A congressista do Minnesota, Michele Bachmann, vai anunciar nos próximos meses a formação de um Comité Exploratório para se candidatar à nomeação republicana. A CNN, que avança a informação, diz que este anúncio deverá ocorrer antes de Maio, para ela poder participar para os primeiros debates agendados para esse mês. O que significa este avanço para a corrida, daquela que será a "candidata oficial" do tea party?
É preciso dizer que Bachmann não tem a mínima hipótese de ser a nomeada, mas fará certamente estragos. Será mais uma candidata que avança para obter notoriedade, fama e reconhecimento. Mas a entrada dela em cena poderá ter consequências, nomeadamente para outros candidatos. Em primeiro lugar, este avanço é mais um sinal que Palin não vai mesmo candidatar-se. Líder do caucus do tea party no congresso, Bachmann e Palin iriam combater pelo mesmo eleitorado. Com as recentes sondagens, e agora, esta candidatura, Palin deve mesmo estar a equacionar se vale a pena entrar numa eleição para perder. Depois, Michele Bachmann irá apostar principalmente nos estados iniciais, nomeadamente no caucus do Iowa. E aqui quem mais poderá sofrer com esta entrada é outro candidato oriundo do Minnesota: Tim Pawlenty. Para testar a viabilidade da sua candidatura, Pawlenty precisa de ter um grande resultado logo no Iowa. Com mais esta candidatura, isso fica mais díficil. Ron Paul também não deverá ter gostado desta notícia. Paul, se avançar, espera aumentar a sua votação em relação a 2008, e, certamente, esperava obter apoios em certos sectores do tea party. Com a entrada de Bachmann, Paul ficará mais limitado à sua base libertária.
Penso que Bachmann irá prejudicar as aspirações republicanas para recuperar a Casa Branca. Com uma oratória inflamada e um discurso radical, a sua entrada na corrida poderá desviar a agenda ainda mais para a direita durante as primárias. Se os principais candidatos caírem na tentação de irem nessa onda, as eleições gerais serão muito mais complicadas. Além que, do pouco que conheço dela, não tem as mínimas capacidades políticas e pessoais para se transformar numa candidata "credível" a Presidente dos Estados Unidos.