29
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 09:04link do post | comentar | ver comentários (1)

 

"I am going to endorse Mitt Romney and the reason why is not only because he will be the Republican nominee, but he offers at this point, such a stark contrast to the president's record. I mean, look at the President's record. This is someone has run the country, not very well over the last 3 years, but has no experience beyond doing that"

"At the same time, he has no experience with the private sector or the free enterprise system. In Mitt Romney, we have a candidate, an alternative, in addition to being successful as a Governor running an important state in this country, he has also been successful in the private sector and offers a very clear alternative to the direction that this president's going to take our country," 

 

O endorsement de Marco Rubio era provavelmente o mais apetecível deste ciclo eleitoral. E foi com estas palavras que ontem à noite o senador da Flórida se colocou ao lado da candidatura de Mitt Romney. Depois do apoio de Jeb Bush, e a das palavras calorosas de Jim DeMint e Lindsay Graham, restam poucas dúvidas que Romney tem o caminho aberto para a nomeação. Depois de ter afirmado que não iria declarar o apoio a ninguém nestas primárias, Rubio volta atrás, precisamente num momento em que tem havido muita especulação que será o escolhido para candidato a Vice Presidente. E por muito que Rubio continue a negar essa possibilidade, sabemos que ninguém diz não a tal convite.

 

Ao contrário do que tem sido dito, incluindo por nós neste blogue, é possível que Romney consiga fechar a nomeação já em Abril, pois pode vencer todos os estados. O mais difícil, a Pensilvânia, pode ser decisiva caso Romney consiga derrotar Rick Santorum no seu estado natal. Ontem saiu uma sondagem que o colocava apenas dois pontos atrás.


28
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:18link do post | comentar

Não é todos os dias que se consegue juntar três pesos pesados da academia americana, como Walter Russel Mead, Robert Kagan e Francis Fukuyama. O programa canadiano The Agenda conseguiu-o e produziu este excelente momento de televisão. O papel da América em discussão pela voz destes três influentes pensadores. Robert Kagan é conselheiro de política externa de Mitt Romney. 


publicado por Nuno Gouveia, às 20:05link do post | comentar

Essa é a opinião de Jeffrey Toobin, que tem assistido a todas as audiências no Supremo Tribunal.


publicado por Nuno Gouveia, às 10:41link do post | comentar | ver comentários (2)

Apesar de só ser esperada uma decisão final sobre a constitucionalidade, ou não, da lei da saúde de Obama no próximo mês de Junho, esta semana estão a realizar-se audiências no Supremo Tribunal Americano. Enfrentam-se duas posições distintas sobre o papel do governo federal na vida dos cidadãos americanos. Os conservadores, liderados por Paul Clemment, antigo Solicitor General* de George W. Bush, e advogado representante de 24 governos estaduais republicanos, defendem que o mandato individual, que obrigará todos os cidadãos americanos a comprarem um seguro de saúde a partir de 2014, é inconstitucional. A Administração Obama defende a legalidade da lei e está representada pelo Donald B. Verrilli, o actual Solicitor General.

 

A decisão, que será sempre mais política do que jurídica (há argumentos favoráveis para ambos os lados) terá sérias implicações nas eleições de Novembro. Os americanos continuam maioritariamente contra a lei, que promete ser um dos temas quentas da campanha de reeleição de Obama. Estudos sobre as eleições intercalares de 2010 apontam que foi precisamente essa lei que contribui mais para a derrota histórica do Partido Democrata. 

 

As notícias que têm saído das audiências não são positivas para a Administração Obama. À partida, Obama conta com o voto favorável de quatro juízes nomeados por ele e por Bill Clinton: Elena Kagan, Sonia Sotomayor, Stephen Breyer e Ruth Bader Ginsburg. Os conservadores Samuel Alito, John Roberts, Antonin Scalia e Clarece Thomas estarão contra. O voto que deverá decidir pertence a Anthony Kennedy, nomeado por Ronald Reagan, que tem servido como fiel da balança em questões mais ideológicas. Mas na audiência de ontem deu fortes indicações que estará contra a questão mais polémica da Obamacare, o mandato individual. Se essa for a decisão, será passado um atestado de óbito à lei. Jeffrey Toobin, analista jurídico da CNN, considerou mesmo que o mais provável depois de ontem a lei deverá ser reprovada. 

 

Independentemente da decisão do Supremo Tribunal, parece-me que a posição mais periclitante é a de Obama, especialmente se a decisão lhe for desfavorável. Se o tribunal decidir pela sua constitucionalidade, os republicanos sempre poderão apelar ao eleitorado americano que a derrota de Obama é a última oportunidade para impedir que esta lei entre em vigor. Se for declarada a sua inconstitucionalidade, os republicanos terão o suporte jurídico para justificar a oposição à lei, enquanto Obama pode sempre tentar concorrer contra o Supremo Tribunal, algo que não seria inédito na política americana. Mas aí seria obrigado a fazer campanha por uma lei que não é do agrado da maioria dos republicanos. Uma questão que ainda vai dar muito que falar até Novembro. 

 

* Solicitor General é o cargo que representa o governo americano nas audiências no Supremo Tribunal.  

 


27
Mar 12
publicado por Alexandre Burmester, às 16:16link do post | comentar | ver comentários (6)

 

 

 Com o desfecho das primárias republicanas mais ou menos decidido - é apenas uma questão de tempo e aritmética, em minha opinião - começa a cogitar-se acerca dos possíveis nomes para candidato a Vice-Presidente.

 

Neste tipo de escolhas, procura normalmente equilibrar-se o "ticket". Ora bem, sendo Mitt Romney um moderado do Nordeste, o "ticket", tendo em atenção que se trata do Partido Republicano, necessitaria, em princípio, de incluir um conservador do Sul ou do Midwest. Além disso, há a questão das minorias, das quais a mais apetecível em termos de demografia eleitoral é a dos "Latinos" (americanos de origem latino-americana). George W. Bush conseguiu em 2004 um muito razoável "score" neste segmento, mas já John McCain em 2008 não o conseguiu.

 

Tendo em consideração o que atrás escrevi, parece-me - e estou longe de ser o único - que o Senador Marco Rubio, da Florida, encaixa que nem uma luva no perfil ideal: é conservador, sulista e latino (filho de cubanos). Além disso, é católico, outro importante segmento do eleitorado (o que equilibraria as coisas em comparação com o "ticket" democrático, pois o Vice-Presidente Joe Biden é também católico). E tem apenas 41 anos, o que equilibaria o "ticket" em termos etários, pois Romney é um sexagenário.

 

Tem-se falado muito no nome do referido senador, mas também nos Governadores Chris Christie, de New Jersey, e Bob McDonnell, da Virgínia, entre outros. O primeiro é uma das estrelas ascendentes no G.O.P., mas a sua escolha teria contra ela o facto de, tal como Romney, Christie ser de um estado do Nordeste, o que desequilibaria o "ticket". Já McDonnell teria a vantagem de ser de um estado do Sul, e de ser também mais conservador que Christie em termos sociais (o Governador de New Jersey é essencialmente um "conservador fiscal", embora, por exemplo, este ano tenha vetado uma lei que legalizaria o casamento entre pessoas do mesmo sexo no estado). Mas Christie é muito mais uma figura nacional que o menos brilhante McDonnell.

 

Richard Nixon escreveu que os candidatos a Vice-Presidente poucas vantagens podem trazer a um "ticket", mas podem, em contrapartida, trazer-lhe problemas (houve quem dissesse que isto era uma indirecta de Nixon ao seu companheiro de "ticket" em 1960, Henry Cabot Lodge, enquanto outros acharam tratar-se de uma reflexão "nixoniana" acerca da sua escolha do Governador do Maryland, Spiro Agnew, em 1968, a qual causou algumas exclamações de : "Spiro Who?").

 

Há quem diga que Rubio não estará na disposição de aceitar, caso seja o escolhido, mas o comentador conservador Charles Krauthammer observou recentemente que ninguém recusa um convite desses. E é capaz de ter razão. Depois da "inevitabilidade" de Romney, teremos possivelmente a "inevitabilidade" de Rubio.


26
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:18link do post | comentar | ver comentários (3)

Herman Cain há muito que se retirou da campanha republicana. Agora dedica-se à sua vida privada. Mas hoje lançou um vídeo através da sua Super Pac que é capaz de ser um dos piores anúncios que já vi num contexto político. E perturbante. 


publicado por Nuno Gouveia, às 14:04link do post | comentar

Barack Obama cometeu uma gaffe que não deixará de ensombrar a campanha de reeleição. Num encontro com Dmitry Medvedev, Obama pediu-lhe mais tempo, pois a seguir às eleições teria maior flexibilidade para resolver a questão da defesa anti-míssil. Esta foi uma típica situação em que ambos os presidentes foram apanhados com um microfone ligado na altura errada. Obama por diversas vezes foi criticado pelos republicanos por ter cedido aos russos na questão anit-missil no Leste Europeu sem nada ter ganho em troca. 


21
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 18:13link do post | comentar | ver comentários (4)

Após a vitória de Romney ontem no Illinois (46%-35%) o establishment mediático americano parece finalmente convencido que o Partido Republicano já tem o seu nomeado - apesar de já ser óbvio há muito tempo. Ao ler os comentários nos jornais, nos blogues e nas televisões, o panorama traçado é o mesmo: Romney será o nomeado e não será necessário esperar até à nomeação. Por outro lado, os conservadores começam a ficar convencidos que terão de contar com Romney para derrotar Obama. Rush Limbaugh já disse que Romney é a alternativa conservadora... Romney, o influente blogger e comentador da CNN, Erick Erickson, admitiu que o GOP já tem nomeado e até na Weekly Standard (os que mais falaram numa convenção negociada), já se discute o parceiro de Romney no ticket republicano. Por outro lado, Jeb Bush que manteve-se até ao momento afastado, declarou o seu apoio a Mitt Romney e apelou ao partido para se unir em redor do presumível nomeado.

 

Formalmente estas primárias ainda não terminaram, e até é possível que os media voltem à carga. Rick Santorum tem uma boa oportunidade de vencer na Lousiana no Sábado, apesar que no dia 3 de Abril votam o Wisconsin, Maryland e DC, terreno fértil para Romney. Muito provavelmente nenhum dos adversários irá desistir a breve prazo, mas Romney coleccionará praticamente só vitórias até ao final e a atenção mediática irá ser cada vez menor. Dentro do estilo que se passou nas primárias democratas de 2008 depois do mês de Abril. Quanto a Romney irá virar as suas atenções para Obama, como o fez ontem no seu discurso de vitória (provavelmente o seu melhor desta campanha), e esperar pacientemente até alcançar os 1144 delegados. Foram umas primárias interessantes de acompanhar, mas desde que Tim Pawlenty desistiu no Verão passado que sempre disse que este caminho era inevitável. Romney teve o mérito de vencer apesar da grande desconfiança (que persiste) dos sectores conservadores, mas também é preciso dizer que teve adversários fracos. Esta longa campanha pode acabar por ser-lhe favorável na medida em que não teve a necessidade de desviar-se muito para a direita, mas principalmente porque passou meses a ser descrito nos media como o moderado. A tirada de Gingrich repetida mil e uma vez, "The Massachussetts Moderate" pode ser-lhe bastante útil quando começar a ser acusado de ser um ultra conservador pela máquina de Obama. 

 

Newt Gingrich e Ron Paul são nesta fase da corrida completamente irrelevantes. O primeiro ontem ficou atrás de Paul e neste momento apenas se arrasta pelas eleições. Já não é um factor e até pode ver-se ultrapassar em várias eleições por Paul, que tem uma legião de seguidores apaixonada. Paul chegou a prometer bastante, nomeadamente na tentativa de conquistar um leque de delegados que lhe permitisse ter peso na convenção, mas também parece ter fracassado nesse desígnio. Além disso, é o único candidato que não venceu nenhum estado.  


publicado por Nuno Gouveia, às 01:56link do post | comentar

Sem surpresas, Romney venceu facilmente as primárias do Illinois. Ainda não é certo, mas as previsões é que conquiste entre 40-43 delegados, contra 11-14 de Santorum. Uma grande vitória para Romney.


20
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:57link do post | comentar

 

Hoje realizaram-se as primárias do Illinois, um dos maiores estados da União. Tradicionalmente democrata, não será este ano que o GOP irá competir no Illinois. Mas pela primeira vez em várias décadas, as primárias republicanas neste estado são competitivas e contam para a nomeação (desde 1980, quando Ronald Reagan bateu John Anderson por 49%-36% que tal não acontecia). Em jogo estão 54 delegados - o Illinois elege 69, mas 12 serão atribuidos na convenção estadual e ainda têm mais três superdelegados. É esperado que Mitt Romney vença esta noite, sendo a grande dúvida o tamanho da vitória. Segundo as exit polls que já circulam pela rede, a vitória será superior a dois dígitos. Um bom tónico para Mitt Romney, que poderá arrecadar maior vantagem e aproximar-se do número mágico dos 1144.

 

Olhando já para o calendário que se segue, Rick Santorum poderá já regressar às vitórias neste sábado, nas primárias do Lousiana, mas depois deverá ter um mês bastante complicado, com eleições em DC; Maryland, Wisconsin (dia 3 de Abril) e Connecticut, Delaware, Nova Iorque, Rhode Island e Pensilvânia (24 de Abril). Destas primárias todas, Santorum deverá vencer apenas no seu estado natal da Pensilvânia. 


19
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:46link do post | comentar | ver comentários (6)

Mitt Romney ainda não conseguiu selar a nomeação, e nem será amanhã que o conseguirá, apesar da vitória confortável que deverá obter no Illinois. Muito provavelmente apenas o alcançará muito perto do fim destas primárias. Tal como Obama em 2008. Uma das fragilidades que lhe tem sido apontadas é que não consegue vencer no Sul dos Estados Unidos, sendo isso a prova que não ultrapassa a desconfiança que os sectores mais conservadores depositam na sua candidatura. Sendo estes aspectos factuais, ao contrário da tendência maioritária na opinião publicada, eu não considero isso uma fragilidade, antes pelo contrário.

 

Em 2008, Barack Obama foi criticado pelo mesmo, pois durante as primárias contra Hillary Clinton raramente venceu em estados profundamente democratas. Tal como Mitt Romney, também Obama alcançou mais vitórias em estados tradicionalmente desafectos ao seu partido. Obama obteve a nomeação vencendo sobretudo em Red States, como no Sul (onde apenas perdeu na Florida e Arkansas), no Texas e no Oeste. Perdeu os grandes bastiões democratas de Nova Iorque e Califórnia, e ainda outros estados que têm votado democrata, como o Massachusetts, Rhode Island, Pensilvânia ou o Michigan. Entre as suas vitórias nos Blue States, contam-se Washington e Oregon na Costa Oeste e Vermont, Conecticut, Maryland e Delaware na Costa Leste. Apesar de ter perdido em grande parte dos tradicionais estados democratas, isso não o impediu de vencer em todos eles contra John McCain, e também conseguiu conquistar quase todos os swing-states (a excepção foi o Missouri). 

 

Romney, tal como Obama em 2008, tem dificuldade em convencer o eleitorado tradicional do Partido Republicano. Mas contra Obama, esses eleitores facilmente irão votar nele. Tal como o eleitorado de Hillary acorreu em massa às urnas para eleger Obama. Ninguém acredita que estados como Alabama ou a Carolina do Sul não fiquem na coluna de Romney. Além disso, os independentes estarão atentos ao que se está a passar nestas primárias. Um candidato mais conservador teria sempre muito mais dificuldades em vencer nos subúrbios de Cincinnati (Ohio) ou Pittsburgh (Pensilvânia), fundamentais para conquistar estes estados. A fragilidade de Romney nos Red States poderá ser um factor importante nos swing-states. E com este score eleitoral, será mais difícil aos democratas apresentarem Romney como um conservador inelegível (essa era a aposta inicial da campanha Obama), pois o eleitorado dificilmente encarará Romney dessa forma, que tem passado meses a ser exibido na comunicação social como um moderado. 

 

Se Romney apresenta fragilidades para as eleições de Novembro? Várias, e uma delas até é a falta de uma núcleo entusiástico de seguidores (ao contrário do que Obama tinha em 2008). Mas o facto de não vencer primárias do Sul só é problemático no contexto actual, pois isso poderá tornar-se numa "arma" para usar em Novembro. Mas sobre as fragilidades, isso ficará para outro post.


18
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:19link do post | comentar

Mitt Romney venceu este Domingo as primárias de Porto Rico, arrecadando os 20 delegados em disputa (os restantes três são superdelegados). Esta vitória era esperada, mas os números surpreendem - ainda não estão contados os votos todos, mas deve ficar acima dos 80%. Rick Santorum, que cometeu um erro estratégico em ter-se deslocado a Porto Rico na semana passada, é assim "humilhado" eleitoralmente e terá reduzido as suas hipóteses de vencer na terça-feira no Illinois. O Estado Livre Associado de Porto Rico só vale 23 delegados, mas esta campanha teve muita atenção nacional desde que Santorum e Romney fizeram campanha na ilha. Nota final para estas primárias: Luis Fortuño, governador republicano de Porto Rico, tem sido apontado como um dos potenciais candidatos a Vice Presidente de Romney. Depois desta vitória, as suas possibilidades terão aumentado ligeiramente. A questão de Porto Rico passar a estado deverá ficar resolvida nos próximos anos. O referendo que se vai realizar em Novembro pode ser o inicio da anexação de Porto Rico como o 51º estado. Romney declarou-se abertamente a favor e terá na ilha muitos amigos para o futuro. 


17
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 16:19link do post | comentar | ver comentários (2)

Getty Images / Christopher Gregory

 

Amanhã realizam-se eleições em Porto Rico, território americano que só tem direito a voto nas primárias. Estão em jogo 20 delegados. Se um candidato obtiver mais de 50 por cento dos votos, arrecada todos os delegados. Mitt Romney é o grande favorito e ontem à noite teve um comício em San Juan que lhe terá corrido muito bem. Como explica esta peça do BuzzFeed, a máquina partidária local está a trabalhar para Romney, a começar pelo popular governador Luis Fortuño, e a vitória parece garantida. São esperados entre 300 a 400 mil eleitores, o que não deixa de ser um número muito aceitável para um território que normalmente não participa na vida política americana. Se Romney alcançar os 20 delegados, não deixará de ser um bom prenúncio para as primárias do Illinois, que se realizam na próxima terça-feira, e onde também lidera as sondagens. Depois das derrotas no Alabama e Mississippi, Romney bem precisa destas duas vitórias. 


publicado por Nuno Gouveia, às 01:15link do post | comentar

Obama lançou esta semana um documentário na rede que promete ser um sucesso viral.  Com a narração de Tom Hanks e realização de Davis Guggenheim, que venceu o Óscar de Melhor Documentário com An Inconvenient Truth, Obama apresenta em 17 minutos, num tom emocionante e persuasivo, alguns dos momentos mais emblemáticos da sua presidência. Nem sempre os icons liberais de Hollywood são positivos para uma campanha americana, mas a contribuição de Hanks e Guggenheim empresta qualidade à campanha de reeleição de Obama. 


16
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 18:28link do post | comentar

 

Barack Obama cometeu uma gaffe de proporções históricas. Já é normal que o Presidente tenha palavras duras em relação a alguns dos seus antecessores republicanos. Richard Nixon e George W. Bush são os mais visados (na verdade também já teceu palavras elogiosas sobre Ronald Reagan, isto para não falar de Abraham Lincoln). Num discurso sobre energia, Obama disse ontem que Rutherford B. Hayes (presidente republicano entre 1877-1881) era um Luddite* e que quando confrontado com a invenção do telefone tinha dito que ninguém iria querer utilizá-lo. E que era por isso que ele não estava no Mount Rushmore. Ora, o Rutherford B. Hayes Presidential Center respondeu a este "ataque" e repôs a verdade: o Presidente Hayes nunca disse tal coisa, e até há discursos onde ele afirma que é telefone era uma "maravilha". Mais, segundo os historiadores, Hayes não só foi o primeiro a instalar um telefone na Casa Branca, como foi o primeiro a usar uma máquina de escrever e chegou a pedir a Thomas Edison para fazer uma demonstração do Fonógrafo na Casa Branca. 

 

* Luddite: movimento social do século XIX que recusava a evolução tecnológica promovida pela revolução industrial


publicado por José Gomes André, às 00:14link do post | comentar

15
Mar 12
publicado por José Gomes André, às 00:22link do post | comentar | ver comentários (4)

1. Noite feliz para Santorum. Pelas duas vitórias (Alabama e Mississípi), mas sobretudo devido ao "golpe de misericórdia" que desferiu sobre Gingrich na luta pela "alternativa conservadora". Este último - cuja campanha ficará nos anais como uma das mais caóticas e mitómanas de sempre - perdeu qualquer legitimidade para se apresentar como candidato credível. Apenas duas vitórias em vinte e nove contendas; resultados miseráveis em Estados decisivos (Ohio, Michigan, Florida); incapacidade para se afirmar até em território favorável (o "Sul", onde seria supostamente favorito). A questão essencial é saber até onde a arrogância de Gingrich o levará: a uma desistência rápida (para vantagem de Santorum) ou ao prolongamento da agonia (para vantagem do seu arqui-inimigo, Romney).

 

2. Pese embora o furor mediático em torno de Santorum, creio que Romney não teve um dia desastroso. Em termos percentuais ficou próximo dos seus adversários, e com os triunfos no Hawai e Samoa Americana, acabou por conquistar praticamente o mesmo número de delegados de Santorum (as variações dependem do método de contagem). No Sul profundo, com 70% dos eleitores a declararem-se "conservadores ou muito conservadores", e com uma elevada percentagem de evangélicos, não se podia esperar muito mais.

 

3. Continuo a achar que, paulatinamente, Romney vai alicerçando a sua (inevitável) vitória. Triunfou em Estados-chave (Florida, Ohio, Michigan), tem melhor organização, bate largamente os adversários no que respeita à "electability" e parte à frente nas sondagens no Illinois, o próximo Estado eleitoralmente importante a ir a votos (20 de Março, 54 delegados em disputa). Como pode Santorum baralhar as contas? Com quatro factores essenciais: convencer Gingrich a abdicar da corrida quanto antes; obter novas e abastadas fontes de financiamento; impor a Romney uma surpreendente derrota num Estado muito relevante (Illinois ou Nova Iorque, por exemplo); alargar a sua base de apoio para além dos "social conservatives". Não vai ser fácil.


14
Mar 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:07link do post | comentar

  

 

Estes são os dois vídeos que já passaram mais vezes nas televisões americanas neste ciclo eleitoral. O primeiro é de Barack Obama e o segundo é da Crossroads GPS, uma Super Pac liderada por Karl Rove. (retirado da Ad Age)


publicado por Nuno Gouveia, às 09:51link do post | comentar | ver comentários (8)

(Eric Gay/AP)


Grande noite para Rick Santorum. Porque venceu no Alabama e Mississippi, porque ultrapassou em larga medida as expectativas, porque Newt Gingrich não ganhou nenhum estado e está perto do colapso e porque Mitt Romney ficou em terceiro em ambos os estados. A noite não terá sido perfeita, porque Mitt Romney ganhou os caucuses do Hawaii e tambem na Samoa Americana e deverá acabar com mais delegados amealhados do que ele nestas quatro eleições (no Mississippi, Romney apesar de ficar em terceiro foi o que ganhou mais delegados). O que pode mudar após estas eleições? Se Gingrich retirar-se, ficará uma corrida a dois entre Santorum e Romney, o que poderá favorecer o antigo senador da Pensilvânia. No entanto, a matemática está do lado de Romney, e atenção às próximas eleições, dias 17 de Março (Missouri), Porto Rico (18) e Illinois (20). Em jogo estarão 139 delegados, e Romney já deverá ter certos os 20 delegados de Porto Rico, que têm um sistema de Winner Takes All. Romney continua o favorito mas... vai continuar a ter de lutar com Santorum, provavelmente até Junho. Para uma análise mais profunda deste dia, ficamos à espera das sempre interessantes e explicativas "notas" do José Gomes André. 

 

PS: Nota negativa para Ron Paul, que depois de muito prometer no inicio das primárias, eclipsou-se. Ontem teve 5% no Alabama e 4% no Mississippi.


publicado por Nuno Gouveia, às 01:40link do post | comentar

Ao contrário do previsto, esta poderá ser uma boa noite para Rick Santorum. Nas exit polls lidera no Alabama e aparece ligeiramente atrás de Romney no Mississippi. Mas a melhor noticia para ele, mesmo que Romney consiga vencer no Mississippi, são os resultados de Gingrich, que não deverá vencer nenhuma eleição hoje, o que tornará a sua situação nestas primárias insustentável. Uma retirada de Gingrich poderá favorecer Santorum, tornando estas primárias numa disputa com Romney. E se Santorum vencer ambas, como é perfeitamente possível, as primárias do Illinois da próxima semana tornar-se-ão muito relevantes. 


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