As palavras que Obama teceu em relação ao processo de paz israelo-árabe, além de ter tido o condão de fazer desaparecer da actualidade o resto do discurso, elogiado por diferentes lados, colocou a Administração Obama em maus lençóis perante Israel e o lobby judaico, tradicional apoiante do Partido Democrata. Benjamin Netanyahu, de visita a Washington, acabou mesmo por recusar a proposta do regresso às fronteiras de 1967 ao lado de Obama, o que não pode deixar de ser considerado uma humilhação para o Presidente.
Sobre isto, não preciso de escrever mais, pois o Alexandre Guerra, no O Diplomata, escreveu um excelente post sobre o assunto:
O Presidente Barack Obama foi ingénuo e mal aconselhado quando, no discurso sobre o Médio Oriente proferido na passada Quinta-feira, veio defender a solução de “dois Estados” na Palestina delimitados pelas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias ("pre-1967 borders"). Um erro de tal forma evidente e inédito nas presidências americanas, que foi conftrangedor ver Obama ouvir do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanhyahu, em plena Sala Oval, que tal solução nunca seria aceite por Israel, porque a mesma colocaria em causa a segurança da própria existência do Estado hebraico.