06
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 11:48link do post | comentar

 

Não que seja grande novidade, mas Sarah Palin confirmou ontem à noite que não será candidata à nomeação republicana. Na verdade, e apesar de meses de especulação, era evidente que Palin não tinha uma hipótese real de ganhar a nomeação, e terá sido mesmo isso que a terá levado a não se candidatar. No entanto, continua a ser uma força poderosa dentro do Partido Republicano, com uma base fiel e dedicada, e uma candidatura sua não deixaria ter grande impacto na corrida. Além disso, o seu poder mediático seria sempre maior do que qualquer candidato. Nas últimas semanas surgiram também alguns rumores que se poderia candidatar como independente à Casa Branca. As suas declarações devem ter deixado os republicanos descansados. Colocou de parte uma candidatura independente, pois isso significaria a reeleição de Obama, e afirmou que irá apoiar o candidato nomeado pelo GOP. Além do mais, disse que irá ser uma voz activa neste próximo ciclo eleitoral, nomeadamente para ajudar a eleger o próximo presidente republicano, bem como congressistas, senadores e governadores. Uma posição politicamente inteligente e correcta para os seus interesses políticos. Palin ainda é nova e ainda tem tempo para regenerar-se.


Começo… por uma correcção: escreve-se «à excepção (de Nancy Pelosi)» e não «há excepção».

Uma coisa é dizer que a Michele Bachmann, e a Sarah Palin, faltam «as qualidades intelectuais e políticas para serem líderes competentes num país como os EUA». Outra coisa, bem diferente, é escrever – como você já escreveu, Nuno – que elas são «aberrantes». E são «aberrantes» porquê? Por, supostamente, não terem essas qualidades? É claro que as têm, e ambas eram, em 2008, mais capazes e experientes (politicamente, incluindo ao nível executivo) do que Barack Obama, além de não terem os muitos «esqueletos no armário» que então já se suspeitava, ou se sabia, que ele tinha. Ou são «aberrantes» por causa das suas convicções, em especial as respeitantes ao aborto e ao casamento?

E como é que Palin não aproveitou a «oportunidade de ouro» em 2008? Não a teria aproveitado se tivesse recusado o convite de John McCain. Mas aceitou, deu o seu melhor, foi atacada como nunca uma figura política havia sido nos EUA (À excepção, talvez, de Richard Nixon), e acabou por perder… num combate desigual. E agora «fica em casa»? Mas que canais informativos você tem consultado nos últimos dois anos, Nuno? Ela não tem parado de percorrer o país, em iniciativas próprias ou em apoio das de outros. O que os opositores queriam era, precisamente, que ela ficasse em casa, quieta e calada. Já deviam ter aprendido que ela não é dessas.

Eu não formo as minhas opiniões com base em sondagens; formo-as com base em factos – em afirmações, em decisões, em acções. Não preciso de saber o que alegadamente pensam dois terços dos americanos, ou republicanos, ou 40% destes, ou 60% dos habitantes do Alaska AGORA (depois da campanha de destruição que começaram, e continuam, a mover a Palin) para me pronunciar. E, sim, concordo, convém ter perspectiva sobre o que se está a falar: considera você que qualquer território rico em matérias-primas, em especial petróleo, é sempre um caso de sucesso e de desenvolvimento? Precisa que eu lhe dê alguns exemplos em contrário?

E, afinal, como é? «Ninguém a conhecia nos EUA. Nem mesmo o senador McCain, que a tinha conhecido duas vezes antes disso.» Você aqui não foi propriamente… elucidativo. De certeza que não tem algo a acrescentar? ;-)

São "aberrantes", politicamente falando, porque não têm as qualidades políticas a intelectuais para ocuparem tamanho destaque no Partido Republicano. Felizmente Bachmann já está reduzida ao seu lugar e Palin, forçada pelos acontecimentos, não avançou. Quando vejo um político a dar uma, duas, três, dez entrevistas e não conseguirem sair dos talking points que previamente decoraram, percebo isso. E não terei sido só eu..... Essa é a minha opinião. Se a sua é diferente, muito bem.

Ninguém a conhecia nos EUA, falo da população em geral. E fica em casa, quer dizer que não se candidata. Não devia levar tudo à letra...

Só mais uma coisa: maldita imprensa que consegue mudar as opiniões do bom povo do Alaska. Já agora, de toda população americana. A imprensa americana é na sua maioria tradicionamente pró-democrata. No entanto, os republicanos têm conseguido vencer eleições. Nem sei como Nixon, Reagan e W. Bush conseguiram ser reeleitos, tão má imprensa que tiveram nos seus anos. Nem como conseguiram os republicanos ganhar várias eleições para o congresso. Ao contrário do que se propaga por aí, o povo americano não é estúpido e sabe escolher por si, apesar da influencia dos media.


Não devia levar tudo à letra?! Então tenho, temos, de adivinhar o que os outros querem dizer quando não são claros, quando se contradizem? Não é esse o meu estilo, não é a minha maneira de ser…

… E a contradição, Nuno, parece ser mesmo uma característica sua: se Bachmann e Palin ocupam «tamanho destaque no Partido Republicano»… é porque têm mesmo qualidades políticas e intelectuais! O GOP não é aquilo que você diz que é… porque o diz. Não substitua a realidade pelos seus preconceitos…

… Preconceitos esses que também estão presentes, não duvido, quando se vê/lê/ouve «uma, duas, três, dez entrevistas» da mesma pessoa, e em que, à partida, está decidido – você já decidiu – que delas não se retirarão mais do que os (alegados) «talking points» previamente decorados. Como se do lado dos democratas não faltassem exemplos do mesmo «sound-byte» repetido por vários «papagaios». Porém, eu estou sempre disponível para dar a eles – a todos – o benefício da dúvida. A escutar com atenção, sem embirrações. Depois, sim, tirar uma conclusão. Quem sabe? Por vezes podemos ser surpreendidos…

Mas acha que Palin e Bachmann são as únicas da política americana na sua incapacidade intelectual? Os Estados Unidos têm muitos políticos vazios e sem ideias próprias, em ambos os partidos.

Se não percebe o que quer dizer "ficar em casa" num contexto em que se fala de candidatar-se ou não, ou "ninguém a conhece" quando se está a falar do grande público americano, não posso fazer nada.
Nuno Gouveia a 7 de Outubro de 2011 às 17:30

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