31
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:41link do post | comentar

Matt Drudge informa que as sondagens colocam Mitt Romney como vencedor absoluto da primárias da Florida, e com números que podem chegar perto dos 50%. A confirmar-se, uma grande vitória para Romney. 


publicado por Nuno Gouveia, às 21:19link do post | comentar

 

Marco Rubio já tinha sido um importante aliado de Mitt Romney na semana passada, ainda que não tenha declarado o seu apoio. Quando se espera por uma vitória confortável de Mitt Romney nas primárias de hoje na Florida, Rubio disse que o vencedor será provavelmente o nomeado do GOP. Apesar de Newt Gingrich já ter prometido continuar na corrida até à Convenção de Tampa. Rubio pode ter optado por não declarar o seu endorsement a ninguém nestas primárias. Mas foi valioso para Romney. 


30
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:30link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Uma sondagem da Gallup/USA Today coloca Mitt Romney com uma ligeira vantagem sobre Barack Obama (48%-47%) nos swing-states para 2012. Em relação aos restantes candidatos republicanos, em consonância com outras sondagens, Barack Obama está com larga vantagem, sobretudo em relação a Newt Gingrich, que está a 14% de distância. Serão estes 12 estados (Nevada, Colorado, Novo México, Florida, Ohio, Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Iowa, Virgínia, Carolina do Norte, New Hampshire) que irão decidir o desfecho final das eleições de Novembro. Nas sondagens nacionais, Obama tem liderado com curta vantagem sobre Romney, o que não é propriamente boa noticia para o Presidente, pois o governador do Massachusetts está neste momento numa luta fratricida pela nomeação. 


29
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 21:25link do post | comentar

As últimas sondagens publicadas este fim de semana indicam que Mitt Romney está claramente em vantagem para vencer na próxima terça-feira. O movimento nestes últimos dias favorece também Romney, pois estima-se que os votos antecipados corresponderão a um terço da votação final. Será dificil que não tenha mais de 40 por cento. De resto, parece muito provável que Santorum irá ficar em terceiro e Ron Paul em quarto.


publicado por Nuno Gouveia, às 12:00link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Na sexta-feira o governador de Puerto Rico, Luis Fortuño, declarou o seu apoio a Mitt Romney. Este endoserment surge quando Romney está perto da vitória na Florida, sendo que Fortuño pode ser um importante reforço para a conquista da comunidade hispânica do estado. O evento realizou-se em Orlando, cidade onde vive a maior parte da comunidade de Puerto Rico, a segunda mais numerosa do estado depois dos cubanos. O governador, membro do New Progressive Party de Puerto Rico, está associado ao GOP e é uma estrela em ascensão no partido, tendo sido já referenciado como possível candidato a Vice presidente no ticket republicano deste ano. 

 

Puerto Rico é um território livre dos Estados Unidos. Apesar de não ter representantes no Congresso (elege apenas um comissário sem voto) nem ter direito a voto nas eleições presidenciais, os habitantes de Puerto Rico participam nas primárias dos partidos. A republicana deste ano realiza-se a 18 de Março e elege 23 delegados. Com este apoio, Romney deve também ter garantido a vitória no território (se as primárias ainda forem competitivas nessa altura). 

 

Mitt Romney aproveitou este evento também para declarar o seu apoio à anexação de Puerto Rico como 51º estado americano. Em Novembro realiza-se mais um referendo em Puerto Rico, convocado por Fortuño, sobre o estatuto político do território. Há três correntes políticas em Puerto Rico: os que defendem que a anexação, os que preferem a manutenção do actual estatuto e uma corrente ultraminoritária, que defende a independência. O partido de Fortuño, que tem republicanos e democratas, tem sido o grande defensor da anexação aos EUA, enquanto o Popular Democratic Party, associado do Partido Democrata, tem sido o grande defensor do status quo. Em 1993 realizou-se um referendo mas tudo se manteve na mesma, com uma curta vitória do status quo, com 48% contra 46%. No próximo dia 6 de Novembro, dia da eleição presidencial, irá a votos mais um referendo em Puerto Rico que coloca os seus cidadãos perante duas hipóteses: preferem manter o estatuto actual ou uma outra opção? Se a segunda vencer, como é esperado, irá realizar-se um segundo referendo com três opções: 51º estado, independência ou associação livre. As sondagens têm dado uma confortável vantagem à anexação de Puerto Rico. 

 

 


28
Jan 12
publicado por Alexandre Burmester, às 16:14link do post | comentar | ver comentários (7)

 

 

É recorrente nos comentários - especialmente na Europa - acerca da política americana a afirmação de que o Partido Republicano tem caminhado progressivamente para a Direita. Alguns chegam mesmo a dizer que o partido caíu nas mãos de extremistas. Simultaneamente, o posicionamento ideológico do Partido Democrático é raramente alvo desse tipo de análise.

 

A verdade é que o centro ideológico europeu - mormente no Continente - está mais à Esquerda que o americano. Grosso modo, de um lado do Atlântico temos a Europa do "modelo social" e do outro "a terra da livre iniciativa". Estes diferentes ênfases ocasionam diferentes percepções.

 

Há cerca de um mês a Gallup publicou uma sondagem precisamente sobre o posicionamento ideológico dos americanos e o modo como eles vêm os candidatos presidenciais nessa mesma óptica. Assim, aquela organização pediu aos inquiridos que se classificassem ideologicamente numa escala de 1 a 5, sendo 1 "muito liberal" (em termos americanos, de "Esquerda") e 5 "muito conservador". A pontuação média foi de 3,3, o que permite descrever o eleitorado americano como essencialmente de Centro-Direita. A mesma sondagem solicitava que os candidatos fossem classificados pelo mesmo critério: pois bem, Mitt Romney teve uma pontuação média de 3,5, Newt Gingrich de 3,6 e o Presidente Obama de 2,3. Significa isto que, segundo esta sondagem, o americano médio considera Romney e Gingrich bem mais próximos das suas posições ideológicas que Obama. Ainda de acordo com a Gallup, 57% dos americanos consideram Obama liberal, 23 % moderado e 15% conservador (estes 15% devem estar claramente à esquerda do Presidente!;-)).

 

Estes dados não são surpreendentes, até porque regularmente o número de americanos que se consideram conservadores é cerca do dobro daqueles que se consideram liberais (numa outra recente sondagem, a Gallup apurou 40% de conservadores, 20% de liberais e um pouco mais de 30% de "moderados").

 

Portanto, em parte não será tanto um caso de radicalização do Partido Republicano (embora haja não poucos exemplos disso no partido), mas mais de sintonia com o eleitorado "mainstream".  

 

Já Margaret Thatcher dizia que os bons políticos não governam ao centro ou viram ao centro, antes fazem com que as suas políticas passem a ser o centro, alterando, portanto, o centro de gravidade ideológico. 


27
Jan 12
publicado por Alexandre Burmester, às 17:58link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Já antes do debate de ontem (que não vi) as sondagens na Florida estavam a dar de novo vantagem a Mitt Romney. O debate parece ter corrido bem ao antigo Governador do Massachusetts. Hoje há duas sondagens, realizadas antes do debate, de Sunshine State e Quinnipiac, as quais dão ambas uma vantagem de 9 pontos a Romney. Só faltam três dias para a eleição, mas as reviravoltas têm sido tantas nestas primárias republicanas que ninguém arriscaria dizer que não pode haver outra daqui até terça-feira. Mas não custa nada prognosticar, e eu acho que Romney vencerá na Florida com uma boa margem e, depois disso, não terá problemas de maior no Nevada (estado com uma importante presença de mormons) e no Michigan (estado de que seu pai, George Romney, foi Governador nos anos '60), ficando em excelente posição para selar a questão na Super Tuesday, 6 de Março, dia em que inúmeros estados têm a sua primária.

 

A partir da Florida - caso vença, claro - Romney vai decerto concentrar-se mais no Presidente Obama que nos seus rivais republicanos. Até à referida Super Tuesday não será de prever uma redução no número destes, mas daí até à Convenção de Tampa, Florida, é possível que apenas Ron Paul - cuja estratégia nunca passou por uma forte aposta na nomeação - permaneça na luta.


26
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 16:25link do post | comentar | ver comentários (3)

 

 

A hipótese de Newt Gingrich ser o nomeado republicano está a provocar ondas de choque no movimento conservador. Odiado pelas elites republicanas desde a sua queda como Speaker em 1999, Gingrich apresenta-se a estas eleições como o candidato anti-establishment. Como o Politico aponta nesta peça de hoje, nos últimos dias vários conservadores, entre os quais Ann Coulter, Elliott Abrams, Tom DeLay ou Elliott Tyrrell, surgiram em público com criticas violentas contra Gingrich. O mais emblemático, e talvez relevante, tem sido Matt Drudge, do influente e muito visitado Drudge Report, que nos últimos dias tem colocado em destaque links com peças negativas sobre Gingrich. Drudge foi um dos grandes casos de sucesso do inicio da Internet, no final da década de 90, quando foi o primeiro a noticiar o escândalo de Monica Lewinsky. Recordo que nessa época, enquanto Newt Gingrich cavalgava na onda da tentativa de impugnação de Bill Clinton, ele próprio estava a ter um caso extra-casamento com a actual esposa. 

 

Entretanto, hoje foram publicadas duas sondagens que voltam a dar uma confortável vantagem a Romney na Florida. Mas hoje à noite há mais um debate, na CNN, e dada a volatilidade destas eleições, é impossível prever uma vitória de quem quer que seja. A seguir com atenção o debate desta noite (à 1h00 de Lisboa). 


25
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:27link do post | comentar

Depois da vitória de Newt Gingrich na Carolina do Sul, as atenções estão viradas para as primárias da Florida, que se realizam na próxima terça-feira. Esta poderá ser decisiva para Mitt Romney, pois caso perca aqui, a sua áurea de inevitabilidade será fortemente colocada em questão. Uma vitória de Gingrich significaria uma grande reviravolta nestas primárias, podendo-se dizer que a partir daí tudo seria possível. Como era previsível, as sondagens publicadas esta semana apontam para uma grande recuperação de Gingrich. Mas se no imediato a seguir à Carolina do Sul elas davam um confortável avanço do antigo Speaker, as mais recentes já apontam para um equilíbrio, com um ligeiro avanço de Romney. Hoje foram publicadas duas sondagens que colocam o antigo governador do Massachusetts à frente, se bem que dentro da margem de erro. Neste momento, e depois do que já assistimos nestas primárias, tudo é possível e não me arrisco a prever um vencedor.


Romney tem uma vantagem. Os votos antecipados por correspondência, que antes da Carolina do Sul já representariam mais de 10 por cento do número votantes previsto, colocam-no efectivamente à frente. A sua prestação do debate de terça-feira também o terá ajudado, bem como a sua grande máquina eleitoral que tem no terreno. Mas amanhã há outro debate na CNN, e é de esperar que Gingrich volte ao ataque. E sabemos como os debates podem ser decisivos. Por outro lado, um enigmático Marco Rubio surgiu ontem e hoje a defender Mitt Romney contra os ataques de Gingrich. Primeiro disse que Romney não era um Charlie Crist, dizendo que ele era conservador e que tinha sido um dos primeiros a nível nacional a apoiá-lo durante as primárias de 2010. Depois afirmou que Romney não era anti-imigração, ao contrário do que Gingrich tem vindo a difundir. Rubio já disse que não pretende declarar um endorsement nestas primárias, mas não tenho dúvidas que se mudasse de ideias seria quase fatal. No entanto, estas palavras de Rubio podem ser um balão de oxigénio para Romney.

 

Entretanto a CNN publicou também uma sondagem neste importante swing state para as eleições gerais. E os resultados são extremamente favoráveis a Romney. Obama surge cinco pontos atrás dele, enquanto tem uma vantagem de nove pontos sobre Gingrich. Quem pensa que Obama terá a vida facilitada em Novembro, que olhe para esta sondagem. Neste importante estado, o quarto da União, atrás da Califórnia, Nova Iorque e Texas, parece ter mesmo virado as costas a Obama. Se Gingrich for o nomeado, as coisas, como noutros estados, poderão ser bem mais fáceis para o Presidente. 


publicado por Nuno Gouveia, às 15:15link do post | comentar

Barack Obama deu ontem o mote para a sua campanha presidencial. Não ofereceu grandes novidades ao povo americano (este não constará da história), mas esteve assertivo. Como estou com pouco tempo, deixo aqui a avaliação que o Mark Halperin fez do discurso (talvez o José Gomes André ou o Alexandre Burmester ainda peguem no assunto), que penso que resume bem o que se passou ontem à noite:

 

Style: Achieved a good balance between lofty and accessible but probably could have let a little more of his winning personality show through. Optimistic and hopeful about getting things done, although his pleas for cooperation sometimes clashed with his defiant pledges to act without Congress. Firm and confident but without the touch of condescension he occasionally adopts.

Substance: Despite what his detractors say, fully in command of policy across the board. Still, his arguments were presented a little defensively when justifying past policies and his pitches for new policies were uneven in their level of detail.

His worst moment: Thwarted by cutaways of Republican leaders McConnell and Cantor, who were not giving an inch.

His best moment: Closed strong with a return to his opening theme that the country should come together in the spirit of the U.S. military.

The main thing: The speech was clearly poll tested to within an inch of its life, filled with programs and themes of broad appeal running from the left to the center right. Rhetorically reached out to the opposition by invoking national security, the need to get Washington working and a few familiar areas of common ground (entitlement and education reform). But much of the speech focused on policies that divide the parties absolutely. And, judging by the press releases and tweets from the Republican leadership, this State of the Union address will serve to lay down markers for November's election rather than break the current gridlock. New taxes and a bigger role for Washington are where the presidential election will be fought out – not foundations for compromise this year.

GradeB


24
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:04link do post | comentar

The State of the Union Address é um dos rituais mais antigos da história da política americana. Começou com George Washington em 1790, foi descontinuado por Thomas Jefferson em 1801, que o considerava demasiado "monárquico", e regressou em 1913 pela voz de Woodrow Wilson. Nesse interregno, o discurso era apenas lido ao congresso. Este discurso envolve um ritual quase monástico, onde o Presidente é recebido em sessão conjunta do congresso. Vários destes discursos anuais tornaram-se peças de inegável interesse histórico*. Há um ano publiquei aqui uma lista dos dez discursos mais relevantes, onde se inclui o de George W. Bush em 2002, aquando do famoso discurso do "axis of evil". 

 

O discurso desta noite de Barack Obama irá marcar o arranque da campanha oficial para a sua recandidatura. Numa altura em que a sorte parece sorrir-lhe (a queda de Romney nas sondagens), Obama irá anunciar os principais vectores da sua campanha. Não espero grandes ataques direccionados aos republicanos (isso ficará para mais tarde), mas certamente haverá alusões ao papel da maioria republicana no congresso e às suas propostas económicas. Acredito que irá ser um discurso com um tom optimista e não esquecerá de ressalvar o enorme sucesso que foi a eliminação de Bin Laden. Não haverá grandes novidades, mas certamente valerá a pena acompanhar. Do lado republicano, a sempre díficil resposta oficial será da responsabilidade do governador do Indiana, Mitch Daniels. 

 

O discurso irá ser proferido a partir das 2h00 (de Lisboa). Em Portugal, sei que pelo menos a TVI24 irá acompanhar o discurso em directo, com comentários do Bernardo Pires de Lima.

 

* Aconselho também a leitura deste excelente apontamento do José Gomes André escrito em 2010


publicado por Alexandre Burmester, às 09:03link do post | comentar

 

 

Com as voltas e reviravoltas nas sondagens republicanas e - mais importante - nos resultados das primárias, apetece-me citar o título do famoso "hit" de 1974 dos Bachman Turner Overdrive "You Ain't Seen Nothing Yet".

 

A Carolina do Sul teve um resultado surpreendente apenas porque, poucos dias antes da eleição, Mitt Romney tinha uma sólida vantagem sobre Newt Gingrich. Porque, tirando essa reviravolta, aquele estado sempre fora terreno mais propício a um candidato como Gingrich do que ao antigo Governador do Massachusetts.

 

Mas a Florida, de hoje a oito dias, é, como eles dizem "a wholly different ball-game". De facto, a composição sociológica e ideológica deste estado é mais heterogénea - por alguma razão é um "swing state", ou seja, um estado que alterna entre democratas e republicanos (vitória de Bush em 2004 e de Obama em 2008, por exemplo) - embora a respectiva delegação na Câmara dos Representantes esteja actualmente em 19 republicanos e 6 democratas.

 

Romney tem liderado na Florida, ou antes, tinha - até ser derrotado na Carolina do Sul. Estamos perente um caso típico de "momentum" por parte de Gingrich, mas a verdade é que Romney nunca encantou o eleitorado republicano, e a questão das suas declarações de rendimentos foi por ele bastante mal gerida. Pois ontem já saíram duas sondagems - da Rasmussen e da InAdv - dando confortáveis vantagens a Gingrich, de 9 e 8 pontos percentuais, respectivamente.

 

Ainda haverá dois debates antes da eleição e, além deles, a volatilidade que até agora se tem registado pode perfeitamente repetir-se no "Sunshine State". Mas uma coisa me parece certa: Romney perdeu a aura de "inevitabilidade", e uma vitória de Gingrich na Florida deixará tudo em aberto.

 

Mais esfregar de mãos em Chicago, não porque Gingrich seja um "extremista" (se calhar, em diversos aspectos, está mais perto da "mainstream" que Barack Obama), mas porque tem uma personalidade agressiva e imprevisível, o que faz dele um candidato difícil de atrair os votos dos independentes.


23
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:47link do post | comentar

Esta noite realiza-se mais um debate republicano (às 2h00 na NBC). Depois da severa derrota na Carolina do Sul, e com Newt Gingrich a liderar as sondagens para a Florida, Mitt Romney tem se lançar ao ataque. Este é um anúncio que já está a passar nas televisões da Florida, e espera-se que esta noite Romney tente mudar o rumo desta campanha. Gingrich tem muitas fraquezas e é considerado inelegível pela esmagadora maioria dos analistas. Mas Romney precisa de mostrar isso ao eleitorado conservador. O que até ao momento ainda não fez. 


22
Jan 12
publicado por José Gomes André, às 18:07link do post | comentar | ver comentários (1)

1. Newt Gingrich conseguiu uma impressionante vitória, com mais 14,6% do que Romney - algo impensável uma semana atrás. Atacou a imprensa e Romney com grande vigor (e boas doses de populismo), estratégia que colheu frutos: Gingrich ganhou votos do "Tea Party", dos evangélicos, da base conservadora e dos indecisos, surgindo como o "anti-Romney" pelo qual a ala Direita dos Republicanos suspirava. Resta saber se tem os meios necessários (organizativos, financeiros e políticos) para sobreviver aos contra-ataques das próximas semanas. O facto de ter ressuscitado mais do que uma vez nos últimos meses faz suspeitar que sim...

 

2. Apesar da estrondosa derrota, Romney mantém-se como o favorito. Tem maior apoio institucional, mais dinheiro, melhor organização eleitoral e parece um candidato mais "regular" e "presidenciável". Além disso, todas as sondagens mostram que será um maior obstáculo para Obama do que Gingrich, dadas as suas credenciais "moderadas". Todavia, precisa de estancar a polémica em torno dos seus negócios, e de evitar uma excessiva alienação da base conservadora (ganhar os independentes não chega para vencer Primárias, embora dê muito jeito em Novembro).

 

3. Santorum ficou-se pelos 17% e é uma carta fora do baralho. Perdeu contra Gingrich na luta para "alternativa conservadora" e não tem meios, nem fundos nem mensagem política para relançar a candidatura. Tem uma decisão difícil a tomar: prosseguir a luta ingloriamente (prejudicando Gingrich, com quem tem mais afinidades ideológicas) ou retirar-se (complicando a vida a Romney). Ron Paul continua a correr por fora, embora os 13% tenham sido uma pequena desilusão face às sondagens e a resultados anteriores.

 

4. Apesar da "dinâmica mediática" beneficiar agora Gingrich, Romney parece ser favorito nas próximas contendas, pois tem largos apoios na Florida (31/01) e melhor organização no Nevada e Maine (início de Fevereiro), partindo também na frente no Missouri e Michigan. Em todo o caso, o péssimo resultado de Romney na Carolina do Sul baralhou as contas Republicanas, atirando a decisão para disputas futuras. Afinal de contas, estão 2286 delegados em jogo e apenas 80 foram atribuídos até agora... [Projecção actual: Romney 36, Gingrich 28, Paul 9, Santorum 7].


publicado por Nuno Gouveia, às 00:02link do post | comentar | ver comentários (3)

 

O fúria de Newt Gingrich foi mais forte que a inevitabilidade de Mitt Romney na Carolina do Sul. Mal fecharam as urnas, algumas cadeias de televisão (FOX News, ABC, NBC) declararam o antigo speaker como vencedor destas primárias. Se isto se confirmar, significa que a corrida está lançada e irá decorrer, pelo menos, até à super terça-feira, dia 6 de Março. A dúvida destas primárias é se Rick Santorum continua na corrida. As exit polls indicam que está a disputar terceiro lugar com Ron Paul, mas se tal não suceder, dificilmente terá condições para continuar. Isso poderá favorecer Gingrich, numa corrida a três com Romney e Paul. No próximo dia 31 realizam-se as primárias na Florida, onde Romney tem liderado com larga vantagem as sondagens. Mas depois desta noite, tudo pode mudar. Esta vitória vem colocar alguma "normalidade" nestas primárias, pois até ao momento Romney parecia concorrer sem adversário visível. A minha aposta é que Romney continua o favorito, mas terá de "suar" para derrotar Gingrich. Uma nota histórica. Se é verdade que desde 1980 que todos os vencedores da Carolina do Sul foram os nomeados do GOP, também é verdade que nenhum candidato venceu a nomeação sem conquistar o Iowa ou New Hampshire, algo que Gingrich não conseguiu. De qualquer maneira, irá haver novidade histórica nestas primárias. 


21
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 14:41link do post | comentar

Newt Gingrich ou Mitt Romney: um deles irá vencer esta noite as primárias da Carolina do Sul. Desde 1980 que o vencedor desta primária acaba por ser o nomeado do Partido Republicano. Mas também é verdade que todos os vencedores aqui ganharam antes ou o Iowa ou o New Hampshire. As últimas sondagens dão todas vantagem a Gingrich, pelo que se espera uma vitória dele esta noite. Um outro resultado, especialmente depois destas expectativas criadas nos últimos dias, seria um desastre para ele. Romney pode hoje sofrer o seu primeiro revés nestas primárias. Mas ele sabe que tem um calendário, uma máquina, os apoios e a estrutura necessária para continuar na luta. Ao contrário dos seus adversários. Esta eleição afigura-se crucial também para Rick Santorum. Um quarto lugar, atrás de Ron Paul, pode ditar o fim da sua candidatura presidencial. A partir da meia noite (em Portugal) haverá novidades. 


20
Jan 12
publicado por Alexandre Burmester, às 23:44link do post | comentar

O Presidente Obama chumbou ontem a construção do Oleoduto Keystone, um extenso "pipeline" que traria petróleo do Canadá até às refinarias americanas do Golfo do México, proporcionando 20.000 empregos aquando da sua construção.

 

Obama tentara protelar uma decisão na matéria até depois das eleições presidenciais mas, numa daquelas peculiaridades do processo legislativo americano, os republicanos obrigaram-no a tomar uma decisão imediata como parte do seu voto favorável à extensão do abatimento no equivalente americano à nossa taxa social única.

 

Esta era, claramente, uma decisão desconfortável para Obama, cuja base de apoio inclui os ambientalistas, mas também os sindicatos, sequiosos de empregos, como é natural na actual situação económica.

 

Perante o aplauso dos ambientalistas e a aprovação de sindicatos não directamente ligados ao tema - cujo apoio Obama activamente procurou - e perante a oposição dos sindicatos ligados à construção, o Presidente tomou a decisão de chumbar a construção do oleoduto. Alegou, em defesa desta decisão, que a iniciativa legislativa republicana limitara o necessário tempo de estudo e reflexão sobre o assunto.

 

Não foi inocentemente que a maioria republicana na Câmara dos Representantes introduziu esta cláusula na sua aprovação à extensão do abate nos descontos sociais. Mas a política é feita disto mesmo, e Obama sabe-o bem. 

 

Em ano de eleições, esta é uma dádiva do céu para os republicanos, cujos candidatos já começaram a atacar o Presidente por uma decisão que consideram afectar o emprego, o crescimento económico e a independência energética, e que, segundo eles, foi tomada por Obama para agradar às suas bases ambientalistas.

 

Aí está um tema que decerto não sairá da ribalta na campanha do Outono.


publicado por Nuno Gouveia, às 21:27link do post | comentar

 

No que poderá ser mais um verdadeiro golpe de teatro nestas primárias, Newt Gingrich é agora considerado pelas sondagens o favorito para vencer amanhã as primárias da Carolina do Sul. Mitt Romney, que nestes últimos três dias perdeu a dinâmica de vitória imparável que parecia possuir, apresentou hoje um reforço de peso para esta campanha presidencial. O governador da Virginia (e por diversas vezes falado para candidato a Vice Presidente) declarou hoje o seu endorsement e estará a participar neste momento num evento em Charleston, juntamente com Romney e Nikki Haley, a governadora da Carolinad do Sul. Irá influenciar a votação de amanhã? Não, mas isto coloca mais uma vez em evidência que a esmagadora maioria dos eleitos do Partido Republicano já escolheu o seu candidato contra Barack Obama.


19
Jan 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:27link do post | comentar

Poucos dias terão tido tanta acção nesta campanha como este. Em primeiro lugar, e como o Alexandre já deu nota aqui, Rick Perry abandonou a corrida e declarou o apoio a Newt Gingrich. Depois, informações vindas do Iowa indicam que o vencedor dos caucuses do Iowa terá sido Rick Santorum e não Romney. Uma vitória que não muda dinâmica na corrida (Santorum está em clara queda), mas que coloca alguma normalidade nestes resultados eleitorais. Ao longo do dia, têm ainda sido avançadas várias sondagens que dão vantagem a Gingrich para as primárias de sábado na Carolina do Sul. Para acabar o dia teremos ainda a entrevista de Marianne Gingrich à NBC e mais um debate na CNN às 1h00 (de Lisboa), já sem Perry. Quando se pensava que estas primárias estavam perto do seu término, eis que um leque de acontecimentos inesperados voltam a dar ânimo à corrida. Dito isto, mantenho a minha forte convicção que Mitt Romney será o nomeado republicano para defrontar Barack Obama. Mesmo que saia derrotado este sábado. 


publicado por Alexandre Burmester, às 20:00link do post | comentar

As questões financeiras sempre pareceram vir a ser importantes na análise do currículo e personalidade de Mitt Romney, o qual, a ser nomeado, será o homem mais rico de sempre a conseguir a nomeação por qualquer um dos dois partidos.

 

Mas Romney não está a facilitar a vida a si próprio

com a sua recusa, até agora, de revelar a sua declaração de rendimentos antes de Abril, uma altura tradicionalmente usada pelos candidatos para o fazerem.

 

As suas respostas a essa questão têm sido evasivas, e agora surge a informação de que o candidato tem milhões depositados nas ilhas Cayman, o que nada tem de ilegal, além de Romney até aparentemente não retirar nenhum benefício fiscal dessa situação. Mas, não sendo a América um país onde "a política da inveja" costume ter grande fôlego, as especiais circunstâncias económicas em que esta campanha decorre não podem deixar de  afectar a percepção que o eleitorado terá do previsível candidato republicano. Claro que o Presidente Obama também é um milionário (embora não um daqueles que ele normalmente descreve como "bilionários, milionários e seus helicópteros e jactos particulares"), mas nestes casos a transparência é muito importante.

 

Tudo somado, e numa manobra defensiva que poderia ter evitado, parece que Romney irá divulgar os seus impostos muito brevemente. Decerto que em Chicago, na campanha para a reeleição de Obama, se esfrega as mãos.


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