19
Jan 12
publicado por Alexandre Burmester, às 16:37link do post | comentar | ver comentários (1)

 

 

O Governador do Texas, Rick Perry, acaba de tornar-se na mais recente baixa das primárias republicanas, ao anunciar a sua desistência, a favor de Newt Gingrich.

 

O apoio de Perry tinha vindo a desvanecer-se, e mesmo na conservadora Carolina do Sul, que realiza a sua primária este Sábado, uma sondagem NBC News/Marist dá-lhe apenas 4% das intenções de voto. Mesmo assim, e dada a aproximação recente de Gingrich a Romney, esse reduzido número até poderá ser suficiente para dar a vitória a Gingrich, embora o meu vaticínio vá para nova vitória de Romney (das três sondagens de hoje, duas continuam a dar vantagens sólidas a Romney, e só uma dá vantagem - ligeira - a Gingrich).

 

Olhando mais para a frente, para a primária da Florida, a realizar-se no dia 31, aí a vantagem de Romney sobre Gingrich na mais recente sondagem (de ontem) é tão grande - 25% - e o apoio de Perry tão escasso - 2% - que muito dificilmente esta desistência poderá afectar a corrida naquele estado, a não ser permitir a Gingrich "pular" por cima de Rick Santorum, que na referida sondagem tem mais um ponto que o antigo "Speaker".

 


publicado por Nuno Gouveia, às 00:13link do post | comentar | ver comentários (2)

 

O debate desta semana (que não vi) correu de feição a Newt Gingrich, pelo que li na imprensa americana. Essa prestação, aliada a uma menos conseguida de Mitt Romney, que está a ser atacado por diversas frentes para divulgar publicamente as suas declarações fiscais, parece ter injectado um novo folego na campanha de Gingrich. Neste momento as sondagens indicam uma ligeira recuperação do antigo Speaker na Carolina do Sul, eleições essas que se realizam já no próximo sábado. Não sei se irá a tempo de vencer, mas pode fazer com que Gingrich fique num segundo lugar próximo de Romney que lhe possibilite continuar nas primárias para a Florida. 

 

PS: O Drudge Report está a anunciar que Marianne Gingrich, antiga esposa do republicano, deu esta semana uma entrevista à ABC News que poderá ser bombástica. Anteriormente, Marianne tinha dito que poderia acabar com a carreira de Gingrich num só entrevista. Ela foi a segunda esposa do candidato, que viu o seu casamento terminado quando o speaker a traiu com a actua mulher. Matt Drudge explica que há neste momento uma grande divisão na ABC se devem colocar no ar a entrevista antes das primárias da Carolina do Sul. A acompanhar este desenvolvimento. 


18
Jan 12
publicado por José Gomes André, às 01:14link do post | comentar

16
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:57link do post | comentar | ver comentários (2)

As sondagens continuam a indicar que é quase impossível que Mitt Romney perca a nomeação. Senão vejamos:

 

Carolina do Sul - A tendência das sondagens para as primárias que se realizam já no próximo Sábado não deixam margem para dúvidas: Romney é o claro favorito a vencer. E dificilmente irá perder a vantagem amealhada desde o New Hampshire. E com a saída de Huntsman da corrida, ainda irá subir mais uns pontinhos. 

 

Florida - Aqui a vantagem de Romney é ainda maior. Com as características deste estado a serem mais favoráveis, e com o potencial endorsement de Jeb Bush a caminho, não vejo como será possível ser derrotado aqui. 

 

Nacional - Também aqui Romney tem vindo a subir desde o New Hampshire. E agora, ao contrário de até Dezembro, estas já contam. Se por acaso vencer na Carolina do Sul e na Florida, Romney "arrisca-se" a ir até à super terça-feira sozinho com Ron Paul, o único candidato que parece ter capacidade para sobreviver a estas derrotas do mês de Janeiro. 

 

Tenho algumas dúvidas que esta vitória fácil que se está a desenhar seja favorável a Romney. Nunca na história moderna das primárias republicanas um candidato venceu tão facilmente. Nem Ronald Reagan, que perdeu várias primárias para George H. Bush, nomeadamente no Iowa. Terá tempo para preparar a campanha das eleições gerais, mas como se provou com Barack Obama em 2008, pode ser favorável competir nos 50 estados durante as primárias. Será que não haverá ninguém no campo de Romney a desejar um percalço na Carolina do Sul, até para espicaçar mais a corrida?

 

PS: Hoje, às 2h00 (de Lisboa) haverá mais um debate na Fox News, já sem Huntsman: Romney, Paul, Perry, Santorum e Gingrich. Está-se a prever mais uma sessão de tiro ao alvo a Romney. 

 


publicado por Nuno Gouveia, às 14:02link do post | comentar | ver comentários (7)

 

Jon Huntsman irá anunciar hoje a suspensão da sua candidatura. Huntsman antecipa-se às primárias da Carolina do Sul e irá declarar o seu apoio a Mitt Romney. O principal erro da sua campanha foi pretender ser um candidato centrista num ambiente completamente dominado pela direita. Na parte final da sua candidatura começou a evidenciar o seu currículo conservador enquanto governador do Utah, mas o mal já estava feito. Sai desta campanha ferido, mas não completamente morto, politicamente falando. O seu nome será sempre falado para uma potencial Administração Romney, pelo que tentará ajudar, dentro do que lhe for possível, a candidatura do seu anterior adversário. 


15
Jan 12
publicado por Alexandre Burmester, às 16:35link do post | comentar

 

Não é que até agora algum republicano tenha usado a expressão "capitalismo selvagem" nos seus ataques a Mitt Romney. Mas o facto é que, tanto na sua campanha de 2008 como até recentemente na deste ano, Mitt Romney sempre foi criticado pelos seus adversários de partido apenas  pelas suas incoerências- aborto, casamento de gays - e políticas comprometedoras (sistema de saúde do Massachusetts, no qual o próprio Presidente Obama diz ter-se inspirado). Nunca até há pouco a sua actividade de 15 anos à frente da Bain Capital - uma empresa de capital de risco - tinha sido alvo de escrutínio ou ataque por parte de republicanos, o que até se compreende, dado tratar-se de um partido geralmente pro-business.

 

Mas a proeminência de Romney na corrida à nomeação republicana está a alterar a situação. Em particular, Newt Gingrich tem atacado o seu rival neste campo, com anúncios referindo-se àqueles "que perderam os seus empregos e as suas casas" depois de as empresas para que trabalhavam terem sido adquiridas pela Bain.

 

Segundo números do Wall Street Journal hoje citados por Irwin Stelzer na sua coluna semanal no Sunday Times, a larga maioria das empresas em dificuldades nas quais a Bain interveio acabou por se salvar e até, em alguns casos, por proporcionar robustos lucros à empresa liderada por Romney (entre as empresas salvas pela Bain conta-se a Staples). No fundo, é esta a base do "capital de risco": uns casos têm sucesso, outros não. 

 

Nada de "eticamente impróprio" foi até agora apontado a Romney, nem é disso que se trata. Mas num ambiente de grande desemprego e alta precariedade de muitos empregos, um homem que "corta a torto e a direito" pode facilmente ser retratado como um capitalista sem coração, especialmente por um presidente que já deu largas mostras retóricas de não simpatizar com "os ricos".

 

Decerto que este tema vai ressurgir na campanha para Novembro.

 


13
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:21link do post | comentar

 

Barack Obama anunciou hoje a extinção do Department of Commerce e o Office of the U.S. Trade Representative e a criação de uma só agência governamental para tratar dos assuntos relacionados com o comércio internacional. Além de me parecer lógico e boa política, numa época em que a maioria do povo americano deseja que o tamanho do governo diminua, isto resolve um problema a Rick Perry. O Department of Commerce era precisamente um dos três departamentos que ele pretendia eliminar, apesar de não se recordar quais. E ainda por cima, Perry parece sentir ainda muitas dificuldades para lidar com o tema. 


12
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:40link do post | comentar

 

Como já antecipava neste post, Mitt Romney recebeu hoje importantes reforços na conquista do eleitorado mais conservador. O ataque de Newt Gingrich, secundado por Rick Perry, ao seu passado de empresário na Bain Capital provocou um ricochete contra os críticos. Depois de Rush Limbaugh e Jim DeMint, hoje foi a vez de Rudy Giuliani, de Mike Huckabee, do Wall Street Journal e da National Review surgirem em público a defender o legado empresarial de Mitt Romney. A destruição criativa a que Schumpeter se referia foi um dos argumentos mais utilizados para a defesa veemente do sistema capitalista. Honestamente não percebo como Newt Gingrich, que está na arena política desde a década de 70, entrou numa linha de ataque deste género. Esperava-se que este tema fosse explorado (e deverá ser na campanha para Novembro) pelos democratas, mas nunca pelos seus colegas republicanos. Uma má entrada de Newt Gingrich na Carolina do Sul, onde tentará desacelerar a nomeação de Romney. 


publicado por Nuno Gouveia, às 22:37link do post | comentar

A crise entre o Irão e o Ocidente e o segundo momento das Primárias norte-americanas no estado de New Hampshire foram os temas do Edição Internacional da Rádio Renascença desta semana, onde tive o prazer de participar com o Bernardo Pires de Lima e o José Bastos.

 

Podem ouvir aqui o programa


publicado por Nuno Gouveia, às 13:59link do post | comentar

Newt Gingrich, que durante a campanha do Iowa criticou furiosamente os ataques negativos que sofreu de Mitt Romney e Ron Paul, prepara-se para lançar a ofensiva final na Carolina do Sul contra Romney. A sua Super Pac, que recebeu recententemente 5 milhões, irá direccionar esse dinheiro para a Carolina do Sul contra o líder da corrida. Gingrich, que assumiu esta semana que se Romney vencer na Carolina do Sul ele será o nomeado, disse hoje que se preparem, pois na Carolina do Sul vem aí um "'Armageddon' of attacks". A questão que ainda ontem coloquei no programa em que estive na Rádio Renascença é que, ao contrário do que aconteceu com Newt Gingrich no Iowa, Romney tem dinheiro para se defender. Além disso, a principal linha de ataque de Gingrich, o passado de empresário de Romney, não é propriamente popular na base eleitoral republicana. O apresentador conservador de rádio Rush Limbaugh, que ainda há pouco tempo elogiava Gingrich e criticava Romney, esta semana devastou esta linha de ataque do antigo Speaker. O senador Jim DeMint, que declarou que não iria apoiar ninguém, hoje também criticou duramente Gingrich e elogiou o discurso de ontem à noite de Romney. E isso tem sucedido um pouco por todo espectro conservador, que considera essa crítica uma atitude democrata e anti-capitalista. Além disso, Romney terá um leque de defensores na Carolina do Sul que o irá auxiliar nesse combate. A governadora Nikki Haley e a máquina do GOP no estado irão ser peças fundamentais no seu exército. 

 

Como tenho vindo a dizer, acredito que Romney tem todas as condições para vencer na Carolina do Sul, e esta vitória poderá carimbar definitivamente a sua nomeação, que deverá ser confirmada apenas na Super Terça-feira em Março. Paul, Santorum e Perry irão dividir o potencial eleitorado de Gingrich, o que só ajudará Romney. Mas serão dez dias muito intensos, até dia 21 de Janeiro. E pelo meio, teremos dois debates. 


11
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 21:36link do post | comentar

 

Hoje, depois das 23 horas, vou estar na excelente companhia do Bernardo Pires de Lima e do José Bastos no programa "Edição Internacional", da Rádio Renascença. Os assuntos em discussão são as primárias republicanas e a actual situação no Irão. Posteriormente irei colocar aqui o podcast para o programa. 


publicado por José Gomes André, às 14:53link do post | comentar | ver comentários (1)

1. Romney obteve vitória confortável (39%) e consolidou o seu estatuto de favorito. Tem consigo os independentes e os Republicanos moderados, e até boa fatia dos conservadores, que já perceberam ser Romney o melhor posicionado para enfrentar Obama. Os adversários e os media da Direita "Tea Party" continuam a apontar-lhe falhas, mas não têm aparecido adversários à altura. Só um cataclismo eleitoral poderia afastar Romney da nomeação.

 

2. Ron Paul obtém novamente um excelente resultado (23%), à custa de uma óptima organização no terreno e do voto dos independentes e dos jovens. Será curioso ver como se comporta em Estados com maior peso eleitoral (Carolina do Sul e Florida, ainda em Janeiro). De qualquer forma, tem reforçado a sua mensagem libertária e poderá ter um papel relevante na definição da plataforma ideológica na Convenção Republicana. 

 

3. Huntsman desiludiu com o terceiro lugar. A sua candidatura está moribunda, até porque disputa contra Romney o papel de "moderado" na contenda. Só uma surpresa extraordinária nas primárias sulistas poderia relançar o seu nome.

 

4. Gingrich e Santorum dividiram entre si 20% dos votos, fraco resultado para quem se quer apresentar como a mais "sólida alternativa". Ambos disputam o eleitorado conservador, sendo portanto a primária da Carolina do Sul uma espécie de "derradeiro teste" a estes dois nomes. Mas terão de suplantar Romney, sob pena de lutarem apenas para o segundo lugar.


publicado por Nuno Gouveia, às 01:04link do post | comentar

 

Sem surpresa, Mitt Romney venceu as primárias do New Hampshire, fazendo história no Partido Republicano. Desde 1976 que nenhum republicano vencia o Iowa e New Hampshire no mesmo ciclo eleitoral. E na era moderna, nenhum candidato republicano conseguiu a nomeação sem vencer num destes dois estados. Será díficil parar Romney depois desta vitória. A esta hora as televisões indicam que Ron Paul ficará em segundo, seguido de perto por Jon Huntsman. Podemos começar desde já a falar do candidato a Vice Presidente de Mitt Romney?


09
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:40link do post | comentar

Estas serão as primárias do New Hampshire mais previsíveis das últimas décadas. A menos que suceda uma hecatombe de proporções bíblicas para as empresas de sondagens, Mitt Romney deverá vencer amanhã. E por isso, essa vitória nunca será tão valorizada como noutras situações. As expectativas irão sempre nortear a avaliação dos resultados.

 

Mitt Romney - As sondagens mais recentes dão-lhe entre 33 e 42 pontos, sempre muito à frente dos seus adversários. Portanto, tudo que seja abaixo dos 33% será considerado sempre pelos analistas como um mau resultado. Diria que uma vitória acima dos 40% dar-lhe-á uma áurea quase imbatível para o resto das primárias. Uma vitória menor poderá não lhe ser muito favorável, dependendo do nome do segundo lugar. 

 

Ron Paul - Já anunciou que não iria competir na Florida, concentrando os seus esforços depois da Carolina do Sul nos estados que vão ter caucuses. Tem estado consistentemente em segundo lugar, pelo que um resultado abaixo disso será sempre uma desilusão. Luta para alargar o movimento libertário no Partido Republicano e não para vencer as primárias. 

 

Jon Huntsman - Arrisca aqui a sua campanha presidencial. Um mau resultado ditará a sua desistência. Mas nos últimos dias tem sido o único candidato a subir nas sondagens, pelo que poderá ser a grande surpresa amanhã. Um segundo lugar iria encher as páginas dos jornais e dar-lhe o tal "momentum" que ainda não teve nesta campanha. Continua a ter hipóteses muito reduzidas de sucesso, mas tudo irá depender deste resultado. 

 

Rick Santorum - Depois de uma quase vitória no Iowa, esperava-se que Rick Santorum consolida-se aqui o seu estatuto de alternativa a Mitt Romney na Carolina do Sul. Mas as coisas não lhe têm corrido bem. Um terceiro lugar atrás de Ron Paul poderia dar-lhe um fôlego extra, mas essa é a sua melhor perspectiva.  

 

Newt Gingrich - Chegou ao New Hampshire ferido no seu orgulho. Depois de ter sido destruído no Iowa, onde não conseguiu melhor do que um quarto lugar, tenta aqui recuperar algum animo para a Carolina do Sul. Mas um resultado idêntico deixará indefinido quem é a alternativa conservadora a Romney, o que só ajudará o antigo governador do Massachusetts. Se conseguir melhor do que o esperado, e neste momento seria um terceiro, já seria um bom resultado para ele. 

 

Rick Perry não conta, pois abdicou destas primárias para se concentrar na Carolina do Sul, a sua última esperança. As minhas previsões: Romney-Paul-Huntsman-Gingrich-Santorum

 


publicado por Nuno Gouveia, às 20:15link do post | comentar | ver comentários (1)

Bill Daley, chief of staff de Barack Obama, demitiu-se hoje da Casa Branca. Contratado há pouco mais de um ano depois da derrota nas eleições intercalares, este é um duro revés na Administração. Recordo que na altura esta nomeação foi referida como uma tentativa de Obama recuperar o discurso centrista e moderado da campanha eleitoral. O senhor que se segue é Jack Lew, um veterano de Washington que neste momento ocupava o cargo de director de orçamento. Em pouco mais de três anos, será o terceiro chief of staff, talvez o cargo mais relevante na governação americana depois do Presidente. E isto sem contar com Pete Rouse, que foi foi o interino durante alguns meses entre a saída de Rahm Emanuel e a entrada de Daley. Mau sinal. 

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08
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:54link do post | comentar

 

 

Depois de dois debates em menos de 10 horas, Mitt Romney parece ter ultrapassado mais um obstáculo. E se hoje ainda recebeu críticas dos seus adversários, ontem à noite nem sequer teve direito a ataques. O que estes debates provaram é que há uma luta feroz na luta pelo... segundo lugar no New Hampshire. Ron Paul continua a ser o favorito, mas assistimos nestes debates a prestações positivas de Newt Gingrich e Jon Huntsman, ao invés de Rick Santorum, que esteve mais discreto que os adversários. Rick Perry, que ontem defendeu o regresso das tropas americanas ao Iraque (oops), voltou a não apresentar credenciais para esta corrida. Diria que Romney, Paul e Perry não mudaram a sua situação nestes debates (o que foi bom para Romney), Gingrich e Huntsman retiraram alguma vantagem e Santorum terá sido o grande perdedor destes dois debates. Veremos o que dizem as sondagens que ainda vão sair até terça-feira. 


07
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 16:49link do post | comentar

Hoje à noite os candidatos voltam a encontrar-se em mais um debate, desta vez promovido pela ABC News. Irá realizar-se às 2h (de Lisboa), e será moderado por Diane Sawyer e George Stephanopoulos da ABC e Josh McElveen, da WMUR-TV. Quem quiser seguir este debate poderá faze-lo no site da WMUR e n Yahoo News. E porque a campanha não pára, amanhã no Meet the Press, os candidatos voltam-se a encontrar, desta vez moderados por David Gregory. Será às 14h (de Lisboa). 

 

Estes debates não irão ter grande audiência nacional, mas certamente os eleitores do New Hampshire estarão atentos à prestação dos candidatos. A ter em atenção a barragem de fogo que Mitt Romney irá sofrer por todos os lados, sendo esta a última oportunidade para o impedir de vencer no Granite State.


06
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:30link do post | comentar

As sondagens são há muitos anos um elemento fundamental de qualquer estratégia política. Mas são sobretudo partes essenciais para o circo mediático que rodeia uma campanha. Sem elas, como iriamos avaliar quem vai a frente ou o que as pessoas estão a pensar sobre os candidatos? Apesar dos seus efeitos perversos (por vezes as sondagens são elas próprias elementos determinantes de um desfecho eleitoral, por exemplo), eu gosto de sondagens. E admito que, apesar de nem sempre lhes dar a importância que os media lhe atribuem, sou um fiel seguidor das sondagens. Até Novembro, os Estados Unidos vão ser inundados de sondagens, primeiro sobre as primárias e depois sobre as eleições gerais. E apesar de desvalorizar o sentido de alguma delas - nomeadamente para as eleições gerais nesta fase - elas servem para atestar o estado da corrida. 

 

Como o Alexandre Burmester deu nota no post anterior, Romney aparece à frente na Rasmussen na Carolina do Sul, mas com uma vantagem curta sobre Santorum. Outra da CNN/Time de hoje dá uma maior vantagem a Romney, com 37-19-18 sobre Santorum e Gingrich e ainda da American Research Group dá 31 a Romney e 24 a Santorum e Gingrich. Apesar de serem consideradas boas notícias para Romney, isto não desqualifica o facto que ainda pode haver uma aglomeração do voto conservador em Santorum ou Gingrich. Para isso, há dois factores que podem ser decisivos. Em primeiro lugar, as primárias do New Hampshire. O nome que ficar em segundo lugar (Romney deverá vencer) terá uma oportunidade para congregar esse apoio. Neste momento, Santorum e Gingrich estão à volta dos 10 pontos, atrás de Ron Paul e em alguns casos de Huntsman. O melhor cenário para Romney é que nem Santorum ou Gingrich se diferenciem muito na votação (e de preferência que seja Ron Paul a ficar em segundo), para que o voto conservador na Carolina do Sul continue dividido. O outro factor que pode determinar uma aglomeração de apoios poderá ser introduzido pelos debates. Neste fim de semana realizar-se-ão dois debates no New Hampshire e mais dois antes na Carolina do Sul. Uma prestação positiva ou um desastre de um deles poderá ser um factor determinante. Por fim, uma nota sobre Jon Huntsman. A sua única esperança resumia-se a ter uma grande prestação nas primárias de New Hampshire. Até ao momento, as sondagens indicam-nos que dificilmente isso irá acontecer. Nas sondagens desta semana aparece invariavelmente em quarto ou quinto lugar, o que significará o fim da sua aventura presidencial. Com um perfil de governador de sucesso no Utah, ainda por cima com um percurso conservador, tentar aparecer como o moderado nestes tempos eleitorais, foi um erro de proporções gigantescas. Terá tempo suficiente para reflectir. 

 

Adenda: Mais duas sondagens do New Hampshire, que confirmam a tendência. Romney à frente com larga vantagem e Ron Paul em segundo.

NBC News/Marist: Romney 40, Paul 21, Santorum 12, Huntsman 8, Gingrich 8

WMUR/UNH: Romney 44, Paul 20, Santorum 8, Gingrich 8, Huntsman 7


publicado por Alexandre Burmester, às 16:21link do post | comentar

E, como era de prever, o seu excelente resultado no Iowa está a catapultar o antigo Senador pela Pensilvânia Rick Santorum para os lugares cimeiros nas sondagens em estados mais conservadores, e mesmo a nível nacional.

 

Com efeito, depois da há dois meses, e em sondagem da mesma organização, ter recolhido apenas 1% das intenções de voto na Carolina do Sul, Santorum surge hoje com 24%. Mitt Romney sobe também, 4 pontos percentuais.

 

Ainda faltam mais de duas semanas para esta primária, pelo que até não será de excluir que Santorum venha a ultrapassar Romney, pois se, com poucas visitas recentes ao Estado, consegue este resultado, uma presença mais assídua poderá ter um "tónico" especial. O potencial efeito do resultado de Romney no New Hampshire terá também de ser considerado. E, a propósito de New Hampshire, no "Granite State" Santorum está em terceiro com 13%, mas muito longe de Romney (42%) e a alguma distância do segundo classificado, Ron Paul, que totaliza 18% das intenções de voto.

 

Também a nível nacional Santorum surge agora, ainda segundo a Rasmussen, em segundo lugar nas preferências dos eleitores republicanos: Romney 29%, Santorum 21%, Gingrich 16%.

 

Santorum estará também a capitalizar com as perdas de New Gingrich e dos outros candidatos mais conservadores, claro.


publicado por Alexandre Burmester, às 11:46link do post | comentar

 

Estamos a poucos dias das primárias do New Hampshire, e portanto nada melhor que esta altura para um pequeno apontamento histórico, acerca da mesma eleição mas em 1968.

 

O ano de 1968 foi um ano marcante, trágico e surpreendente na política e sociedade americanas, com os assassínios de Martin Luther King e de Robert Kennedy, a desistência da candidatura do Presidente Johnson, as manifestações contra a Guerra do Vietname e, finalmente, a vitória de Richard Nixon nas eleições presidenciais.

 

As primárias no New Hampshire desse ano tiveram um importante contributo para o panorama eleitoral.

 

Do lado republicano, havia um candidato que tinha forçosamente de demonstrar a sua capacidade de ganhar uma disputa eleitoral: o antigo Vice-Presidente Richard Nixon. Embora fosse a maior figura eleitoral do partido, Nixon estava prejudicado pelas suas derrotas nas presidenciais de 1960 (mesmo por apenas 0,1% dos votos...) e na eleição para governador da Califórnia em 1962. Numa altura em que muitos delegados às convenções partidárias não eram ainda escolhidos em primárias, Nixon tinha, mesmo assim, de disputar - e vencer - esta primária, o que acabaria por conseguir, com um impressionante total de 78% dos votos, contra 11% do Governador de Nova Iorque, Nelson Rockefeller. Estava lançada aquela que viria a ser campanha vencedora desse ano.

 

Do lado democrático as coisas apresentavam-se mais pacíficas. Ao fim e ao cabo, os democratas ocupavam a Casa Branca, e não é de "bom tom" alguém candidatar-se contra um presidente do seu próprio partido. Mas assim não pensou o Senador Eugene McCarthy do Minnesota, o qual, baseando-se essencialmente numa plataforma anti-Guerra do Vietname, entrou na campanha neste estado e, a 12 de Março (as primárias começavam mais tarde naquele tempo), conseguiu uns fantásticos 42% dos votos, contra os 49% de Lyndon Johnson.

 

 

Mas a história não acabaria aqui: a 16 de Março, sentindo a fraqueza de Johnson, Robert Kennedy, à altura senador por Nova Iorque, depois de ter servido nas Administrações de seu irmão e na de Johnson, declarou a sua candidatura. Isto causou uma profunda consternação em muitos meios democráticos, desde os afectos a McCarthy aos mais próximos de Johnson. O comentador liberal (em termos americanos, nunca é de mais frizar), Murray Kempton, próximo da candidatura de McCarthy, traçou até esta analogia: "Kennedy fez o papel de um homem que vem a galopar pelos montes abaixo após a batalha, disparando sobre os feridos".

 

Perante o cenário que se desenrolava na campanha do seu partido, e invocando as dificuldades externas e internas da América, a 31 de Março o Presidente Johnson anunciou que retirava a sua candidatura.

 

New Hampshire 1968 fez história, de facto mas, para pôr um pouco de perspectiva em tudo isto, deve referir-se que o candidato do Partido Democrático acabou por ser o Vice-Presidente Hubert Humphrey. E mesmo que o infeliz Robert Kennedy não tivesse sido assassinado na noite da primária da Califórnia, é muito difícil ver, face à correlação de forças, como poderia ele ter conseguido a nomeação do seu partido.

 

 

Fotos: ao alto: o Senador Eugene McCarthy; ao centro o Senador Robert Kennedy


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