Barack Obama anuncia esta noite uma substancial redução de tropas no Afeganistão até ao final de 2012. A previsão é que nos próximos 18 meses cerca de 30 mil militares abandonem o terreno, regressando aos números anteriores à "surge" decretada em 2009. Obama irá defender que a "surge" está a dar resultados na contenção dos Taliban e estabilização do país, pelo que é possível uma retirada gradual. Mas as notícias que chegam é os comandantes militares no terreno defendem que a retirada deve ser mais faseada, pois as conquistas são frágeis e reversíveis. Suspeito que esta decisão não agradará ninguém: os críticos irão dizer que é preciso retirar mais tropas, enquanto os apoiantes do esforço de guerra irão criticar Obama por não seguir a opinião dos militares.
Esta decisão surge num momento complicado para a guerra no Afeganistão, a mais longa na história americana, com os índices de oposição mais elevados de sempre. Há quase dez anos com presença no Afeganistão, os americanos estão cansados desta guerra. Aproveitando o momento político, vários republicanos começam também a demonstrar sinais impaciência. Como sempre em política, a situação inverteu-se, e agora são mais as vozes republicanas que se insurgem contra a estratégia no Afeganistão do que democratas. Os que estavam contra agora ou estão a favor ou se calam, e os que sempre apoiaram os esforços, agora são os mais críticos da estratégia do Presidente. Um assunto quente para 2012.