02
Set 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:36link do post | comentar | ver comentários (11)

 

Clint Eastwood resumiu, com uma simplicidade gritante, o principal objectivo da Convenção Republicana. À pergunta "are you better off now than four years ago?" feita originalmente por Ronald Reagan em 1980, os republicanos esperam agora que o povo americano respondam da mesma forma do que há 32 anos e mandem para casa Barack Obama. O discurso de Eastwood foi invulgar em muitas formas. Hollywood é um território hostil para os republicanos, onde são genericamente desprezados pela maioria da comunidade. Os republicanos que existem afastam-se da política e não dão a cara, como aliás Eastwood fez questão de dizer. Por outro lado, nas últimas décadas as convenções são eventos totalmente encenados, onde tudo que é dito é controlado pelas direcções das campanhas. Raros são os momentos como este que vimos de Eastwood, que falou de improviso e sem ter previamente comunicado à campanha de Romney as suas intenções. Ai de alguém que o ousasse fazer. Por vários motivos, a intervenção de Eastwood entrará para a história das convenções e, ao contrário do que li por aí em alguns círculos, poderá ter sido extremamente importante para Romney. Entre alguém como Clint Eastwood e os comentadores de alguns media, quem é que terá mais força? A sala explodiu em redor da intervenção de Eastwood e não me admirava que a reacção em casa dos americanos tenha sido idêntica. 


publicado por Nuno Gouveia, às 01:03link do post | comentar

 

A melhor forma para começar a vencer nos Estados Unidos é contar uma boa história de vida que consiga "tocar" no coração das pessoas. Barack Obama conseguiu-o em 2008. Mitt Romney até à Convenção tentou conquistar os eleitores somente através da sua mensagem política, mas a Convenção serviu também para apresentar um lado mais pessoal do candidato republicano. Este foi o vídeo de apresentação de Mitt Romney. Nos próximos tempos, teremos mais momentos deste género em anúncios televisivos.


31
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:13link do post | comentar | ver comentários (1)

O último dia da convenção ficou marcado pelo discurso de Mitt Romney e pela intervenção do mítico Clint Eastwood, numa apresentação que gerou tanto entusiasmo no público como estupefação nos media americanos. Antes, Marco Rubio proferiu um poderoso discurso e mostrou que o futuro do Partido Republicano poderá passar por ele. Num cenário preparado para elevar a imagem de Mitt Romney perante os eleitores indecisos, o discurso tentou cumprir três objectivos: aumentar a sua popularidade, convencer os eleitores desiludidos com o mandato de Obama e manter a discussão na economia. Nos próximos dias saberemos se convenção teve impacto nas sondagens. Para a semana virá a resposta democrata a esta semana de festividades. Termino aqui a emissão especial desde Tampa. Durante o fim de semana escreverei algo mais sobre esta Convenção. 


30
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:46link do post | comentar

Ron Paul esteve ausente do palco da convenção, mas sua presença foi notada por todos em Tampa. Dentro, mas sobretudo fora do pavilhão. Os seus seguidores são incansáveis. Um pouco por toda a baixa de Tampa encontram-se apoiantes, por vezes sozinhos, com placas do congressista texano. A paixão e quase fanatismo destes seguidores é, de facto, diferente do que estamos habituados a ver na vida política. Será interessante verificar no futuro quem irá emergir para substituir Ron Paul na liderança deste movimento. O seu filho, que ontem apoiou Mitt Romney, estará na pole position, mas tenho algumas dúvidas que as suas posições mais mainstream possam ter o apoio da maioria destes jovens. 


publicado por Nuno Gouveia, às 23:28link do post | comentar

Fui visitar o Tea Party Li algures que a palavra Tea Party ainda não foi pronunciada por nenhum dos oradores na Convenção. Não será bem verdade, mas à excepção do senador Rand Paul, nenhum dos seus mais proeminentes líderes foi convidado para falar em Tampa. Por isso, hoje à tarde sai da convenção e fui assistir a um discurso de Michelle Bachmann, inserido na estreia de um documentário do jornalista conservador Andrew Breitbart, que faleceu este ano, sobre o movimento Occupy Wall Street. Devo dizer que foi o local onde estive com a segurança mais apertada, pois havia receio que fossem "invadidos" por manifestantes. Além da paranóia que encontrei, não desgostei: a comida estava boa, as bebidas fresquinhas e Bachmann fez um bom discurso. E jovens, muito jovens, ao contrário da ideia que por vezes transmitem do Tea Party. Quem organizou isto foi a Citizens United, a organização que forçou a alteração radical das leis de financiamento da política americana em 2010.


publicado por Nuno Gouveia, às 15:36link do post | comentar | ver comentários (13)

 

O ambiente na convenção esteve verdadeiramente electrizante ontem à noite, especialmente na última hora, quando discursaram Condoleeza Rice, Susana Martinez e Paul Ryan. Se era de energia e entusiasmo que este partido necessitava, alcançou-o. Diferente é saber se esse sentimento irá passar para os eleitores indecisos que vão decidir esta eleição. Os ataques a Barack Obama têm estado afastados dos discursos do prime time, mas ontem Paul Ryan, cumprindo uma tradição dos candidatos a Vice Presidente, lançou um feroz ataque às políticas do Presidente. E fê-lo transparecendo optimismo e confiança no futuro, realçando uma mensagem positiva conforme mandam as regras. A equipa de Romney tem tentado sobretudo ultrapassar a imagem radical e divisionista dos últimos anos do Partido, e pelo que tenho visto e lido por aqui, tem-no conseguido. 

 

Condoleezza Rice arrebatou a sala e mostrou que, se um dia quiser, pode ser candidata a Presidente. Ao ouvir o seu discurso, ninguém acreditará muito quando ela diz que não tem ambições políticas e que se irá manter em Stanford. O Tampa Bay Times veio abaixo quando ela referiu que nunca imaginou que uma menina negra nascida e criada num estado com as leis de Jim Crow poderia um dia ser candidata a Presidente, tendo chegado a Secretária de Estado. Com um discurso que não se limitou a ser a voz do excepcionalismo americano na convenção, Condi abordou também outros temas, como a imigração e a educação e deixou críticas à falta de liderança demonstrada por Barack Obama. Se ela já era bastante considerada pelo establishment republicano, penso que ontem à noite conquistou a alma do partido. 

 

Paul Ryan não desiludiu e proferiu o maior ataque ao Presidente Obama nesta convenção, com um discurso bastante crítico sobre as políticas da actual administração, e vincando as suas credenciais ideológicas que o transformaram no novo herói do Partido Republicano. Pelo que deu para perceber no seu discurso, este fã AC/DC e Led Zepellin é já um dos favoritos para as próximas primárias republicanas, sejam elas disputadas em 2016 ou 2020. Ontem reforçou o seu apelo às gerações mais jovens e demonstrou que é um bom complemento ao cinzentismo que Romney tem apresentado. Resta saber se hoje o próprio candidato terá a capacidade de entusiasmar a sala como Ryan o fez. Não será tarefa fácil.  

 

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29
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:44link do post | comentar | ver comentários (1)

 

A Foreign Policy Initiative é um think tank neoconservador, fundado em 2009 por Bill Kristol, Dan Senor e Robert Kagan. Numa iniciativa moderada por Bill Kristol e com Tim Pawlenty, antigo candidato presidencial e governador do Minnesota, agora conselheiro de Mitt Romney, pude verificar a razão para não se falar tanto de política externa nesta campanha. É que, apesar da retórica e de algumas diferenças em relação ao Irão, Israel ou Rússia, os republicanos não apresentam divergências substanciais em relação à Administração Obama. Kristol chegou mesmo a referir que os seus apoiantes de 2008 devem estar desiludidos com a política externa do Presidente.

 

Tim Pawlenty falou sobretudo do que seria a política externa de uma Administração Romney. E o que disse? Em relação ao Irão, que iriam aumentar a pressão e fazer tudo para impedir o regime de Teerão de obter armas nucleares. Aqui a crítica ao Presidente Obama cingiu-se sobretudo à sua posição de não ter apoiado de forma aberta os manifestantes durante a revolução verde e apenas ter endurecido o discurso depois do Irão ter recusado negociações directas. Em relação à Síria, novamente críticas pelos Estados Unidos não estarem a apoiar os revoltosos e de passado mais de um ano de revolta armada nada terem feito para derrubar Bashar Al Assad. Mas não se comprometeu com grandes iniciativas e apenas deu a entender que tentarão, juntamente com a Turquia e aliadas da região, armar os revoltosos.  

 

Em relação à Nato, Pawlenty secundou as críticas que o antigo Secretário da Defesa Robert Gates teceu a alguns parceiros da coligação e disse que era necessário que estes se comprometessem mais com as missões da aliança. Questionado sobre a política de segurança comum europeia, nada acrescentou. Em algo que nos diz directamente respeito, nomeadamente sobre a crise de países como Portugal, Espanha, Grécia ou Irlanda, disse que uma Administração Romney não se iria envolver e deixaria esse problema para a União Europeia, além do seu papel nas instituições internacionals como o FMI e o Banco Mundial. No entanto, não deixou de lançar uma farta ao facto de termos uma união monetária sem união fiscal.

 

Na parte final, e como não poderia deixar de ser, Bill Kristol agradeceu a Tim Pawlenty por este ter liderado o campo republicano nas primárias na defesa dos princípios da política externa que norteiam o Partido Republicano desde Ronald Reagan e de ter contribuído para que o GOP não tivesse cedido à tentação populista de cair no isolacionismo que Ron Paul e Pat Buchanan defendiam para o GOP. Aliás, Tim Pawlenty reafirmou que com Mitt Romney os Estados Unidos devem reforçar a ajuda externa aos países aliados e ao terceiro mundo. No ciclo eleitoral de 2010 muitos foram os candidatos republicanos do Tea Party que defenderam que os EUA deviam assumir uma postura mais isolacionista no mundo. Pelo que depreendi da conversa de hoje, não será assim com Mitt Romney.

 

Não sei que papel estará reservado a Tim Pawlenty, caso Mitt Romney seja eleito. Mas pelo que ouvi hoje, estou certo que muitos presentes naquela sala gostariam que ele fosse nomeado Secretário de Estado. E por falar em política externa, hoje à noite discursa Condoleezza Rice, naquele que se espera o momento alto da convenção sobre política externa.


publicado por Nuno Gouveia, às 16:18link do post | comentar | ver comentários (3)

 

A noite de ontem teve duas partes bem distintas, destinadas a públicos diferentes, conforme se pode perceber pelo conteúdo dos discursos. As principais televisões nacionais (ABC, CBS e NBC) apenas transmitem em directo uma hora da convenção, pelo que é nesse período que são transmitidas as principais mensagens destinadas aos independentes e pessoas mais desafectas do processo político. Ontem os oradores nesse horário foram a esposa do governador republicano de Porto Rico, Luce Fortuño, Ann Romney e Chris Christie, governador de New Jersey. A primeira dama de Porto Rico, que introduziu Ann Romney, serviu essencialmente para dar um sotaque latino a este segmento. Como é tradicional, as esposas representam uma aposta das campanhas para apresentar o candidato de uma forma mais pessoal e emotiva. Foi isso que Ann Romney fez e, pelas reacções da sala, da imprensa e dos comentadores, saiu-se muito bem. Por vezes este tipo de discursos faz mais por um candidato que mil e um anúncios do género. Num momento mais político, e mais do meu agrado, seguiu-se a apresentação de Chris Cristie, um orador extraordinário que arrebatou por completo a audiência. O mais interessante é que não fez o típico discurso de "atack dog", que normalmente preenche o conteúdo do "Keynote speaker" da convenção, mas tentou transmitir uma mensagem optimista e de mudança para o futuro da América. E, como não podia deixar de ser, lançou excelentes soundbites. O meu preferido, sem dúvida: "Real leaders don't follow polls. They change polls". O país encontra-se perto de um abismo financeiro e os republicanos prometem tomar as decisões difíceis para alterar a situação. Bem, se o passado não os favorece muito, como a equipa de Obama tem tentado relembrar os eleitores, o presente, com diversos governadores republicanos como Chris Christie, que têm vindo a equilibrar os orçamentos nos seus estados, podem contribuir para dar essa força que Romney desesperadamente necessita. Christie, tal como outros governadores que falaram antes dele, tentou demonstrar que o estilo de governança de Romney será do género pós 2010 e não como George W. Bush. O que se pode retirar destes dois discursos? Os americanos gostam de líderes fortes capazes de tomar decisões difíceis e foi essa a mensagem que tentaram transmitir. Se as reacções foram muito boas para o republicano, o seu verdadeiro impacto também dependerá dos números de espectadores que estiveram ligados à televisão. 

 

A primeira parte da noite, mais destinada aos jornalistas presentes e aos espectadores de televisão por cabo que iam transmitindo alguns discursos, foi a parte mais desinteressante, mas também aquela onde se ouviram as mais ferozes críticas a Barack Obama. Arthur Davis, negro, antigo congressista democrata e desavindo com Barack Obama, fez um dos ataques mais aplaudidos, direccionado sobretudo aos eleitores que, como ele, ficaram desiludidos com o mandato do Presidente. Destaque para vários membros de minorias que discursaram, tentando apresentar um partido aberto às diferentes etnias que compõem os Estados Unidos: governadora de Carolina do Sul, Nikki Haley, descendente de indianos; Brian Sandoval, governador do Nevada, filho de mexicanos e Ted Cruz, candidato ao senado pelo Texas, filho de cubanos. De realçar que este é um Partido Republicano totalmente concentrado nos assuntos económicos e pouco disposto a discutir os assuntos sociais, como o aborto ou o casamento homossexual. A excepção? Rick Santorum, que foi bastante aplaudido quando relembrou que ainda bem que há um partidos nos Estados Unidos que é contra o aborto. De resto, os temas foram sobretudo económicos, pois é aí que os republicanos esperam vencer as eleições. A política externa esteve completamente ausente neste primeiro dia, uma das áreas que Obama tem recebido mais apoio do eleitorado americano. Hoje à noite será a vez de Paul Ryan subir ao palco, antecedido por Susana Martinez do Novo México e Condoleezza Rice. 


28
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 20:15link do post | comentar | ver comentários (3)

 

Ontem à tarde, durante minha busca infrutífera à procura de protestos (o que mais vi nas ruas foi polícia), encontrei cinco simpáticos adeptos do Ron Paul do Oklahoma. Tendo reparado na minha credencial de media, pediram-me para contar a verdade sobre esta convenção: uma grande fraude do Partido Republicano que roubou ao Ron Paul a possibilidade de ser nomeado. Questionei-os sobre o facto do seu candidato não ter ganho uma primária sequer, mas para eles isso não interessa nada. Os delegados que elegeram, muitos dos quais através das convenções estaduais e passando por cima das votações populares nas primárias e caucuses, não conseguirão propor o seu nome à votação na Convenção, pois precisavam de ter a maioria dos delegados de cinco estados. 

 

A campanha de Mitt Romney tem conseguido lidar bem com Ron Paul até ao momento, apesar dos seus apoiantes não estarem satisfeitos. No fundo, o que se passou é que fizeram um acordo com Paul. Como este decidiu não apoiar Romney (nas suas palavras, “I don´t fully endorse Mitt Romney”), não lhe ofereceram a possibilidade de discursar na Convenção (ao contrário de Rand Paul, que irá falar aos delegados na quarta-feira), mas irão transmitir um vídeo de homenagem ao congressista texano que se reforma da política no final do ano. Em troca receberam o silêncio da campanha de Paul, que não tem feito nada para “sentar” os seus delegados afectos. Este esforço tem sido conduzido por alguns dos seus apoiantes, que ficaram furiosos pela campanha de Romney ter forçado alterações no nome dos delegados que terão direito a estar no Tampa Bay Times Forum. Estas cinco pessoas garantiram-me que foram subsituidos à ultima hora por republicanos apoiantes de Mitt Romney.

 

No fim da conversa, disse-lhes que um dos mais importantes blogues da direita portuguesa, o Insurgente, era composto por muitos adeptos de Ron Paul e que durante as primárias republicanas foram publicados dezenas de posts de apoio ao congressista texano. Ficaram surpreendidos, mas satisfeitos pela sua "revolução" estar a sair dos Estados Unidos. Não sei se a conseguirão fazer cá, mas esta campanha demonstrou que a ala libertária tem vindo a crescer no Partido Republicano, como prova a presença de vários adeptos de Paul nesta convenção, algo que não sucedeu em 2008. 


publicado por Nuno Gouveia, às 16:41link do post | comentar

Ron Kaufman, John Dickerson e Ron Fournier

 

O pequeno almoço desta manhã foi passado numa sessão que contou com o conselheiro de Mittt Romney, Ron Kaufman, entrevistado por John Dickerson da Slate e Ron Fournier do National Journal. O mais interessante deste tipo de sessões é que os assessores, apesar de tentarem "vender" o seu candidato aos convidados presentes, a maior parte jornalistas, é que por vezes levam com perguntas bastante complicadas e comprometedoras. O melhor deste painel foi uma acusação de Fournier, ao dizer claramente que a campanha de Romney tinha mentido num anúncio. Durante uns minutos o assessor de Romney tentou desviar o assunto, mas Dickerson rematou a discussão, afirmando que as campanhas mentem e cada vez mais, dando exemplos de mentiras de ambas as candidaturas. Foi o momento mais tenso da conversa, que andou por muitos outros assuntos. Kaufman mostrou-se confiante que Romney irá conseguir ultrapassar as divisões de Washington, fazendo o mesmo que Bill Clinton e Ronald Reagan, que conseguiram governar em ambientes hostis e fazendo acordos com os adversários. Afinal de contas, foi isso que Mitt Romney fez quando era governador do Massachusetts, com o poder legislativo 85 por cento democrata. De resto, os três membros deste painel testemunharam há três momentos decisivos numa campanha presidencial: a escolha do Vice Presidente, as convenções e os debates. E, segundo Kaufman, no primeiro momento Romney passou com distinção e está tudo a decorrer como planeado (na verdade, ninguém esperava que dissesse outra coisa).

 

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publicado por Nuno Gouveia, às 02:52link do post | comentar

 

 

A diversidade de estilos jornalísticos é uma das grandes virtudes do panorama mediático americano. Ao contrário de outras realidades, nos Estados Unidos a imprensa toma partido. Não toda, mas uma grande parte. Se queremos saber os argumentos de Mitt Romney, lemos a Weekly Standard e vemos a Fox News, por exemplo. Se, pelo contrário, quisermos saber o lado de Obama, então compramos a The New Republic ou vemos a MSNBC. Pelo meio, e para uma visão mais imparcial, temos o National Journal ou a CNN. Na dita imprensa de referencia, também há divisões deste género. Wall Street Journal para os republicanos ou New York Times para os democratas. Na Internet, também há os grupos de ambos os lados. Uma grande variedade que só é possível pelo grande mercado que existe nos Estados Unidos, mas também porque a política vende. Os jornais estão em crise, também nos Estados Unidos, mas entretanto têm surgido novos players no mercado, como o Politico, o Real Clear Politics, Huffington Post ou o The Drudge Report. 

 

Na convenção os grandes órgãos de comunicação social ocupam áreas de destaque, transformando também este evento num espaço ideal para se promoverem perante os colegas jornalistas que pululam por aqui. Segundo os números da organização, mais de 15 mil pessoas da área dos media estão credenciados. Sem surpresa, são as televisões, os maiores jornais e revistas que ocupam maior destaque na convenção, com as primeiras a terem os seus próprios estúdios móveis dentro do pavilhão onde irá decorrer a convenção. 


27
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 00:46link do post | comentar

 

Tal como grande parte das ruas do centro de Tampa, também a Convenção Republicana estará encerrada esta segunda-feira. Pela segunda vez consecutiva, a Convenção Nacional Republicana sofre alterações devido a tempestades e furacões. Há quatro anos, a Convenção de Minneapolis ficou sem um dia pela ameaça de furacão que pairava sobre a Lousiana. Desta vez é a Florida que está na rota de uma tempestade tropical e que fez com que o Partido Republicano anulasse o primeiro dia de discursos. Com estas alterações, haverá um novo alinhamento, e, segundo consta por aqui, não se sabe se não haverá mais alterações. Neste momento, a tempestade ameaça transformar-se em furacão e poderá atingir a costa da Lousiana na terça-feira, precisamente sete anos depois do desastre do Katrina. Esperemos que corra tudo bem para aquela zona, e que, de arrasto, não traga mais alterações para a Convenção. 

 

A minha cobertura em Tampa irá dividir-se por aqui e pelo 31 da Armada, blogue pelo qual estou credenciado na Convenção Nacional Republicana. 

 


25
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 01:13link do post | comentar | ver comentários (11)

O documentário "Obama's America 2016", baseado num livro de Dinesh D'Souza, filho de indianos de Goa e com descendência portuguesa, alcançou esta sexta-feira o número um da box office do cinema americano. É provável que este filme anti-Obama seja ultrapassado ainda durante este fim de semana, como relata esta notícia, mas não deixa de ser um excelente indicador para os republicanos, que iniciam segunda-feira a sua Convenção Nacional em Tampa. Na próxima semana escreverei por aqui algumas impressões desta convenção, onde são esperados mais de 15 mil pessoas da área dos media. 


23
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:21link do post | comentar

 

Já é conhecido o alinhamento para os quatro dias de "festa" em Tampa. De realçar que este ano as televisões nacionais (ABC, CBS e NBC) apenas irão transmitir em directo uma hora por dia e apenas nos últimos três dias da convenção, isto porque os democratas apenas terão três dias de convenção. Por isso, e como isso só foi anunciado ontem à noite, é provável que o discurso de Ann Romney seja desviado para um dos outros dias. Os canais por cabo de notícias (CNN, Fox News e MSNBC) irão transmitir muito mais do que isso, mas as audiências dos outros canais ultrapassam largamente o âmbito do cabo. 

 

Dado o posicionamento dos discursos, podemos concluir que Mitt Romney quer, sobretudo, destacar as novas figuras do Partido Republicano, como Chris Christie, Susana Martinez ou Marco Rubio. Interessante será também seguir o discurso de Condoleezza Rice, que irá discursar antes de Paul Ryan na quarta-feira, e deverá ser o grande discurso sobre política externa nesta convenção. 

 


Segunda-feira, 27 de Agosto "We can change it"

Destaques: Rand Paul, Arthur Davis, Nikki Haley, Mike Huckabee e Ann Romney.

 

Terça-feira, 28 de Agosto, "We built it"

Destaques: Rick Santorum, Kelly Ayotte, John Kasich, Bob McDonnell, Scott Walker, Bobby Jindal, Susana Martinez e Chris Christie.

 

Quarta-feira, 29 de Agosto "We can change it"

Destaques: John McCain, Jeb Bush, Rob Portman, Luis Fortuño, Tim Pawlenty, Condoleezza Rice e Paul Ryan.

  

Quinta-feira, 30 de Agosto  "We Believe in America"

Destaques: Marco Rubio e Mitt Romney.


16
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:59link do post | comentar

 

O nome de Arthur Davis não dirá muito à maioria das pessoas. Antigo congressista democrata do Alabama, foi candidato a governador deste estado em 2010, tendo perdido nas primárias. Há dois meses anunciou que abandonava o Partido Democrata, por este ter "virado demasiado à esquerda" e juntou-se ao Partido Republicano. Este tipo de movimentos são normais nos Estados Unidos. Mas o caso de Davis é especial, pois ele foi o primeiro congressista sem ser do Illinois a declarar o apoio a Barack Obama ainda em 2007. Fez parte da sua direcção de campanha e discursou na Convenção Nacional de Denver. Mas nos últimos anos afastou-se de Obama e declarou o apoio a Mitt Romney há duas semanas. 

 

Em 2008, Joe Lieberman, antigo democrata discursou na convenção republicana e em 2004, Zell Miller, antigo senador democrata da Georgia, também discursou na convenção republicana. Este ano, além de Davis, estão também na calha discursos de republicanos na convenção democrata, conforme já tinha adiantado aqui. Será que este tipo de discursos têm influência em algum eleitorado? Tenho as minhas dúvidas. 

 

Juntamente com Arthur Davis, foram também anunciados os nomes de Rob Portman, senador do Ohio, Kelly Ayotte, senadora do New Hampshire, o governador da Louisiana, Bobby Jindal e ainda Connie Mack, congressista da Florida. 


14
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 12:28link do post | comentar | ver comentários (3)

 

Começam a ser conhecidos os últimos nomes que vão discursar em Tampa Bay. Sem surpresas, o governador de New Jersey, Chris Christie, será o Keynote Speaker, que deverá decorrer na noite de terça-feira, dia 28 de Agosto. Este é o tradicional discurso de maior importância, exceptuando do candidato presidencial e do seu Vice Presidente, e que normalmente atrai as atenções do aparato mediático. Recordo que os democratas já anunciaram a sua opção para este ano, o Mayor de San António, Julian Castro. Também hoje foi anunciado que Marco Rubio, Senador da Florida, irá apresentar Mitt Romney na quinta-feira, discursando imediatamente antes deste. Grande destaque dado a estas duas novas estrelas do Partido Republicano, que emergiram à ribalta já durante o mandato de Barack Obama.

 

De todos os nomes conhecidos, pode-se dizer que há uma grande aposta na nova geração de republicanos, nomeadamente em Scott Walker, Susana Martinez, Rand Paul, Kelly Ayotte e Nikki Haley, também eles eleitos em 2010. Até ao inicio da próxima semana deverão ser conhecidos todos os nomes, bem como o horário das suas intervenções. No Partido Democrata, ainda não conhecidos muitos nomes, mas já se sabe que além de Barack e Michele Obama, Joe Biden, Julian Castro, irão intervir Bill Clinton, Elisabeth Warren, candidata ao senado no Massachusetts e ainda Jimmy Carter, através de uma mensagem de vídeo. Nas últimas semanas foi revelado que haverá em palco um republicano desavindo, sendo que os nomes mais referidos são os antigos senadores Chuck Hagel e John Warner.

 

 


07
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:21link do post | comentar

A equipa de Romney parece apostada em dominar as atenções mediáticas com as suas escolhas para a Convenção Nacional Republicana. Hoje foi a vez de anunciarem mais quatro nomes que vão discursar em Tampa: o antigo Governador da Florida, Jeb Bush, o candidato presidencial Rick Santorum, a governadora do Oklahoma, Marry Fallin e o Senador Rand Paul, do Kentucky. A escolha em destaque, apesar de esperada, é de Rand Paul, filho do candidato Ron Paul, que tem um enorme leque de seguidores e que ainda não declarou o seu apoio a Romney. Colocar Rand Paul no palco é um prémio à ala libertária do Partido, mas pode não chegar. Rand é um político diferente do pai, que tem tido o cuidado de não fugir muito das posições mainstream do partido. Mas este apoio não será o suficiente para captar o voto dos seguidores mais fervorosos de Ron Paul, que têm exigido um papel para o congressista do Texas na Convenção.

 

Colocar Ron Paul no palco de Tampa acarreta riscos, pois ele não é político para se submeter aos ditames do nomeado republicano. As Convenções são grandes espectáculos mediáticos, encenadas ao pormenores e destinadas a promover o candidato perante o povo americano. Para muitos eleitores, este é o primeiro momento em que olham para os candidatos com atenção e começam a definir o seu sentido de voto. Há quem pense dentro do Partido Republicano que colocar Paul em Tampa pode ser um desastre mediático, desviando as atenções da agenda de Romney. Ron Paul tem posições radicalmente diferentes de Romney em áreas como a política externa e alguns assuntos sociais, como a liberalização das drogas, e a sua visão libertária, apesar de ter conquistado influência dentro do GOP, é ainda ultraminoritária na sociedade americana. Em 1992 George H. Bush ofereceu um lugar na Convenção a Patrick Buchanan, seu adversário nas primárias, que proferiu um discurso polémico que terá sido prejudicial ao candidato republicano. A dúvida é se Romney irá querer arriscar: por um lado, se Paul tiver lugar na convenção, poderá ser uma surpresa positiva, se enfatizar apenas os temas em que concorda com Romney e declarar-lhe o seu apoio. Por outro lado, se não tiver estas garantias, é provável que Ron Paul fique fora da convenção. Mas atenção: com Rand Paul a posicionar-se no establishment republicano, não é de esperar nenhum movimento agressivo de Ron Paul perante Mitt Romney neste ciclo eleitoral, ao contrário de 2008, quando declarou o apoio a diversos candidatos radicais, da esquerda à direita.

 

No entanto, Mitt Romney tem outros problemas para a convenção. Ron Paul não é o único nome polémico. Há outros que certamente desejam um convite do nomeado republicano, nomeadamente Sarah Palin, Newt Gingrich, Donald Trump e Herman Cain. Qualquer um destes nomes tem o potencial de "estragar" os planos da equipa de Romney, pois são conhecidos pelos seus discursos explosivos. Não serão decisões fáceis para Romney. 


06
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 10:47link do post | comentar

Começam a ser conhecidos os nomes dos oradores da Convenção Republicana de Tampa Bay, com vários nomes que fazem parte da nova geração de líderes do GOP. Sem surpresa, podemos incluir as governadoras da Carolina do Sul, Nikki Haley e do Novo México, Susana Martinez ou os também eleitos em 2010, os governadores John Kasich do Ohio, Rick Scott da Florida. John McCain, o nomeado de 2008, irá intervir no Tampa Bay Times, tal como o seu adversário Mike Huckabee. Condoleezza Rice, antiga Secretária de Estado, irá estrear-se numa convenção este ano. Estes nomes irão ocupar espaço no prime-time, notando-se a ausência neste primeiro leque de óbvios candidatos a VP: Tim Pawlenty, Paul Ryan, Bobby Jindal, Marco Rubio, Chris Christie, Kelly Ayotte, Rob Portman e Bob McDonnell. Especula-se que poderá ser ainda esta semana que Mitt Romney anuncie a sua escolha para VP.

 

 


03
Ago 12
publicado por Nuno Gouveia, às 14:26link do post | comentar | ver comentários (19)

 

O Politico, em colaboração com o Tampa bay Times e o The Charlotte Observer, lançou um espaço dedicado às duas convenções, que se realizam na última semana de Agosto (Republicana) e primeira semana de Setembro (Democrata). A RCN realiza-se em Tampa Bay, na Florida e a DNC em Charlotte, Carolina do Norte. Recordo a todos os interessados que estarei presente na Convenção Nacional Republicana, onde terei a oportunidade de publicar as minhas impressões sobre o evento, por aqui e pelo 31 da Armada.


22
Jul 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:02link do post | comentar | ver comentários (21)

 

Com o trágico massacre de Aurora, no Colorado, a campanha presidencial teve uma pausa neste fim de semana. Infelizmente, a barbárie voltou a atacar em solo americano. Nas próximas semanas a tendência será para desacelerar, entrando num período mais morno nesta campanha. Ambos os lados tinham "momentum" do seu lado: Obama vinha a aumentar a pressão sobre Romney devido ao seu passado na Bain Capital e devido às suas declarações de impostos, enquanto Romney estava a pressionar o Presidente por uma gaffe embaraçosa sobre o sucesso dos empresários. Estes temas voltarão certamente à campanha, mas veremos quem saiu a perder com esta interrupção. 

 

Já durante esta semana, Mitt Romney irá fazer uma viagem ao estrangeiro, onde estará no Reino Unido, Polónia e Israel. É de prever que a campanha irá centrar as atenções na política externa, uma área que não deverá ter este ano o impacto de outras corridas presidenciais. Na verdade, e se deixarmos a retórica de parte, não há neste momento grandes diferenças entre os candidatos. Já no final desta semana irão começar os Jogos Olímpicos, que deverão recolher grande parte da atenção mediática até 12 de Agosto. Nestas duas semanas, não haverá grandes movimentações dos candidatos, sendo de esperar um período mais morno. Mas a partir daí, a campanha irá decorrer a um ritmo frenético até 6 de Novembro. Até ao inicio da Convenção Republicana, que irá realizar-se entre 27 e 30 de Agosto em Tampa, Mitt Romney deverá anunciar o seu candidato a Vice Presidente, tendo aqui uma boa oportunidade para dominar as televisões. Na semana seguinte será a vez de Barack Obama ter toda a atenção, com a realização da Convenção Democrata em Charlotte, entre os dias 3 e 6 de Setembro. Os três debates entre Obama e Romney ainda não estão agendados, mas deverão realizar-se nas últimas semanas de Setembro e inicio de Outubro. Estes últimos dois meses, a acreditar no ritmo das sondagens, serão decisivos


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