31
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 23:11link do post | comentar | ver comentários (2)

Barack Obama disse hoje que ainda acredita que é possível uma vitória do seu partido nas intercalares da próxima terça-feira. É óbvio que nem Obama deve acreditar  muito nisso, mas ninguém poderá acusar o Presidente de não ter estado na estrada ao lado dos candidatos democratas. Barack Obama percorreu o país nestas últimas duas semanas, indo a estados democratas, swing states e até a republicanos. Apesar de considerar que Obama por vezes exagerou na retórica partidária, fez o que lhe competia nestas eleições. Agora é esperar pelo resultado das eleições.

 

Estas são algumas das previsões feitas pelos especialistas, que não deixam margem para dúvidas sobre o que poderá acontecer: um verdadeiro tsunami republicano (links roubados ao The Page, de Mark Halperin)

 

Cook Political Report: House (R+ 48-60), Senate (R+ 6-8), Governor (R+ 6-8)

 

Rothenberg: House, Senate, Governor

Sabato's Crystal Ball: House (R+ 55), Senate (R+ 8 ), Governor (R+ 8-9)

 

NBC News: House, Senate, Governor

 

ABC News: House, Senate, Governor


publicado por Nuno Gouveia, às 23:01link do post | comentar

Discussão no Fox News Sunday sobre as eleições de terça-feira, e ainda o rally to restore sanity de Jon Stewart e Stephen Colbert. Contribuições de Mara Liasson, Brit Hume, Bill Kristol e Juan Williams.


publicado por Nuno Gouveia, às 19:18link do post | comentar | ver comentários (3)

Uma sondagem da AP revela que 47 por cento dos democratas pensa que Barack Obama merece ser desafiado nas primárias de 2012, enquanto 51 por cento defende que o Presidente não deve ter oposição. Esta sondagem demonstra o nível do descontentamento que existe neste momento entre Democratas pela actuação de Barack Obama. Apesar de ser muito improvável que surja um opositor credível nas primárias, Obama vai ter de esforçar-se pare recuperar o capital de confiança, não só nos independentes mas também nos apoiantes do seu partido.

 

A história ensina-nos que quando um Presidente em exercício enfrenta uma dura oposição nas primárias, a derrota é certa. Em 1968, Lyndon Johnson acabou por anunciar que não se recandidataria depois de terem aparecido vários opositores à sua nomeação, entre eles Robert Kennedy e Eugene Mccarthy. Em 1976, Ronald Reagan desafiou o Presidente em exercício, Gerald Ford, que apesar de ter vencido as primárias, foi derrotado por Jimmy Carter nas eleições gerais. O mesmo destino sofreu Carter quatro anos depois, quando o senador Ted Kennedy o enfrentou pela esquerda, contribuindo decisivamente para a vitória esmagadora de Ronald Reagan. Recentemente foi George H. Bush que bateu Pat Buchanan nas primárias, e posteriormente derrotado por Bill Clinton. Pelo contrário, os últimos presidentes reeleitos em segundo mandato, Reagan, Clinton e W. Bush, não sofreram qualquer desafio nas primárias.



publicado por José Gomes André, às 01:42link do post | comentar | ver comentários (2)

Todos os indicadores recentes vêm apontando para uma vitória clara do Partido Republicano nas eleições de dia 2. Depois de derrotados no Congresso em 2006 e 2008 e nas Presidenciais de 2008, é natural que os Republicanos encarem esta ocorrência com especial fervor. Porém, sendo a gestão de expectativas essencial na política e na análise dos fenómenos eleitorais, creio que a entourage Republicana poderá ter cometido um erro grave nas últimas semanas, ao sugerir como provável um "vendaval Republicano" na próxima terça-feira.

 

Não que tal "vendaval" não possa suceder, mas porque essa previsão - que engloba referências ao controlo da Câmara dos Representantes do Senado, como também a ganhos de 60 ou 70 lugares na câmara baixa - assenta no melhor cenário possível. Ora, uma regra fundamental do marketing político estipula que se deve sempre prever publicamente cenários eleitorais intermédios, ou até mesmo com resultados inferiores ao realmente expectável, para posteriormente se retirar o máximo proveito de uma vitória expressiva, jogando com o factor "surpresa".

 

Os Republicanos têm feito exactamente o contrário, o que os pode prejudicar quando se traçar a "narrativa pós-eleitoral": se obtiverem uma vitória clara, mas não colossal, os resultados serão tendencialmente vistos como apenas "razoáveis"; se obtiverem uma vitória marginal (ficando sem o controlo do Senado e a Câmara dos Representantes), poderão até mesmo ser descritos pelos comentadores e olhados pelo eleitorado como "perdedores", apesar dos seus ganhos eleitorais consideráveis...


30
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 18:31link do post | comentar

Ao vivo aqui.

 


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publicado por Nuno Gouveia, às 17:26link do post | comentar | ver comentários (5)

Esta é a minha previsão dos resultados das intercalares para o Senado. Olhando para todas as sondagens que foram sendo publicadas ao longo dos últimos meses, acredito que o GOP irá "roubar" oito lugares aos democratas: Pennsylvania, Indiana, Illinois, Wisconsin, Arkansas, Dakota do Norte, Colorado e Nevada. Os republicanos deverão ficar com 49 lugares e os democratas com 51. Faço esta previsão, apesar de haver seis estados que permanecem em empate técnico. Muitas destas eleições poderão mesmo transformar-se em batalhas legais durante o periodo de contagem dos votos e não será na quarta-feira que saberemos o resultado final destas intercalares. Apesar desta minha previsão, ainda consigo vizualizar uma hipótese, apesar de remota, do GOP conquistar a maioria: vencer duas destas três eleições: Califórnia, West Virginia e Washington. Nestas duas últimas, as últimas sondagens apontam mesmo para um verdadeiro empate técnico para os republicanos. Se o tsunami republicano que alguns analistas prevêem se concretizar, é mesmo possível que tal suceda, cumprindo os desígnios da história: quando um partido toma conta da Câmara dos Representantes, o mesmo sucede no Senado.


29
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 22:30link do post | comentar | ver comentários (3)

Em política tudo é possível. E há quem veja uma janela de oportunidade para Sarah Palin nas primárias de 2012. Mas sou daqueles que pensa que Palin tem pouco mais de zero possibilidades de chegar à Casa Branca. O seu percurso errático, a demissão do governo do Alaska, a sua postura mediática como a realização de um reality show sobre o Alaska (que vai passar no Discovery Channel) são motivos fundamentais. Mas esta sondagem da ABC News/Washington Post é reveladora: apenas 27 por cento dos americanos considera que ele tem as qualidades necessárias para ser Presidente, enquanto 67 pensa que Palin não as tem. Pior ainda para ela: estes números não mudaram nada desde o fim da campanha presidencial de 2008. Nos últimos dois anos ela demitiu-se de um cargo para que foi eleita e ganhou dinheiro, muito dinheiro. Transformou-se numa figura importante na ressurgência do Partido Republicano, ajudou a fazer a ponte entre o tea party e o GOP, e contribuiu para muitos candidatos vencerem as primárias. Mas isto não a transformou em presidenciável. Antes pelo contrário. Muitos são aqueles que gostam dela, mas que não a apoiam para Presidente. Ainda no mês passado numa sondagem no Iowa, Palin quedou-se em quarto lugar, atrás de Romney, Gingrich e Huckabee.

 

O próximo ciclo eleitoral será indubitavelmente influenciado pelo tea party. Não se consegue visualizar um nomeado que não tenha o apoio de pelo menos uma parte deste movimento. Mas isso não quer dizer que se vão ficar por Sarah Palin. Nos últimos tempos têm surgido várias figuras republicanas consideradas próximas do tea party que nem por isso são parecidos com Palin. Estou a lembrar-me de Cris Christie ou Marco Rubio, que dificilmente serão candidatos, mas que provam que o tea party pode apoiar um outro tipo de candidato, com um discurso mobilizador e conservador, mas que consiga penetrar no eleitorado independente. Repare-se nestes dados da sondagem: 82 por cento dos democratas, 70 por cento dos swing voters independentes e 77 por cento dos moderados não a consideram qualificada para o cargo. Ninguém pode ser eleito Presidente com estes números. Mesmo que Sarah Palin se candidate, o campo do tea party nas primárias estará tão dividido que haverá uma janela de oportunidade para um candidato com créditos conservadores, mas considerado elegível numas eleições gerais, poder emergir como candidato republicano.

 

Por fim o establishment republicano. Neste ciclo eleitoral vimos muitos candidatos a derrotar os apoiados por Washington. Em 2012 nenhum candidato vai querer ser conotado com Washington, e vamos assistir a vários a assumirem-se como outsiders. Essa será uma qualidade necessária para qualquer candidato. Mas isso não quer dizer que os insiders do Partido Republicano não vão ter uma palavra a dizer nessas primárias. Karl Rove tem dado o mote contra Palin e o tea party. Não que ele seja uma figura muito popular entre os activistas republicanos (que não o é). Mas ninguém duvide da força do establishment, que empura os vencedores desde 1968: Nixon, Ford, Reagan, H. Bush, Dole, W. Bush e McCain. A última vez que um candidato insurgente foi nomeado foi em 1964, quando Barry Goldwater bateu o preferido Nelson Rockefeller. Se em 2012 voltar a vencer um insurgente, aposto que esse nome não será Sarah Palin.


publicado por Nuno Gouveia, às 15:45link do post | comentar

Provavelmente na próxima terça-feira à noite ficaremos sem saber o resultado final de muitas eleições. Recordo o que aconteceu em 2008 no Minnesota, que foi preciso esperar meses para saber que Al Franken derrotou o incumbente republicano Norm Coleman. Há várias eleições que podem ter o mesmo destino, dada a proximidade existente entre os candidatos. Estas deverão ser aquelas que vamos mesmo de ter de esperar pela contagem, e possivelmente, recontagem dos votos até ao fim.

Alaska – Joe Miller ou Lisa Murkowski? Um deles será o próximo senador do estado, mas com as sondagens a apontar para um empate entre eles, acredito que se irá repetir o que sucedeu nas primárias republicanas deste ano: esperar uns dias para saber quem ganhou. Se fossem eleições normais, apostaria em Murkowski, mas como os eleitores terão que escrever o nome dela no boletim, tudo pode acontecer.

 

Washington – A senadora Pat Murray (D) liderou durante muito tempo as sondagens, mas nas últimas semanas Dino Rossi (R) recuperou terreno e empatou a corrida. Todos os votos vão contar neste estado, mas a minha previsão vai para uma vitória da democrata.

 

Nevada – Aqui a minha aposta vai para a republicana. Sharron Angle tem liderado nas últimas sondagens, embora por curta margem, mas acredito que ambos os candidatos ficarão muito próximos.

 

Illinois – Mark Kirk (R) e Alexis Giannoulias (D) não são candidatos que entusiasmaram o eleitorado. Com um candidato dos Verdes na corrida a poder chegar aos 5 por cento, aposto numa vitória do republicano. Mas a vitória será sempre por alguns milhares de votos.

 

Colorado – Ken Buck, candidato do tea party, chegou a ser o claro favorito. Apesar de continuar a ser essa a minha previsão, os números de ambos vão ser muito próximos. O senador Michael Bennet, muito impopular no estado, beneficiou das gaffes e declarações insólitas do republicano.

 

West Virgínia – Joe Machin (D) fez campanha como um republicano conservador contra o verdadeiro republicano, John Raese. Em condições normais, Manchin, governador do estado e com índices de aprovação superiores a 60 por cento, venceria esta eleição com facilidade, mas o sentimento anti-Obama no estado é muito elevado. Apesar de acreditar numa vitória democrata, esta será sempre muito renhida.



publicado por Nuno Gouveia, às 15:25link do post | comentar | ver comentários (2)

Esteve para acontecer um golpe de teatro nas eleições para o Senado na Florida. Os rumores já vinham de trás, mas o Politico ontem esclareceu tudo. Bill Clinton tentou que Kendrick Meek desistisse da sua candidatura em favor de Charlie Crist. Tendo o candidato democrata poucas ou nenhumas hipóteses de vitória, Bill Clinton, com o beneplácito da Casa Branca, quase convenceu Meek a desistir e apoiar Crist. Um comício conjunto esteve mesmo em cima da mesa, com o Democrata a desistir depois de ter acedido às iniciativas de Clinton. Charlie Crist, que seria o grande beneficiado, ontem desdobrou-se em contactos na imprensa para tentar capitalizar este “negócio” abortado em seu favor. Mas parece-me que foram cometidos vários erros neste processo.

 

Em primeiro lugar, a desistência seria anunciada apenas esta semana, numa altura em que mais de um milhão de cidadãos da Florida já votou. Seria considerado um esquema “sujo” apenas para derrotar Marco Rubio. Se tivesse acontecido em Setembro, por exemplo, acredito que teria havido tempo para juntar forças entre os democratas e Crist, podendo causar sérios problemas à eleição de Rubio. Agora seria demasiado tarde.

 

Depois há a sempre importante questão racial. Kendrick Meek é afro-americano, e a sua desistência seria encarada como extremamente negativa na comunidade negra da Florida, com a possível abstenção de grande maioria. Um negro desistir em favor de um branco para derrotar um “hispânico” seria considerado inaceitável pelas diversas minorias do estado.

 

Por fim, o carácter de Charlie Crist. Este foi republicano toda a sua vida, e apenas candidatou-se como independente porque não tinha hipóteses de vencer as primárias do seu partido. É alguém visto com desconfiança por muitos democratas da Florida, e com esta acção, perderia o apoio que ainda detém em muitos eleitores republicanos. E isso não garantiria que todos os democratas votassem em seu favor. Muitos acabariam por ficar em casa.


E uma questão extra: as eleições para o governo da Florida estão ao rubro, com o republicano praticamente empatado com a candidata democrata. A ter sucesso, esta manobra poderia empurrar definitivamente a eleição para o campo republicano.

 

Depois destas notícias, a vitória de Marco Rubio está praticamente assegurada, e não ficarei surpreendido se vencer acima dos 50 por cento, algo que até ao momento não parecia possível.


publicado por Nuno Gouveia, às 10:45link do post | comentar

Mark Halperin, da Time, e Howard Fineman, do Huffington Post, discutem no Hardball, da MSNBC, o que vai acontecer nas próximas eleições, e as implicações para a Presidência de Barack Obama.


28
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 22:03link do post | comentar | ver comentários (6)

O evento promovido pelas estrelas do canal Comedy Central, Jon Stewart e Stephen Colbert, é o evento (a)político mais mediático do último fim de semana antes das eleições. Colbert e Stewart são personalidades incontornáveis no panorama televisivo americano, e o seu público-alvo, os jovens, têm duas características fundamentais: são os mais afastados do processo político e também aqueles que mais apoiam Barack Obama. Daí que exista alguma expectativa para saber se poderá ser um factor extra para as eleições. Não por acaso, Ariana Huffington, investiu 250 mil dólares para transportar jovens para Washington. Mas será que Stewart e Colbert vão ajudar o Partido Democrata? Stewart é mais político e consegue passar mensagens relevantes no seu programa. Mas se alguém pensava que ele seria uma cheerleader de Barack Obama, ontem teve as suas dúvidas desfeitas, com uma entrevista 'dura" ao Presidente. Apesar disso, não duvido que no Sábado terá um forte discurso, com um pé na comédia e outro na política. Não muito diferente do que faz no Daily Show. Sobre Colbert, aí não tenho dúvidas: será o mesmo Colbert que foi ao Congresso gozar com o sistema politico americano.

 

Mark Halperin hoje deu a sua opinião sobre o que será este evento. E ele não tem dúvidas: não significará nada para as eleições:


publicado por Nuno Gouveia, às 16:30link do post | comentar

Professor da Universidade da Virgínia, Larry Sabato é considerado o mais certeiro dos analistas políticos americanos. Para termos uma ideia da qualidade das suas previsões:

 

Em 2002 acertou em 433 dos 435 lugares na Câmara dos Representantes e 32 em 34 eleições no Senado. Em 2004 Sabato apenas falhou cinco resultados dos 530 em disputa (um na CP, um no Senado, um nos governadores e em dois estados no colégio eleitoral presidencial). No ciclo eleitoral de 2006 Sabato acertou em todas as corridas eleitorais. Por fim, há dois anos previu, acertadamente, que Barack Obama seria eleito com 365 votos eleitorais contra 173 de Mccain. Apenas falhou por um voto eleitoral. No Senado acertou em todas. Acredito que o resultado final das eleições intercalares da próxima terça-feira não fiquem muito longe do que ele antevê.

 

Câmara dos Representantes: o Partido Republicano vai conquistar a maioria e John Boehner será o novo Speaker. Com um saldo favorável de 55 lugares, o GOP deverá “roubar” 58 lugares aos democratas, apenas perdendo três. Se Sabato acertar, esta será uma das maiores vitórias dos últimos 70 anos, ultrapassando o saldo positivo de 54 lugares em 1994 para o GOP e apenas igualado em 1946, quando os Democratas sob a liderança de Harry Truman perderam 55 lugares.

 

Senado: a boa notícia para os Democratas. Segundo Sabato, o GOP ficará a dois lugares da maioria, conquistando oito lugares aos democratas e mantendo todos os que são considerados em risco. As vitórias serão na Pennsylvania, Illinois, Colorado, Arkansas, Indiana, Nevada, Wisconsin e Dakota do Norte. As derrotas na Califórnia, Washington e West Virgínia impedem o GOP de chegar aos 51 senadores.

 

Governadores: também aqui Sabato prevê grandes ganhos para o Partido Republicano, com um saldo positivo de 8/9 governos estaduais. As vitórias republicanas: Florida, Illinois, Iowa, Kansas, Maine, New Mexico, Ohio, Oklahoma, Oregon, Pennsylvania, Tennessee, Wisconsin e Wyoming. Os democratas devem “roubar” a Califórnia, Connecticut, Hawaii, Minnesota e Vermont.

 

Depois de terça-feira cá estaremos para ver se Larry Sabato, mais uma vez, acertou em cheio.


publicado por Nuno Gouveia, às 14:58link do post | comentar

Joe Miller, o candidato que Sarah Palin catapultou para a nomeação, está em grandes dificuldades para ser eleito. Segundo uma sondagem publicada hoje, está atrás do democrata Scott Adams e da senadora Lisa Murkowski, que derrotou nas primárias republicanas. Miller até começou bem a campanha, pensando-se na altura que dificilmente seria batido nestas eleições. Mas as gaffes e os problemas acumularam-se nas últimas semanas, com a prisão de um jornalista por parte de seguranças da sua campanha e a revelação que teria utilizado computadores do seu trabalho para questões políticas. Apesar desta sondagem suscitar grandes dúvidas relativamente à sua fiabilidade, como revela aqui Jim Geraghty, é um forte indicador que as coisas não estão a correr bem para Miller.

 

Miller é o mais recente candidato apoiado pelo Tea Party a sentir dificuldades nesta campanha. Depois do "crash" da campanha de Christine O´Donnell no Delaware, esta é mais uma eleição que pode fugir ao Partido Republicano. Infelizmente para o Partido Democrata, esta derrota não será em seu favor, pois a senadora Lisa Murkoswki, que se candidatou depois de perder as primárias, já assegurou que caso seja eleita se manterá fiel ao GOP no Senado.

 

Este é um dos problemas que muitos candidatos do tea party têm apresentado: candidatos sem experiência nem "background" suficientemente investigado para enfrentar uma dura campanha sob os holofotes da sempre vigilante imprensa. A derrota de vários destes candidatos até pode ser benéfica para o Partido Republicano, que pode enfrentar as primárias presidenciais de 2012 mais "livres" do espectro destes candidatos do Tea Party. Karl Rove já percebeu isso e ainda hoje é noticia novamente nos Estados Unidos por manifestar grandes dúvidas da elegibilidade de Sarah Palin para Presidente.



publicado por Nuno Gouveia, às 13:49link do post | comentar

Aqui fica um resumo da entrevista de Barack Obama no Daily Show de Jon Stewart. Na caça ao voto jovem.

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27
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 22:16link do post | comentar

Um valor recorde. São mais de 4 mil milhões de dólares que vão ser gastos neste ciclo eleitoral. Esta é a conclusão do Center For Responsible Politics, uma organização independente que investiga a utilização do dinheiro na vida política americana. Este valor ultrapassa em 1200 milhões o número investido em 2006. Uma das justificações que o grupo encontra é o número elevado de eleições competitivas, trazendo mais financiamento para o processo político. São valores impensáveis para a nossa realidade política, mas eu sou daqueles que defende que a democracia custa muito dinheiro. E apesar de poder apontar várias críticas ao processo de angariação, considero que na actual realidade política americana é impensável concorrer sem um bom suporte financeiro: seja da riqueza pessoal, da capacidade de angariação ou dos fundos do partido. Barack Obama que o diga, ele que é o mais fantástico angariador de fundos da história da política americana.



publicado por Nuno Gouveia, às 18:21link do post | comentar

O Presidente continua confiante no resultado das eleições intercalares. Nesta entrevista hoje a um programa de rádio, Obama, garantiu que acredita que o seu Partido vai manter a maioria no Congresso.


publicado por Nuno Gouveia, às 15:32link do post | comentar

Os analistas políticos estão todos convencidos que o Partido Republicano vai conquistar a maioria na Câmara dos Representantes e ganhar muitos lugares no Senado (entre 7 e 9), havendo ainda a possibilidade de chegar ao número mágico de 51. Mas e se nada disto se concretizar? Chuck Todd, da NBC, dá aqui uma boa explicação se tal suceder:

 

And if Republicans are unable to win the House and rack up substantial Senate gains? Part of it would be the sheer number of seats they need to gain to win majorities (39 for the House and 10 for the Senate). Part of it would be the Tea Party pushing the GOP too far to the right, especially in non-GOP friendly states and districts. And much of it would be due to the Republican Party's inability to develop new ideas after its defeats in '06 and '08 (after all, our poll shows the GOP with a lower fav/unfav than the Dem Party).


publicado por Nuno Gouveia, às 15:20link do post | comentar | ver comentários (2)

A ideia generalizada é que neste ciclo eleitoral, ao contrário de 2008, os republicanos estavam a gastar mais dinheiro. O Partido Democrata, através de Barack Obama e Joe Biden, espalharam a notícia que os grupos exteriores, como o Crossroads de Karl Rove, estavam a “massacrar” financeiramente os candidatos democratas. Mas na verdade, como reporta hoje o Politico, não é bem assim. Se os grupos de apoio ao Partido Republicano estão mais fortes, os órgãos oficiais do Partido Democrata ultrapassaram em muito as somas investidas pelos seus adversários. Mas é enganador confiar nestes números para contabilização eleitoral. Também em 2006 os republicanos, então com a maioria nas duas câmaras legislativas e detentores da Casa Branca, tiveram mais dinheiro na campanha eleitoral. Com os resultados que se conhecem.


26
Out 10
publicado por Nuno Gouveia, às 18:29link do post | comentar | ver comentários (5)

Marco Rubio não é um candidato qualquer. Quando Charlie Crist anunciou a sua candidatura ao Senado, poucos duvidaram que seria o próximo senador da Florida. Mas Rubio, o mais jovem Speaker do estado, avançou contra tudo e todos. Suportado pelo movimento tea party, que na altura dava os primeiros passos, Rubio acabou por vencer sem ir a votos. Charlie Crist abandonou o Partido Republicano e candidatou-se como independente. Mas Rubio soube "fugir" do rótulo de candidato do tea party, e apresentou-se a estas eleições como uma nova estrela do Partido republicano. Com apoio no tea party e no establishment republicano, se vencer, como poucos duvidam neste momento, será uma força poderosa no futuro do partido. Este vídeo, não é de um candidato ao Senado. É de um candidato a Presidente. Teagan Goddard tem razão.



publicado por Nuno Gouveia, às 15:38link do post | comentar | ver comentários (2)

Será que os Estados Unidos estão perto de rebentar? Os dois principais partidos políticos parecem acreditar que sim, a acreditar nas declarações exacerbadas de alguns dos seus representantes. Do lado republicano, temos os gritos e apelos que o país caminha para a irrelevância e para o socialismo. Suportados por uma base de apoiantes estridentes que se tem manifestado nas ruas e cidades americanas, muitos candidatos republicanos têm feito campanha como se os Estados Unidos estivessem perto do abismo. Do outro lado, surgem igualmente apelos enraivecidos para o perigo de uma vitória republicana: tudo estará em causa, e o país pode ser tomado por extremistas que pretendem colocar em perigo a própria democracia. Mas será que não haverá um exagero de parte a parte?


A situação é muito complicada, e grave crise que afecta o país parece ter transformado a realidade político/partidária num caos permanente. Não têm razão os republicanos quando pretendem transformar Barack Obama no único e principal responsável pela situação actual. Não é verdade que quando tomou posse, o país já estava mergulhado numa profunda crise e que o desemprego já era bastante elevado? Quem ocupou a Casa Branca nos oito anos anteriores? Também não é verdade que sejam os republicanos os únicos culpados. Não foi Obama que prometeu que a situação seria hoje bastante melhor se fossem aprovadas, como foram, todas as iniciativas legislativas que pretendia? E o Partido Democrata não é detentor da maioria nas duas câmaras legislativas desde 2006? Tenho alguma dificuldade em fazer leituras do que ambos os partidos têm feito. Em períodos eleitorais é normal que as posições se radicalizem e que cada lado perca um bocado do bom senso que seria aconselhável. Obama, que foi eleito sob a promessa de ser um Presidente acima dos partidos, falhou claramente nesse desígnio. Ainda ontem afirmava que ele tem um lugar para os republicanos na condução dos destinos do país; mas que esse lugar era no “assento de trás”. Será essa uma atitude de um Presidente que deseja trabalhar com os dois lados? A resposta do outro lado não tem sido melhor. O líder da minoria republicana no Senado disse esta semana que o principal objectivo do seu partido é fazer com que Obama seja um Presidente de um mandato só. Será que o objectivo não deveria ser melhorar a economia e o estado do desemprego?


Independentemente do que vá suceder no próximo dia 2 de Novembro, a polarização e a radicalização partidária não deve parar. Como percebemos nos últimos dois anos, os Estados Unidos vivem num estado de permanente campanha eleitoral, e essa sim, é uma das maiores dificuldades para a governação de um país. Já a partir de Janeiro irá começar a campanha para as primárias republicanas, e o clima de guerrilha não vai parar. Os republicanos dificilmente assumirão uma postura mais negocial com os democratas. Apenas se o forem obrigados: pela opinião pública ou pela mestria dos democratas. Será que Obama vai conseguir dar a volta à situação e começar a governar realmente acima das questões partidárias? Se falhou na promessa de gerir acima dos partidos na primeira parte do mandato, quem sabe se não muda de estratégia e convida alguns republicanos a sentar-se ao seu lado na frente do veículo da governação?



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