... obter a nomeação Republicana em 2012 são muitas, escreve Nate Silver. Dos vários factores que lhe podem ser favoráveis, destaco dois. Por um lado, o facto de as Primárias mobilizarem sobretudo as bases partidárias, os indefectíveis. E esses, no Partido Republicano, tendem a ser cada vez mais próximos de uma ala conservadora que se revê em Palin. Por outro lado, e ao contrário do que se possa pensar, Palin vai ter os media ao seu lado (pelo menos durante as Primárias). Goste-se ou não, Sarah Palin tem um apelo mediático colossal e um possível confronto com Obama - outro autêntico "icon pop" - seria ouro sobre azul para a comunicação social, permitindo um duelo com proporções "emocionais" e "mediáticas" quase épicas.
O que tem contra si? Para além da falta de talento político e intelectual (propriedades que valorizo, mas que estão fora de moda), julgo que o principal problema de Sarah Palin é mesmo o calendário eleitoral. No Iowa, onde tudo começa, Huckabee parte como favorito (venceu aí em 2008). Segue-se o New Hampshire, que em princípio terá uma Primária aberta (ou seja, na qual Democratas e independentes podem votar) e onde tradicionalmente ganham moderados (como McCain). E depois temos o caucus do Nevada, que Romney limpou em 2008 (51% dos votos, metade dos quais de mórmones). Mesmo que ganhe na Carolina do Sul (e cuidado com Huckabee), Palin arrisca-se a chegar a Março completamente encostada às cordas...