31
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:10link do post | comentar

 

Comportando-se cada vez mais como uma pop star e menos como uma política, Sarah Palin iniciou esta semana uma tournée pela Costa Leste dos Estados Unidos, com passagens importantes por diversos locais históricos e tendo como destino o importante estado de New Hamsphire. Não se sabe verdadeiramente o percurso de Palin (não foi anunciado) nem foi explicado qual o significado desta "bus tour", mas a especulação em redor de uma possível candidatura presidencial tem vindo a ser alimentada pela própria nas últimas semanas. 

 

Uma coisa é verdade: se Palin se candidatar, o grande prejudicado será mesmo o Partido Republicano, que verá uma candidata com reduzidas hipóteses de vitória nas primárias a ocupar o palco principal do debate. A sua força mediática é incomparavelmente superior a todos os outros candidatos, e é provável que o "circo" que envolve todas as suas aparições públicas ofusque os restantes candidatos. Quando o Partido Republicano precisa de um sério debate entre os potenciais substitutos de Obama na presidência, Palin ameaça transformar esta campanha num verdadeiro espectáculo circense, onde o aparato e a forma substitui a discussão entre os candidatos.  

 

Sobre a sua aparição ontem no Memorial Day em Washington, que iniciou esta tour, deixo aqui esta reportagem da jornalista do Público, Kathleen Gomes.


30
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:34link do post | comentar

Hoje homenageia-se nos Estados Unidos todos aqueles que morreram ao serviço do país. Num dos feriados mais simbólicos, comemorado na última segunda-feira do mês de Maio, os americanos prestam homenagem a todos os militares que tombaram nas guerras que o país esteve envolvido desde a sua fundação. Barack Obama irá discursar no Abraham Lincoln National Cemetery, em Chicago, e o Joe Biden irá assumir o lugar do Presidente no tradicional discurso no Arlington National Cemetery, na Virgínia. 

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29
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 10:36link do post | comentar

Depois de ter protagonizado a pior campanha presidencial que há memória, esta semana surgiram indicadores que Rudy Giuliani poderá avançar com nova candidatura. Na verdade o antigo Mayor de Nova Iorque nunca afastou esta possibilidade, mas também que ninguém o terá levado muito a sério, até porque não tem actuado como um verdadeiro candidato. Mas esta semana houve novidades. O congressista republicano de NY Peter King disse na CNN que Rudy estava seriamente a pensar em avançar. Um dos conselheiros e amigos mais próximos, King disse mesmo que a decisão estava iminente. Curiosamente, um dia após estas notícias, a CNN publicou uma sondagem nacional que coloca Rudy Giuliani à frente do campo republicano. Isto mesmo antes de ser candidato ou sequer pré-candidato. Não tenho dado destaque aqui às várias sondagens que têm sido feitas, porque nesta fase do campeonato representam muito pouco. E esta não é diferente, mas mostra que Rudy ainda é um nome a considerar, e principalmente, que continua a haver espaço para mais candidatos. 

 

Caso Rudy Giuliani avance mesmo, e continuo a ter dúvidas que tal suceda, penso que terá muitas dificuldades em ganhar a nomeação ou até para ser um sério candidato. Nesta fase do Partido Republicano, onde a direita mais "dura" tem vindo a ganhar terreno, será possível um moderado e defensor do aborto vencer umas primárias? Quase impossível. Está certo que tem posições bastante mainstream na economia e na política externa, mas isso só não deve chegar para vencer umas primárias. Além do mais, já vimos em 2008 as suas fracas capacidades para executar uma campanha nacional. Qual a janela de oportunidade para o herói do 11 de Setembro? Só tem uma: vencer no New Hampshire e emergir como o candidato moderado do campo republicano. A partir daí, aguentar-se na Carolina do Sul, vencer na Florida e conquistar os grandes estados na superterça-feira. Uma tarefa herculeana? Sem dúvida. Possível? Não o Rudy de 2008. Teria que mostrar uma faceta totalmente diferente. 


28
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 10:50link do post | comentar

Esta semana o Senado votou favoravelmente a extensão do Patriot Act até 2015, numa resolução que colheu amplo apoio bipartidário. Ao todo votaram a favor 74 senadores, com 13 a votarem contra (10 democratas e 3 republicanos) e ainda um voto de "presente" de Rand Paul (R). 12 senadores não participaram na votação. A lei anti-terrorista aprovada inicialmente por George W. Bush após o 11 de Setembro, que criou situações de excepção na luta contra o terrorismo, expirava esta semana.

 

O Patriot Act tem sido contestado por algumas associações dos direitos civis, como violadora da constituição americana. No entanto, até ao momento, a lei não foi colocada em causa pelo Tribunal Constitucional, e é considerada uma ferramenta fundamental na luta contra o terrorismo. Basicamente, esta lei, citando esta notícia da AFP, cria três mecanismos fundamentais: a "vigilância móvel" das comunicações de suspeitos que utilizam várias linhas telefônicas; o princípio do "lobo solitário", que permite investigar um suspeito de atividades terroristas por conta própria, e a possibilidade de acesso das autoridades a "todo dado tangível" relativo ao suspeito, incluindo e-mails.


26
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:08link do post | comentar

(carregar na imagem para ver melhor)

 

Depois das saídas de Mike Huckabee e de Mitch Daniels da corrida, Mark Halperin actualiza a sua bolsa de apostas para as primárias republicanas. Os beneficiados são Tim Pawlenty e Jon Huntsman, que ascendem aos lugares cimeiros na luta pela nomeação com Mitt Romney, que é assim cada vez mais o frontrunner destas eleições. No entanto, deixa um lugar vazio para um candidato surpresa que ainda possa aparecer. Olhando para o campo presidencial, concordo inteiramente com esta previsão, apenas relevando que Herman Cain merecia estar nesta lista de apostas. A sua candidatura populista ainda poderá irromper nestas primárias com força. Atenção a ele e às implicações que poderá ter nos sectores conservadores. 


25
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:42link do post | comentar

 

John Kennedy anunciava perante uma sessão conjunta do Congresso o objectivo de colocar o homem na Lua antes do final da década. Um discurso histórico, que viria a ser concretizado a 20 de Julho de 1969. 


publicado por Nuno Gouveia, às 11:24link do post | comentar

A visita do primeiro-ministro Israelita aos Estados Unidos não podia ter corrido melhor. Isto, para os interesses do seu país. Em primeiro lugar, conseguiu dar a volta ao discurso de Obama da passada quinta-feira, e fez com que o Presidente explicasse melhor a sua proposta para o regresso às fronteiras de 1967, que afinal, não é diferente do que tinha sido defendido pelos anteriores presidentes Bush e Clinton. Mas o ponto alto desta visita foi o seu discurso no Congresso, onfe recebeu uma entusiástica recepção dos congressistas. A ABC News concluiu mesmo que Bibi foi mais aplaudido do que Barack Obama no último discurso do Estado da União. Apesar da retórica dos últimos dois anos, Israel continua a gerar um amplo consenso em Washington.

 

Deixo aqui uma entrevista que Benjamin Netanyahu deu ontem a Sean Hannity, na Fox News, onde deixou palavras elogiosas para Barack Obama e para os Estados Unidos, mostrando que a relação entre os dois países continua forte. Falou do processo de paz, do Hamas e da Al-Qaeda, de um Irão nuclear, das revoltas árabes e da relação especial que Israel mantém com os Estados Unidos. Uma excelente entrevista do Primeiro-ministro israelita. 

 


24
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 15:58link do post | comentar

 

Barack Obama está a realizar uma visita à Europa, que inclui passagens pela Irlanda, Inglaterra, França e Polónia. Começou na Irlanda, onde esteve durante o fim de semana para "reencontrar" as suas raízes ancestrais (a família da mãe é de origem irlandesa)  e neste momento encontra-se na Inglaterra, onde tem encontros marcados com David Cameron e a rainha Isabel II.

 

A eleição de Obama em 2008 foi considerada pela generalidade dos analistas europeus como uma lufada de ar fresco para as relações transatlânticas, depois das desconfianças e desacordos com a Administração Bush. Mas esse cenário não se concretizou e esta visita surge num momento em que a relação entre os Estados Unidos e a Europa já conheceu melhores dias. Obama tem centrado a sua actuação numa visão do mundo pós transatlântica, sendo cada vez menos centrada na Europa. Normal, acrescento eu, pois o mundo de 2011 não é o mesmo de 2001, cuja centralidade se deslocou do Atlântico para outras regiões do planeta (ler, por exemplo, Um Mundo sem Europeus, de Henrique Raposo). As Administrações americanas apenas ainda não tinham "acordado" para esta realidade, pois a sombra da guerra fria ainda dominava a atenção da diplomacia americana. Nos últimos anos Bush, já assistimos a um desvio de atenções, nomeadamente com o aprofundamento das relações com a India, mas Obama é verdadeiramente o primeiro presidente a encarar a Europa como apenas mais uma zona de interesse para o seu país. 

 

No entanto, os dois blocos continuam a ter muitos interesses em conjunto, nomeadamente a guerra do Afeganistão, a intervenção na Líbia ou o processo de paz no Médio Oriente. Um dos assuntos que não deixará de ser abordado entre os líderes europeus e Obama é o voto que está previsto acontecer em Setembro na ONU em relação à declaração unilateral da Palestina em tornar-se um estado independente. Os Estados Unidos já avisaram que vão vetar a resolução, mas precisam de obter o apoio de alguns dos congéneres europeus, nomeadamente da Inglaterra e da França, para impedir o isolamento internacional de Israel. Já agora, também gostava de saber a posição portuguesa em relação a este voto. Outro dos assuntos que será discutido será a substituição de Dominique Straus-Khan no FMI, tema este que deverá ser decidido na cimeira do G-8, que se realizará em França. Obama irá terminar este périplo na Polónia, onde tentará afastar os fantasmas que surgiram desde a sua eleição, com as cedências da Casa Branca à Rússia, nomeadamente em relação ao escudo anti-míssil que seria instalado na Polónia e Republica Checa. O leste europeu tem sido um fiel aliado dos Estados Unidos desde o fim da URSS, e Obama pretenderá que assim continue. 

 

 


publicado por Nuno Gouveia, às 15:20link do post | comentar

Foto: AP


Num dos episódios da fantástica "The West Wing", Matt Santos, candidato à nomeação democrata, prepara-se para discursar no Iowa, e aborda com o seu campaign manager, Josh Lyman, a sua posição sobre os subsídios ao etanol. Apesar de ser contra os subsídios, Santos segue a opinião de Lyman e declara-se a favor do etanol no discurso. Este é um dos assuntos mais relevantes no estado, e poucos candidatos têm a coragem para ir contra a opinião da maioria. Tim Pawlenty ontem inverteu curso e defendeu, na apresentação da sua candidatura presidencial no Iowa, que estes subsídios devem terminar. Um inicio corajoso, que o poderá prejudicar nos caucus, mas não deixa de ser uma importante mensagem para o eleitorado republicano: está pronto para tomar medidas difíceis. 

 

Num discurso cheio de "verdades inconvenientes", Pawlenty declarou-se a favor do aumento da idade da reforma e manifestou-se a favor da diminuição da despesa em diversos sectores do orçamento federal, nomeadamente nas despesas sociais e de saúde. Mas ao mesmo tempo, defendeu a manutenção do orçamento para a defesa e a não subida dos impostos. Esta parece ser a posição convencional dos republicanos, que não parecem dispostos a "atacar" de frente o problema do défice com aumento de impostos, como defendem os democratas. Não sei se isso será um assunto vencedor para 2012.

 

Com a saída da corrida de Mitch Daniels, que poderia gerar bastante apoio da máquina republicana, Tim Pawlenty é neste momento o mais sério adversário de Mitt Romney. Este seu discurso de lançamento tem sido bem recebido, tendo tido até direito a um tweet de apoio de Jeb Bush à intervenção de T-Paw, o que pode significar muito para esta candidatura. Ainda poderão entrar mais candidatos, mas, se olharmos para o passado, poderemos pensar que o campo está definido, com uma outra dúvida, nomeadamente se Sarah Palin entrará ou não. Neste momento divido assim o campo: Romney, Pawlenty e Huntsman, na corrida pela nomeação; Bachmann, Santorum, Gingrich, Cain e talvez Palin na luta pelo lugar de oposição populista ao nomeado e Paul, Johnson como candidatos libertários. É fraco, como tenho lido? Talvez, mas não é muito diferente do que tem sucedido noutras campanhas presidenciais, com dois ou três principais candidatos, e os restantes à espreita de alguma surpresa.

 

PS: poderão achar suspeita esta minha opinião, dado que em todas as sondagens publicadas, Romney lidera, mas Pawlenty e Huntsman em nenhuma chegam sequer aos dois dígitos, e Palin, Gingrich e até Paul têm melhores sondagens que os dois últimos governadores. É verdade, mas não penso que devemos olhar para estas sondagens iniciais com rigor. Não porque sejam falsas (não são), mas porque o olhar dos americanos ainda está concentrado noutros assuntos, e as sondagens neste momento reflectem apenas o grau de notoriedade dos candidatos. A excepção aqui até será Ron Paul, que tem uma base de apoiantes fiel, que tem vindo a crescer nos últimos anos dentro do Partido republicano, mas que não chega para vencer umas primárias republicanas. Quando a corrida realmente começar, poderemos começar a olhar atentamente para as sondagens, com particular atenção para o Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul, os primeiros estados a irem a votos. 


22
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:54link do post | comentar

O antigo governador do Minnesota anuncia amanhã no Iowa a sua candidatura a Presidente. Mas hoje lançou este vídeo, mais uma excelente peça de publicidade do candidato que melhores anúncios tem exibido fase. Não sei se a sua campanha irá corresponder às expectativas que têm sido criadas por jornalistas, analistas e activistas políticos. Mas teve uma excelente semana, nomeadamente com as retiradas de Mitch Daniels e Mike Huckabee, e emerge cada vez como uma alternativa viável a Mitt Romney. 


publicado por Nuno Gouveia, às 23:07link do post | comentar

As palavras que Obama teceu em relação ao processo de paz israelo-árabe, além de ter tido o condão de fazer desaparecer da actualidade o resto do discurso, elogiado por diferentes lados, colocou a Administração Obama em maus lençóis perante Israel e o lobby judaico, tradicional apoiante do Partido Democrata. Benjamin Netanyahu, de visita a Washington, acabou mesmo por recusar a proposta do regresso às fronteiras de 1967 ao lado de Obama, o que não pode deixar de ser considerado uma humilhação para o Presidente. 

 

Sobre isto, não preciso de escrever mais, pois o Alexandre Guerra, no O Diplomata, escreveu um excelente post sobre o assunto:

 

O Presidente Barack Obama foi ingénuo e mal aconselhado quando, no discurso sobre o Médio Oriente proferido na passada Quinta-feira, veio defender a solução de “dois Estados” na Palestina delimitados pelas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias ("pre-1967 borders"). Um erro de tal forma evidente e inédito nas presidências americanas, que foi conftrangedor ver Obama ouvir do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanhyahu, em plena Sala Oval, que tal solução nunca seria aceite por Israel, porque a mesma colocaria em causa a segurança da própria existência do Estado hebraico.


publicado por Nuno Gouveia, às 14:09link do post | comentar

Mitch Daniels, governador do Indiana, anunciou este fim de semana que não será candidato à nomeação republicana. Invocando razões familiares, este é mais um destacado republicano a desistir da candidatura, depois de Huckabee, Barbour ou até Donald Trump. Esta decisão terá imediatas consequências para a corrida. 

 

Mitt Romney, Tim Pawlenty e Jon Huntsman são os principais beneficiados desta decisão, numa altura em que muitas vozes no establishment do partido parecia inclinado em apoiar Daniels. Sem o governador do Indiana, a corrida ao título de campeão poderá ficar reservada a estes três nomes. Mas poderá haver surpresas, e com o abandono de Daniels, a pressão irá novamente sentir-se sobre Chris Christie para entrar na campanha. Existe um sentimento que os três antigos governadores ainda não satisfazem a máquina republicana, que ainda não vê em nenhum candidato alguém que possa derrotar Obama. Além disso, teremos sempre de estar atentos aos candidatos populistas, sobretudo no Iowa. Michele Bachmann, Newt Gingrich e até talvez Rick Santorum, poderão ter uma palavra a dizer nesta primeira eleição. O outro nome que poderá causar algum impacto é Herman Cain, desconhecido de grande parte do eleitorado, mas que ontem reuniu 15 mil apoiantes no anúncio da sua candidatura em Atlanta. Ron Paul e Gary Johnson lutarão entre si pela liga libertária, que tem vindo a ganhar adeptos no partido. 

 

Como se pode ver, o campo está completamente em aberto. Sobre este anúncio, aconselho a leitura destes dez pontos de Mark Halperin. 


20
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:01link do post | comentar

Barack Obama defendeu ontem a sua visão para o Médio Oriente, num discurso que fez notícias sobretudo pela posição que defendeu em relação ao conflito entre Israel e a Palestina. Nesta intervenção, Obama fez recordar várias vezes George W. Bush, quando apontou a democracia e a liberdade como a solução para os problemas árabes. Até chegou mesmo a apontar o Iraque, cuja intervenção americana tanto criticou, como o exemplo de democracia para os países vizinhos. Este já não é o Obama de 2008. Aproveitando as revoluções da rua árabe e a morte de Bin Laden, tentou dar um novo fôlego à política norte-americana para a região. Obama apresentou-se como um representante das aspirações do povo muçulmano, tentando demonstrar que os Estados Unidos são um apoio sustentável às revoluções democráticas. Num optimismo que por vezes poderá entrar em choque com a realidade, como temos visto recentemente no Egipto, Obama atacou de frente o regime sírio e apelou ao mundo para apoiar a democracia. Pessoalmente gostei desta intervenção.

 

A parte mais controversa, e que deu mais títulos para a imprensa, foi precisamente a sua posição em relação a Israel, onde defendeu a solução de dois estados independentes, assentes nas fronteiras anteriores a 1967. Isto suscitou diversas críticas por parte dos republicanos e do governo israelita, numa altura em que o Primeiro-ministro israelita se desloca aos Estados Unidos. Benjamim Nethanyahu chega hoje a território americano para uma visita oficial, onde vai discursar perante o Congresso na próxima terça-feira. O timing do discurso de Obama não terá sido por acaso. Bibi criticou ferozmente esta posição, pois Israel não aceita negociar com o pressuposto das fronteiras de 1967. Os republicanos alinharam, como quase sempre tem sucedido nas últimas décadas, pela posição pró-israelita. Obama tentou assim dar "força" ao processo de paz, com uma posição equidistante entre os dois lados do conflito. Uma postura arriscada, mas que lhe permitirá mais margem de manobra no futuro. Se isso o pode prejudicar nas aspirações para 2012? A comunidade judia tem sido um forte apoio aos democratas nas últimas décadas, apesar do Partido Republicano ser quem mais tem defendido as posições de Israel. Nos últimos dois anos, tem havido alguma fricção e o GOP pode aproveitar para conquistar um apoio nos judeus americanos que nunca teve. Vamos ver.


17
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 16:45link do post | comentar | ver comentários (2)

Mitt Romney fez ontem uma demonstração de força, ao angariar 10.3 milhões de dólares. Montando uma operação em Las Vegas com 800 voluntários a ligarem para potenciais apoiantes, Romney obteve mais dinheiro num dia do que, provavelmente, os seus adversários neste segundo trimestre. A candidatura vai avançando e, apesar dos problemas que subsistem devido à sua reforma da saúde no Massachusetts, ninguém duvide da sua capacidade para obter dinheiro e ser competitivo nestas primárias. E sabe-se que quem quiser ter uma real hipótese de derrotar Obama, vai ter de trabalhar muito neste campo. O presidente tem como alvo a angariação de mil milhões de dólares para o esforço de reeleição, o que será um recorde absoluto em eleições presidenciais. 


16
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:43link do post | comentar | ver comentários (2)

Donald Trump anunciou hoje que não se vai candidatar à nomeação republicana. Se dúvidas houvesse, e na altura, muitos foram os que sempre alertaram para isso, incluindo este vosso humilde escriba, Trump nunca foi um sério candidato à presidência. Alguém acredita que Donald Trump teria sérias hipóteses de vencer a nomeação republicana, mesmo depois de ter aparecido em primeiro lugar em algumas sondagens? Charles Krauthammer, que o apelidou de palhaço, sempre manteve a ideia que isto tudo não passaria de um enorme golpe publicitário do milionário. Se dúvidas houvessem, hoje ficaram desfeitas pela declaração de Trump.


Depois das distracções dos últimos dois meses, o campo republicano começa agora a compor-se. Por enquanto é este: Mitt Romney, Newt Gingrich, Tim Pawlenty, Rick Santorum, Herman Cain, Ron Paul e Gary Johnson. Deverão juntar-se ainda Mitch Daniels, Jon Huntsman e provavelmente Michele Bachmann. Considero que Sarah Palin, devido às seus problemas de afirmação perante o eleitorado americano, deverá fazer o mesmo que Huckabee e retirar-se da corrida em breve. Se esta minha previsão estiver correcta, teremos quatro candidatos "credíveis" à Casa Branca: Romney, Pawlenty, Daniels e Huntsman. Newt Gingrich e Michele Bachmann poderão ter possibilidades de obter bons resultados em algumas primárias. É fraco? Não será o campo mais forte de sempre, mas como ainda há pouco tempo li algures, em todos os ciclos eleitorais se repete a mesma história. Se a economia estiver fraca em 2012, o potencial nomeado terá possibilidades de derrotar Barack Obama. Este parte como favorito, mas nada está garantido. 


publicado por Nuno Gouveia, às 13:00link do post | comentar
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Debate de George Will, Cokie Roberts e Amy Walter sobre o campo republicano para 2012. Interessante frase de George Will, que defendeu que em Janeiro de 2013 só um destes três homens poderá tomar posse como Presidente dos Estados Unidos: Barack Obama, Tim Pawlenty e Mitch Daniels. Não concordo com ele ao desqualificar Mitt Romney , mas nas últimas semanas tem vindo a aumentar o cepticismo em relação ao antigo governador do Massachusetts nos analistas políticos. Veremos se têm razão. 


15
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 01:44link do post | comentar | ver comentários (1)

Mike Huckabee anunciou sábado à noite que não se vai candidatar à nomeação republicana de 2012. Isto significa uma verdadeira revolução no campo republicano. Até ao momento, Huckabee aparecia sempre com bons números nas sondagens. Com a sua retirada, a base da direita religiosa fica sem candidato, e o seu apoio será cortejado pelos diversos candidatos. As próximas semanas serão interessantes. Quem terá ficado contente é Tim Pawlenty, que poderá começar a crescer depois do anúncio de Huckabee. Ele que tem procurado o apoio dos vários grupos de apoio do GOP, não deixará de atacar este segmento do eleitorado ainda com mais força. E desde já deixo um prognóstico: o endorsement de Mike Huckabee será um dos mais disputados da temporada de primárias. 

 

Mike Huckabee ficou em terceiro lugar nas primárias de 2008, mas deixou uma forte impressão ao vencer logo no inicio o caucus do Iowa. Nunca foi considerado um real perigo para John McCain, mas venceu em oito estados, a maior parte deles do Sul dos Estados Unidos. Nas sondagens conhecidas até ao momento, Huckabee aparecia sempre nos lugares cimeiros. No entanto, a maior parte dos analistas sempre considerou as suas hipóteses escassas de vencer a nomeação. Tem um apoio limitado à direita religiosa e é considerado um moderado nas questões económicas. Durante os onze anos em que foi governador do Arksansas, cometeu o "crime" de aumentar diversas vezes impostos. 


12
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 21:24link do post | comentar

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Esta lista de apostas de Mark Halperin pode estar ainda incompleta. Até porque ainda não é certo que Sarah Palin, Mike Huckabee ou Mitch Daniels entrem mesmo na corrida. Mas é uma lista feita por quem sabe. Parece-me apenas que coloca Mike Huckabee demasiado bem colocado. Acho que está demasiado preso à direita religiosa para vencer a nomeação. O seu apelo resume-se praticamente aí. Mas é um bom ponto de partida.

 


11
Mai 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:18link do post | comentar

Newt Gingrich declarou há poucos minutos no Twitter que é candidato à nomeação republicana de 2012. O site oficial também já está online. 

 

Depois de no mês de Março ter declarado intenção que ia entrar na corrida, numa situação bastante confusa, o herói republicano da vitória de 1994 assumiu que desta é para valer. Newt Gingrich é uma figura controversa. Intelectualmente superior, não raras vezes deixa-se envolver em episódios menos condizentes com o estatuto do seu génio político. Capaz de debater os assuntos de uma forma profunda, muitas vezes cai no populismo fácil e radical que infesta a facção mais conservadora da sociedade americana. Líder do partido republicano na segunda metade do GOP, como Speaker da Câmara dos Representantes, liderou a ofensiva dos valores contra Bill Clinton durante o escândalo de Monica Lewinski. Ao mesmo tempo, estava a manter um caso extra-casamento com a actual esposa. Convertido ao catolicismo, Newt vai no seu terceiro casamento. É esta figura divisiva que é, a partir de hoje, candidato oficial às presidenciais de 2012. 

 

Apesar do seu estatuto de estrela mediática, da máquina infernal que montou nos últimos anos, poucos consideram que Newt tem hipóteses de vencer a nomeação. Pelo seu currículo de polémicas, pela incapacidade de manter uma campanha organizada e coerente, e pela aversão que gera em grande parte do eleitorado independente. Além do mais, numa época em que a política é dominada pela novidade e pela juventude, Newt é considerada uma figura do passado. Mas nem por isso posso desclassificar a sua candidatura. 

 

A entrada de Newt Gingrich no panorama significa muito: em primeiro lugar, haverá substância e qualidade no debate destas primárias. Apesar das declarações bombásticas que são usuais em Newt, ele contribuirá com muitos temas para o debate público, e ninguém poderá acusá-lo de falta de ideias. A dificuldade é saber se Newt conseguirá moderar o seu ímpeto populista com as suas qualidades intelectuais. Um Newt que consiga ser a voz de uma nova geração de ideias para o futuro dos Estados Unidos, e que consiga, ao mesmo tempo, ter uma linguagem acessível para a base republicana e para o establishment, será certamente uma voz a ter em conta. Conhecendo o seu passado incongruente, acredito que vá protagonista de alguns dos melhores e dos piores momentos desta campanha. Muito dificilmente vencerá a nomeação, mas deixará uma marca nesta campanha presidencial. 

 


publicado por Nuno Gouveia, às 18:28link do post | comentar

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