06
Out 11
publicado por Nuno Gouveia, às 11:48link do post | comentar

 

Não que seja grande novidade, mas Sarah Palin confirmou ontem à noite que não será candidata à nomeação republicana. Na verdade, e apesar de meses de especulação, era evidente que Palin não tinha uma hipótese real de ganhar a nomeação, e terá sido mesmo isso que a terá levado a não se candidatar. No entanto, continua a ser uma força poderosa dentro do Partido Republicano, com uma base fiel e dedicada, e uma candidatura sua não deixaria ter grande impacto na corrida. Além disso, o seu poder mediático seria sempre maior do que qualquer candidato. Nas últimas semanas surgiram também alguns rumores que se poderia candidatar como independente à Casa Branca. As suas declarações devem ter deixado os republicanos descansados. Colocou de parte uma candidatura independente, pois isso significaria a reeleição de Obama, e afirmou que irá apoiar o candidato nomeado pelo GOP. Além do mais, disse que irá ser uma voz activa neste próximo ciclo eleitoral, nomeadamente para ajudar a eleger o próximo presidente republicano, bem como congressistas, senadores e governadores. Uma posição politicamente inteligente e correcta para os seus interesses políticos. Palin ainda é nova e ainda tem tempo para regenerar-se.


Palin ainda tem tempo para «regenerar-se»?! Mas de quê?

Decididamente, Nuno, você não aprende...
Octávio dos Santos a 6 de Outubro de 2011 às 13:56

Talvez por causa das sondagens, que lhe dão índices de aprovação muito baixos, mesmo entre os eleitores republicanos? Talvez para encontrar um rumo político e deixar de ser vista como aquela tipa que lhe saiu a sorte grande por ter sido escolhida por McCain e que depois desistiu a meio do cargo de governadora do Alaska sem razão aparente? Talvez deixar de ser uma figura política que poucos, fora do seu circulo de apoiantes, a respeitam? Basta ver até como muitos círculos do Partido Republicano têm tratado a senhora... Poderia estar aqui a debitar argumentos sobre a senhora. Não por acaso, ela percebeu que não tinha hipóteses nenhumas de ganhar a nomeação e optou por ficar em casa a ganhar dinheiro. Opções.

Sobre o "você não aprende", prefiro não fazer comentários.

Mas faça, Nuno, faça comentários! Aqui, pelo menos, podemos trocá-los, já que você continua a não mostrar a mais básica das cortesias não indo ao meu blog para partilhar as suas opiniões.

E, sim, você não aprende: já expliquei aqui porque é que Sarah Palin renunciou ao cargo de governadora (houve uma razão, e não era aparente)… o que, volto a salientar, não é um crime. Antes deixar um cargo de uma vez do que fingir que se o ocupa, como um determinado senador pelo Illinois que, mal acabado de ser eleito, começou logo a fazer (pré) campanha para a presidência dos EUA.

E que «argumentos sobre a senhora» é que você poderia estar a «debitar», Nuno? As anedotas, as calúnias e as mentiras do costume, inventadas pelos esquerdistas norte-americanos, que eu também já denunciei e desmontei aqui (e no Obamatório)?

E «aquela tipa», como você lhe chamou, não foi escolhida para candidata a vice-presidente por lhe ter saído a «sorte grande»: foi convidada por ser a/o governador(a) estadual com maior índice de popularidade naquela altura; por ter feito um trabalho fenomenal no Alaska, que muitos não conhecem nem querem conhecer. E, quando ela foi anunciada como «running mate» de John McCain, este passou para a frente das sondagens, uma situação que só seria alterada quando rebentou a crise… de que os republicanos, injustamente, foram apontados como principais culpados.

E ela não é «respeitada», mesmo dentro do GOP? Mas que «chatice»! Isto de determinar a nossa conduta pelo que os outros pensam tem muito que se lhe diga… Olhe, antes não ser «respeitada» do que ser amiga de bandidos, racistas e terroristas, facilitar empréstimos (com dinheiro dos contribuintes) de centenas de milhões de dólares a apoiantes, e curvar a espinha perante chefes de Estado estrangeiros!

O que me continua a espantar é que você (repetidamente) utilize este tom, esta linguagem para com mulheres conservadoras (Palin e Michele Bachmann), mas não o vejo (leio) a criticar «aquelas tipas» do outro lado, como Debbie Schultz, Maxine Waters e Nancy Pelosi, que cospem idiotices a um ritmo assustador!

Começo pelo fim...

Acho que faltam a Michele Bachmann as qualidades intelectuais e políticas para serem líderes competentes num país como os EUA. E isto nada tem a ver com facto de serem mulheres, como é evidente. É a minha opinião, e aparentemente, partilhada por grande parte da imprensa americana, conservadora ou "liberal". E tenho essa opinião por ter visto dezenas de entrevistas das senhores. Alguém pode comparar a consistência intelectual de Condi Rice, Elisabeth Dole ou Meg Withman (que não teve sucesso na California), só para dar três exemplos do lado do GOP? Não me parece. Em relação às senhores democratas, há excepção de Nancy Pelosi, que também considero extremamente fraca, as restantes têm um impacto reduzido na política americana, e como tal não costumo falar delas. Apesar da senhora Schultz ser agora chairwoman do DNC...

É a sua opinião da senhora Palin. A minha é diferente. Ela teve uma oportunidade de ouro em 2008, não a soube aproveitar e agora fica em casa. Se tivesse efectuado outro percurso, certamente não teria cerca de 2/3 dos republicanos a dizer que ela não se devia candidatar e nem teria sondagens com 2/3 dos americanos, incluindo mais de 40 por cento dos republicanos, a dizerem que nunca votariam para ela para Presidente.

Na verdade, quando foi escolhida, ninguém a conhecia nos EUA. Nem mesmo o senador McCain, que a tinha conhecido duas vezes antes disso. Interessa dizer que Mccain a escolheu porque precisava de um milagre para vencer as eleições, e decidiram apostar numa mulher. Quando fala do sucesso da sua governação no Alaska, onde aliás ela agora tem uma taxa de impopularidade superior a 60 por cento (se calhar os próprios habitantes do estado não perceberam bem porque é que ela terá desistido), interessa referir que estamos a falar de um estado riquíssimo com apenas 700 mil habitantes e que a senhora apenas era governadora há cerca de 20 meses. Convém ter um pouco perspectiva sobre o que se está a falar.

Mas já vi que a tudo o que se possa dizer de negativo sobre a Palin são "mentiras inventadas pela esquerda". Não sendo eu propriamente de esquerda, nada mais posso acrescentar.

Só duas coisas que me esqueci:

O facto de não comentar no seu blogue não é falta de cortesia nenhuma para consigo. Apenas não costumo comentar nos blogues que leio. Chame-lhe a isso um defeito meu, mas não falta de cortesia.

Sobre Nancy Pelosi. Concordo com quase todas as criticas que se possa fazer a Pelosi. Apenas não tenho falado tanto nela porque agora a senhora é apenas uma cheerleader democrata, apesar de ser a líder minoritária.

Um abraço

Você não costuma comentar nos blogs que lê?! Então… comenta nos blogs que não lê? ;-)) Sim, já percebi: comenta (responde) nos blogs que são seus, como este, ou naqueles em que participa. Pois… mas continuo a achar que é falta de cortesia (e não só para comigo).

Nancy Pelosi é agora «apenas uma cheerleader democrata»? Continua a ter demasiado poder (líder da minoria). É representante no Congresso (Casa), tal como Michele Bachman. Exerce um cargo público, ao contrário de Sarah Palin.

Começo… por uma correcção: escreve-se «à excepção (de Nancy Pelosi)» e não «há excepção».

Uma coisa é dizer que a Michele Bachmann, e a Sarah Palin, faltam «as qualidades intelectuais e políticas para serem líderes competentes num país como os EUA». Outra coisa, bem diferente, é escrever – como você já escreveu, Nuno – que elas são «aberrantes». E são «aberrantes» porquê? Por, supostamente, não terem essas qualidades? É claro que as têm, e ambas eram, em 2008, mais capazes e experientes (politicamente, incluindo ao nível executivo) do que Barack Obama, além de não terem os muitos «esqueletos no armário» que então já se suspeitava, ou se sabia, que ele tinha. Ou são «aberrantes» por causa das suas convicções, em especial as respeitantes ao aborto e ao casamento?

E como é que Palin não aproveitou a «oportunidade de ouro» em 2008? Não a teria aproveitado se tivesse recusado o convite de John McCain. Mas aceitou, deu o seu melhor, foi atacada como nunca uma figura política havia sido nos EUA (À excepção, talvez, de Richard Nixon), e acabou por perder… num combate desigual. E agora «fica em casa»? Mas que canais informativos você tem consultado nos últimos dois anos, Nuno? Ela não tem parado de percorrer o país, em iniciativas próprias ou em apoio das de outros. O que os opositores queriam era, precisamente, que ela ficasse em casa, quieta e calada. Já deviam ter aprendido que ela não é dessas.

Eu não formo as minhas opiniões com base em sondagens; formo-as com base em factos – em afirmações, em decisões, em acções. Não preciso de saber o que alegadamente pensam dois terços dos americanos, ou republicanos, ou 40% destes, ou 60% dos habitantes do Alaska AGORA (depois da campanha de destruição que começaram, e continuam, a mover a Palin) para me pronunciar. E, sim, concordo, convém ter perspectiva sobre o que se está a falar: considera você que qualquer território rico em matérias-primas, em especial petróleo, é sempre um caso de sucesso e de desenvolvimento? Precisa que eu lhe dê alguns exemplos em contrário?

E, afinal, como é? «Ninguém a conhecia nos EUA. Nem mesmo o senador McCain, que a tinha conhecido duas vezes antes disso.» Você aqui não foi propriamente… elucidativo. De certeza que não tem algo a acrescentar? ;-)

São "aberrantes", politicamente falando, porque não têm as qualidades políticas a intelectuais para ocuparem tamanho destaque no Partido Republicano. Felizmente Bachmann já está reduzida ao seu lugar e Palin, forçada pelos acontecimentos, não avançou. Quando vejo um político a dar uma, duas, três, dez entrevistas e não conseguirem sair dos talking points que previamente decoraram, percebo isso. E não terei sido só eu..... Essa é a minha opinião. Se a sua é diferente, muito bem.

Ninguém a conhecia nos EUA, falo da população em geral. E fica em casa, quer dizer que não se candidata. Não devia levar tudo à letra...

Só mais uma coisa: maldita imprensa que consegue mudar as opiniões do bom povo do Alaska. Já agora, de toda população americana. A imprensa americana é na sua maioria tradicionamente pró-democrata. No entanto, os republicanos têm conseguido vencer eleições. Nem sei como Nixon, Reagan e W. Bush conseguiram ser reeleitos, tão má imprensa que tiveram nos seus anos. Nem como conseguiram os republicanos ganhar várias eleições para o congresso. Ao contrário do que se propaga por aí, o povo americano não é estúpido e sabe escolher por si, apesar da influencia dos media.


Não devia levar tudo à letra?! Então tenho, temos, de adivinhar o que os outros querem dizer quando não são claros, quando se contradizem? Não é esse o meu estilo, não é a minha maneira de ser…

… E a contradição, Nuno, parece ser mesmo uma característica sua: se Bachmann e Palin ocupam «tamanho destaque no Partido Republicano»… é porque têm mesmo qualidades políticas e intelectuais! O GOP não é aquilo que você diz que é… porque o diz. Não substitua a realidade pelos seus preconceitos…

… Preconceitos esses que também estão presentes, não duvido, quando se vê/lê/ouve «uma, duas, três, dez entrevistas» da mesma pessoa, e em que, à partida, está decidido – você já decidiu – que delas não se retirarão mais do que os (alegados) «talking points» previamente decorados. Como se do lado dos democratas não faltassem exemplos do mesmo «sound-byte» repetido por vários «papagaios». Porém, eu estou sempre disponível para dar a eles – a todos – o benefício da dúvida. A escutar com atenção, sem embirrações. Depois, sim, tirar uma conclusão. Quem sabe? Por vezes podemos ser surpreendidos…

Mas acha que Palin e Bachmann são as únicas da política americana na sua incapacidade intelectual? Os Estados Unidos têm muitos políticos vazios e sem ideias próprias, em ambos os partidos.

Se não percebe o que quer dizer "ficar em casa" num contexto em que se fala de candidatar-se ou não, ou "ninguém a conhece" quando se está a falar do grande público americano, não posso fazer nada.
Nuno Gouveia a 7 de Outubro de 2011 às 17:30

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