mais importante do que saber se ela é “eleitoralmente favorável” (até poderá ser), é discutir se ela é uma observação válida. Na minha opinião, não é, por três razões:

 

1. É factualmente incorrecta. Embora seja muito elevado o número de pessoas que não paga impostos sobre o rendimento, isso não significa que elas estejam fiscalmente isentas, uma vez que pagam impostos sobre o consumo (o IVA federal) e impostos estaduais.

 

2. É politicamente incoerente. Romney e os Republicanos têm acusado o Presidente Obama de ser responsável pela grave crise económico-financeira do país e pelos elevados números do desemprego. Mas se as pessoas são pessoalmente responsáveis pelo seu insucesso económico e profissional, então as vagas de despedimentos e de falências devem-se à incompetência dessas mesmas pessoas (que teriam preferido usufruir de um subsídio de desemprego a apostar no seu êxito profissional), e não a uma eventual ineficácia do governo federal. Como se vê, este argumento é francamente ilógico, parecendo Romney ser insensível à relevância da conjuntura sócio-económica e ao contexto político como factores determinantes do sucesso ou insucesso profissional dos indivíduos.

 

3. É filosoficamente inaceitável. Contraria princípios democráticos fundamentais como a ideia de coesão social e de solidariedade colectiva, propondo em sua substituição uma visão de um colectivo desagregado, onde não existem responsabilidades mútuas e cada indivíduo está entregue à sua sorte, seja qual for o contexto social, familiar ou económico em que se encontra à partida. Claro que para Romney é fácil falar em êxito pessoal, quando se nasce em berço de ouro. Quanto aos outros...paciência! Afinal de contas, eles são “culpados” pelo seu próprio azar. Esta visão social egoísta e monolítica é particularmente chocante quando contrastada com o “sonho americano” – a ideia de que qualquer um pode chegar longe, seja qual for o seu “background” pessoal. Mais do que qualquer outra coisa, é esta mensagem profundamente anti-americana que choca nas declarações de Romney.

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publicado por Nuno Gouveia, às 10:29link do post | comentar | ver comentários (16)

Em temop de eleições, é normal comentadores e sobretudo pessoas menos atentas ao fenómeno clamarem: "depois disto, já perdeu". Nesta campanha presidencial já ouvimos isso mil e uma vezes. Aliás, começou quando Osama Bin Laden foi morto, com vários "especialistas" a declararem "Obama já está reeleito". Romney já foi morto e enterrado diversas vezes. As últimas vezes aconteceram depois da subida de Obama pós convenção e agora, com o seu vídeo dos 47%. Certo, Obama permanece favorito e até é provável que ganhe. E não digo que daqui a dois meses digamos: este foi o período em que Romney começou a perder. Talvez. Mas o que é inegável é que esta corrida mantém-se incrivelmente renhida e estável. Ontem, e depois da imprensa americana ter declarado Romney morto, mais uma vez, nas tracking polls a Gallup dava apenas 1 ponto de vantagem a Obama e a Rasmussen dois pontos a Romney. Com este buzz em redor do Romney, é provável que os números voltem a distanciar-se um pouco a favor de Obama, mas nada garante que Romney não regresse ao empate técnico. Neste momento diria que Obama terá assegurado os 47% do eleitorado que Romney referiu, enquanto o republicando andará à volta dos 45%. Logo ambos os candidatos têm margem suficiente para crescer e ganhar. Penso que no final dos debates teremos uma visão mais clara do resultado final. Agora, numa campanha tão disputada como esta estar a dizer "está ganho" ou "ele já perdeu" parece-me uma manifestação infantil de "wishfull thinking" que esbarra com a realidade que temos observado. E com isso ninguém ganha (do ponto de vista analítico).


18
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 16:21link do post | comentar | ver comentários (4)

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publicado por Nuno Gouveia, às 15:42link do post | comentar | ver comentários (3)

Nunca é bom ver conversas privadas em público. Em política, é ainda pior, e quase sempre desfavorável para o visado. Os vídeos de Mitt Romney em conversas privadas com apoiantes têm vindo a suceder-se nesta campanha. Não é a primeira vez e talvez não seja a última. Isto também nos diz que há entre os seus supostos apoiantes quem não deseje a sua vitória. E isso não é nada bom para sua campanha.

 

Em relação aos comentários que Romney fez numa sessão privada. São semelhantes aqueles que Obama fez em 2008, sobre as armas e religião. A grande diferença é a altura em que eles surgem. Obama teve a crise na primavera, enquanto Romney apanha com esta situação em Setembro. Nos últimos dias, como era esperado, as sondagens aproximaram-se novamente, depois da vantagem de Obama ter crescido depois da Convenção Democrata, e a situação no Médio Oriente poderia complicar as contas do Presidente. Esta crise na campanha de Romney poderá inverter novamente a situação, colocando o candidato republicano novamente em apuros. Mas, e como temos observado nesta e noutras campanhas, este assunto irá dominar as atenções durante uns dias e depois irá surgir outro. A campanha de casos sucede-se. Estas declarações irão sobretudo atiçar os ânimos das bases. Uns a favor e outros contra. 


17
Set 12
publicado por Alexandre Burmester, às 22:12link do post | comentar | ver comentários (12)

 

 

Aqui temos o Vice-Presidente dos Estados Unidos, o embaraçoso Joe Biden, conhecido também como plagiarista, citando a agência oficial chinesa em defesa da política chinesa de Obama .


15
Set 12
publicado por Alexandre Burmester, às 17:34link do post | comentar | ver comentários (14)

 

 

 

Dada a quase estagnação da economia americana e a persistência do desemprego acima dos 8%, o Presidente do Federal Reserve Board (Fed), Ben Bernanke, decidiu dar início a um terciro "round" de "quantitative easing" - trocado por múdos, imprimir dinheiro, propondo-se adquirir  $40 biliões por mês em obrigações.

 

Se, por um lado, isto contradiz a versão da Casa Branca de que a economia está a progredir, por outro vem colocar Bernanke no centro das atenções a menos de dois meses das presidenciais, pois alguns vêm a sua intervenção neste momento como interferência no processo político.

 

No campo técnico, há quem duvide que este "round" de "quantitative easing" tenha sucesso, e alguns consideram até que poderá ser pernicioso no médio prazo.

 

Entretanto, Mitt Romney deu a entender que substituirá Bernanke se for eleito, dizendo que gostaria de ter à frente do Fed alguém por ele nomeado, e que essa pessoa não será Bernanke.


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