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Quando Robert Gates iniciou funções no Departamento de Defesa no final de 2006, o Pentágono estava de rastos. Com a situação no Iraque completamente caótica e um secretário da Defesa completamente descredibilizado, ninguém acreditaria que este veterano da Administração Reagan, onde tinha sido vice-director da CIA, se manteria em funções até 2011. Na verdade, foi sempre considerado a prazo no cargo durante estes anos todos. Mas o seu legado é indiscutivelmente positivo, numa das épocas mais difíceis de sempre para a Defesa americana, envolvida em várias frentes de batalha. George W. Bush, depois do excêntrico e controverso Donald Rumsfeld, precisava de um líder discreto para colocar em ordem o Pentágono. E foi precisamente isso que encontrou em Robert Gates. A sua maior conquista foi a implementação com sucesso da "surge" no Iraque, quando muito poucos acreditavam que era possível dar a volta à situação. O seu sucesso não passou despercebido a Barack Obama, que não hesitou em convidá-lo a manter-se em funções. Era para ficar apenas um ano, para uma transição suave, mas a força das circunstâncias acabaram por levá-lo a manter-se por mais dois anos.
Agora o velho espião da CIA, recrutado durante a década de 60, irá finalmente descansar. Pelo meio ficaram os vários serviços prestados às Administrações Reagan, George H. Bush, George W. Bush e Barack Obama. Um longo currículo que terminou ontem, com Obama a prestar-lhe uma sincera homenagem pela sua dedicação à causa pública, atribuindo-lhe a Medalha Presidencial da Liberdade.