O senador da Florida foi a figura mais “emblemática” da onda republicana das eleições do ano passado. Com apenas 39 anos, Rubio chegou a Washington como uma das novas estrelas do Partido Republicano. Inicialmente apoiado pelo tea party contra o então popular governador Charlie Crist, venceu a eleição na Florida de forma categórica, e assumiu, desde logo, uma posição de destaque dentro do GOP. Não se deixando colar ao tea party, Rubio assumiu nestes primeiros meses uma discrição total, recusando dar entrevistas e a participar no debate nacional. Mas esta semana tudo mudou.
Quebrando com os líderes do seu próprio partido, Rubio assumiu que não continuaria a apoiar as resoluções do Congresso para manter o Governo a funcionar numa base de curto prazo. Ou se negoceia um orçamento com substanciais cortes na despesa federal, ou Rubio não apoiará as medidas. Uma posição de força, juntando-se aos sectores mais conservadores do Partido. E num passo ainda mais invulgar para um jovem senador, Rubio pediu, em carta enviada aos líderes de ambos os partidos no Senado, para formularem uma resolução autorizando o Presidente Obama a intervir na Líbia, pedindo mesmo que a missão seja a mudança de regime. Não por acaso, esta notícia foi primeiro anunciada pela Weekly Standard, revista muito próxima do movimento neoconservador. Para assinalar estas posições, Rubio deu esta semana várias entrevistas a jornais e televisões, contribuindo para aumentar a especulação em redor do seu papel no futuro do partido.
Rubio já assumiu que não será candidato presidencial em 2012. Seria um erro alguém que apenas está há três meses em Washington, candidatar-se já. Mas, apesar de tudo, não descartou totalmente o lugar de Vice-presidente. O seu nome certamente constará na shortlist de todos os candidatos. Mas o que pretenderá Rubio com estas posições? Em primeiro lugar, assumir um papel de destaque no debate nacional sobre as principais questões que afectam a governação em Washington. Ao exigir mais cortes na despesa, assume a posição preferida pelos conservadores e pelo tea party no debate sobre o défice. Afinal de contas, esta foi a sua principal plataforma de ideias durante a campanha do ano passado. E ao assumir, sem margem para dúvidas, que o excepcionalismo americano que defende não é apenas oratória, Rubio declara apoio à política de Obama para a Líbia, indo mais longe do que intenção demonstrada pela Casa Branca. Em ambos os casos, Rubio quebra com parte do seu partido. Rubio está a demonstrar que tem as características de liderança. Em 2016, caso Obama vença a campanha de reeleição, ou em 2020, acredito que teremos Marco Rubio como candidato presidencial.