Não é grande novidade nem é propriamente a melhor altura para o anunciar, mas ontem foi noticiado que Jon Huntsman Jr., antigo governador do Utah e Embaixador dos Estados Unidos na China, criou uma PAC para poder angariar dinheiro e organizar uma campanha presidencial. Ainda não é certo que avance, mas o Politico informa que o anúncio formal deverá surgir no inicio do Verão.
Jon Huntsman tem um currículo notável. Com apenas 32 anos foi nomeado Embaixador dos Estados Unidos em Singapura por George H. Bush. Membro de uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos, donos da Huntsman Corporation, colaborou ainda nas Administrações Reagan, H. Bush e George W. Bush. Entre 2004 e 2009 foi governador do Utah, estado dominado pela comunidade Mórmon, como ele próprio. Em 2009, e segundo as más linguas, vendo nele um perigo como potencial adversário para 2012, Barack Obama lançou-lhe um convite para o cargo mais importante no exterior: Embaixador da China. Mas isso não atemorizou Huntsman. No inicio deste ano anunciou que ia abandonar o lugar em Abril, iniciando-se logo os rumores que se ia candidatar a Presidente dos Estados Unidos. Entretanto, e como ele estava impedido de estar envolvido na política activa enquanto membro do Governo, um grupo de colaboradores formou uma PAC e criou as raízes da sua campanha presidencial.
Não terá vida fácil. Em primeiro lugar, e isso não deixará de ser bastante explorado, foi membro da Administração Obama. Além disso, é considerado um moderado dentro do Partido Republicano, o que lhe poderá ser bastante prejudicial nas primárias dos estados conservadores, como o Iowa e Carolina do Sul. Mas também apresenta vantagens. Tem as condições para se apresentar como o candidato anti-Romney (a batalha Mórmon), pelo lado da máquina republicana. É considerado um excelente candidato para as eleições gerais, e tem o dinheiro necessário para montar uma máquina competente para as primárias. Tem boa imagem, é telegénico e possui um currículo formidável. Não apostaria o meu dinheiro (nesta fase) neste candidato, mas a seguir a Romney, Pawlenty e Daniels, dentro dos nomes prováveis, será aquele com mais hipóteses de vitória. Não muitas, mas algumas.